quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Senador ignora Bush e encontra presidente sírio

O senador democrata Bill Nelson, da Flórida, das comissões das Forças Armadas e de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, ignorando as objeções do governo George W. Bush, encontrou-se durante mais de uma hora com o presidente da Síria, Bachar Assad, em Damasco, para pedir seu apoio à pacificação do Iraque.

Este diálogo com os maiores inimigos estatais dos EUA na região, Irã e Síria, foi uma das propostas do Grupo de Estudos sobre o Iraque, co-presidido pelo ex-secretário de Estado James Baker e o ex-deputado democrata Lee Hamilton, que, na opinião do influente jornal The Washington Post, está sendo ignorado pelos dois partidos.

A iniciativa do senador Nelson mostra que não é tanto assim. Os EUA têm relações diplomáticas limitadas com a Síria, que acusa de apoiar o terrorismo e grupos como o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), principal partido fundamentalista palestino, e o Hesbolá (Partido de Deus), uma milícia fundamentalista xiita libanesa.

Ao sair do encontro, Bill Nelson declarou que "Assad indicou claramente ter desejo de cooperar". O senador pediu apoio para a libertação de soldados israelenses e o dirigente sírio retrucou que Israel tem 20 prisioneiros sírios.

Em Washington, o presidente Bush criticou o governo sírio, acusando-o de ser uma ditadura que não tem o consentimento de seu povo: "O regime sírio deve libertar imediatamente todos os presos políticos", desafiou o presidente dos EUA, citando a seguir os nomes de vários dissidentes. "Estou profundamente perturbado pelos relatos de que prisioneiros doentes não recebem tratamento de saúde adequado, enquanto outros dividem as celas com criminosos comuns violentos."

Os EUA também acusam a Síria de pressionar o governo do Líbano, que aprovou a criação de um tribunal internacional das Nações Unidas para julgar os suspeitos da morte do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri. A maior suspeita recai sobre agentes sírios.

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