Um ataque de drones perto de Rakka, na Síria, a capital do califado autoproclamado pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, matou um alto comandante desta organização terrorista, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, citado pela Agência France Presse (AFP).
Abu al-Hija ia para a província de Alepo quando foi atingido. De origem tunisiana, é
último líder do Estado Islâmico abatido por aviões não tripulados. Em 25 de março, os EUA anunciaram as mortes de Abdel Rahman Mustafa al-Kaduli e Omar al-Chichani.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 31 de março de 2016
Senado aprova renegociação da dívida da Argentina
Depois de 12 horas de debate, por 54 a 16, uma ampla maioria de mais de dois terços, o Senado da Argentina aprovou na madrugada de hoje a autorização para o governo Mauricio Macri renegociar parte da dívida pública caloteada na crise da dolarização do peso, em 2001, com os credores que rejeitaram as negociações de 2005 e 2010.
A lei também autoriza o governo argentino a emitir novos títulos de dívida. O acordo com os últimos credores renitentes, rejeitado pelo governo Cristina Kirchner sob o argumento de que são "fundos abutres", reabre o acesso da Argentina ao mercado financeiro internacional.
O governo obteve uma vitória fácil porque a Frente para a Vitória, a aliança kirchnerista se dividiu: de seus 43 senadores, só 16 votaram contra a renegociação com os fundos especulativos, os únicos votos contra a medida.
"Que fique claro que com esta votação que a Argentina é cumpridora dos seus deveres, vai honrar suas obrigações e merece crédito como qualquer país sério", declarou o senador Federico Pinedo, um dos líderes da bancada governista, citado pelo jornal Clarín.
Entre os 27 senadores kirchneristas que votaram a favor, Omar Perotti declarou que fez campanha para Daniel Scioli, o candidato de Cristina, e que sua equipe econômica também pretendia renegociar o que restava da dívida.
Quando a dolarização do peso da era Carlos Menem (1989-99) entrou em colapso, em dezembro de 2001, a Argentina declarou a moratória de uma dívida de US$ 100 bilhões. Depois de duas negociações, em 2005 e 2010, 93% aceitaram trocar os bônus caloteados por outros títulos com redução do valor nominal.
Os outros 7% acabaram sendo comprados por fundos especulativos que entraram na Justiça dos Estados Unidos para exigir pagamento integral. Como ganharam, o governo Cristina Kirchner entrou em moratória ao num cumprir a decisão de um juiz de Nova York.
Macri toma mais uma medida para a Argentina voltar a ser um país normal, mas é alvo de várias críticas por causa dos cortes de subsídios e da demissão de funcionários públicos contratados pelo kirchnerismo. Só no ano passado, teriam sido admitidos 25 mil funcionários que os macristas acusam de não trabalhar.
Em 8 de abril, entra em vigor um reajuste de 100% nas passagens de trens e ônibus na região metropolitana de Buenos Aires. A tarifa de ônibus passa para 6 pesos, mas haverá um tarifa social de 2,70 pesos, enquanto os trens custarão 2 ou 4 pesos, dependendo da linha, com tarifas sociais em 0,90 e 1,80. Daqui a dois meses, o metrô sobe para 7,50 pesos.
Tem direito à tarifa social aposentados, pensionistas, beneficiários de programas sociais, trabalhadores domésticos e ex-combatentes na Guerra das Malvinas.
A lei também autoriza o governo argentino a emitir novos títulos de dívida. O acordo com os últimos credores renitentes, rejeitado pelo governo Cristina Kirchner sob o argumento de que são "fundos abutres", reabre o acesso da Argentina ao mercado financeiro internacional.
O governo obteve uma vitória fácil porque a Frente para a Vitória, a aliança kirchnerista se dividiu: de seus 43 senadores, só 16 votaram contra a renegociação com os fundos especulativos, os únicos votos contra a medida.
"Que fique claro que com esta votação que a Argentina é cumpridora dos seus deveres, vai honrar suas obrigações e merece crédito como qualquer país sério", declarou o senador Federico Pinedo, um dos líderes da bancada governista, citado pelo jornal Clarín.
Entre os 27 senadores kirchneristas que votaram a favor, Omar Perotti declarou que fez campanha para Daniel Scioli, o candidato de Cristina, e que sua equipe econômica também pretendia renegociar o que restava da dívida.
Quando a dolarização do peso da era Carlos Menem (1989-99) entrou em colapso, em dezembro de 2001, a Argentina declarou a moratória de uma dívida de US$ 100 bilhões. Depois de duas negociações, em 2005 e 2010, 93% aceitaram trocar os bônus caloteados por outros títulos com redução do valor nominal.
Os outros 7% acabaram sendo comprados por fundos especulativos que entraram na Justiça dos Estados Unidos para exigir pagamento integral. Como ganharam, o governo Cristina Kirchner entrou em moratória ao num cumprir a decisão de um juiz de Nova York.
Macri toma mais uma medida para a Argentina voltar a ser um país normal, mas é alvo de várias críticas por causa dos cortes de subsídios e da demissão de funcionários públicos contratados pelo kirchnerismo. Só no ano passado, teriam sido admitidos 25 mil funcionários que os macristas acusam de não trabalhar.
Em 8 de abril, entra em vigor um reajuste de 100% nas passagens de trens e ônibus na região metropolitana de Buenos Aires. A tarifa de ônibus passa para 6 pesos, mas haverá um tarifa social de 2,70 pesos, enquanto os trens custarão 2 ou 4 pesos, dependendo da linha, com tarifas sociais em 0,90 e 1,80. Daqui a dois meses, o metrô sobe para 7,50 pesos.
Tem direito à tarifa social aposentados, pensionistas, beneficiários de programas sociais, trabalhadores domésticos e ex-combatentes na Guerra das Malvinas.
Desafios da realidade internacionail em 2016*
Pelas previsões do Fundo Monetário
Internacional, o mundo não vai tão mal assim. Cresceu 3,1% em 2015 e deve
avançar 3,4% em 2016 e 3,6% em 2017. Em janeiro, o Fundo reduziu suas projeções
para os dois próximos anos em 0,2 ponto percentual. Mas a trajetória é
ascendente.
Os Estados Unidos cresceram
2,4% no ano passado. Estão em recuperação estável. Devem crescer 2,5% neste ano
e 2,6% em 2016 e em 2017. A Zona do Euro avançou 1,5% em 2015. Espera-se 1,7% neste
ano e no próximo, enquanto o Japão patina em 0,6%, 1% em 2016 e 0,3% em 2017,
lutando com a estagnação e a deflação, de acordo com a última Perspectiva Econômica Mundial do FMI, publicada em janeiro de 2016.
A desaceleração da China tem
um impacto enorme sobre os países emergentes e em desenvolvimento dependentes
da exportação de matérias-primas. Os preços desabaram. O crescimento chinês
deve cair de 6,9% no ano passado para 6,3% neste e 6% em 2017. A meta oficial
para este ano é 6,5% a 7%.
Entre as grandes economias, o
país que mais cresce no mundo é a Índia, que passou a China no ano passado, com
7,5%. Deve ter uma expansão de 7,3% neste ano e 7,5% nos dois próximos anos, abaixo
da média de 8,5% de 2005 a 2010.
Um milhão de jovens fazem 18
anos por mês na Índia. O país precisa gerar empregos. A Índia é hoje a nona
economia do mundo, terceira pelo critério de paridade do poder de compra. Tem
uma economia de US$ 2 trilhões, cinco vezes menor do que a chinesa.
Em 2015, o crescimento nos
países emergentes e em desenvolvimento diminuiu pelo quinto ano seguido. Mesmo
assim, estes países cresceram 4% em média em 2015 e devem avançar 4,3% em 2016
e 4,7% em 2017. São responsáveis hoje por 70% do crescimento mundial.
Estas projeções para os
próximos dois anos pressupõem uma melhoria da situação econômica na Rússia e no
Brasil. O grupo BRICS virou IC.
A fragilidade da economia
mundial reduziu os preços do petróleo em 70% desde junho de 2014. Agora,
recuperou-se um pouco, mas está está 60% abaixo do pico anterior, de US$ 110. O recorde foi US$ 147,50, em julho de 2008, antes da Grande Recessão. Ontem, o
barril do petróleo West Texas Intermediate, do Golfo do México, padrão da Bolsa Mercantil de Nova York, estava em US$ 38.
A baixa de preços começou como uma manobra da
Arábia Saudita e das monarquias petroleiras do Oriente Médio para derrubar
produtores de custo mais elevado, por exemplo, do óleo de xisto dos Estados
Unidos.
O baixo preço do petróleo
ajuda a explicar a deflação na Europa e no Japão. É devastador para países
exportadores, como Venezuela, Rússia, Argélia, Angola e Nigéria. Mas foi um
tremendo estímulo à recuperação econômica dos importadores.
Energia barata significa
redução de custos para todos. Em tempo de aquecimento global, é bom não
esquecer que energia barata significa mais poluição e agravamento do efeito
estufa. Mas, no mundo inteiro, os consumidores economizaram US$ 1 trilhão ao
encher o tanque.
Houve uma recuperação de
preços, mas a expectativa do mercado é de uma alta moderada nos preços do
petróleo em 2016 e 2017. Com o acordo para desmilitarizar o programa nuclear, o
Irã voltou ao mercado internacional.
Enquanto a economia mundial
não voltar a crescer com mais vigor, a oferta tende a superar a procura. No
momento, o risco maior nos países desenvolvidos é de estagnação e deflação.
A queda nos preços do
petróleo reduz os investimentos no setor de energia, outro fator do baixo
crescimento mundial.
Enquanto o Japão e a Zona do
Euro continuam imprimindo dinheiro para estimular o investimento e o consumo, o
banco central dos Estados Unidos voltou a elevar as taxas de juros,
praticamente zeradas desde dezembro de 2008 para enfrentar a chamada Grande
Recessão, uma comparação com a Grande Depressão de 1929-39. A ação decidida dos
bancos centrais fez a diferença, talvez evitando uma nova depressão mundial.
Amanhã sai o relatório mensal
de emprego de março do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. Se a
geração de empregos se mantiver no ritmo atual, é provável que o banco central dos Estados Unidos (Fed, de Federal Reserve) aumente
suas taxas básicas de juros duas vezes em 2016. No fim do ano passado, o
mercado previa quatro altas.
Com os problemas do início do
ano na China, a decisão do Fed de elevar os juros pela primeira vez desde 2006 foi
questionada. Mas o relatório de emprego de fevereiro, com saldo de 242 mil
empregos, confirmou a estabilidade da recuperação americana.
O ativismo dos bancos
centrais só não basta. Faltam líderes mundiais. Os governos estão devendo. Logo
depois da crise, houve uma ação coordenada no Grupo dos Vinte (19 países mais
ricos do mundo e a União Europeia). Logo, cada país voltou a seguir seus
próprios interesses.
EUA
Nos Estados Unidos, que ainda
é o país mais importante do mundo, o sistema politico-eleitoral está em crise.
Desde a primeira eleição do presidente Barack Obama, em 2008, o Partido
Republicano foi mais para a direita do espectro político, empurrado pelo
movimento radical Festa do Chá.
O Partido Republicano
conquistou maioria na Câmara em 2010 e no Senado em 2014, e passou a fazer
obstrução sistemática a Obama, a ponto de se recusar no momento a examinar a
indicação do presidente para preencher a vaga na Suprema Corte aberta com a
morte o juiz conservador Antonin Scalia.
Obama nomeou Merrick Garland,
um juiz apartidário considerado um conversador moderado. Mesmo assim, a maioria
republicana no Senado promete não examinar a indicação na esperança de que o
partido reconquiste a Casa Branca, mantenha a maioria nas duas casas do
Congresso em 8 de novembro – e nomeie um ministro tão conservador quanto Scalia.
