O presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush, renovou seu apoio ao primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, um dia depois que o jornal The New York Times publicou um documento do assessor de Segurança Nacional da Casa Branca dizendo que Maliki é incompetente ou incapaz de controlar a violência no Iraque.
Em encontro na Jordânia, Bush declarou que Maliki "é o homem certo no lugar certo". Mas ele seria fraco para impor sua autoridade às milícias sunitas e xiitas que travam uma verdadeira guerra civil no Iraque.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Inflação sobe 0,2% em outubro nos EUA
O núcleo do índice de crescimento de preços ao consumidor nos Estados Unidos, excluídos os preços de alimentos e energia, foi de 0,2% em outubro, 0,1 ponto acima da média das previsões do mercado financeiro. A taxa anual ficou em 2,4%, acima da faixa considerada ideal pelo Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, que é de 1% a 2% ao ano.
Com a queda dos preços da gasolina em setembro e outubro, a inflação em geral para o consumidor está em 1,5% ao ano.
Depois de dois meses fracos, o consumo real e a renda nominal cresceram 0,4%.
Com a queda dos preços da gasolina em setembro e outubro, a inflação em geral para o consumidor está em 1,5% ao ano.
Depois de dois meses fracos, o consumo real e a renda nominal cresceram 0,4%.
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
Produção industrial do Japão cresce 1,6% num mês
A produção industrial do Japão cresceu inesperadamente 1,6% de setembro para outubro, provocando uma alta de 1,39% hoje na Bolsa de Tóquio e gerando a expectativa de um aumento, em breve, da taxa básica de juros da segunda maior economia do mundo.
Al Caeda vê nova cruzada na viagem de Bento XVI
A rede terrorista Al Caeda, liderada por Ossama ben Laden, denunciou hoje a visita do papa Bento XVI à Turquia como "parte de uma nova cruzada contra o islamismo". Em resposta, o Vaticano declarou que estes comentários evidenciam a necessidade de combater "a violência praticada em nome de Deus".
Com espírito conciliador, além de dizer que "o Islã é uma religião de paz", o papa defendeu o ingresso da Turquia na União Européia, que praticamente congelou as negociações de acesso.
As cruzadas foram guerras travadas na Idade Média entre muçulmanos e cristãos que tentavam recuperar o controle sobre Jerusalém.
Com espírito conciliador, além de dizer que "o Islã é uma religião de paz", o papa defendeu o ingresso da Turquia na União Européia, que praticamente congelou as negociações de acesso.
As cruzadas foram guerras travadas na Idade Média entre muçulmanos e cristãos que tentavam recuperar o controle sobre Jerusalém.
Papa na Turquia tem mais segurança que Bush
A visita do papa Bento XVI à Turquia mobiliza um contingente de seguranças duas vezes maior do que a visita do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.
Em setembro, ao falar numa universidade alemã, o papa citou um imperador bizantino do século 14 que descreveu o Islamismo como uma religião da espada, guerreira. Embora as palavras não fossem do próprio papa, um acadêmico e intelectual que fazia uma reflexão sobre os problemas do mundo de hoje, a declaração provocou a ira dos muçulmanos em todo o mundo.
Agora, numa tentativa de desfazer o mal-entendido, Bento XVI afirmou que "o Islã é uma religião de paz" e apelou aos clérigos muçulmanos para que ajudem a conter a violência e o terrorismo.
Ao chegar, Bento XVI prestou homenagem a Kemal Ataturk, o fundador da república da Turquia em 1923, depois da derrota do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial. O kemalismo impôs um regime laico à Turquia, que tem uma parte na Europa, onde fica Istambul, sua maior cidade. É vista como uma ponte entre o Ocidente e o Oriente.
Os Estados Unidos gostariam que a Turquia entrasse para a União Européia como uma forma de combater o mito do choque de civilizações, da suposta incompatibilidade entre as culturas cristã e islâmica. Mas há sérias resistências dentro da Europa.
Em uma década, a Turquia terá uma população maior do que a Alemanha, hoje a maior nação da UE, mas com um nível socioeconômico muito mais baixo. Isto provocaria uma onda migratória de turcos que aceitariam salários mais baixos do que pagos aos europeus.
A tomada de Constantinopla pelos turcos, em 29 de maio de 1453, marcou não só a queda do Império Bizantino ou Império Romano Oriente como o fim da Idade Média. Por isso, comentários de um imperador bizantino ressoam tão profundamente na Turquia.
Em setembro, ao falar numa universidade alemã, o papa citou um imperador bizantino do século 14 que descreveu o Islamismo como uma religião da espada, guerreira. Embora as palavras não fossem do próprio papa, um acadêmico e intelectual que fazia uma reflexão sobre os problemas do mundo de hoje, a declaração provocou a ira dos muçulmanos em todo o mundo.
Agora, numa tentativa de desfazer o mal-entendido, Bento XVI afirmou que "o Islã é uma religião de paz" e apelou aos clérigos muçulmanos para que ajudem a conter a violência e o terrorismo.
Ao chegar, Bento XVI prestou homenagem a Kemal Ataturk, o fundador da república da Turquia em 1923, depois da derrota do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial. O kemalismo impôs um regime laico à Turquia, que tem uma parte na Europa, onde fica Istambul, sua maior cidade. É vista como uma ponte entre o Ocidente e o Oriente.
Os Estados Unidos gostariam que a Turquia entrasse para a União Européia como uma forma de combater o mito do choque de civilizações, da suposta incompatibilidade entre as culturas cristã e islâmica. Mas há sérias resistências dentro da Europa.
Em uma década, a Turquia terá uma população maior do que a Alemanha, hoje a maior nação da UE, mas com um nível socioeconômico muito mais baixo. Isto provocaria uma onda migratória de turcos que aceitariam salários mais baixos do que pagos aos europeus.
A tomada de Constantinopla pelos turcos, em 29 de maio de 1453, marcou não só a queda do Império Bizantino ou Império Romano Oriente como o fim da Idade Média. Por isso, comentários de um imperador bizantino ressoam tão profundamente na Turquia.
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Bush 2: A Missão foi lançado hoje no Rio
Com a palestra A Doutrina Bush diante do Eixo do Mal, foi lançado hoje meu primeiro livro, no Armazém Digital do Leblon, no Rio Design Leblon, na Rua Ataulfo de Paiva, a partir de 20 horas.
Agradeço a presença de dois embaixadores, três professores universitários, jornalistas, estudantes, parentes e amigos.
Agradeço a presença de dois embaixadores, três professores universitários, jornalistas, estudantes, parentes e amigos.
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Painel recomendará diálogo com inimigos
Os Estados Unidos devem partir para uma diplomacia regional agressiva no Oriente Médio, inclusive com uma abertura de diálogo com o Irã e a Síria, seus maiores inimigos entre os países da região. A recomendação está no rascunho do documento final do Grupo de Estudos sobre o Iraque, co-presidido pelo ex-secretário de Estado republicano James Baker e o ex-deputado democrata Lee Hamilton, revelado pelo jornal The New York Times.
