No seu estudo mais completo sobre a islamofobia até agora, a União Européia concluiu que os muçulmanos sofrem de discriminação social e trabalhista na Europa.
"Independentemente de sua origem étnica ou de sua maneira de praticar a religião, muitos muçulmanos europeus sofrem discriminação no emprego, na escola e na moradia", afirma o relatório Os Muçulmanos na UE: discriminação e xenofobia, do Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia. A pesquisa, feita com muçulmanos de 11 países europeus, constata ainda que a integração é muito menor na terceira geração.
Este é um alerta grave porque vários atentados terroristas suicidas têm sido cometidos por jovens de classe média que nunca moraram nos países de seus ancestrais e sentem-se discriminados nas sociedades ocidentais que não os acolhe comom iguais.
Ao todo, são 13 milhões de muçulmanos que vivem na UE, 3,5% da população comunitária.
"Muitos muçulmanos europeus, sobretudo jovens, enfrentam barreiras que lhes impede de subir na escala social, o que pode gerar um sentimente de desesperança e exclusão social", adverte o estudo. "Nasci e cresci aqui", conta um muçulmano que vive na Alemanha. "Quis fazer parte desta sociedade mas descubri que não sou eu que decido. Muita gente da segunda ou terceira gerações tem dificuldade de se sentir parte desta sociedade".
Numa pesquisa feita pela Universidade La Sapienza, de Roma, metade dos jovens de 14 a 18 anos disseram que "os muçulmanos têm leis bárbaras e apóiam o terrorismo internacional".
Outra pesquisa, publicada no jornal alemão Frankfurter Allgemeine, indica que 93% dos alemães associam os muçulmanos a maus-tratos a mulheres e 83% com o terrorismo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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