O presidente José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979, anunciou hoje que vai deixar o poder no fim do atual mandato, em 2018, noticiou a agência Reuters.
Santos não explicou as razões de sua aposentadoria. As atenções se voltam para as eleições parlamentares angolanas de 2017. O líder do partido vitorioso deve ser o próximo presidente do país.
Desde a independência de Portugal, em 1975, o mesmo partido, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), governa o país. Santos substituiu o líder histórico do partido, Agostinho Neto, que morreu em 1979.
A revolta de grupos anticomunistas contra a ditadura do MPLA provocou uma guerra civil que só terminou em 2002, com intervenções da África do Sul e de Cuba, na época aliada da União Soviética.
Com o declínio do comunismo como ideologia, Angola transformou-se numa cleptocracia. Isabel dos Santos, filha do presidente, é a mulher mais rica da África, com fortuna pessoal de US$ 4 bilhões.
O marqueteiro João Santana, que fez as últimas campanhas eleitorais de Lula e Dilma, ganhou US$ 50 milhões para fazer a última campanha de José Eduardo dos Santos. A Operação Lava Jato suspeita que a construtora Odebrecht, uma das líderes do cartel da corrupção na Petrobrás, tenha pago parte desse dinheiro.
Segundo maior produtor de petróleo da África, depois da Nigéria, e 16º maior do mundo, Angola sofre com a queda de mais de 70% nos preços internacionais do petróleo desde junho de 2014.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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