Um carro-bomba explodiu no início da noite de hoje em Ancara, a capital da Turquia, matando pelo menos 34 pessoas e deixando 125 feridas. As principais suspeitas recaem sobre grupos guerrilheiros curdos e a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Pouco depois, o governo turco impôs a censura a qualquer notícia sobre o atentado e responsabilizou o partido União Democrática do Curdistão Sírio (PYD), aliado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), dos curdos da Turquia.
Um ataque semelhante matou 28 pessoas na capital turca em fevereiro de 2016. Os Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK), uma dissidência do PKK, reivindicaram a autoria daquele atentado. Outro ataque com carro-bomba, que matou dez turistas alemães em Istambul em janeiro, foi atribuído ao Estado Islâmico.
A Turquia está em guerra em várias frentes. Faz fronteira com a Síria, onde curdos e o Estado Islâmico disputavam o controle do Norte da Síria. Depois de perder a maioria no Parlamento nas eleições de junho, o presidente Recep Tayyip Erdogan rompeu as negociações de paz com o PKK e reiniciou a guerra civil com os curdos.
Ao mesmo tempo, bombardeias os curdos sírios e iraquianos que lutam contra o Estado Islâmico para impedir a união do Curdistão iraquiano, que tem um governo semiautônomo com a região curda da Síria. Ainda derrubou um avião de guerra da Rússia, inimiga histórica, que não vai deixar de graça.
Com 2,7 milhões de refugiados sírios, a Turquia fez um acordo com a União Europeia para processar pedidos de asilo político em seu território, numa tentativa desesperada de conter a onda de refugiados que chega à Europa.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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