O problema é que o bilionário
Donald Trump atropelou os candidatos preferidos da cúpula do partido e é o
favorito para levar a indicação do partido. Se ele conquistar nas eleições
primárias os 1.237 votos necessários para garantir a indicação, só um golpe de
Estado dentro do partido poderá derrubar Trump.
Quem é Donald Trump? Um
magnata imobiliário de Nova York que apresentava um programa de televisão O Aprendiz, em que demitia no ar
candidatos a vagas na sua empresa. Roberto Justus fazia a versão brasileira.
Trump é divorciado e casou de
novo mais de uma vez. Não tem aquela família de comercial de magarina que
costuma morar na Casa Branca. Trump já financiou e defendeu causas normalmente
associadas ao Partido Democrata, inclusive o aborto. Mas virou o favorito das
classes média e baixa brancas atingidas pela globalização, do homem branco sem
curso superior.
Durante a campanha, Trump
ofendeu as mulheres várias. Destratou a apresentadora Megyn Kelly, da Fox News,
o canal ultraconservador que apoia o Partido Republicano. E defendeu a
proibição do aborto e punição para as
mulheres que fizerem aborto, depois voltou atrás e falou em punir só os médicos. Mais de 70% das mulheres o rejeitam.
Também acusou os mexicanos de
contrabando, crimes sexuais e tráfico de drogas. Promete construir um muro na
fronteira sul a ser pago pelo México, o que levou o ex-presidente mexicano
Vicente Fox a responder com um sonoro palavrão. Alienou o voto
latino-americano.
Arrogante e prepotente, Trump
acusa o governo de se curvar diante dos parceiros comerciais dos Estados Unidos
e promete milagres com seu talento de negociador. É protecionista e ameaça
provocar guerras comerciais com a China, o Japão, o México...
Trump promete usar a força
para acabar com o Estado Islâmico, reintroduzir o afogamento e outras formas de
torturas na luta contra o terrorismo, e até mesmo proibir a entrada de
muçulmanos nos Estados Unidos – uma violação da Emenda nº 1 à Constituição dos
Estados Unidos, que garante as liberdades de expressão, religiosa, de
associação para fins pacíficos e o direito de acionar o governo para reparar
lesões do direito individual.
É um demagogo populista com
forte poder de sedução, pelo menos entre o eleitorado republicano. O matemático
Nate Silver previu o resultado das duas últimas eleições americanas jogando uma
massa de dados de pesquisas no computador e analisando os números resultantes.
Na opinião de Silver, o único
republicano capaz de derrotar Hillary Clinton seria Marco Rubio. Tanto Trump
quanto Ted Cruz sofreriam uma rejeição muito grande numa eleição nacional. Isso se chama Jornalismo de Dados. Silver está em fivethirtyeight.com.
Cruz é odiado em seu próprio
partido. Senador pelo Texas, discursou 72 horas sem parar no Senado para forçar
o fechamento do governo federal por falta de orçamento. É evangélico, contra o
aborto e a favor das armas de guerra. Fez um anúncio de campanha em que frita
bacon no cano de uma metralhadora.
Este é o nível da campanha.
Do lado democrata, Hillary é acusada de usar e-mail privado quando secretária
de Estado, colocando em risco a segurança nacional, e também pelas doações
recebidas pela Fundação Clinton, que administra as palestras proferidas por ela
e o marido, o ex-presidente Bill Clinton. Só de monarquias petroleiras do
Oriente Médio, ganharam US$ 40 milhões.
O senador socialista Bernie
Sanders vem obtendo vitórias significativas nas primárias ao colocar em
discussão a desigualdade econômica e a concentração da riqueza, mas tem pouca chance real de destronar
Hillary. Sempre cobra os textos das palestras feitas por Hillary para “seus amigos de Wall
Street”, o centro financeiro de Nova York.
No Congresso, há expectativa
de que os republicanos mantenham a maioria, mas preocupa o possível fracasso de uma candidatura Trump, capaz de arrastar junto outros candidatos do partido.
Durante os governos Obama, o
Partido Democrata perdeu governos estaduais, deputados, senadores e membros dos
legislativos estaduais. E o Partido Republicano está sendo destroçado por
Trump.
O sistema político americano
é disfuncional. O processo legislativo está paralisado pela falta de um consenso
mínimo e as eleições primárias estão produzindo Donald Trump e Ted Cruz. Bernie Sanders é chamado de populista porque suas propostas exigiriam um orçamento anual de US$ 14 trilhões, três vezes maior do que o atual. Não teria autorização do Congresso.
Há um discrédito nos partidos
políticos dos dois lados do Atlântico. A
ascensão da Frente Nacional na França e de outros partidos de extrema
direita como Alternativa para a Alemanha ou o Partido da Independência do Reino
Unido indicam o desgaste dos partidos tradicionais.
Na Alemanha, antes da crise dos refugiados, os dois maiores
partidos receberam a menor porcentagem de votos desde a Segunda Guerra Mundial.
Na Espanha, dois novos partidos dividiram o eleitorado de modo que não foi
possível formar governo depois das últimas eleições. Na Itália, o Movimento 5
Estrelas, do humorista Beppe Grillo, foi o mais votado.
É uma crise da representação,
da democracia representativa, no mundo inteiro, inclusive aqui no Brasil, e um debate sobre democracia participativa.
A atual polarização é um sintoma
do declínio relativo dos Estados Unidos. Normalmente os candidatos à
Presidência dos EUA se elegem com os votos dos independentes e até dos
moderados do outro partido, como os democratas do Reagan, insatisfeitos com a
inflação e a crise econômica do governo Jimmy Carter (1977-81).
Assim, Hillary é franca
favorita. Se Trump não surpreender mais uma vez, temos a perspectiva da eleição
de uma mulher para a Casa Branca. O banco central dos Estados Unidos já é
presidido por uma mulher Janet Yellen.
Na Europa, a
primeira-ministra Angela Merkel lidera as decisões de combate às crises
econômica e dos refugiados. Temos mulheres no poder dos dois lados do
Atlântico.
CHINA
A China, segunda potência
mundial, chegou lá por causa do seu extraordinário desenvolvimento econômico
nos últimos 35 anos. No ano passado, cresceu oficialmente 6,9%, ligeiramente
abaixo da meta de 7%.
As estatísticas chinesas
provocam suspeitas. Se a economia estivesse dentro da meta não seriam
necessárias tantas medidas de estímulo como desvalorização da moeda, cortes nas
taxas de juros e nos depósitos compulsórios dos bancos no Banco Popular da
China.
Com a queda no comércio
exterior causada pela crise mundial, o governo chinês promete reorientar a
economia do investimento e da exportação para os serviços, o consumo e o
mercado interno.
Ao mesmo tempo, a economia
chinesa precisa gerar pelo menos 10 milhões de empregos por ano só para
absorver quem está entrando no mercado de trabalho. Uma reforma econômica
precisa reduzir a capacidade ociosa, especialmente das empresas estatais
ineficientes.
Há décadas o modelo chinês é
orientado para o crescimento econômico. Isso legitima o regime dominado pelo
Partido Comunista depois do declínio do marxismo-leninismo como ideologia. Todo
prefeito e governador quer apresentar altas taxas de crescimento. Isso infla as
estatísticas e leva a investimentos e obras desnecessárias.
Na sessão anual do Congresso
Nacional do Povo, ficou evidente na prestação de contas e apresentação de
planos de governo pelo primeiro-ministro Li Keqiang. Entre o crescimento e a
reforma, o regime vai optar pelo crescimento por medo de uma crise social.
Mais estímulos podem evitar
uma aterrissagem forçada, mas sem eliminar as dívidas incobráveis, reformar as
empresas estatais e acabar com os monopólios a economia de serviços não vai
deslanchar. O velho modelo econômico não funciona mais e o novo ainda não
apareceu.
Uma crise econômica profunda
pode levar ao questionamento da legitimidade do PC para governar a China. E o
regime também enfrenta seus conflitos internos.
O atual líder supremo Xi
Jinping, chefe do partido desde o fim de 2012 e presidente desde março de 2013,
é considerado o mais poderoso líder chinês desde Deng Xiaoping, o arquiteto das
reformas econômicas. Para se consolidar no poder, Xi ele move uma campanha anticorrupção
contra seus adversários dentro do partido e do governo.
Neste clima, a repressão aos
dissidentes e a censura aumentaram. Houve vários casos recentes de sequestro de
editores, inclusive em Hong Kong, onde há o compromisso de manter as liberdades
públicas.
O nacionalismo é outro
aspecto importante do Sonho Chinês, uma paródia do sonho americano, criada pela
propaganda de Xi. E a China é cada vez mais agressiva em suas reivindicações
territoriais no Mar do Sul da China em disputas com Brunei, as Filipinas, a
Malásia, Taiwan e o Vietnã; e no Mar do Leste da China, onde disputa as ilhas
Senkaku para o Japão, Diaoyu para a China.
A China está transformando
recifes em ilhas artificiais, ilhas têm direito a mar territorial muito maior,
e instalando pistas de pouso e baterias antiaéreas. Para se defender da
superpotência ascendente, o Vietnã se aproximou dos Estados Unidos, da Índia e
do Japão, países democráticos que podem formar uma aliança para tentar conter a
China.
O regime comunista chinês
está certo de que os Estados Unidos não vão comprar uma briga com a China para
defender as Ilhas Paracel ou as Ilhas Spratlys.
Mais do que isso: depois que
o presidente Obama não cumpriu a ameaça de bombardear a Síria se o ditador
Bachar Assad usasse armas químicas, um general chinês falastrão, que por isso
mesmo não tem comando de tropas, é da Academia Militar, afirmou que “os Estados
Unidos sofrem de disfunção erétil”, não vão entrar em guerra com a China.
A China tem problemas
políticos também ao norte. Na Coreia do Norte, o último regime stalinista do
mundo, órfão desde o fim da União Soviética, faz uma chantagem atômica em troca
de energia e alimentos para sobreviver. Testa armas atômicas e desenvolve
tecnologia de mísseis, ameaçando atacar os Estados Unidos.
A Coreia do Norte sempre foi
uma carta na manga da China para negociar com os Estados Unidos. A China é o
único país que tem alguma influência sobre a ditadura de Pionguiangue.
Para alguns dirigentes
comunistas chineses, “a Coreia do Norte é a nossa Alemanha Oriental”. Mas a
ditadura dinástica de Kim Jong Un começa a incomodar Beijim.
Depois dos últimos testes de
mísseis, os Estados Unidos começaram a discutir com a Coreia do Sul a
instalação de um sistema antimísseis que, na visão chinesa, daria uma vantagem
estratégica aos Estados Unidos num futuro conflito entre as duas
superpotências.
A questão coreana desvia a
atenção dos Estados Unidos do Mar do Sul da China, mas o escudo antimísseis
preocupa o regime comunista chinês.
Por outro lado, a diplomacia
econômica chinesa tenta abrir mercados para os negócios e promover o
desenvolvimento com grandes obras de infraestrutura como o novo Caminho da
Seda, ligando a China à Europa; a Ferrovia Transoceânica, ligando o Atlântico
ao Pacífico na América do Sul; e um novo canal ligando os dois oceanos na
Nicarágua para concorrer com o Canal do Panamá.
RÚSSIA
No ano passado, a Rússia ressurgiu
como potência mundial. Ao anexar a Crimeia e fomenter a revolta dos russos
étnicos no Leste da Ucrânia, Putin reafirmou a intenção de manter a influência
russa sobre as antigas repúblicas soviéticas, que considera sua esfera de
influência.
A intervenção militar na
Síria, a partir de 30 de setembro do ano passado, traz a Rússia de volta ao
jogo político do Oriente Médio, de onde tinha saído ainda como União Soviética
em 1977, quando o presidente Anuar Sadat abandonou a aliança com o Moscou, se
aliou aos Estados Unidos e foi a Israel para negociar a paz e recuperar a
Península do Sinai, tomada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
A intervenção militar russa é
resultado direto da decisão do presidente Obama de não intervir mesmo quando
Assad cruzou a linha vermelha fixada por Obama, usando armas químicas contra
uma área rebelada em 21 de agosto de 2013, quando mais de 1,4 mil pessoas
morreram. Como Obama não atacou, a Rússia negociou a destruição do arsenal
químico, que não foi total, em apoio ao aliado Assad.
