Diante da oposição do governo brasileiro, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu desistiu da nomeação do líder colono Dani Dayan, nascido na Argentina, para embaixador de Israel no Brasil, informou hoje o jornal The Times of Israel. Ele será indicado novo cônsul geral israelense em Nova York.
Netanyahu, que acumula o cargo de ministro do Exterior, nomeou Dayan em 5 de agosto de 2015 sem fazer as consultas diplomáticas de praxe para saber se a indicação seria aceita. O governo Dilma Rousseff rejeitou a indicação porque Dayan presidiu o Conselho Yesha, um comitê que representa os colonos assentados ilegalmente nos territórios árabes ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Com a guinada para a direita da política israelense nos últimos anos, partidos representantes dos colonos querem anexar a Cisjordânia, negando-se a devolver o território que seria a principal parte de uma Palestina independente. Isso levou a uma total estagnação no processo de paz.
Como o Brasil reconheceu a independência da Palestina, o governo brasileiro entende que aceitar Dayan seria uma contradição para sua política externa. Ele faz parte do grupo que quer simplesmente anexar a Cisjordânia.
Em janeiro, o primeiro-ministro Netanyahu deixou clara a intenção de manter a indicação de Dayan, mas, em 17 de março, o Ministério de Exterior de Israel publicou edital anunciando que procurava embaixadores para o Brasil, a Eritreia e a Hungria. No mesmo dia, declarou que a nomeação de Dayan estava mantida.
Nesta segunda-feira, em entrevista à Rádio do Exército de Israel, Dayan revelou que em agosto manifestara a Netanyahu o interesse em Nova York e tratou a rejeição brasileira com uma declaração triunfalista: "Aqueles que não queriam um líder dos colonos na sua capital agora terão um líder dos colonos na capital do mundo."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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2 comentários:
Taí um cara esperto, pulou fora para não ser o culpado por essa crise que o país passa.
Pegou um posto melhor do ponto de vista da qualidade de vida e se livrou de uma missão trabalhosa.
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