No início dos trabalhos, Baker lembrou que, como secretário de Estado do pai de Bush, conversou com a Síria, que aderiu à coligação formada para expulsar os iraquianos do Kuwait. Em troca, os EUA consentiram com a dominação síria sobre o Líbano.
No início dos trabalhos, Baker lembrou que, como secretário de Estado do pai de Bush, conversou com a Síria, que aderiu à coligação formada para expulsar os iraquianos do Kuwait. Em troca, os EUA consentiram com a dominação síria sobre o Líbano.
Dólar cai diante do euro a menor cotação em 20 meses
Diante da expectativa de desaceleração da economia dos Estados Unidos e aumento da taxa de juros da zona do euro, o dólar caiu a sua cotação mais baixa diante da moeda comum européia em 20 meses, sendo cotado a US$ 1,317 por euro.
Isto já causa preocupação entre os exportadores europeus que têm nos EUA seu principal mercado.
Isto já causa preocupação entre os exportadores europeus que têm nos EUA seu principal mercado.
Chavista Rafael Correa vence no Equador
O economista nacionalista de esquerda Rafael Correa ganhou a eleição presidencial no Equador. A apuração inicial e três pesquisas de boca-de-urna lhe dão a vitória sobre o homem mais rico do país, o magnata da banana Álvaro Noboa, no segundo turno, realizado neste domingo.
Apurados 50% dos votos, Correa, que moderou o discurso no segundo turno e evitou comparações com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tinha 68% dos votos válidos. Noboa, que no final da campanha usou um discurso anticomunista acusando Correa de dividir o país, teve 32% mas vai pedir à Justiça a recontagem dos votos.
Correa prometeu acabar com a base militar americana de Manta, a única na América do Sul, suspender as negociações de livre comércio com os Estados Unidos e se aproximar do Mercosul. Na linha de Chávez, entende que a Comunidade Andina de Nações acabou por causa dos acordos de livre comércio com os EUA firmados pela Colômbia e pelo Peru.
Apurados 50% dos votos, Correa, que moderou o discurso no segundo turno e evitou comparações com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tinha 68% dos votos válidos. Noboa, que no final da campanha usou um discurso anticomunista acusando Correa de dividir o país, teve 32% mas vai pedir à Justiça a recontagem dos votos.
Correa prometeu acabar com a base militar americana de Manta, a única na América do Sul, suspender as negociações de livre comércio com os Estados Unidos e se aproximar do Mercosul. Na linha de Chávez, entende que a Comunidade Andina de Nações acabou por causa dos acordos de livre comércio com os EUA firmados pela Colômbia e pelo Peru.
"Só políticos podem salvar Iraque"
A única maneira de conter o banho de sangue no Iraque é um amplo acordo político entre as diferentes etnias e partidos, afirmou ontem o primeiro-ministro Nuri al-Maliki. Ele acredita que a situação só vai melhorar quando os líderes perceberem que "não há ganhadores nem perdedores nesta batalha".
O governo iraquiano prometeu prender os responsáveis pelos atentados que mataram mais de 200 pessoas no bairro xiita de Cidade Sader na semana passada. Mais 12 sunitas foram mortas em Bagdá neste domingo pelo fogo de morteiros. Um posto americano foi atingido e pegou fogo.
Dois fuzileiros navais dos Estados Unidos que haviam sido feridos na rebelada província de Anbar morreram, elevando para 2.869 o total de militares americanos mortos desde a invasão do Iraque em 20 de março, além de sete civis americanos contratados para trabalhar na reconstrução do país.
Em debate na rede de TV CNN, o ex-assessor de Segurança Nacional dos EUA no governo Jimmy Carter (1977-81), Zibgniew Brzezinski, afirmou que, quanto mais tempo os soldados americanos ficarem no Iraque, pior será a situação do país, descrevendo a intervenção militar como desastrosa.
Já o ex-secretário de Estado Henry Kissinger (1974-77), do Partido Republicano, entende que uma retirada sem um amplo acordo político envolvendo os países vizinhos do Iraque, inclusive o Irã e a Síria, seria catastrófica e provocaria novos intervenções militares ocidentais no Oriente Médio.
O governo iraquiano prometeu prender os responsáveis pelos atentados que mataram mais de 200 pessoas no bairro xiita de Cidade Sader na semana passada. Mais 12 sunitas foram mortas em Bagdá neste domingo pelo fogo de morteiros. Um posto americano foi atingido e pegou fogo.
Dois fuzileiros navais dos Estados Unidos que haviam sido feridos na rebelada província de Anbar morreram, elevando para 2.869 o total de militares americanos mortos desde a invasão do Iraque em 20 de março, além de sete civis americanos contratados para trabalhar na reconstrução do país.
Em debate na rede de TV CNN, o ex-assessor de Segurança Nacional dos EUA no governo Jimmy Carter (1977-81), Zibgniew Brzezinski, afirmou que, quanto mais tempo os soldados americanos ficarem no Iraque, pior será a situação do país, descrevendo a intervenção militar como desastrosa.
Já o ex-secretário de Estado Henry Kissinger (1974-77), do Partido Republicano, entende que uma retirada sem um amplo acordo político envolvendo os países vizinhos do Iraque, inclusive o Irã e a Síria, seria catastrófica e provocaria novos intervenções militares ocidentais no Oriente Médio.
domingo, 26 de novembro de 2006
O Iraque está em guerra civil?
Com mais de 200 mortos num só atentado deflagrando novas rodadas de vinganças de parte a parte entre sunitas e xiitas, a dúvida é se o Iraque está à beira de uma guerra civil ou se já está mergulhado nela.
É uma questão de conceito, diz Edward Wong no New York Times de hoje.
Para a maioria dos acadêmicos americanos, há dois critérios. É preciso haver pelo menos dois grupos do mesmo país lutando pelo controle do Estado, para tornar uma parte do país independente ou para provocar uma grande mudança política. O segundo critério é pelo menos mil mortes, sendo pelo menos 100 de cada lado.
Por esta definição, inequivocamente, o Iraque está em guerra civil.
Com pelo menos 50 mil civis mortos desde a invasão americana de março de 2003, a guerra civil iraquiana seria comparável às da Bósnia-Herzegovina e do Burúndi, na opinião da James Fearon e David Laitin, da Universidade de Stanford.
Mas o historiadoriador militar inglês, John Keegan, editor de defesa do jornal britânico The Daily Telegraph, discorda. Ele entende que os dois grupos precisam de líderes com objetivo claro de tomar o poder do Estado, que se enfrentem em batalhas e tenham seus próprios uniformes e bandeiras. Neste sentido, o Iraque ainda não estaria em guerra civil.
É uma questão de conceito, diz Edward Wong no New York Times de hoje.
Para a maioria dos acadêmicos americanos, há dois critérios. É preciso haver pelo menos dois grupos do mesmo país lutando pelo controle do Estado, para tornar uma parte do país independente ou para provocar uma grande mudança política. O segundo critério é pelo menos mil mortes, sendo pelo menos 100 de cada lado.
