sábado, 12 de março de 2016

Oposição inicia campanha para derrubar Maduro na Venezuela

A oposição convocou uma grande manifestação popular de protesto para hoje, no início de uma campanha que pretende usar três instrumentos para derrubar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: pressão popular, um referendo para revogar o mandato presidencial e uma reforma constitucional. A concentração já começou, informa o jornal venezuelano El Nacional.

Maduro preside a um desastre sem precedentes na história econômica da Venezuela. Com a incompetência do chamado "socialismo do século 21" e a queda nos preços internacionais do petróleo, a economia encolheu 10% no ano passado e deve perder mais 8% neste ano. A inflação está em 275% ao ano e deve chegar a 720% em 2016 pelas previsões do Fundo Monetário Internacional.

O governo contratou a agência de comunicação brasileira Entrelinhas para tentar melhorar sua imagem. Maduro atribui a crise a uma "guerra econômica" movida pelas elites e pelo imperialismo americano contra a revolução bolivarista do finado caudilho Hugo Chávez.

Em entrevista ao jornal brasileiro Valor, o presidente do Banco Central da Venezuela, teve a desfaçatez de atribuir a inflação venezuelana ao boletim de notícias via Internet Dolar Today, que dá a cotação do bolívar em tempo real no mercado paralelo. Um dólar vale 1.211,54 e um euro, 1.351,71

Enquanto o presidente Barack Obama vai a Cuba no dia 21 e declara que melhorou as relações dos Estados Unidos com a América Latina por não hostilizar o regime chavista, o antiamericanismo é a pedra fundamental do discurso de Maduro.

"Não vamos mudar só o presidente, mas o governo", declarou Jesús Torrealba, secretário-geral da Mesa da Unidade Democrática (MUD), a coalizão oposicionista. "A unidade tomou a decisão unânime de usar todos os mecanismos de mudança."

Depois das manifestações de protesto, a Mesa da Unidade Democrática, a coalizão oposicionista pretende recolher assinaturas para submeter o mandato presidencial a um referendo revogatório, um instrumento da Constituição da República Bolivarista da Venezuela que permite deseleger políticos.

Na Assembleia Nacional, a maioria conquistada pela oposição nas eleições parlamentares de 6 de dezembro de 2015 vai propor uma emenda constitucional para encurtar o mandato de Maduro e antecipar para este a eleição presidencial prevista para 2019.

Como o regime chavista domina o Tribunal Supremo de Justiça, a Venezuela caminha para um duelo institucional. Maduro declarou que não renuncia, não aceita o referendo e muito menos a reforma constitucional.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quando não é uma ditadura, é um regime baseado no comunismo. quando é que a nossa america latrina sairá desse anacronismo em tempos de internet???