No início do mês, Putin
declarou vitória e anunciou a retirada depois de mudar o equilíbrio de forças
no campo de batalha a favor do regime, que entra nas negociações mediadas pela
ONU sem a intenção de fazer qualquer concessão.
Putin apresentou e testou armas.
Reforçou sua imagem de herói nacional em meio a uma série crise econômica
causada pela queda nos preços do petróleo e as sanções impostas pelos Estados
Unidos e a Europa em retaliação pela intervenção na Ucrânia. E mostrou ao mundo
que seu poderio militar é o único comparável ao dos Estados Unidos.
Sem um poder econômico à
altura do poderio militar, Putin é um aventureiro e o maior risco geopolítico
à ordem mundial.
ORIENTE MÉDIO
Na disputa pela liderança
regional no Oriente Médio, há uma luta entre sunitas apoiados pela Arábia
Saudita e xiitas apoiados pelo Irã no Iraque, na Síria, no Líbano, no Iêmen e
no Bahrein. O Estado Islâmico aposta neste conflito sectário.
Com o fortalecimento da Assad,
talvez a guerra civil síria se arraste por mais alguns anos depois de matar
mais de 270 mil pessoas desde 15 de março de 2011. Mais de 5 milhões de pessoas
fugiram do país e o número de deslocados internamente é ainda maior.
A crise dos refugiados na
Europa é apenas parte desta tragédia humanitária. Só a Turquia tem 2,7 milhões
de refugiados sírios e o pequeno Líbano 1,1 milhão.
É ingenuidade imaginar que um
banho de sangue destas proporções não respingue na Europa, como nos atentados
de 13 de novembro em Paris e 22 de março em Bruxelas.
O Oriente Médio vive uma
contrarrevolução. Com a exceção da Tunísia, onde começou a Primavera Árabe
quando um jovem desempregado ateou fogo às roupas depois que sua banca de
frutas foi confiscada por um fiscal corrupto, os antigos regimes reagiram, como
no Egito, ou os países caíram em anarquia e guerras civis sem fim, como no
Iêmen, na Líbia e na Síria. A contrarrevolução mais brutal é na Síria.
Depois da revolução, veio a
frustração. Como a liberdade não trouxe prosperidade econômica, a Tunísia é o
país que mais forneceu voluntários para o Estado Islâmico do Iraque e do
Levante. Cerca de 5,5 mil tunisianos lutam hoje na Síria e no Iraque. De acordo
com a CNN, outros 8,8mil foram barrados na fronteira.
Com dois governos paralelos e
uma infiltração do Estado Islâmico, a Líbia vive em estado de anarquia desde a
queda do ditador Muamar Kadafi, em agosto de 2011. Fala-se em nova intervenção
militar ocidental, mas é impossível com dois governos.
Um tema importante nas relações
internacionais é o colapso do Estado, como aconteceu no Líbano, no Afeganistão,
na Somália, no Iraque, na Síria e no Iêmen. Na anarquia, proliferam grupos
terroristas.
O Estado Islâmico do outro
lado do Mediterrâneo é uma ameaça direta à Europa. Com a vitória do Exército da
Síria em Palmira, está aberto o caminho para Rakka, a capital do califado autoproclamado pelo Estado
Islâmico.
No Iraque, o governo anunciou
o início da ofensiva para reconquistar Mossul, a segunda maior cidade
iraquiana, tomada pelo Estado Islâmico em 10 de junho de 2014. Depois disso,
foi proclamado o califado.
Se o Daech perder Rakka e
Mossul, acabou o califado. A milícia
terá de procurar uma base em outro lugar, talvez a Líbia, ou regredir à
condição de grupo terrorista. O ataque a Paris para mim foi um sinal de
fraqueza.
Como grupo terrorista, só
ataques espetaculares podem manter a capacidade de recrutar novos voluntários
para o martírio. É o que se pode esperar. O Brasil não é alvo, mas os Jogos
Olímpicos podem ser.
Outro dia um garoto-bomba se
detonou um estádio de futebol perto de Bagdá. Matou muito mais gente do que os
atentados de Bruxelas. Temos o precedente do ataque de um grupo terrorista
palestino contra a delegação israelense na Olimpíada de Munique, em 1972,
quando 11 atletas foram mortos.
EUROPA
A Europa, que depois de cinco
séculos de hegemonia nas relações internacionais se autodestruiu em duas
guerras mundiais, virou com o projeto de integração uma experiência nova no
cenário das relações internacionais: uma associação de países que decidiram
resolver seus conflitos pacificamente e integrar suas economias.
É um projeto supranacional
para superar o nacionalismo gerador de tantas guerras e social-democrata, com
fundos de desenvolvimento estrutural para promover o desenvolvimento dos países
mais pobres – um modelo que pode ser replicado em escala global se um dia
tivermos uma verdadeira comunidade internacional.
Mas a Europa vive neste
momento sua pior crise do pós-guerra. A crise econômica em países da periferia
dividiu o continente. A Alemanha e outros países nórdicos não quiseram bancar
as dívidas de gregos, irlandeses, portugueses, espanhóis e italianos.
A Grécia esteve prestes a
deixar a Zona do Euro e vai sofrer por muitos anos por causa de uma depressão
econômica que destruiu 25% de sua economia.
O mercado se acalmou quando o
presidente do Banco Central Europeu, o italiano Mario Draghi, prometeu comprar
as dívidas dos países em dificuldades. Mas o desemprego aumentou e trouxe de
volta os fantasmas do nacionalismo de extrema direita responsável pelas guerras
mundiais.
À crise econômica, soma-se a
crise dos refugiados num momento em que atentados terroristas aumentam a
discriminação a muçulmanos. A resposta deve continuar sendo insuficiente nas
questões.
A Europa reluta em fechar
suas fronteiras internas, um recuo simbólico importante no processo de
integração. Mas quando é preciso ser revistado para entrar no metrô de
Bruxelas, o controle de fronteiras é só um incômodo a mais para evitar novas
tragédias.
Com a crise econômica, o
terrorismo e os refugiados, os países da Europa Oriental que pertenciam ao
bloco soviético adotaram uma posição diferente da Europa Ocidental, rejeitando
a divisão dos refugiados de acordo com a população de cada país.
Na Polônia e na Hungria, há
partidos de direita no poder que contrariam as normas da União Europeia. Disso
se aproveita o presidente russo, Vladimir Putin, para tentar fazer um acordo de
gás como primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, num desafio à política
comercial integrada da Europa.
O governo nacionalista
polonês é anti-Rússia, então não flerta com o inimigo. Mas censura e quer
controlar o Poder Judiciário.
Do outro lado do continente,
o primeiro-ministro britânico, David Cameron, convocou um referendo para 23 de
junho para o eleitorado decidir se o país deve continuar sendo membro da União
Europeia. Sair da Europa é uma obsessão da direita conservadora que ainda sonha
com o passado glorioso do Império Britânico, o maior que o mundo já viu.
As grandes empresas, as
associações empresariais, o centro financeiro de Londres, as companhias
estrangeiras sediadas no Reino Unido, bases tradicionais do conservadorismo, e
os Estados Unidos são a favor de ficar na União Europeia.
O prefeito de Londres, Boris
Johnson, há pouco anunciou que vai votar não numa manobra para derrubar o
primeiro-ministro Cameron. A ala conservadora eurocética não parece disposta a
aceitar um não como resposta.
Para a Europa, seria uma
grande perda. O Reino Unido é a segunda maior economia do continente, depois da
Alemanha, já se recuperou da crise, é uma ponte com os Estados Unidos e sedia o
maior centro financeiro da Europa, Londres, que perderia esta primazia.
Para o país, pode ser um tiro
no pé. Se o Reino Unido sair da União Europeia, é provável que a Escócia
convoque um novo plebiscito sobre a independência e decida sair da
Grã-Bretanha. Com esta última descolonização do Império Britânico, ficariam a
Inglaterra e País de Gales, tornando o país irrelevante no cenário
internacional.
A Europa precisa voltar a
crescer para alimentar o sonho da comunidade europeia, mas a Alemanha não cede
e a liderança de Angela Merkel foi arranhada pela abertura aos refugiados. A
França e a Itália não conseguem vencer a estagnação e o desemprego, e o Reino
Unido se debate com seu euroceticismo. Faltam líderes e sobram problemas, a
começar pelo terrorismo.
Em 2014, o último ano sobre o
qual vi estatísticas consolidadas, foram mais de 32 mil mortes em mais de 13
mil ataques em 93 países. O total de mortos aumentou nove vezes desde o ano
2000.
O autoproclamado Estado
Islâmico do Iraque e do Levante e a milícia nigeriana Boko Haram, que agora se
apresenta como a província do Estado Islâmico na África Ocidental, lideram a
matança. Não dá para dizer que as potências ocidentais estão vencendo a guerra
contra o terror.
É um conflito político,
militar e ideológico, uma guerra civil do islamismo em torno da legítima
interpretação do Corão.
ÁFRICA
Apesar dos ataques
espetaculares, a Europa não é o principal alvo do terrorismo. Depois do Oriente
Médio, a região mais atingida é o Sahel, uma faixa ao sul do Deserto do Saara
que vai da Mauritânia à Somália passando pelo Mali, Níger, Argélia, Norte da
Nigéria, República Centro-Africana, Sudão e Somália. São países pobres.
A África sofre com a queda na
demanda chinesa e a crise econômica nos países ricos. A África Subsaariana,
excluindo os países árabes do Norte do continente, deve avançar 3,5% em 2015,
4% em 2016 e 4,7% em 2017.
A situação é muito difícil
para os grandes produtores de petróleo do continente, Nigéria, Angola e
Argélia, dependentes da renda do petróleo, e também para exportadores de outras
matérias-primas.
Na África do Sul, o
presidente Jacob Zuma, desmoralizado por escândalo de corrupção, concordou em
devolver US$ 23 milhões gastos pelo Estado em sua residência particular. Deve
crescer 0,7% neste ano e 1,8% em 2017.
AMÉRICA LATINA
A América Latina também sofre
com a desvalorização de seus produtos primários porque os chineses estão
comprando menos minérios de ferro, cobre e outros metais. Mas não estão
comprando menos soja, por exemplo, têm de alimentar 1,37 bilhão.
Há na América Latina uma
crise dos governos de esquerda eleitos a partir da vitória de Hugo Chávez na
Venezuela, em 1998, quando o petróleo esteve perto de US$ 10 o barril por causa
da crise financeira asiática. Não estou dizendo que todos sejam chavistas. Mas
é o fim de um ciclo.
Há uma distinção clara entre
o modelo econômico chavista, que está levando a Venezuela à ruína, o
protecionismo da Argentina do casal Kirchner e as políticas econômicas do
governo Dilma Rousseff, embora todos tenham gastado dinheiro demais
comprometendo as finanças públicas.
Em contraste, em países
pequenos, Rafael Correa, no Equador, e Evo Morales, na Bolívia, prestaram
atenção no equilíbrio para que o Estado tivesse poder para intervir na
economia.
Não vou opinar sobre a crise
brasileira. Deixo para os especialistas em política nacional. Com Mauricio
Macri, a Argentina volta a ser um país normal e se reabre para o mundo. Já
adotou medidas protecionistas contra o Brasil, mais isso é pressão da indústria
argentina.
Com o Paraguai e a Bolívia
crescendo mais do que os vizinhos, o Chile e o Peru se integrando ao comércio
transpacífico, a Colômbia prestes a assinar a paz com as FARC e o reatamento
entre Cuba e os Estados Unidos, os grandes problemas são a Venezuela e a guerra
contra as drogas.
