O consumo pessoal cresceu apenas 0,1% nos Estados Unidos em fevereiro de 2016, a mesma taxa de janeiro, apontando uma estagnação da maior economia do mundo, enquanto o índice de preços ao consumidor caiu de 1,2% em janeiro para 1% em fevereiro, revelou hoje o Departamento de Comércio, citado pela agência Reuters.
Diante da estagnação do consumo, responsável por dois terços do produto interno bruto dos EUA, de cerca de US$ 17,8 trilhões, os analistas reduziram em meio ponto percentual a expectativa de crescimento no primeiro trimestre para a média de 0,9% ao ano. O país cresceu 2,4% no ano passado. No último trimestre, o ritmo foi de 1,4% ao ano.
Assim, apesar do aquecimento do mercado de trabalho, o Comitê de Mercado Aberto da Reserva Federal (Fed), o comitê de política monetária do banco central dos EUA deve manter o gradualismo no aumento de suas taxas básicas de juros.
Como o mercado de trabalho apresentou um saldo positivo de 242 mil vagas de emprego em fevereiro e o índice de desemprego está em 4,9%, os analistas atribuem a queda no consumo à queda nos preços das ações no início do ano, que teria abalado a confiança dos consumidores. A renda pessoal cresceu 0,2% em fevereiro, depois de subir 0,5% em janeiro.
Em outro relatório, o Departamento de Comércio revelou um aumento do déficit comercial pelo quarto mês consecutivo, de US$ 62,2 bilhões em janeiro para US$ 62,9 bilhões em fevereiro, com a aumento nas exportações e queda nas importações.
A inflação anual baixou de 1,2% para 1%. O núcleo da inflação, excluídos os preços mais voláteis de energia e alimento, ficou em 1,7%, abaixo da meta informal perseguida pelo Fed de 2% ao ano. Para o economista Daniel Silver, do banco J P Morgan Chase em Nova York, "a tendência é de alta do núcleo da inflação".
O Fed aumentou em dezembro sua taxa básica pela primeira vez em quase dez anos, depois de mantê-las praticamente zeradas desde dezembro de 2008 para enfrentar a crise, subindo-a de uma faixa de 0 a 0,25% ao ano para 0,25% a 0,50% ao ano.
Com a desaceleração da China e a queda das bolsas no início do ano, o banco central americano foi muito criticado. Talvez fosse cedo demais. O relatório de emprego de fevereiro justificou a alta nos juros, mas a expectativa do mercado foi reduzida de quatro para duas elevações de juros ao longo do ano.
A Associação Nacional das Empresas do Mercado Imobiliário observou um aumento de 3,5% no número de contratos de compra e venda de imóveis residenciais usados em fevereiro, o melhor resultado em sete meses.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 28 de março de 2016
Consumo fica estagnado e inflação cai nos EUA
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