Por esta definição, inequivocamente, o Iraque está em guerra civil.
Com pelo menos 50 mil civis mortos desde a invasão americana de março de 2003, a guerra civil iraquiana seria comparável às da Bósnia-Herzegovina e do Burúndi, na opinião da James Fearon e David Laitin, da Universidade de Stanford.
Mas o historiadoriador militar inglês, John Keegan, editor de defesa do jornal britânico The Daily Telegraph, discorda. Ele entende que os dois grupos precisam de líderes com objetivo claro de tomar o poder do Estado, que se enfrentem em batalhas e tenham seus próprios uniformes e bandeiras. Neste sentido, o Iraque ainda não estaria em guerra civil.
sábado, 25 de novembro de 2006
PARCERIA COM A CULTURA
A partir de hoje, este blog é parceiro da Livraria Cultura. Quem fizer compras na Cultura usando o link deste blog com o site da livraria estará colaborando com a manutenção de Vida Global, que receberá uma comissão de 4%.
OTAN dará mais atenção a terrorismo e proliferação de armas de destruição em massa
Em nova mudança estratégica, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar dos Estados Unidos e do Canadá com a Europa, vai intensificar as ações antiterroristas, de segurança cibernética, proteção de recursos naturais e contra a proliferação de armas de destruição em massa, revela o jornal inglês Financial Times.
Na reunião de cúpula da OTAN que começa terça-feira em Riga, na Letônia, com a presença dos presidentes dos EUA, George W. Bush, e da França, Jacques Chirac, e do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, líderes das grandes potências militares da aliança atlântica, deve ser aprovado um documento adaptando a OTAN aos novos desafios de segurança do século 21.
O documento, obtido pelo FT, propõe-se a dar "uma orientação política à contínua transformação da OTAN nos próximos 10 ou 15 anos". Aponta o terrorismo e as armas de destruição em massa como principais ameaças aos seus 26 países-membros.
A OTAN, criada em 1949 para conter a União Soviética durante a Guerra Fria, apresenta-se como a mais bem-sucedida aliança militar de todos os tempos por ter derrotado sua inimiga sem disparar um tiro. Seu propósito era defender os países-membros, não atuando fora de sua área.
Depois do fim da confrontação estratégica entre capitalismo e comunismo, tornou-se ainda mais um braço armado da política externa dos EUA, intervindo nos conflitos que destruíram a antiga Iugoslávia. Foi a primeira vez entrou em ação oficialmente como OTAN, embora sua estrutura militar tenha sido usada na guerra para expulsar os iraquianos do Kuwait, em 1991,
Aos seus 50 anos, em 1999, reformulou sua estratégia para atuar em intervenções humanitárias e atacou a Sérvia na Guerra do Kossovo.
Em 2001, depois dos atentados de 11 de setembro contra os EUA, reiterou o princípio de que um ataque contra um país-membros é um ataque contra todos, oferecendo-se para lutar na guerra do Afeganistão. Mas os EUA, que acreditavam ter lutado de mãos atadas no Kossovo porque dependiam do consenso dos então 19 países-membros, preferiram usar apenas seletivamente as forças de suas aliados.
Hoje a OTAN trava a maior parte dos combates contra a renascida milícia dos talebã (estudantes), que dominou o Afeganistão de 1996 a 2001.
O documento prevê que a OTAN possa travar duas guerras ao mesmo tempo e que esteja preparada para um número crescente de pequenas operações. Isto exige a criação de uma força de reação rápida.
Entre os novos objetivos da aliança, estão "a capacidade para deter, defender e proteger os territórios, forças, infra-estrutura e populações da aliança", o que abre caminho para aumentar o papel da OTAN na segurança interna, uma questão polêmica.
Em entrevista ao jornal espanhol El País, o secretário-geral da OTAN, Jaap de Hoop Scheffer, declarou que "seria um erro transformar a OTAN em polícia do mundo.
Outra preocupação expressa no documento é "a habilidade para proteger sistemas de informação da importância crítica para a aliança contra ataques cibernéticos", assim como "a habilidade de identificar elementos hostis, inclusive em áreas urbanas, para conduzir suas operações de modo que minimize danos não-intencionais e o risco para nossas forças".
A OTAN considera "improváveis agressões convencionais em grandes escala", prevendo que "os futuros ataques devem se originar fora da área euro-atlântica e envolver formas não convencionais de ataque", como em 11 de setembro de 2001.
Na reunião de cúpula da OTAN que começa terça-feira em Riga, na Letônia, com a presença dos presidentes dos EUA, George W. Bush, e da França, Jacques Chirac, e do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, líderes das grandes potências militares da aliança atlântica, deve ser aprovado um documento adaptando a OTAN aos novos desafios de segurança do século 21.
O documento, obtido pelo FT, propõe-se a dar "uma orientação política à contínua transformação da OTAN nos próximos 10 ou 15 anos". Aponta o terrorismo e as armas de destruição em massa como principais ameaças aos seus 26 países-membros.
A OTAN, criada em 1949 para conter a União Soviética durante a Guerra Fria, apresenta-se como a mais bem-sucedida aliança militar de todos os tempos por ter derrotado sua inimiga sem disparar um tiro. Seu propósito era defender os países-membros, não atuando fora de sua área.
Depois do fim da confrontação estratégica entre capitalismo e comunismo, tornou-se ainda mais um braço armado da política externa dos EUA, intervindo nos conflitos que destruíram a antiga Iugoslávia. Foi a primeira vez entrou em ação oficialmente como OTAN, embora sua estrutura militar tenha sido usada na guerra para expulsar os iraquianos do Kuwait, em 1991,
Aos seus 50 anos, em 1999, reformulou sua estratégia para atuar em intervenções humanitárias e atacou a Sérvia na Guerra do Kossovo.
Em 2001, depois dos atentados de 11 de setembro contra os EUA, reiterou o princípio de que um ataque contra um país-membros é um ataque contra todos, oferecendo-se para lutar na guerra do Afeganistão. Mas os EUA, que acreditavam ter lutado de mãos atadas no Kossovo porque dependiam do consenso dos então 19 países-membros, preferiram usar apenas seletivamente as forças de suas aliados.
Hoje a OTAN trava a maior parte dos combates contra a renascida milícia dos talebã (estudantes), que dominou o Afeganistão de 1996 a 2001.
O documento prevê que a OTAN possa travar duas guerras ao mesmo tempo e que esteja preparada para um número crescente de pequenas operações. Isto exige a criação de uma força de reação rápida.
Entre os novos objetivos da aliança, estão "a capacidade para deter, defender e proteger os territórios, forças, infra-estrutura e populações da aliança", o que abre caminho para aumentar o papel da OTAN na segurança interna, uma questão polêmica.
Em entrevista ao jornal espanhol El País, o secretário-geral da OTAN, Jaap de Hoop Scheffer, declarou que "seria um erro transformar a OTAN em polícia do mundo.
