Durante entrevista coletiva hoje em Havana ao lado do presidente Barack Obama, o ditador Raúl Castro negou que existam presos políticos em Cuba: "Dê-me uma lista e eles estarão soltos antes que chegue a noite."
Na conversa reservada dos dois líderes, Raúl afirmou que as relações bilaterais não serão normalizadas até que os Estados Unidos devolvam a Baía de Guantânamo, onde o governo americano mantém uma base militar desde a guerra contra a Espanha, em 1898, que levou à independência de Cuba. Na entrevista, insistiu também na revogação do embargo econômico em vigor desde 1962.
O presidente americano manifestou a certeza de que o novo relacionamento levará ao fim do embargo econômico à ilha. Como depende do Congresso, hoje dominado pela oposição conservadora, não fez previsão de data. E declarou: "O futuro de Cuba será definido pelos cubanos."
Ao ser questionado sobre a situação dos direitos humanos em Cuba, Raúl apontou problemas sociais nos EUA, como a falta de saúde e educação gratuitas para todos, a pobreza e a discriminação racial. A declaração de Raúl negando a existência de presos políticos no país foi reproduzida pelo jornal venezuelano El Nacional.
Obama admitiu que as diferenças de mais de 50 anos entre os dois países não serão resolvidas numa visita e defendeu o reatamento como benéfico para os dois povos: "É um novo dia nas relações entre EUA e Cuba."
Amanhã, ele se reúne com dissidentes, inclusive da Comissão de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional e do grupo dissidente das Damas de Branco, que teve várias militantes detidas no domingo, e faz um discurso a ser transmitido ao vivo pela televisão estatal cubana.
Depois, Obama viaja para a Argentina, num sinal de apoio dos EUA ao novo presidente, Mauricio Macri.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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