sábado, 12 de março de 2016

Ditadura rejeita antecipar eleição presidencial na Síria

O regime de Bachar Assad vai enviar representantes para as negociações sobre a paz na Síria marcadas para amanhã, 13 de março, em Genebra, na Suíça, mas não está disposto a fazer concessões, indicou o ministro do Exterior, Walid al-Moallem, citado pela agência Reuters.

A oposição deve chegar hoje a Genebra por causa da ameaça dos governistas de se retirar se a delegação oposicionista não se apresentar em 24 horas.

Moallem rejeitou de antemão a exigência da oposição de convocação de uma eleição presidencial dentro de um ano e meio. Ainda em clima de guerra, a Síria vai realizar eleições parlamentares em 13 de abril. A oposição vai boicotar o pleito.

O Alto Comitê de Negociação, principal grupo oposicionista nas negociações, quer o estabelecimento de um cronograma de transição para um novo governo enquanto o regime só aceita um governo de união nacional sob o controle de Assad.

Mais de 260 mil pessoas foram mortas na guerra civil da Síria, o conflito mais violento em andamento hoje no mundo, iniciado em 15 de março de 2011 com a violência reação do governo às manifestações pacíficas pela liberalização do regime na chamada Primavera Árabe.

A anarquia e o caos na Síria levaram ao surgimento do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, o mais poderoso grupo terrorista muçulmano formado até hoje.

Desde 30 de setembro do ano passado, a Força Aérea da Rússia intervém militarmente na Síria em apoio ao aliado Bachar Assad, que parecia prestes a ser derrubado. Fortalecida, a ditadura não vê necessidade de fazer concessões.

Há uma trégua parcial em vigor desde 27 de fevereiro, várias vezes violada e ameaça de entrar em colapso. O Estado Islâmico e a Frente al-Nusra, braço armado da rede terrorista Al Caeda na guerra civil da Síria, estão excluídos do cessar-fogo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Os integrantes dessa rodada de negociações deveriam ser outros; EUA, Rússia, Arábia Saudita, Irã, Turquia. Sem a boa vontade desses, essa tragédia humana não terá fim.

Nelson Franco Jobim disse...

Todos esses países participam do processo de paz mediado pela ONU, o que não significa que cheguem a um acordo.