Outra preocupação expressa no documento é "a habilidade para proteger sistemas de informação da importância crítica para a aliança contra ataques cibernéticos", assim como "a habilidade de identificar elementos hostis, inclusive em áreas urbanas, para conduzir suas operações de modo que minimize danos não-intencionais e o risco para nossas forças".
A OTAN considera "improváveis agressões convencionais em grandes escala", prevendo que "os futuros ataques devem se originar fora da área euro-atlântica e envolver formas não convencionais de ataque", como em 11 de setembro de 2001.
Vice de Bush discute Oriente Médio com sauditas
O todo-poderoso vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, um dos principais responsáveis pela invasão do Iraque, chegou hoje à Arábia Saudita para discutir com um dos principais aliados no Oriente Médio alternativas para pacificar a região e contar o Irã, acusado de desenvolver armas atômicas. A intenção é preparar uma nova iniciativa de paz que contemple também os conflitos no Líbano e entre Israel e os palestinos.
Como um país sunita, a Arábia Saudita preocupa-se com a expansão do chamado crescente xiita, que incluiria o Irã, a maioria xiita no Iraque e a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), que aumentou seu cacife político no Líbano ao resistir, em julho e agosto, a uma grande ofensiva militar israelense.
No Líbano, a tensão aumentou ainda mais nesta semana com o assassinato do ministro cristão Pierre Gemayel, um dos principais críticos da influência síria em seu país, deixando-o mais uma vez à beira da guerra civil.
Na próxima semana, o presidente George Walker Bush vai se encontrar com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki. Há dois dias, Bagdá sofreu o pior ataque terrorista desde a invasão americana de março de 2003. Mais de 200 xiitas foram mortos numa série de explosões de quatro carros-bomba, complementadas com ataques com granadas.
Como um país sunita, a Arábia Saudita preocupa-se com a expansão do chamado crescente xiita, que incluiria o Irã, a maioria xiita no Iraque e a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), que aumentou seu cacife político no Líbano ao resistir, em julho e agosto, a uma grande ofensiva militar israelense.
No Líbano, a tensão aumentou ainda mais nesta semana com o assassinato do ministro cristão Pierre Gemayel, um dos principais críticos da influência síria em seu país, deixando-o mais uma vez à beira da guerra civil.
Na próxima semana, o presidente George Walker Bush vai se encontrar com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki. Há dois dias, Bagdá sofreu o pior ataque terrorista desde a invasão americana de março de 2003. Mais de 200 xiitas foram mortos numa série de explosões de quatro carros-bomba, complementadas com ataques com granadas.
Pesquisas dão vantagem a chavista no Equador
Um Equador dividido escolhe neste domingo o próximo presidente da república. As últimas pesquisas indicam uma pequena vantagem do candidato nacionalista Rafael Correa, apoiado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, sobre o bilionário Álvaro Noboa, o "rei da banana", homem mais rico do país.
Na última sondagem do instituto Cedatos-Gallup, Correa tem 42% das preferências contra 40% para Noboa, com 17% de indecisos. Em outra, considerando apenas os votos válidos, o chavista tem 52% contra 48% do magnata.
Cerca de 9,1 milhões estão aptos a votar neste país andino de 13,4 milhões de habitantes onde nenhum presidente eleito chegou ao fim do mandato nos últimos 10 anos.
"Tudo pode acontecer", disse Polibio Córdoba, diretor do Cedatos-Gallup. O maior temor é que o perdedor não reconheça a derrota e proclame a formação de um governo paralelo como fez no México o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, vencido por pouco mais de 200 mil votos na eleição de 2 de julho passado.
Na reta final da campanha, Noboa tratou de amedrontar o eleitorado. De Bíblia na mão, no comício de encerramento de sua campanha em Guaiaquil, a maior e mais rica cidade do Equador, afirmou que "Correa pretende formar um ministério com terroristas e chavistas - a esquerda mais extremista -, comunistas que querem uma insurreição", pintando seu adversário como "um diabo comunista, mentiroso, vicioso e com problemas psicológicos".
Dirigindo-se a Correa, declarou: "Que pensas: que os pobres são brutos? Sabemos que es comunista e que queres que corra o sangue do povo, recessão e desemprego, governar como um ditador". Ainda acusou o adversário de acabar com a dolarização adotada em 1999 para acabar com a hiperinflação.
Por sua vez, Correa tratou de se afastar de Chávez na campanha do segundo turno. Negou que pretenda acabar com a dolarização mas assustou o mercado ameaçando não pagar a dívida equatoriana para atender às necessidades dos mais pobres. Prometeu também construir 300 mil casas populares por ano, o que é considerado inviável pelos analistas.
Correa acusou os partidos tradicionais, que chamou de "máfias", de conspiração para fraudar a eleição em conluio com o Tribunal Supremo Eleitoral, que disse ser controlado por eles: "Junto com os canais de televisão ligados a banqueiros corruptos, vão fraudar a eleição".
Na última sondagem do instituto Cedatos-Gallup, Correa tem 42% das preferências contra 40% para Noboa, com 17% de indecisos. Em outra, considerando apenas os votos válidos, o chavista tem 52% contra 48% do magnata.
Cerca de 9,1 milhões estão aptos a votar neste país andino de 13,4 milhões de habitantes onde nenhum presidente eleito chegou ao fim do mandato nos últimos 10 anos.
"Tudo pode acontecer", disse Polibio Córdoba, diretor do Cedatos-Gallup. O maior temor é que o perdedor não reconheça a derrota e proclame a formação de um governo paralelo como fez no México o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, vencido por pouco mais de 200 mil votos na eleição de 2 de julho passado.
Na reta final da campanha, Noboa tratou de amedrontar o eleitorado. De Bíblia na mão, no comício de encerramento de sua campanha em Guaiaquil, a maior e mais rica cidade do Equador, afirmou que "Correa pretende formar um ministério com terroristas e chavistas - a esquerda mais extremista -, comunistas que querem uma insurreição", pintando seu adversário como "um diabo comunista, mentiroso, vicioso e com problemas psicológicos".
Dirigindo-se a Correa, declarou: "Que pensas: que os pobres são brutos? Sabemos que es comunista e que queres que corra o sangue do povo, recessão e desemprego, governar como um ditador". Ainda acusou o adversário de acabar com a dolarização adotada em 1999 para acabar com a hiperinflação.
Por sua vez, Correa tratou de se afastar de Chávez na campanha do segundo turno. Negou que pretenda acabar com a dolarização mas assustou o mercado ameaçando não pagar a dívida equatoriana para atender às necessidades dos mais pobres. Prometeu também construir 300 mil casas populares por ano, o que é considerado inviável pelos analistas.
Correa acusou os partidos tradicionais, que chamou de "máfias", de conspiração para fraudar a eleição em conluio com o Tribunal Supremo Eleitoral, que disse ser controlado por eles: "Junto com os canais de televisão ligados a banqueiros corruptos, vão fraudar a eleição".
Neofascista tem 17% das preferências na França
O líder neofascista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, tem 17% das intenções de voto para a eleição presidencial do ano que vem na França, repetindo seu desempenho em 2002, quando surpreendentemente chegou ao segundo turno, provocando um terremoto na política francesa.