Desde que o presidente Felipe
Calderón declarou guerra ao tráfico, em 2006, mais de 80 mil pessoas foram
mortas no México. De autoridades à mídia, quem mexer com o tráfico é alvo.
Sob pressão, alguns cartéis
se transferiram para a Guatemala, Honduras e El Salvador, países da América
Central que não tem recursos para enfrentar o desafio. Honduras e El Salvador
são hoje os países mais violentos do mundo fora de zonas de guerra.
Depois de uma queda de 10% do
produto interno bruto no ano passado, outra queda de 8% é esperada para este
ano. A inflação de 180% no ano passado vai a 720% neste ano, pelas previsões do
FMI. O desabastecimento é generalizado.
Na Semana Santa, o governo
venezuelano decretou 10 dias de feriado para poupar água e energia, mas se nega
a mudar o modelo econômico fracassado do socialismo do século 21 de Chávez e a acabar com os controles sobre os
preços e o câmbio.
A oposição se mobiliza para
convocar um referendo para revogar o mandato de Nicolás Maduro, mas a revolução
chavista, mesmo fracassada, se recusa a deixar o poder.
Este é só um aperitivo sobre
o mundo que espera vocês. Aqui vocês constroem o seu futuro e começam a dar a
sua contribuição para construir um mundo melhor.
Bem-vindos à Universidade!
Bem-vindos à Universidade!
* Aula inaugural do curso de Relações Internacionais no Campus Tom Jobim da Universidade Estácio de Sá, proferida em 31 de março de 2016
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quarta-feira, 30 de março de 2016
UE protesta ante condenação de presos políticos em Angola
A União Europeia protestou ontem, repudiando a condenação de 17 presos políticos angolanos a penas de dois anos e três meses a oito anos e seis meses, e manifestou a esperança de que sejam absolvido em tribunais superiores. Entre eles, está o músico e poeta luso-angolano Luaty Beirão.
Em nota, os países-membros da UE observam que o processo "suscita reservas a respeito das garantias constitucionais e do princípio da proporcionalidade. A UE espera que os mecanismo legais de recurso disponíveis ofereçam aquelas garantias, de acordo com os direitos e os princípios consagrados na Constituição de Angola."
Os diplomatas dos países europeus foram sistematicamente barrados no Tribunal Provincial de Luanda, onde o processo correu, de 16 de novembro de 2015 a 28 de março de 2016, responsabilizando os réus por "pertencerem a uma organização de malfeitores" e conspirarem para derrubar o ditador José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979.
Em nota, os países-membros da UE observam que o processo "suscita reservas a respeito das garantias constitucionais e do princípio da proporcionalidade. A UE espera que os mecanismo legais de recurso disponíveis ofereçam aquelas garantias, de acordo com os direitos e os princípios consagrados na Constituição de Angola."
Os diplomatas dos países europeus foram sistematicamente barrados no Tribunal Provincial de Luanda, onde o processo correu, de 16 de novembro de 2015 a 28 de março de 2016, responsabilizando os réus por "pertencerem a uma organização de malfeitores" e conspirarem para derrubar o ditador José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979.
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Colômbia inicia negociações de paz com o ELN
Enquanto pressiona as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) a marcar uma data para um acordo de paz definitivo, o governo colombiana anunciou hoje o início das negociações de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN), o segundo maior grupo guerrilheiro do país, informou a Rádio Caracol.
As negociações serão realizadas no Equador, com o Brasil, o Chile, Cuba e a Venezuela como facilitadores. Se assinar a paz com as FARC e o ELN, a Colômbia terá praticamente encerrado uma era de guerras civis contra movimentos guerrilheiros de esquerda.
Pouco depois do anúncio, o presidente José Manuel Santos declarou que são negociações distintas com um objetivo único, o fim do conflito, noticiou o jornal El Espectador. Santos deixou claro que os modelos político e econômico, e o regime de propriedade privada, não serão discutidos, mas, sim, a paz e a reintegração dos guerrilheiros à sociedade civil.
Várias regiões onde hoje há atividades guerrilheiras serão abertas à exploração de gás e petróleo, à mineração e à agricultura. Por outro lado, há uma expectativa de que guerrilheiros se envolvam em atividades criminosas como tráfico de drogas, sequestro e extorsão, a exemplo do que aconteceu na América Central.
As negociações com as FARC, realizada em Havana, estão em fase final. Deveriam ter sido concluídas há uma semana. O presidente Santos quer fechar um acordo definitivo com o ELN até o fim de seu segundo mandato, em 17 de agosto de 2018.
Se o ELN foi desmobilizado, a criminalidade tende a crescer nos departamentos de Arauca e Norte de Santander, junto à fronteira com a Venezuela.
As negociações serão realizadas no Equador, com o Brasil, o Chile, Cuba e a Venezuela como facilitadores. Se assinar a paz com as FARC e o ELN, a Colômbia terá praticamente encerrado uma era de guerras civis contra movimentos guerrilheiros de esquerda.
Pouco depois do anúncio, o presidente José Manuel Santos declarou que são negociações distintas com um objetivo único, o fim do conflito, noticiou o jornal El Espectador. Santos deixou claro que os modelos político e econômico, e o regime de propriedade privada, não serão discutidos, mas, sim, a paz e a reintegração dos guerrilheiros à sociedade civil.
Várias regiões onde hoje há atividades guerrilheiras serão abertas à exploração de gás e petróleo, à mineração e à agricultura. Por outro lado, há uma expectativa de que guerrilheiros se envolvam em atividades criminosas como tráfico de drogas, sequestro e extorsão, a exemplo do que aconteceu na América Central.
As negociações com as FARC, realizada em Havana, estão em fase final. Deveriam ter sido concluídas há uma semana. O presidente Santos quer fechar um acordo definitivo com o ELN até o fim de seu segundo mandato, em 17 de agosto de 2018.
Se o ELN foi desmobilizado, a criminalidade tende a crescer nos departamentos de Arauca e Norte de Santander, junto à fronteira com a Venezuela.
Carta contra Xi Jinping revela divisão no Partido Comunista da China
O regime comunista da China prendeu mais de dez pessoas suspeitas de participar da redação e circulação de uma carta anônima exigindo a renúncia do supremo líder Xi Jinping. O documento divulgado via Internet no início do mês convoca "membros leais do Partido Comunista" a se insurgir contra Xi, acusado de "concentrar todo o poder".
Ao contrário dos manifestos dos dissidentes, a carta não pede reformas democráticas, mais liberdades públicas e o fim da censura. Usa o jargão do partido, acusando o secretário-geral do PC e presidente do país por "problemas e crises sem precedentes em todas as esferas políticas, econômicas, ideológicas e culturais". E ameaça o líder diretamente ao falar em "consideração à sua segurança pessoal e de sua família".
Há três anos no poder, Xi fez vários inimigos. Sua ascensão foi marcada pelo expurgo e condenação de Bo Xilai, representante do neomaoísmo. Ao assumir a liderança do partido e do governo, o ditador lançou uma campanha anticorrupção vista principalmente como uma manobra para afastar e punir adversários políticos.
A elite do PC o acusa de acabar com o "centralismo democrático". O conceito foi introduzido por Lenin depois da Revolução Russa para permitir um debate interno, mas, uma vez tomada uma decisão pela cúpula, todo o resto do partido é obrigado a segui-la com disciplina rígida.
No regime comunista chinês, o centralismo democrático foi usado por Deng Xiaoping depois da Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76) para criar uma liderança coletiva, evitando o monopólio de poder de Mao Tsé-tung.
Com as novas regras de Deng, o regime passou a buscar um consenso dentro do Politburo, a separar o governo e o partido, a combater o culto da personalidade e a adotar uma política externa moderada para não criar inimizades enquanto o país crescia.
Xi rompeu com o modelo de Deng. A mídia estatal vive exaltando o primeiro casal, Xi Jinping e Mama Peng, uma cantora popular de sucesso. Há uma música chamada Se você quiser casar, case com alguém como Tio Xi.
No início do mês, delegados do Tibete que participavam da sessão anual do Congresso Nacional do Povo, o parlamento chinês, estampavam na lapela crachás com a foto de Xi, o que não acontecia desde os anos 1960s, naquela época com foto de Mao.
Em política externa, o nacionalismo fomentado pelo sonho chinês de Xi se manifesta numa crescente agressividade à medida que o desenvolvimento econômico torna a China mais poderosa e mais armada.
Com maior controle do centro e a campanha anticorrupção, o medo paralisa a máquina pública. Xi concentra poderes com a desculpa de que precisa disso para promover as reformas necessárias para reorientar a segunda maior economia do mundo do investimento e da exportação para o consumo, os serviços e o mercado interno.
Se o extraordinário crescimento econômico das últimas décadas permitiu superar o trauma causado pelo massacre movimento pela democracia na Praça da Paz Celestial em 4 de junho de 1989, agora a liderança de Xi é contestada num momento de desaceleração econômica capaz de perturbar a paz social e ameaçar o controle total do PC sobre a sociedade chinesa.
Ao contrário dos manifestos dos dissidentes, a carta não pede reformas democráticas, mais liberdades públicas e o fim da censura. Usa o jargão do partido, acusando o secretário-geral do PC e presidente do país por "problemas e crises sem precedentes em todas as esferas políticas, econômicas, ideológicas e culturais". E ameaça o líder diretamente ao falar em "consideração à sua segurança pessoal e de sua família".
Há três anos no poder, Xi fez vários inimigos. Sua ascensão foi marcada pelo expurgo e condenação de Bo Xilai, representante do neomaoísmo. Ao assumir a liderança do partido e do governo, o ditador lançou uma campanha anticorrupção vista principalmente como uma manobra para afastar e punir adversários políticos.
A elite do PC o acusa de acabar com o "centralismo democrático". O conceito foi introduzido por Lenin depois da Revolução Russa para permitir um debate interno, mas, uma vez tomada uma decisão pela cúpula, todo o resto do partido é obrigado a segui-la com disciplina rígida.
No regime comunista chinês, o centralismo democrático foi usado por Deng Xiaoping depois da Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76) para criar uma liderança coletiva, evitando o monopólio de poder de Mao Tsé-tung.
Com as novas regras de Deng, o regime passou a buscar um consenso dentro do Politburo, a separar o governo e o partido, a combater o culto da personalidade e a adotar uma política externa moderada para não criar inimizades enquanto o país crescia.
Xi rompeu com o modelo de Deng. A mídia estatal vive exaltando o primeiro casal, Xi Jinping e Mama Peng, uma cantora popular de sucesso. Há uma música chamada Se você quiser casar, case com alguém como Tio Xi.
No início do mês, delegados do Tibete que participavam da sessão anual do Congresso Nacional do Povo, o parlamento chinês, estampavam na lapela crachás com a foto de Xi, o que não acontecia desde os anos 1960s, naquela época com foto de Mao.
Em política externa, o nacionalismo fomentado pelo sonho chinês de Xi se manifesta numa crescente agressividade à medida que o desenvolvimento econômico torna a China mais poderosa e mais armada.
Com maior controle do centro e a campanha anticorrupção, o medo paralisa a máquina pública. Xi concentra poderes com a desculpa de que precisa disso para promover as reformas necessárias para reorientar a segunda maior economia do mundo do investimento e da exportação para o consumo, os serviços e o mercado interno.
Se o extraordinário crescimento econômico das últimas décadas permitiu superar o trauma causado pelo massacre movimento pela democracia na Praça da Paz Celestial em 4 de junho de 1989, agora a liderança de Xi é contestada num momento de desaceleração econômica capaz de perturbar a paz social e ameaçar o controle total do PC sobre a sociedade chinesa.
