Com a situação de anarquia e violência, e o avanço do fundamentalismo, a situação da mulher piorou no nova Iraque, afirma o jornal americano The Washington Post neste sábado. Cada vez mais as mulheres evitam sair na rua, por medo de seqüestro e estupro.
As mulheres recebem ameaças de morte por causa de sua religião, seus costumes e sua carreira. Elas são perseguidas por não usarem vestidos longos e véus na cabeça, e por dirigir automóveis.
Na maior parte do século passado, o Iraque foi um país secular que estimulava a entrada da mulher nas escolas e no mercado de trabalho. O partido Baath, de Saddam Hussein, defendia um maldefinido socialismo árabe e a plena participação social da mulher. As guerras mudaram esta realidade.
Entre as promessas de democracia do presidente George Walker Bush para justificar a invasão do Iraque, estava fortalecer os direitos da mulher para construir um novo Iraque.
As mulheres iraquianas começaram a freqüentar universidades nos anos 20. Têm uma longa tradição acadêmica.
Na Guerra do Golfo de 1991, para expulsar os iraquianos do Kuwait, Saddam Hussein começou a manipular a religião por interesses políticos. Proibiu mulheres menores de 45 anos de viajarem sozinhas ao exterior, sem a companhia de um parente homem.
Em 2003, incentivadas por Bush, surgiu um movimento feminista iraquiano incipiente, logo sufocado pela anarquia e o avanço do fundamentalismo islâmico. No momento, as mulheres qualificadas tentam fugir do país. Não vêem futuro no Iraque.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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