Em pesquisa divulgada ontem pelo jornal Le Monde, Le Pen aparece em terceiro lugar, atrás da candidata socialista Ségolène Royal, a grande sensação eleitoral francesa, e do ministro do Interior, Nicolás Sarkozy, provável candidato da direita.
Mas é improvável que Le Pen chegue ao segundo turno mais uma vez. Em 2002, o eleitorado de esquerda estava insatisfeito com o então primeiro-ministro socialista Lionel Jospin, que governava em coabitação com o presidente conservador Jacques Chirac.
Jospin tomara medidas impopulares para controlar o déficit orçamentário e a dívida pública, desagradando a esquerda francesa. Num voto de protesto, 11% votaram em candidatos de extrema esquerda, na certeza de que estariam com Jospin no segundo turno. Em 21 de abril de 2002, num dia tristemente histórico para a França, pela primeira vez um neofascista que nega a ocorrência do Holocausto, chegava ao segundo turno.
Resultado: a esquerda foi obrigada a tapar no nariz e votar em Chirac, um líder corrupto e conservador. Le Pen, que conseguira pouco menos de 17% dos votos no primeiro turno, mal passou de 18%. Mas o estrago estava feito.
Agora, será diferente. O Partido Socialista escolheu uma candidata para ganhar, mesmo que algumas correntes a considerem liberal demais. Ségolène Royal pode ser a primeira mulher a chegar à Presidência da França.
Do outro lado, Sarkozy é um ministro do Interior linha-dura que dá ênfase à segurança pública, com um discurso para roubar votos da Frente Nacional. Mas, no momento, Le Pen mantém o desempenho de 2002.
Em pesquisa divulgada ontem pelo jornal Le Monde, Le Pen aparece em terceiro lugar, atrás da candidata socialista Ségolène Royal, a grande sensação eleitoral francesa, e do ministro do Interior, Nicolás Sarkozy, provável candidato da direita.
Mas é improvável que Le Pen chegue ao segundo turno mais uma vez. Em 2002, o eleitorado de esquerda estava insatisfeito com o então primeiro-ministro socialista Lionel Jospin, que governava em coabitação com o presidente conservador Jacques Chirac.
Jospin tomara medidas impopulares para controlar o déficit orçamentário e a dívida pública, desagradando a esquerda francesa. Num voto de protesto, 11% votaram em candidatos de extrema esquerda, na certeza de que estariam com Jospin no segundo turno. Em 21 de abril de 2002, num dia tristemente histórico para a França, pela primeira vez um neofascista que nega a ocorrência do Holocausto, chegava ao segundo turno.
Resultado: a esquerda foi obrigada a tapar no nariz e votar em Chirac, um líder corrupto e conservador. Le Pen, que conseguira pouco menos de 17% dos votos no primeiro turno, mal passou de 18%. Mas o estrago estava feito.
Agora, será diferente. O Partido Socialista escolheu uma candidata para ganhar, mesmo que algumas correntes a considerem liberal demais. Ségolène Royal pode ser a primeira mulher a chegar à Presidência da França.
Do outro lado, Sarkozy é um ministro do Interior linha-dura que dá ênfase à segurança pública, com um discurso para roubar votos da Frente Nacional. Mas, no momento, Le Pen mantém o desempenho de 2002.
Uruguai vai à Corte de Haia na 'guerra das papeleiras'
O governo do Uruguai vai recorrer à Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, com sede em Haia, na Holanda. Quer o fim do bloqueio de uma ponte que liga o país à Argentina, feito por ativistas que protestam contra a construção de uma fábrica de papel e celulose em Fray Bentos, na margem oriental do Rio Uruguai, na chamada 'guerra das papeleiras'.
No final de abril, os manifestantes suspenderam um bloqueio de 40 dias de duas das três pontes que unem os dois países por sobre o Rio Uruguai. No início do mês, durante a Reunião de Cúpula Ibero-Americana, realizada este ano em Montevidéu, voltaram a bloquear a passagem em Gualeguaychú, na província argentina de Entre Ríos, que fica diante da fábrica, na margem ocidental do rio.
Isto aumentou o tráfego na Ponte General Artigas, que liga Paysandú, no Uruguai, a Colón, na Argentina. Agora os manifestantes ameaçam bloqueá-la também. Eles estão organizando um protesto na Praça de Maio, em Buenos Aires, para 12 de dezembro.
Nesta semana, o Banco Mundial aprovou empréstimos à empresa finlandesa Botnia, que está realizando investimentos considerados importantes para a economia uruguaia. Em protesto, o presidente argentino, Néstor Kirchner, acusou seu colega uruguaio, Tabaré Vázquez, de "intransigente".
Para o Uruguai, a construção da fábrica tornou-se uma questão de soberania nacional. A Argentina já recorreu à Corte de Haia, alegando que o projeto viola o tratado bilateral sobre o uso do Rio Uruguai. O Uruguai apelou ao Mercosul mas Kirchner vetou uma tentativa de mediação brasileira, o que enfraqueceu o bloco, provocando ameaças uruguaias de sair do Mercosul.
Como a China está instalando uma fábrica de automóveis no Uruguai tendo em vista os mercados do Brasil e da Argentina, é improvável que o Uruguai saia do Mercosul.
Kirchner preferiu a mediação do rei Juan Carlos, da Espanha, um sinal da fragilidade do Mercosul, já que uma das prioridades do bloco regional deveria ser a solução pacífica dos conflitos entre seus países-membros.
No final de abril, os manifestantes suspenderam um bloqueio de 40 dias de duas das três pontes que unem os dois países por sobre o Rio Uruguai. No início do mês, durante a Reunião de Cúpula Ibero-Americana, realizada este ano em Montevidéu, voltaram a bloquear a passagem em Gualeguaychú, na província argentina de Entre Ríos, que fica diante da fábrica, na margem ocidental do rio.
Isto aumentou o tráfego na Ponte General Artigas, que liga Paysandú, no Uruguai, a Colón, na Argentina. Agora os manifestantes ameaçam bloqueá-la também. Eles estão organizando um protesto na Praça de Maio, em Buenos Aires, para 12 de dezembro.
Nesta semana, o Banco Mundial aprovou empréstimos à empresa finlandesa Botnia, que está realizando investimentos considerados importantes para a economia uruguaia. Em protesto, o presidente argentino, Néstor Kirchner, acusou seu colega uruguaio, Tabaré Vázquez, de "intransigente".
Para o Uruguai, a construção da fábrica tornou-se uma questão de soberania nacional. A Argentina já recorreu à Corte de Haia, alegando que o projeto viola o tratado bilateral sobre o uso do Rio Uruguai. O Uruguai apelou ao Mercosul mas Kirchner vetou uma tentativa de mediação brasileira, o que enfraqueceu o bloco, provocando ameaças uruguaias de sair do Mercosul.
Como a China está instalando uma fábrica de automóveis no Uruguai tendo em vista os mercados do Brasil e da Argentina, é improvável que o Uruguai saia do Mercosul.