Assessor de Aung San Suu Kyi assume Presidência de Mianmar
Htin Kyaw, um assessor de Aung San Suu Kyi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1991, assumiu hoje a Presidência de Mianmar, a antiga Birmânia, noticiou a Agência France Presse (AFP). É o primeiro governo eleito democraticamente depois de mais de 50 anos de ditadura militar.
O general da reserva Myint Swe e Henry Van Thio, da minoria étnica chin, foram empossados como vice-presidentes. Suu Kyi foi nomeada ministro do Exterior, mas deixou claro que será o poder real por trás do trono no país do Sudeste Asiático.
Ela não pode presidir o país por causa de uma lei aprovada pela ditadura barrando pessoas casadas com estrangeiros ou que tenham filhos com estrangeiros possam chefiar o Estado. Suu Kyi é viúva de um britânico, com quem teve filhos.
Ela não pode presidir o país por causa de uma lei aprovada pela ditadura barrando pessoas casadas com estrangeiros ou que tenham filhos com estrangeiros possam chefiar o Estado. Suu Kyi é viúva de um britânico, com quem teve filhos.
A Liga Nacional pela Democracia, que domina o novo governo, pretende integrar as diversas minorias étnicas que lutaram contra a ditadura militar, mas os militares devem resistir. Há 17 grupos armados em luta contra o governo. Depois de ficar no poder desde 1962, os militares dominam a burocracia e a economia de Mianmar.
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EUA cortam ajuda à Tanzânia por causa de fraude eleitoral
A Corporação Desafio do Milênio, uma agência de ajuda internacional do governo dos Estados Unidos cortou uma ajuda de US$ 472 milhões para um projeto de eletrificação na Tanzânia depois de uma fraude na eleição presidencial do arquipélago semiautônomo de Zanzibar, informou a televisão pública britânica BBC.
O presidente Ali Mohamed Shein foi reeleito com 91% dos votos na contagem oficial. A agência americana alega que as eleições não foram inclusivas nem representativas.
Os EUA também manifestaram preocupação com a Lei de Crimes Cibernéticos da Tanzânia, de 2015. A pretexto de combater o terrorismo, é um instrumento de repressão a dissidentes e à liberdade de expressão.
A Tanzânia é um país do Leste da África ou África Oriental, situado entre a região dos grandes lagos do centro da África e o Oceano Índico. Foi colônia alemã e passou ao Império Britânico depois da Primeira Guerra Mundial.
Depois da independência, Tanganica, a parte continental do país, e o arquipélago de Zanzibar se uniram para formar da República Unida da Tanzânia, em 1964. É hoje um país de 52 milhões de habitantes com renda média por pessoa inferior a mil dólares por ano.
O presidente Ali Mohamed Shein foi reeleito com 91% dos votos na contagem oficial. A agência americana alega que as eleições não foram inclusivas nem representativas.
Os EUA também manifestaram preocupação com a Lei de Crimes Cibernéticos da Tanzânia, de 2015. A pretexto de combater o terrorismo, é um instrumento de repressão a dissidentes e à liberdade de expressão.
A Tanzânia é um país do Leste da África ou África Oriental, situado entre a região dos grandes lagos do centro da África e o Oceano Índico. Foi colônia alemã e passou ao Império Britânico depois da Primeira Guerra Mundial.
Depois da independência, Tanganica, a parte continental do país, e o arquipélago de Zanzibar se uniram para formar da República Unida da Tanzânia, em 1964. É hoje um país de 52 milhões de habitantes com renda média por pessoa inferior a mil dólares por ano.
Tribunal de Angola condena presos políticos a até oito anos de prisão
O Tribunal Provincial de Luanda condenou na segunda-feira 17 presos políticos angolanos a penas de dois anos e três meses a oito anos e meio de prisão em regime fechado. Eles foram considerados culpados de conspirar para derrubar o ditador José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979, por formar um grupo para lutar pela democracia.
A maior pena foi para o professor Domingos da Cruz: oito anos e seis meses de reclusão. O músico e poeta luso-angolano Luaty Beirão pegou cinco anos e seis meses de cadeia.
Durante o processo político, Luaty Beirão, o "herói insolente", na visão do jornal português Expresso, fez uma greve de fome de 36 dias em protesto contra sua prisão.
Nuno Sala, Sedrik de Carvalho, Nito Alves, Inocêncio de Brito, Laurinda Gouveia, Fernando António Tomás Nicola, Mbamza Hamza, Osvaldo Caholo, Arante Kivuvu, Albano Evaristo Bingo, Nelson Dibango, Hitler Gomes Hata e José Gomes Hata foram sentenciados a quatro anos e seis meses de prisão.
Rosa Conde Jeremias Benedito pegaram dois anos e três meses.
Os advogados de defesa vão recorrer, sem grande esperança, a não ser que haja uma mobilização internacional de protesto contra um julgamento político.
O grupo foi acusado de conspirar para derrubar o governo porque foi encontrado em seu poder uma tradução de um livro, um manual escrito pelo ativista Gene Sharp chamado Da Ditadura à Democracia: uma estrutura conceitual para a libertação. A outra prova é uma lista de nomes de um futuro governo de união nacional que o grupo nega ter elaborado.
A maior pena foi para o professor Domingos da Cruz: oito anos e seis meses de reclusão. O músico e poeta luso-angolano Luaty Beirão pegou cinco anos e seis meses de cadeia.
Durante o processo político, Luaty Beirão, o "herói insolente", na visão do jornal português Expresso, fez uma greve de fome de 36 dias em protesto contra sua prisão.
Nuno Sala, Sedrik de Carvalho, Nito Alves, Inocêncio de Brito, Laurinda Gouveia, Fernando António Tomás Nicola, Mbamza Hamza, Osvaldo Caholo, Arante Kivuvu, Albano Evaristo Bingo, Nelson Dibango, Hitler Gomes Hata e José Gomes Hata foram sentenciados a quatro anos e seis meses de prisão.
Rosa Conde Jeremias Benedito pegaram dois anos e três meses.
Os advogados de defesa vão recorrer, sem grande esperança, a não ser que haja uma mobilização internacional de protesto contra um julgamento político.
O grupo foi acusado de conspirar para derrubar o governo porque foi encontrado em seu poder uma tradução de um livro, um manual escrito pelo ativista Gene Sharp chamado Da Ditadura à Democracia: uma estrutura conceitual para a libertação. A outra prova é uma lista de nomes de um futuro governo de união nacional que o grupo nega ter elaborado.
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terça-feira, 29 de março de 2016
Rússia convida EUA para desminagem de Palmira
A Rússia pretende convidar a coalizão liderada pelos Estados Unidos na luta contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante para desativar as minas deixadas pela milícia terrorista na cidade de Palmira, recentemente recapturada pelo Exército da Síria, noticiou a agência russa Tass, citando fontes militares e diplomáticas não identificadas.
O Ministério da Defesa da Rússia espera que alguns países participem, especialmente os EUA. Na versão da agência russa, tenta usar Palmira para ampliar a cooperação na Síria de modo a facilitar as negociações de paz.
Com a intervenção militar da Força Aérea da Rússia a partir de 30 de setembro, o equilíbrio de forças mudou no campo de batalha a favor da ditadura de Bachar Assad. A Batalha de Palmira mostrou mais uma vez que o Exército da Síria depende de ajuda externa para recuperar seu território.
No momento, o regime sírio não parece disposto a fazer concessões à oposição. O presidente Vladimir Putin deixou claro ao ordenar sua retirada parcial que está disposto a não deixar Assad perder a guerra, mas não quer um envolvimento de longo prazo.
O Ministério da Defesa da Rússia espera que alguns países participem, especialmente os EUA. Na versão da agência russa, tenta usar Palmira para ampliar a cooperação na Síria de modo a facilitar as negociações de paz.
Com a intervenção militar da Força Aérea da Rússia a partir de 30 de setembro, o equilíbrio de forças mudou no campo de batalha a favor da ditadura de Bachar Assad. A Batalha de Palmira mostrou mais uma vez que o Exército da Síria depende de ajuda externa para recuperar seu território.
No momento, o regime sírio não parece disposto a fazer concessões à oposição. O presidente Vladimir Putin deixou claro ao ordenar sua retirada parcial que está disposto a não deixar Assad perder a guerra, mas não quer um envolvimento de longo prazo.
França apreende carregamento de armas na costa da Somália
Um navio de guerra da Marinha da França interceptou um grande carregamento de armas transportado por um barco pequeno no Oceano Índico perto da costa da Somália, no Nordeste da África.
A fragata FS Provence abordou o barco depois que ele foi avistado por helicópteros que patrulhavam o Norte do Oceano Índico. Entre as armas apreendidas, há centenas de metralhadoras, fuzis de assalto e mísseis antitanques.
A França faz parte da Força-Tarefa Combinada 150 das Forças Marítimas Combinadas que patrulham a região para combater a pirataria e o terrorismo. Como a Somália não tem governo desde 1991 e vive em estado de anarquia, forças de outros países precisam patrulhar suas águas e as proximidades.
A fragata FS Provence abordou o barco depois que ele foi avistado por helicópteros que patrulhavam o Norte do Oceano Índico. Entre as armas apreendidas, há centenas de metralhadoras, fuzis de assalto e mísseis antitanques.
A França faz parte da Força-Tarefa Combinada 150 das Forças Marítimas Combinadas que patrulham a região para combater a pirataria e o terrorismo. Como a Somália não tem governo desde 1991 e vive em estado de anarquia, forças de outros países precisam patrulhar suas águas e as proximidades.
segunda-feira, 28 de março de 2016
Homem saca arma e é baleado no Congresso dos EUA
A polícia do Congresso dos Estados Unidos baleou e prendeu hoje um homem que tentou entrar no centro de visitação do Capitólio e sacou uma arma. Uma mulher foi ferida por estilhaços
O motivo ainda não foi esclarecido. Ele teria puxado o revólver quando sua presença foi notada por um detetor de metais. A Casa Branca e o Congresso foram fechados enquanto investigadores procuram descobrir o que está acontecendo.
Mais tarde, a polícia anunciou que o suspeito era conhecido e se trata de um criminoso comum.
O motivo ainda não foi esclarecido. Ele teria puxado o revólver quando sua presença foi notada por um detetor de metais. A Casa Branca e o Congresso foram fechados enquanto investigadores procuram descobrir o que está acontecendo.
Mais tarde, a polícia anunciou que o suspeito era conhecido e se trata de um criminoso comum.
Israel desiste de indicar líder colono para embaixador no Brasil
Diante da oposição do governo brasileiro, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu desistiu da nomeação do líder colono Dani Dayan, nascido na Argentina, para embaixador de Israel no Brasil, informou hoje o jornal The Times of Israel. Ele será indicado novo cônsul geral israelense em Nova York.
Netanyahu, que acumula o cargo de ministro do Exterior, nomeou Dayan em 5 de agosto de 2015 sem fazer as consultas diplomáticas de praxe para saber se a indicação seria aceita. O governo Dilma Rousseff rejeitou a indicação porque Dayan presidiu o Conselho Yesha, um comitê que representa os colonos assentados ilegalmente nos territórios árabes ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Com a guinada para a direita da política israelense nos últimos anos, partidos representantes dos colonos querem anexar a Cisjordânia, negando-se a devolver o território que seria a principal parte de uma Palestina independente. Isso levou a uma total estagnação no processo de paz.
Como o Brasil reconheceu a independência da Palestina, o governo brasileiro entende que aceitar Dayan seria uma contradição para sua política externa. Ele faz parte do grupo que quer simplesmente anexar a Cisjordânia.
Em janeiro, o primeiro-ministro Netanyahu deixou clara a intenção de manter a indicação de Dayan, mas, em 17 de março, o Ministério de Exterior de Israel publicou edital anunciando que procurava embaixadores para o Brasil, a Eritreia e a Hungria. No mesmo dia, declarou que a nomeação de Dayan estava mantida.
