O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, declarou nesta segunda-feira que gostaria de reiniciar as negociações de paz com a Síria. Mas exige como precondição o fim do apoio sírio a grupos que atacam Israel, como o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) palestino e a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).
"Espero que seja possível chegar a um diálogo com a Síria, se Damasco assumir o compromisso fundamental de cessar a violência, o mesmo compromisso que exigimos de todos com quem conversamos", disse Olmert numa reunião do seu partido, Kadima (Avante), criado pelo ex-primeiro-ministro Ariel Sharon para avançar no processo de paz.
"Se a Síria concordar com o fim da violência, parar de apoiar o Hamas e o Hesbolá, e cortar suas conexões sinistras com o Irã, então podemos nos engajar num processo diplomático", acrescentou o primeiro-ministro.
A Síria abriga os quartéis-generais do Hamas, do Hesbolá e de outros grupos radicais palestinos comprometidos com a destruição de Israel.
As negociações de paz entre a Síria e Israel estão rompidas desde janeiro de 2000, quando o governo de Damasco exigiu a devolução das Colinas do Golã, ocupadas na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexadas por Israel em 1981.
Hoje em dia, com o desenvolvimento da tecnologia de mísseis, as colinas já não têm a mesma importância estratégica. Mas é claro que Israel só aceitará devolvê-las dentro de um acordo de paz definitivo com os sírios.
Como diz um antigo ditado popular do Oriente Médio, "não há guerra sem o Egito nem paz sem a Síria".
O Grupo de Estudos sobre o Iraque, presidido pelo ex-secretário de Estado americano James Baker e o ex-deputado democrata Lee Hamilton, propôs o diálogo com a Síria e o Irã para pacificar o Oriente Médio, acabando com os conflitos no Iraque, no Líbano e na Palestina. Olmert rejeitou em princípio suas recomendações mas acaba de seguir uma delas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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