Kirchner preferiu a mediação do rei Juan Carlos, da Espanha, um sinal da fragilidade do Mercosul, já que uma das prioridades do bloco regional deveria ser a solução pacífica dos conflitos entre seus países-membros.
Ativismo de Chávez provoca crise com Argentina
O governo da Argentina espera que o embaixador da Venezuela, Roger Capella, não volte mais para o posto em Buenos Aires. Seu retorno seria encarado como um desafio do presidente venezueluano, Hugo Chávez, a seu colega argentino, Néstor Kirchner.
"Kirchner não pediu sua remoção mas deixou claro a Chávez que as ações de Capella pegaram mal", disse um alto funcionário argentino ao jornal La Nación.
Entre outras coisas, o embaixador venezuelano financiou grupos de esquerda como o Partido Comunista, os piqueteiros da Federação Terra e Moradia, liderados por Luis D'Elia, e incentivou os movimentos sociais a pressionar o governo em defesa do Irã, país aliado de Chávez que é acusado pelo atentado terrorista que matou 98 pessoas num central cultural israelense em 1994.
Além disso, o governo argentino deplora diversos atos de "diplomacia ativa" da Venezuela, como a distribuição de ajuda e conferências acadêmicas para promover sua "revolução bolivarista". Kirchner está mais interessado em manter boas relações com os Estados Unidos e Israel.
O governo Kirchner afirma que o Caso Capella não afetará as relações bilaterais mas elas devem se limitar a questões econômicas: Mercosul, os bônus argentinos comprados por Chávez, petróleo e gás.
Na Casa Rosada, sede do governo argentino, atribui-se as iniciativas de Capella a uma disputa de poder interna do chavismo em que ele representaria a esquerda mais radical. O embaixador articulou a Contracúpula das Américas, em novembro passado, em Mar del Plata, da qual participaram Chávez e um deputado kirchnerista.
"Kirchner não pediu sua remoção mas deixou claro a Chávez que as ações de Capella pegaram mal", disse um alto funcionário argentino ao jornal La Nación.
Entre outras coisas, o embaixador venezuelano financiou grupos de esquerda como o Partido Comunista, os piqueteiros da Federação Terra e Moradia, liderados por Luis D'Elia, e incentivou os movimentos sociais a pressionar o governo em defesa do Irã, país aliado de Chávez que é acusado pelo atentado terrorista que matou 98 pessoas num central cultural israelense em 1994.
Além disso, o governo argentino deplora diversos atos de "diplomacia ativa" da Venezuela, como a distribuição de ajuda e conferências acadêmicas para promover sua "revolução bolivarista". Kirchner está mais interessado em manter boas relações com os Estados Unidos e Israel.
O governo Kirchner afirma que o Caso Capella não afetará as relações bilaterais mas elas devem se limitar a questões econômicas: Mercosul, os bônus argentinos comprados por Chávez, petróleo e gás.
Na Casa Rosada, sede do governo argentino, atribui-se as iniciativas de Capella a uma disputa de poder interna do chavismo em que ele representaria a esquerda mais radical. O embaixador articulou a Contracúpula das Américas, em novembro passado, em Mar del Plata, da qual participaram Chávez e um deputado kirchnerista.
sexta-feira, 24 de novembro de 2006
Xiitas queimam sunitas vivos em Bagdá
Em vingança pelo ataque que matou 215 pessoas ontem no maior bairro xiita da capital do Iraque, milícias xiitas queimaram seis sunitas vivos. Ao todo 25 sunitas foram mortos em diferentes atos de vingança.
Ex-espião russo acusou Putin por sua morte
Em declaração divulgada após sua morte, o ex-agente secreto russo Alexander Litvinenko acusou o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Ele foi envenenado em 1 de novembro no estilo da Guerra Fria, durante encontro num restaurante japonês de Londres com um contato que lhe prometeu informações incriminando o governo russo pelo assassinato, em outubro, da jornalista Anna Politkovskaya, crítica feroz da atuação das Forças Armadas da Rússia na república rebelde da Chechênia.
A substância usada ainda não foi identificada. A polícia britânica investiga a presença de radioatividade no corpo do ex-espião. Foi encontrada grande quantidade de radiação alfa. O material radioativo era Polônio-210.
No final da nota, depois de agradecer aos britânicos pelas mensagens de apoio e de se declarar orgulhoso por ter se tornado cidadão do Reino Unido, Litvinenko dirigiu-se ao dirigente russo. Antes de se tornar primeiro-ministro e presidente, Putin chefiava o Escritório Federal de Segurança (FSB, do inglês), sucessor do KGB (Comitê de Defesa do Estado), a temida polícia política da extinta União Soviética.
"Você pode ter sucesso em me silenciar mas este silêncio vem com um preço", denunciou Litvinenko. "Você mostrou ser bárbaro e inescrupuloso como seus críticos mais hostis alegam.
"Você mostrou não ter respeito pela vida, pela liberdade e por qualquer valor civilizado. Você se mostrou indigno do cargo que ocupa, indigno da confiança de homens e mulheres civilizados.
"Você pode ter sucesso em silenciar um homem mas o grito de protesto vai reverberar ao redor do mundo, Sr. Putin, em seus ouvidos pelo resto da vida.
"Que Deus o perdoe pelo que tem feito, não apenas para mim mas para a Rússia amada e seu povo."
A substância usada ainda não foi identificada. A polícia britânica investiga a presença de radioatividade no corpo do ex-espião. Foi encontrada grande quantidade de radiação alfa. O material radioativo era Polônio-210.
No final da nota, depois de agradecer aos britânicos pelas mensagens de apoio e de se declarar orgulhoso por ter se tornado cidadão do Reino Unido, Litvinenko dirigiu-se ao dirigente russo. Antes de se tornar primeiro-ministro e presidente, Putin chefiava o Escritório Federal de Segurança (FSB, do inglês), sucessor do KGB (Comitê de Defesa do Estado), a temida polícia política da extinta União Soviética.
"Você pode ter sucesso em me silenciar mas este silêncio vem com um preço", denunciou Litvinenko. "Você mostrou ser bárbaro e inescrupuloso como seus críticos mais hostis alegam.
"Você mostrou não ter respeito pela vida, pela liberdade e por qualquer valor civilizado. Você se mostrou indigno do cargo que ocupa, indigno da confiança de homens e mulheres civilizados.
"Você pode ter sucesso em silenciar um homem mas o grito de protesto vai reverberar ao redor do mundo, Sr. Putin, em seus ouvidos pelo resto da vida.
"Que Deus o perdoe pelo que tem feito, não apenas para mim mas para a Rússia amada e seu povo."
América Latina teme protecionismo democrata
A derrota do Partido Republicano e do presidente George Walker Bush nas eleições de 7 de novembro para o Congresso dos Estados Unidos foi festejada na América Latina. É uma das regiões onde o antiamericanismo é mais forte por viver sob a área de influência direta da única superpotência. Mas agora que a situação começa a ser encarada com maior realismo, os latino-americanos temem o protecionismo do Partido Democrata por causa da sua ligação com os sindicatos.