Nesta segunda-feira, em entrevista à Rádio do Exército de Israel, Dayan revelou que em agosto manifestara a Netanyahu o interesse em Nova York e tratou a rejeição brasileira com uma declaração triunfalista: "Aqueles que não queriam um líder dos colonos na sua capital agora terão um líder dos colonos na capital do mundo."
Netanyahu, que acumula o cargo de ministro do Exterior, nomeou Dayan em 5 de agosto de 2015 sem fazer as consultas diplomáticas de praxe para saber se a indicação seria aceita. O governo Dilma Rousseff rejeitou a indicação porque Dayan presidiu o Conselho Yesha, um comitê que representa os colonos assentados ilegalmente nos territórios árabes ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Com a guinada para a direita da política israelense nos últimos anos, partidos representantes dos colonos querem anexar a Cisjordânia, negando-se a devolver o território que seria a principal parte de uma Palestina independente. Isso levou a uma total estagnação no processo de paz.
Como o Brasil reconheceu a independência da Palestina, o governo brasileiro entende que aceitar Dayan seria uma contradição para sua política externa. Ele faz parte do grupo que quer simplesmente anexar a Cisjordânia.
Em janeiro, o primeiro-ministro Netanyahu deixou clara a intenção de manter a indicação de Dayan, mas, em 17 de março, o Ministério de Exterior de Israel publicou edital anunciando que procurava embaixadores para o Brasil, a Eritreia e a Hungria. No mesmo dia, declarou que a nomeação de Dayan estava mantida.
Nesta segunda-feira, em entrevista à Rádio do Exército de Israel, Dayan revelou que em agosto manifestara a Netanyahu o interesse em Nova York e tratou a rejeição brasileira com uma declaração triunfalista: "Aqueles que não queriam um líder dos colonos na sua capital agora terão um líder dos colonos na capital do mundo."
Fatah e Hamas anunciam acordo de união nacional
Altos dirigentes das facções palestinas rivais Fatah (Luta) e Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) concordaram em formar um governo de união nacional e convocar eleições dentro de seis meses, noticiou hoje o jornal The Times of Israel, citando como fonte um membro da Fatah.
Os dois lados negociam desde fevereiro em Doha, no Catar, em busca de soluções para unificar o movimento nacional palestino, dividido entre seus dois maiores grupos desde uma guerra civil na Faixa de Gaza em 2007.
Com a separação, o Hamas controla a Faixa de Gaza e a Fatah, parte da Cisjordânia ocupada. Diante de governos direitistas israelenses cada vez menos propensos a negociar a paz e devolver os territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967, o movimento palestino busca uma saída para conquistar a independência da Palestina.
Os dois lados negociam desde fevereiro em Doha, no Catar, em busca de soluções para unificar o movimento nacional palestino, dividido entre seus dois maiores grupos desde uma guerra civil na Faixa de Gaza em 2007.
Com a separação, o Hamas controla a Faixa de Gaza e a Fatah, parte da Cisjordânia ocupada. Diante de governos direitistas israelenses cada vez menos propensos a negociar a paz e devolver os territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967, o movimento palestino busca uma saída para conquistar a independência da Palestina.
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Consumo fica estagnado e inflação cai nos EUA
O consumo pessoal cresceu apenas 0,1% nos Estados Unidos em fevereiro de 2016, a mesma taxa de janeiro, apontando uma estagnação da maior economia do mundo, enquanto o índice de preços ao consumidor caiu de 1,2% em janeiro para 1% em fevereiro, revelou hoje o Departamento de Comércio, citado pela agência Reuters.
Diante da estagnação do consumo, responsável por dois terços do produto interno bruto dos EUA, de cerca de US$ 17,8 trilhões, os analistas reduziram em meio ponto percentual a expectativa de crescimento no primeiro trimestre para a média de 0,9% ao ano. O país cresceu 2,4% no ano passado. No último trimestre, o ritmo foi de 1,4% ao ano.
Assim, apesar do aquecimento do mercado de trabalho, o Comitê de Mercado Aberto da Reserva Federal (Fed), o comitê de política monetária do banco central dos EUA deve manter o gradualismo no aumento de suas taxas básicas de juros.
Como o mercado de trabalho apresentou um saldo positivo de 242 mil vagas de emprego em fevereiro e o índice de desemprego está em 4,9%, os analistas atribuem a queda no consumo à queda nos preços das ações no início do ano, que teria abalado a confiança dos consumidores. A renda pessoal cresceu 0,2% em fevereiro, depois de subir 0,5% em janeiro.
Em outro relatório, o Departamento de Comércio revelou um aumento do déficit comercial pelo quarto mês consecutivo, de US$ 62,2 bilhões em janeiro para US$ 62,9 bilhões em fevereiro, com a aumento nas exportações e queda nas importações.
A inflação anual baixou de 1,2% para 1%. O núcleo da inflação, excluídos os preços mais voláteis de energia e alimento, ficou em 1,7%, abaixo da meta informal perseguida pelo Fed de 2% ao ano. Para o economista Daniel Silver, do banco J P Morgan Chase em Nova York, "a tendência é de alta do núcleo da inflação".
O Fed aumentou em dezembro sua taxa básica pela primeira vez em quase dez anos, depois de mantê-las praticamente zeradas desde dezembro de 2008 para enfrentar a crise, subindo-a de uma faixa de 0 a 0,25% ao ano para 0,25% a 0,50% ao ano.
Com a desaceleração da China e a queda das bolsas no início do ano, o banco central americano foi muito criticado. Talvez fosse cedo demais. O relatório de emprego de fevereiro justificou a alta nos juros, mas a expectativa do mercado foi reduzida de quatro para duas elevações de juros ao longo do ano.
A Associação Nacional das Empresas do Mercado Imobiliário observou um aumento de 3,5% no número de contratos de compra e venda de imóveis residenciais usados em fevereiro, o melhor resultado em sete meses.
Diante da estagnação do consumo, responsável por dois terços do produto interno bruto dos EUA, de cerca de US$ 17,8 trilhões, os analistas reduziram em meio ponto percentual a expectativa de crescimento no primeiro trimestre para a média de 0,9% ao ano. O país cresceu 2,4% no ano passado. No último trimestre, o ritmo foi de 1,4% ao ano.
Assim, apesar do aquecimento do mercado de trabalho, o Comitê de Mercado Aberto da Reserva Federal (Fed), o comitê de política monetária do banco central dos EUA deve manter o gradualismo no aumento de suas taxas básicas de juros.
Como o mercado de trabalho apresentou um saldo positivo de 242 mil vagas de emprego em fevereiro e o índice de desemprego está em 4,9%, os analistas atribuem a queda no consumo à queda nos preços das ações no início do ano, que teria abalado a confiança dos consumidores. A renda pessoal cresceu 0,2% em fevereiro, depois de subir 0,5% em janeiro.
Em outro relatório, o Departamento de Comércio revelou um aumento do déficit comercial pelo quarto mês consecutivo, de US$ 62,2 bilhões em janeiro para US$ 62,9 bilhões em fevereiro, com a aumento nas exportações e queda nas importações.
A inflação anual baixou de 1,2% para 1%. O núcleo da inflação, excluídos os preços mais voláteis de energia e alimento, ficou em 1,7%, abaixo da meta informal perseguida pelo Fed de 2% ao ano. Para o economista Daniel Silver, do banco J P Morgan Chase em Nova York, "a tendência é de alta do núcleo da inflação".
O Fed aumentou em dezembro sua taxa básica pela primeira vez em quase dez anos, depois de mantê-las praticamente zeradas desde dezembro de 2008 para enfrentar a crise, subindo-a de uma faixa de 0 a 0,25% ao ano para 0,25% a 0,50% ao ano.
Com a desaceleração da China e a queda das bolsas no início do ano, o banco central americano foi muito criticado. Talvez fosse cedo demais. O relatório de emprego de fevereiro justificou a alta nos juros, mas a expectativa do mercado foi reduzida de quatro para duas elevações de juros ao longo do ano.
A Associação Nacional das Empresas do Mercado Imobiliário observou um aumento de 3,5% no número de contratos de compra e venda de imóveis residenciais usados em fevereiro, o melhor resultado em sete meses.
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domingo, 27 de março de 2016
Polícia de Bélgica dispersa neofascistas que ameaçavam muçulmanas
Com jatos d'água, a polícia de choque da Bélgica dispersou hoje uma manifestação de neofascistas. Eles invadiram a Praça da Bolsa de Bruxelas para confrontar mulheres muçulmanas que prestavam homenagem aos 28 mortos nos atentados de 22 de março de 2016.
A Marcha contra o Medo, convocada para hoje, foi adiada a pedido do ministro do Interior e do prefeito da capital para permitir que a polícia se concentre na caçada aos terroristas. A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria dos atentados.
Hoje foram realizadas mais 13 operações policiais de busca e apreensão. Um homem preso na Bélgica foi denunciado por ligação com os atentados de 13 de março do ano passado em Paris. No Sul da Itália, a policia prendeu um argeliano suspeito de falsificar documentos para os terroristas envolvidos nos ataques.
A Marcha contra o Medo, convocada para hoje, foi adiada a pedido do ministro do Interior e do prefeito da capital para permitir que a polícia se concentre na caçada aos terroristas. A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria dos atentados.
Hoje foram realizadas mais 13 operações policiais de busca e apreensão. Um homem preso na Bélgica foi denunciado por ligação com os atentados de 13 de março do ano passado em Paris. No Sul da Itália, a policia prendeu um argeliano suspeito de falsificar documentos para os terroristas envolvidos nos ataques.
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Exército da Síria anuncia reconquista de Palmira
Com o apoio da Força Aérea da Rússia, que só ontem fez mais de 140 ataques, o Exército da Síria e milícias aliadas venceram a Batalha de Palmira, uma cidade situada no centro do país que estava em poder do Estado Islâmico do Iraque e do Levante desde maio de 2015.
Ainda há combates no leste da cidade, ao redor de uma prisão e na área do aeroporto, mas a maioria dos milicianos do Estado Islâmico fugiu na direção leste, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição que monitora a guerra civil na Síria.
A intervenção militar da Rússia a partir de 30 de setembro de 2015 mudou o equilíbrio de forças no campo de batalha, fortalecendo a ditadura do aliado Bachar Assad, principal responsável pela guerra civil síria.
Com a queda de Palmira, está aberto o caminho em meio ao deserto que leva a Deir el-Zur e Rakka, considerada a capital do autoproclamado califado do Estado Islâmico. No Iraque, o Estado Islâmico perdeu no ano passado das cidades de Tikrit e Ramadi. Na semana passada, o Exército anunciou o início da ofensiva para retomar Mossul, a cidade maior cidade iraquiana.
Assim, o Estado Islâmico está sendo pressionado em várias frentes. Está sob bombardeio das duas forças aéreas mais poderosas do mundo. O secretário de Estado americano, Ashton Carter, afirmou que a organização terrorista perdeu 40% dos territórios que ocupava no Iraque.
Se Rakka e Mossul caíram, o califado estará liquidado. Por isso, o Estado Islâmico tenta se estabelecer na Líbia e cometer atentados terroristas no resto do mundo que o legitimem diante dos extremistas muçulmanos que pretende atrair para a guerra.
Os atentados terroristas de 13 de novembro de 2015 já pareciam um sinal de desespero. Outros virão para o Estado Islâmico provar que ainda está vivo.
Ainda há combates no leste da cidade, ao redor de uma prisão e na área do aeroporto, mas a maioria dos milicianos do Estado Islâmico fugiu na direção leste, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição que monitora a guerra civil na Síria.
A intervenção militar da Rússia a partir de 30 de setembro de 2015 mudou o equilíbrio de forças no campo de batalha, fortalecendo a ditadura do aliado Bachar Assad, principal responsável pela guerra civil síria.
