Talvez a execução tenha sido acelerada pela prisão de Salah Abdeslam em 18 de março e o risco de que mais terroristas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante fossem presos ou mortos. Os detalhes do ataque de 22 de março de 2016 a Bruxelas ainda estão sendo investigados. Os analistas observam que o planejamento foi ruim, mas as bombas usadas eram bem feitas.
O motorista de táxi que levou os terroristas para o aeroporto é uma testemunha importante. Ele acredita que a intenção deles era explodir muito mais bombas. Em nenhum momento, os terroristas deixaram o motorista tocar nas bagagens.
O taxista ajudou a polícia a encontrar um artefato que não explodiu. Disse ainda que os terroristas queriam levar cinco malas, mas só três couberam no carro.
Duas bombas foram detonadas no Aeroporto de Zaventem. Uma terceira foi descoberta pela polícia e destruída numa explosão controlada. Um fuzil Kalachnikov foi encontrado perto dos restos mortais de um dos homens-bomba. Isso confirma relatos de tiros antes das explosões.
De acordo com a rede de televisão americana CBS, foram encontrados mais dois artefatos com um total de 14 quilos do explosivo triacetona triperóxido (TATP). Provavelmente não couberam no táxi. Se tivessem explodido, o total de vítimas seria muito maior do que os 31 mortos e 270 feridos, dos quais 61 ainda estão em estado grave.
A TATP é extremamente sensível. A reação necessária para sintetizá-la pode provocar fogo, explosão e fumaça intensa. É uma substância que se degrada rapidamente, às vezes com uma explosão. Por isso, é difícil produzi-la em grande escala sem um bom domínio da técnica de fabricar bombas.
Essa célula terrorista, a mesma responsável pelos atentados que mataram 130 pessoas em 13 de novembro de 2015 em Paris, tem grande capacidade de fabricação de bombas. Os investigadores atribuem a Najim Laachraoui o talento para preparar bombas e coletes suicidas. Como ele morreu no aeroporto, esta célula terrorista terá de encontrar um novo armeiro.
Na busca, a polícia belga também encontrou centenas de litros de acetona e de água oxigenada. Diante destas quantidades, os inspetores suspeitam que os terroristas tenham um fornecedor capaz de entregar grandes volumes destes precursores de explosivos, usados para fabricar bombas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 23 de março de 2016
Atentados em Bruxelas foram menores do que planejado
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