Se os acordos de livre comércio com a Colômbia e o Peru "não forem aprovados no Congresso, saem fortalecidos políticos como [o presidente da Venezuela, Hugo] Chávez e os velhos argumentos de que não se pode confiar nos EUA e de o livre comércio não funciona", declarou em Washington o economista peruano Hernando de Soto, assessor do presidente Alan García e um dos principais lobistas que tenta sensibilizar deputados e senadores americanos.
Estes dois países já têm acordos preferenciais de comércio com os EUA assinados em 1991 para desestimular a produção de cocaína, que precisam ser renovados. Sem um crescimento econômico que lhes permita combater a miséria da maioria da população, a expansão da economia da droga é inevitável.
"Seria um desastre", comentou o ex-ministro da Fazenda da Colômbia, Sergio Clavijo. "Sem o crescimento das exportações, o narcotráfico é a única saída". Mas isto não parece sensibilizar os congressistas americanos.
As exportações peruanas que se beneficiam do acordo para combater a droga chegam a US$ 2 bilhões anuais e garantem 500 mil empregos.
"Os investidores não correrão riscos se o acesso ao mercado não estiver garantido", advertiu o presidente colombiano, Álvaro Uribe, principal aliado dos EUA na América do Sul. Esta incerteza custou 7 mil empregos na Colômbia nos últimos quatro meses.
Desde 2000, desapareceram 3 milhões de empregos na indústria nos EUA e a pressão da concorrência da mão-de-obra barata de países em desenvolvimento, sobretudo da China, provoca um achatamento nos salários americanos.
"A mensagem desta eleição para mim é que todos estes acordos comerciais precisam ser renegociados", declarou ao jornal The Washington Post o deputado Sherrod Brown, que conquistou uma cadeira no Senado por Ohio prometendo defender o emprego. "Quando uma fábrica com 300 empregados fecha numa cidade de 20 mil habitantes, atinge famílias e destrói comunidades".
Outro proeminente líder democrata, o deputado Charles Rangel, já enviou uma carta à representante comercial dos EUA propondo a inclusão de cláusulas trabalhistas nos acordos com a Colômbia e o Peru. As renegociações dificilmente seriam concluídas antes do final de junho de 2007, quando vence a Autorização para Promoção Comercial dada pelo Congresso ao presidente dos EUA para negociar acordos internacionais de comércio, observa a revista inglesa The Economist, que também discute o assunto, na sua edição de hoje.
Com a maioria democrata no Congresso, talvez a autorização não seja renovada.
O problema, alerta Michael Shifter, do InterAmerican Dialogue, um centro de pesquisas com sede em Washington, é que "o comércio é o único aspecto positivo da agenda dos EUA com a América Latina. O resto é negativo: imigração, tráfico de drogas..."
Mais uma vez, os EUA ameaçam virar as costas para a América Latina. Sua área de maior interesse hoje é a Ásia. Mas é da Ásia, e não da América Latina, que vêm as maiores ameaças aos trabalhadores dos EUA e do resto do continente.
Se os acordos de livre comércio com a Colômbia e o Peru "não forem aprovados no Congresso, saem fortalecidos políticos como [o presidente da Venezuela, Hugo] Chávez e os velhos argumentos de que não se pode confiar nos EUA e de o livre comércio não funciona", declarou em Washington o economista peruano Hernando de Soto, assessor do presidente Alan García e um dos principais lobistas que tenta sensibilizar deputados e senadores americanos.
Estes dois países já têm acordos preferenciais de comércio com os EUA assinados em 1991 para desestimular a produção de cocaína, que precisam ser renovados. Sem um crescimento econômico que lhes permita combater a miséria da maioria da população, a expansão da economia da droga é inevitável.
"Seria um desastre", comentou o ex-ministro da Fazenda da Colômbia, Sergio Clavijo. "Sem o crescimento das exportações, o narcotráfico é a única saída". Mas isto não parece sensibilizar os congressistas americanos.
As exportações peruanas que se beneficiam do acordo para combater a droga chegam a US$ 2 bilhões anuais e garantem 500 mil empregos.
"Os investidores não correrão riscos se o acesso ao mercado não estiver garantido", advertiu o presidente colombiano, Álvaro Uribe, principal aliado dos EUA na América do Sul. Esta incerteza custou 7 mil empregos na Colômbia nos últimos quatro meses.
Desde 2000, desapareceram 3 milhões de empregos na indústria nos EUA e a pressão da concorrência da mão-de-obra barata de países em desenvolvimento, sobretudo da China, provoca um achatamento nos salários americanos.
"A mensagem desta eleição para mim é que todos estes acordos comerciais precisam ser renegociados", declarou ao jornal The Washington Post o deputado Sherrod Brown, que conquistou uma cadeira no Senado por Ohio prometendo defender o emprego. "Quando uma fábrica com 300 empregados fecha numa cidade de 20 mil habitantes, atinge famílias e destrói comunidades".
Outro proeminente líder democrata, o deputado Charles Rangel, já enviou uma carta à representante comercial dos EUA propondo a inclusão de cláusulas trabalhistas nos acordos com a Colômbia e o Peru. As renegociações dificilmente seriam concluídas antes do final de junho de 2007, quando vence a Autorização para Promoção Comercial dada pelo Congresso ao presidente dos EUA para negociar acordos internacionais de comércio, observa a revista inglesa The Economist, que também discute o assunto, na sua edição de hoje.
Com a maioria democrata no Congresso, talvez a autorização não seja renovada.
O problema, alerta Michael Shifter, do InterAmerican Dialogue, um centro de pesquisas com sede em Washington, é que "o comércio é o único aspecto positivo da agenda dos EUA com a América Latina. O resto é negativo: imigração, tráfico de drogas..."
Mais uma vez, os EUA ameaçam virar as costas para a América Latina. Sua área de maior interesse hoje é a Ásia. Mas é da Ásia, e não da América Latina, que vêm as maiores ameaças aos trabalhadores dos EUA e do resto do continente.
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Ex-espião russo morre no estilo da Guerra Fria
Um ex-agente secreto da Rússia crítico do presidente Vladimir Putin morreu hoje à noite num hospital de Londres três semanas depois de ser envenenado. O crime teve todas as características dos assassinatos de espiões durante a Guerra Fria, a confrontação entre Estados Unidos e União Soviética que marcou a segunda metade do século 20.
Nesta quinta-feira, a situação de Alexander Litvinenko deteriorou-se, sem que os médicos do University College Hospital conseguissem descobrir a causa de sua doença.
Ele acreditava ter sido envenenado num encontro num restaurante japonês com uma pessoa que alegava ter informações ligando o governo Putin ao assassinato da jornalista Anna Politkovskaya, no mês passado. Anna era uma das maiores críticas das violações de direitos humanos cometidos pelos russos na república rebelde da Chechênia, que luta pela independência desde 1991.
