Durante uma reunião da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), neste sábado, seu comitê executivo propôs ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, a antecipação das eleições, se não houver acordo com o governante Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) para formar um governo de união nacional. O Hamas, que venceu as eleições de 25 de janeiro passado, denunciou a proposta como "um golpe contra a democracia".
"Trata-se de um golpe contra a democracia com o objetivo de eliminar o Hamas da cena política", declarou o deputado Khalil al-Hiya, líder da bancada do Hamas no Conselho Legislativo Palestino. "Não atende aos interesses nacionais palestinos e só vai agravar a situação".
Abbas está pressionando o Hamas a acabar com a crise econômica, provocada por um boicote internacional a seu governo porque o principal movimento fundamentalista palestino não renuncia à luta armada nem reconhece o direito à existência de Israel. Deve anunciar sua posição oficial num discurso na próxima semana.
O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, foi a Teerã pedir apoio ao Irã, onde insistiu em não reconhecer e Israel e no direito ao uso da força.
2 comentários:
Desconfio que o conceito de democracia seja um tanto complicado de ser expressado em uma região tão desorganizada e politicamente encravada em reconhecimentos e não-reconhecimentos estatais.
A democracia é um processo e uma cultura; constrói-se passo a passo. É uma obra aberta, sem fim. Mas o fato é que o primeiro passo é realizar eleições e aceitar o resultado das urnas. O compromisso do governo eleito é submeter-se ao império da lei. Talvez os palestinos sejam o melhor exemplo de democracia no mundo árabe. A OLP, sendo um movimento de libertação nacional no modelo dos anos 60, e portanto de esquerda, nunca teve muito apoio das autocracias árabes, que não queriam nada com democracia.
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