Com a queda de Palmira, está aberto o caminho em meio ao deserto que leva a Deir el-Zur e Rakka, considerada a capital do autoproclamado califado do Estado Islâmico. No Iraque, o Estado Islâmico perdeu no ano passado das cidades de Tikrit e Ramadi. Na semana passada, o Exército anunciou o início da ofensiva para retomar Mossul, a cidade maior cidade iraquiana.
Assim, o Estado Islâmico está sendo pressionado em várias frentes. Está sob bombardeio das duas forças aéreas mais poderosas do mundo. O secretário de Estado americano, Ashton Carter, afirmou que a organização terrorista perdeu 40% dos territórios que ocupava no Iraque.
Se Rakka e Mossul caíram, o califado estará liquidado. Por isso, o Estado Islâmico tenta se estabelecer na Líbia e cometer atentados terroristas no resto do mundo que o legitimem diante dos extremistas muçulmanos que pretende atrair para a guerra.
Os atentados terroristas de 13 de novembro de 2015 já pareciam um sinal de desespero. Outros virão para o Estado Islâmico provar que ainda está vivo.
Atentado suicida em parque mata 72 pessoas no Paquistão
Pelo menos 72 pessoas morreram e outras 300 saíram feridas hoje quando um homem-bomba se detonou num parque de diversões onde crianças brincavam de balanço na cidade de Lahore, no Paquistão, no fim do Domingo de Páscoa. Um grupo dissidente dos Talebã do Paquistão chamado Jamaatul Ahrar assumiu a autoria do atentado.
Os alvos seriam famílias cristãs que festejavam a Páscoa. Os cristãos são apenas 2% da população paquistanesa, de 182 milhões de habitantes.
"Parece que estamos numa guerra", descreveu o porta-voz da polícia local, Haider Ashraf. "Este era um alvo fácil, inocentes, mulheres e crianças foram atingidos."
Lahore, terra natal do primeiro-ministro islamita moderado Nawaz Sharif, é a capital da província do Punjab, a região mais populosa do Paquistão. Vinha sendo poupada dos ataques terroristas.
O Exército do Paquistão estimulou a proliferação de milícias extremistas muçulmanas para usá-las na guerra indireta contra a Índia, inimiga histórica, e também para intervir no vizinho Afeganistão. A milícia dos Talebã (Estudantes), que governou o Afeganistão de 1996 a 2001, foi criada com o apoio do serviço secreto militar paquistanês.
Mesmo depois da morte da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto num atentado terrorista em 27 de dezembro de 2007, quando ela fazia campanha para voltar ao poder, e da tentativa de matar seu marido, o então presidente Assif Ali Zardari, em outro, contra o Hotel Marriott, em 20 de setembro de 2008, o Exército do Paquistão reluta em atacar os jihadistas de frente.
Em 16 de dezembro de 2014, sete terroristas dos Talebã do Paquistão atacaram uma escola frequentada por filhos de militares, matando 141 pessoas, sendo 132 estudantes. Todos os terroristas foram mortos e outros quatro condenados por pertencer ao grupo foram enforcados.
Os alvos seriam famílias cristãs que festejavam a Páscoa. Os cristãos são apenas 2% da população paquistanesa, de 182 milhões de habitantes.
"Parece que estamos numa guerra", descreveu o porta-voz da polícia local, Haider Ashraf. "Este era um alvo fácil, inocentes, mulheres e crianças foram atingidos."
Lahore, terra natal do primeiro-ministro islamita moderado Nawaz Sharif, é a capital da província do Punjab, a região mais populosa do Paquistão. Vinha sendo poupada dos ataques terroristas.
O Exército do Paquistão estimulou a proliferação de milícias extremistas muçulmanas para usá-las na guerra indireta contra a Índia, inimiga histórica, e também para intervir no vizinho Afeganistão. A milícia dos Talebã (Estudantes), que governou o Afeganistão de 1996 a 2001, foi criada com o apoio do serviço secreto militar paquistanês.
Mesmo depois da morte da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto num atentado terrorista em 27 de dezembro de 2007, quando ela fazia campanha para voltar ao poder, e da tentativa de matar seu marido, o então presidente Assif Ali Zardari, em outro, contra o Hotel Marriott, em 20 de setembro de 2008, o Exército do Paquistão reluta em atacar os jihadistas de frente.
Em 16 de dezembro de 2014, sete terroristas dos Talebã do Paquistão atacaram uma escola frequentada por filhos de militares, matando 141 pessoas, sendo 132 estudantes. Todos os terroristas foram mortos e outros quatro condenados por pertencer ao grupo foram enforcados.
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sábado, 26 de março de 2016
Ban Ki Moon pede união entre sunitas e xiitas contra Estado Islâmico
Ao chegar hoje a Bagdá, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon fez, ao lado do primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, um apelo às comunidades sunitas e xiitas para que se unam no combate à organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, informou a agência Reuters.
Do lado de fora da Zona Verde, onde estão os prédios governamentais na capital iraquiana, partidários do aiatolá radical xiita Muktada al-Sader protestam sentados para exigir a queda de todos os ministros do atual governo. As manifestações começaram em 18 de março na cidade de Samarra.
O primeiro-ministro anunciou em fevereiro a intenção de mudar nove ministros, mas ainda não revelou quem pretende nomear. Hoje a Aliança Nacional Iraquiana, um bloco parlamentar xiita, ameaçou exigir a mudança de todo o ministério.
Amanhã, Abadi deve se reunir com os líderes de cinco bancadas parlamentares. Os atuais protestos liderados por Muktada devem acabar em 28 de março, mas não devem parar por aí. Ele vai continuar exigindo uma reformulação total no governo iraquiano.
Ban Ki Moon viaja acompanhado dos presidentes do Banco Mundial, Jim Yong Kim, e do Banco de Desenvolvimento Islâmico, Ahmad Mohamed Ali al-Madani. Hoje mesmo eles seguiram para Erbil, capital do governo semitautônomo do Curdistão iraquiano.
Do lado de fora da Zona Verde, onde estão os prédios governamentais na capital iraquiana, partidários do aiatolá radical xiita Muktada al-Sader protestam sentados para exigir a queda de todos os ministros do atual governo. As manifestações começaram em 18 de março na cidade de Samarra.
O primeiro-ministro anunciou em fevereiro a intenção de mudar nove ministros, mas ainda não revelou quem pretende nomear. Hoje a Aliança Nacional Iraquiana, um bloco parlamentar xiita, ameaçou exigir a mudança de todo o ministério.
Amanhã, Abadi deve se reunir com os líderes de cinco bancadas parlamentares. Os atuais protestos liderados por Muktada devem acabar em 28 de março, mas não devem parar por aí. Ele vai continuar exigindo uma reformulação total no governo iraquiano.
Ban Ki Moon viaja acompanhado dos presidentes do Banco Mundial, Jim Yong Kim, e do Banco de Desenvolvimento Islâmico, Ahmad Mohamed Ali al-Madani. Hoje mesmo eles seguiram para Erbil, capital do governo semitautônomo do Curdistão iraquiano.
Bélgica suspende Marcha contra o Medo
A pedido do ministro do Interior da Bélgica, Jan Jambon, e do prefeito de Bruxelas, Yvan Mayeur, uma grande manifestação antiterrorista convocada para amanhã na capital belga foi adiada. As autoridades alegaram que a polícia precisa concentrar esforços na caçada ao terrorista e a Marcha contra o Medo exigiria um grande contingente policial para prevenir atentados contra os manifestantes.
"Tendo em vista a capacidade da polícia e a prioridade à investigação judicial, apelamos a não se manifestarem amanhã", disseram as autoridades durante uma entrevista coletiva. "Nós compartilhamos evidentemente a emoção da população. Mas queremos que as manifestações sejam adiadas por algumas semanas."
Os organizadores da Macha contra o Medo, liderados por Emmanuel Foulon concordaram plenamente: "A segurança dos cidadãos é uma prioridade absoluta. Por isso, nos unimos totalmente à proposta das autoridades de adiar para uma data posterior. Pedimos de nossa aos cidadãos que não venham a Bruxelas neste domingo."
No ano passado, depois dos atentados de 13 de novembro que mataram 130 pessoas em Paris houve uma grande manifestação com um milhão de pessoas nas ruas da capital francesa. A Bélgica terá de esperar um pouco para fazer a sua, que sempre estará ameaçada. O distrito de Molenbeek, na periferia de Bruxelas, é considerado o maior antro de jihadistas da Europa.
O total de vítimas fatais dos atentados de Bruxelas foi reduzido de 31 para 28. Os outros três mortos eram terroristas suicidas.
"Tendo em vista a capacidade da polícia e a prioridade à investigação judicial, apelamos a não se manifestarem amanhã", disseram as autoridades durante uma entrevista coletiva. "Nós compartilhamos evidentemente a emoção da população. Mas queremos que as manifestações sejam adiadas por algumas semanas."
Os organizadores da Macha contra o Medo, liderados por Emmanuel Foulon concordaram plenamente: "A segurança dos cidadãos é uma prioridade absoluta. Por isso, nos unimos totalmente à proposta das autoridades de adiar para uma data posterior. Pedimos de nossa aos cidadãos que não venham a Bruxelas neste domingo."
No ano passado, depois dos atentados de 13 de novembro que mataram 130 pessoas em Paris houve uma grande manifestação com um milhão de pessoas nas ruas da capital francesa. A Bélgica terá de esperar um pouco para fazer a sua, que sempre estará ameaçada. O distrito de Molenbeek, na periferia de Bruxelas, é considerado o maior antro de jihadistas da Europa.
O total de vítimas fatais dos atentados de Bruxelas foi reduzido de 31 para 28. Os outros três mortos eram terroristas suicidas.
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Morte de guarda de centro nuclear gera suspeita de terrorismo
Na madrugada de hoje, um segurança do centro de pesquisas atômicas de Fleurus foi encontrado morto em sua casa, na cidade de Charleroi, revelou na madrugada de hoje o jornal belga Dernière Heure.
O cartão de segurança de Didier Prospero para entrar nas instalações nucleares foi roubado, levantando a suspeita de que o crime possa ter sido cometido por terroristas interessados em roubar material nuclear para fabricar uma bomba de radiação.
A polícia nega ter encontrado qualquer ligação com terrorismo, mas ainda não esclareceu o crime. A Bélgica está em estado de alerta máxima desde os atentados de 22 de março de 2016, que mataram 31 pessoas e deixaram 270 feridas.
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que assumiu a autoria dos ataques, está tentando obter combustível nuclear para fabricar uma bomba radioativa.
O cartão de segurança de Didier Prospero para entrar nas instalações nucleares foi roubado, levantando a suspeita de que o crime possa ter sido cometido por terroristas interessados em roubar material nuclear para fabricar uma bomba de radiação.
A polícia nega ter encontrado qualquer ligação com terrorismo, mas ainda não esclareceu o crime. A Bélgica está em estado de alerta máxima desde os atentados de 22 de março de 2016, que mataram 31 pessoas e deixaram 270 feridas.
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que assumiu a autoria dos ataques, está tentando obter combustível nuclear para fabricar uma bomba radioativa.
Bélgica denuncia suspeito de participar dos atentados em Bruxelas
A Procuradoria-Geral da Bélgica anunciou hoje a denúncia contra Fayçal Cheffou por homicídio terrorista como cúmplice dos atentados de 22 de março de 2016 em Bruxelas, noticiou a televisão pública britânica BBC. O Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria dos ataques.
Ele aparece ao lado dos homens-bomba Najim Laachraoui e Brahim el-Bakraoui em imagens das câmeras de segurança do Aeroporto de Zaventem poucos minutos antes dos dois se detonarem, matando 11 pessoas. Outras 20 morreram no atentado suicida cometido no metrô de Bruxelas por Khalid el-Bakraoui, irmão de Brahim.
Cheffou foi um dos 12 presos ontem a anteontem pelas polícias da Bélgica, da França e da Alemanha na tentativa de desmantelar a célula terrorista responsável pelos atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris e de 22 de março de 2016 em Bruxelas.
Um detalhe que chamou a atenção dos investigadores foi o fato de mais uma vez uma dupla de irmãos participar de uma ação terrorista. Como a comunicação entre irmãos é normal, ajuda a camuflar as atividades da célula terrorista.
O ataque à Maratona de Boston, em 15 de março de 2013, foi cometido pelos irmãos Tamerlan e Djokhar Tsarnaev. Três pessoas morreram e 264 saíram feridas.
Em 7 de janeiro de 2015, os irmãos Chérif e Saïd Kouachi atacaram a sede do jornal humorístico Charlie Hebdo, em Paris, matando 12 pessoas.
Nos atentados de 13 de novembro, o grupo, bem maior, tinha os irmãos Mohamed e Salah Abdeslam. Mohamed morreu no ataque. Salah foi preso dia 18 de março, precipitando os atentados de Bruxelas, que teriam matado muito mais gente se tivessem sido planejados com mais tempo.
Brahim estava na lista de terroristas do Estados Unidos e a Turquia avisou à Bélgica se tratar de um extremista perigoso ao deportá-lo em julho do ano passado. As autoridades belgas não deram a devida importância.
As falhas na segurança belga ficaram evidentes também por não ter sido decretado estado de alerta máxima depois de prisão de Salah Abdeslam. A Bélgica é um país dividido entre as regiões de Flandres, no Norte, que fala flamengo, uma língua parecida com o holandês e luta pela independência; e a Valônia, que fala francês.
O desentendimento entre essas duas metadas é flagrante. Quando as autoridades dos dois lados se encontram, os valões falam francês e os flamengos sua própria língua. Eles se entendem, mas não falam a mesma língua.
NOTA: Faiçal Cheffou foi solto dias depois e todas as acusações contra ele foram retiradas.
Ele aparece ao lado dos homens-bomba Najim Laachraoui e Brahim el-Bakraoui em imagens das câmeras de segurança do Aeroporto de Zaventem poucos minutos antes dos dois se detonarem, matando 11 pessoas. Outras 20 morreram no atentado suicida cometido no metrô de Bruxelas por Khalid el-Bakraoui, irmão de Brahim.
Cheffou foi um dos 12 presos ontem a anteontem pelas polícias da Bélgica, da França e da Alemanha na tentativa de desmantelar a célula terrorista responsável pelos atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris e de 22 de março de 2016 em Bruxelas.
Um detalhe que chamou a atenção dos investigadores foi o fato de mais uma vez uma dupla de irmãos participar de uma ação terrorista. Como a comunicação entre irmãos é normal, ajuda a camuflar as atividades da célula terrorista.
O ataque à Maratona de Boston, em 15 de março de 2013, foi cometido pelos irmãos Tamerlan e Djokhar Tsarnaev. Três pessoas morreram e 264 saíram feridas.
Em 7 de janeiro de 2015, os irmãos Chérif e Saïd Kouachi atacaram a sede do jornal humorístico Charlie Hebdo, em Paris, matando 12 pessoas.
Nos atentados de 13 de novembro, o grupo, bem maior, tinha os irmãos Mohamed e Salah Abdeslam. Mohamed morreu no ataque. Salah foi preso dia 18 de março, precipitando os atentados de Bruxelas, que teriam matado muito mais gente se tivessem sido planejados com mais tempo.
Brahim estava na lista de terroristas do Estados Unidos e a Turquia avisou à Bélgica se tratar de um extremista perigoso ao deportá-lo em julho do ano passado. As autoridades belgas não deram a devida importância.
As falhas na segurança belga ficaram evidentes também por não ter sido decretado estado de alerta máxima depois de prisão de Salah Abdeslam. A Bélgica é um país dividido entre as regiões de Flandres, no Norte, que fala flamengo, uma língua parecida com o holandês e luta pela independência; e a Valônia, que fala francês.
O desentendimento entre essas duas metadas é flagrante. Quando as autoridades dos dois lados se encontram, os valões falam francês e os flamengos sua própria língua. Eles se entendem, mas não falam a mesma língua.
NOTA: Faiçal Cheffou foi solto dias depois e todas as acusações contra ele foram retiradas.
Nigéria anuncia libertação mais de 800 reféns do Boko Haram
O Exército da Nigéria resgatou mais de 800 reféns mantidos pela milícia extremista muçulmana Boko Haram, que há mais de um ano se apresenta como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental, noticiou a televisão árabe Al Jazira.
Só na vila de Kussuma foram soltos 520 reféns e mais de 300 em outras aldeias do Nordeste da Nigéria, declarou o porta-voz do Exército, coronel Sani Kukasheka Usman. Pelo menos 25 jihadistas foram mortos.
Derrotar a rebelião muçulmana do Boko Haram, cujo nome significa repúdio à educação ocidental, é uma prioridade do presidente Muhammadu Buhari, no poder há 10 meses. Desde então, o Boko Haram perdeu territórios, mas ainda é capaz de fazer ações terroristas, principalmente no Nordeste da Nigéria. Também atacou países vizinhos como Camarões, Chade e Níger.
Só na vila de Kussuma foram soltos 520 reféns e mais de 300 em outras aldeias do Nordeste da Nigéria, declarou o porta-voz do Exército, coronel Sani Kukasheka Usman. Pelo menos 25 jihadistas foram mortos.
Derrotar a rebelião muçulmana do Boko Haram, cujo nome significa repúdio à educação ocidental, é uma prioridade do presidente Muhammadu Buhari, no poder há 10 meses. Desde então, o Boko Haram perdeu territórios, mas ainda é capaz de fazer ações terroristas, principalmente no Nordeste da Nigéria. Também atacou países vizinhos como Camarões, Chade e Níger.
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Sudão do Sul acusa Sudão de bombardeio aéreo
A Força Aérea do Sudão bombardeou na quinta-feira o estado do Nilo Oriental, no Sudão do Sul, acusou ontem o porta-voz do Exército sul-sudanês, general Lul Ruai Koang, citado pela Agência France Presse (AFP).
Koang afirmou que mais de 12 bombas foram jogadas em posições do Exército do Sudão do Sul. Em 17 de março, o Sudão ameaçou fechar a fronteira entre os dois países, reaberta em janeiro.
A violência na fronteira marca as relações entre os dois países. O Sudão do Sul é o mais jovem país do mundo. Tornou-se independente em 9 de julho de 2011 depois de décadas da mais longa guerra civil da história da África independente.
Quando o Sudão conquistou a independência do Império Britânico, em 1956, os estados do Sul, majoritariamente cristãos ou animistas, se rebeleram contra o Norte, de maioria muçulmana. O conflito durou até 1972 e recomeçou em 1983, terminando em 2005 com o acordo de paz que levou à independência do Sudão do Sul.
Em 2013, começou uma guerra civil no Sudão do Sul entre forças leais ao presidente Salva Kiir Mayardit e rebeldes ligados ao vice-presidente Riek Machar.
Koang afirmou que mais de 12 bombas foram jogadas em posições do Exército do Sudão do Sul. Em 17 de março, o Sudão ameaçou fechar a fronteira entre os dois países, reaberta em janeiro.
A violência na fronteira marca as relações entre os dois países. O Sudão do Sul é o mais jovem país do mundo. Tornou-se independente em 9 de julho de 2011 depois de décadas da mais longa guerra civil da história da África independente.
Quando o Sudão conquistou a independência do Império Britânico, em 1956, os estados do Sul, majoritariamente cristãos ou animistas, se rebeleram contra o Norte, de maioria muçulmana. O conflito durou até 1972 e recomeçou em 1983, terminando em 2005 com o acordo de paz que levou à independência do Sudão do Sul.
Em 2013, começou uma guerra civil no Sudão do Sul entre forças leais ao presidente Salva Kiir Mayardit e rebeldes ligados ao vice-presidente Riek Machar.
sexta-feira, 25 de março de 2016
Governo da Síria obtém vitória estratégica em Palmira
Com apoio aéreo da Rússia e em terra de milícias aliadas, o Exército da Síria retomou hoje Palmira, no centro do país. É a última grande cidade a caminho de Rakka, a capital da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, noticiou a Agência France Presse (AFP).
A reconquista de Palmira, uma cidade histórica com construções neolíticas e do Império Romano, reduz consideravelmente a área do autoproclamado califado do Estado Islâmico. É a maior vitória da ditadura de Bachar Assad desde que a intervenção militar da Rússia, em 30 de setembro de 2015, mudou o equilíbrio de forças no campo de batalha a favor do governo.
Houve 56 ataques aéreos e bombardeio de artilharia na batalha de Palmira. O Estado Islâmico tentou resistir explodindo dois carros-bomba, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental que monitora a guerra civil síria.
Em cinco anos, mais de 270 mil pessoas foram mortas na guerra civil da Síria e 5 milhões fugiram do país.
A reconquista de Palmira, uma cidade histórica com construções neolíticas e do Império Romano, reduz consideravelmente a área do autoproclamado califado do Estado Islâmico. É a maior vitória da ditadura de Bachar Assad desde que a intervenção militar da Rússia, em 30 de setembro de 2015, mudou o equilíbrio de forças no campo de batalha a favor do governo.
Houve 56 ataques aéreos e bombardeio de artilharia na batalha de Palmira. O Estado Islâmico tentou resistir explodindo dois carros-bomba, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental que monitora a guerra civil síria.
Em cinco anos, mais de 270 mil pessoas foram mortas na guerra civil da Síria e 5 milhões fugiram do país.
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Estado Islâmico mata 41 pessoas em atentado no Iraque
Um atentado terrorista suicida matou 41 pessoas e deixou mais de 100 feridas numa explosão na arquibancada durante um jogo de futebol amador na cidade de Iskandaria, nos arredores de Bagdá, a capital do Iraque, noticiou a agência Reuters. O Estado Islâmico do Iraque e do Levante assumiu a responsabilidade pelo ataque.
Sob intensa pressão nos campos de batalha do Oriente Médio, sem vitória importantes em combates abertos desde maio de 2015, o Estado Islâmico recorre cada vez mais ao terrorismo, como vimos em 22 de março em Bruxelas, na Bélgica.
Serão necessários anos para derrotar o grupo militarmente no Oriente Médio, prevê a empresa de consultoria e análises estratégicas Stratfor, sem falar nos aliados no Oriente Médio, na África e na Ásia. Para se manter vivo como líder do movimento jihadista o EI precisa realizar mais ataques espetaculares contra grandes capitais do mundo.
Os ataques terroristas contra estádios haviam sido tentados anteriormente, inclusive nos atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris, quando o Estádio da França, na cidade-satélite de Saint-Denis, onde estava o presidente François Hollande, era um dos alvos. Quando não conseguiram entrar no estádio, os terroristas se explodiram do lado de fora.
É um alerta importante para a Olimpíada do Rio de Janeiro. O Brasil não é alvo, mas várias delegações estrangeiras podem ser.
Sob intensa pressão nos campos de batalha do Oriente Médio, sem vitória importantes em combates abertos desde maio de 2015, o Estado Islâmico recorre cada vez mais ao terrorismo, como vimos em 22 de março em Bruxelas, na Bélgica.
Serão necessários anos para derrotar o grupo militarmente no Oriente Médio, prevê a empresa de consultoria e análises estratégicas Stratfor, sem falar nos aliados no Oriente Médio, na África e na Ásia. Para se manter vivo como líder do movimento jihadista o EI precisa realizar mais ataques espetaculares contra grandes capitais do mundo.
Os ataques terroristas contra estádios haviam sido tentados anteriormente, inclusive nos atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris, quando o Estádio da França, na cidade-satélite de Saint-Denis, onde estava o presidente François Hollande, era um dos alvos. Quando não conseguiram entrar no estádio, os terroristas se explodiram do lado de fora.
É um alerta importante para a Olimpíada do Rio de Janeiro. O Brasil não é alvo, mas várias delegações estrangeiras podem ser.
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