Seus sintomas - desidratação, problemas cardíacos e queda de cabelo - levaram os médicos a suspeitar de que o veneno foi o metal pesado tálio. Mas esta hipótese não foi confirmada pelos exames nem a de qualquer material radioativo. Um dos médicos, Amit Nathwani, admite que a causa da morte talvez nunca seja conhecida.
Litvinenko, de 43 anos, virou inimigo do governo russo desde que acusou o Kremlin de ser responsável por uma série de atentados contra edifícios residenciais que mataram centenas de pessoas em Moscou em 1999. Eles foram atribuídos a terroristas chechenos. Serviram de pretexto para desencadear a segunda Guerra da Chechênia, decisiva para a eleição de Putin como sucessor de Boris Yeltsin, em março de 2000. Yeltsin renunciou em 31 de dezembro de 1999, Putin assumiu o poder e foi confirmado nas urnas meses depois.
Putin era diretor do Escritório de Segurança Federal (FSB, do inglês) da Rússia, que sucedeu ao KGB (Comitê de Defesa do Estado), a temida polícia política da extinta União Soviética. Este assassinato teve todas as características dos crimes do KGB. O governo russo negou qualquer participação.
Para o porta-voz do KGB, a solução do crime deve ser procurada entre as conexões de Litvinenko com o submundo de Londres. O ex-espião assassinado deixou a Rússia em 2000 alegando estar sendo ameaçado de morte. Era associado ao megaempresário Boris Berezovsky, um dos chamados 'barões ladrões' que ficaram bilionários com as privatizações depois da queda do comunismo.
Berezovski também caiu em desgraça, assim como Mikhail Khodorkovsky, que era o homem mais rico da Rússia, dono da empresa de petróleo Yukos, e hoje está na cadeia, condenado a nove anos de prisão por fraude e evasão fiscal. Ambos financiaram campanhas de candidatos de oposição.
Nesta quinta-feira, a situação de Alexander Litvinenko deteriorou-se, sem que os médicos do University College Hospital conseguissem descobrir a causa de sua doença.
Ele acreditava ter sido envenenado num encontro num restaurante japonês com uma pessoa que alegava ter informações ligando o governo Putin ao assassinato da jornalista Anna Politkovskaya, no mês passado. Anna era uma das maiores críticas das violações de direitos humanos cometidos pelos russos na república rebelde da Chechênia, que luta pela independência desde 1991.
Seus sintomas - desidratação, problemas cardíacos e queda de cabelo - levaram os médicos a suspeitar de que o veneno foi o metal pesado tálio. Mas esta hipótese não foi confirmada pelos exames nem a de qualquer material radioativo. Um dos médicos, Amit Nathwani, admite que a causa da morte talvez nunca seja conhecida.
Litvinenko, de 43 anos, virou inimigo do governo russo desde que acusou o Kremlin de ser responsável por uma série de atentados contra edifícios residenciais que mataram centenas de pessoas em Moscou em 1999. Eles foram atribuídos a terroristas chechenos. Serviram de pretexto para desencadear a segunda Guerra da Chechênia, decisiva para a eleição de Putin como sucessor de Boris Yeltsin, em março de 2000. Yeltsin renunciou em 31 de dezembro de 1999, Putin assumiu o poder e foi confirmado nas urnas meses depois.
Putin era diretor do Escritório de Segurança Federal (FSB, do inglês) da Rússia, que sucedeu ao KGB (Comitê de Defesa do Estado), a temida polícia política da extinta União Soviética. Este assassinato teve todas as características dos crimes do KGB. O governo russo negou qualquer participação.
Para o porta-voz do KGB, a solução do crime deve ser procurada entre as conexões de Litvinenko com o submundo de Londres. O ex-espião assassinado deixou a Rússia em 2000 alegando estar sendo ameaçado de morte. Era associado ao megaempresário Boris Berezovsky, um dos chamados 'barões ladrões' que ficaram bilionários com as privatizações depois da queda do comunismo.
Berezovski também caiu em desgraça, assim como Mikhail Khodorkovsky, que era o homem mais rico da Rússia, dono da empresa de petróleo Yukos, e hoje está na cadeia, condenado a nove anos de prisão por fraude e evasão fiscal. Ambos financiaram campanhas de candidatos de oposição.
Extremistas crescem em eleições na Holanda
A Democracia Cristã venceu as eleições nacionais na Holanda. Mas seu líder, Jan Peter Balkenende, enfrentará sérias dificuldades para formar um governo estável, já que a coalizão governista democrata-crstã-liberal perdeu deputados, assim como a oposição trabalhistas. Analistas prevêem que a formação do novo governo pode levar meses.
Enquanto a oposição trabalhista (PvdA) perdeu 10 cadeiras, ficando com 32, no parlamento, de 150, a extrema esquerda (SP)avançou de 17 para 26 cadeiras e a extrema direita antimuçulmana (PVV) estréia com nove deputados.
Balkenende não poderá repetir a coalizão de 2003 porque os liberais perderam seis das 28 cadeiras que tinham. Nem mesmo uma aliança dos dois maiores partidos, como aconteceu no ano passado na vizinha Alemanha, resolveria o problema na Holanda. Juntos, os 41 deputados democratas-cristãos e os 32 trabalhistas somariam 73, três a menos do que a maioria absoluta.
Só seria possível fazer uma coligação de centro-direita com o apoio de pequenos partidos, a União Cristã (CU, 6 cadeiras), os calvinistas do SGP (2 cadeiras) e os liberais-democratas do D66 (3 deputados) e os nove do partido antimuçulmano PVV. É improvável que este ano partido de extrema direita entre no governo.
Por outro lado, a expressiva votação dos trabalhistas, da extrema esquerda e da União Cristã revela uma preocupação social do eleitorado que terá de ser levada em consideração pelo novo primeiro-ministro.
Solamente con el apoyo del partido antimusulmán (PVV, 9 escaños), los cristianos (CU, 6 escaños), los calvinistas (SGP, 2 asientos) y los demócrata-liberales (D66, 3 escaños) se podría hablar de esta posibilidad que a primera vista parece remota. Además, el apoyo al SP, a los cristianos del CU (Christen Unie) y el hecho de que, a pesar de su caída, los laboristas siguen siendo la segunda fuerza más votada, ha sido interpretado por los políticos de La Haya como un llamamiento a fortalecer el aspecto social en el Ejecutivo.
También está claro que sea cual sea la composición del futuro Gobierno, éste será al menos tripartito porque ni tan siquiera una posible alianza entre los dos más grandes (democristianos y laboristas, 73 asientos juntos) suman los 75 escaños que se necesitan para obtener una mayoría en un Parlamento de 150 diputados. El proceso de formación de gobierno se pronostica largo, de meses.
Enquanto a oposição trabalhista (PvdA) perdeu 10 cadeiras, ficando com 32, no parlamento, de 150, a extrema esquerda (SP)avançou de 17 para 26 cadeiras e a extrema direita antimuçulmana (PVV) estréia com nove deputados.
Balkenende não poderá repetir a coalizão de 2003 porque os liberais perderam seis das 28 cadeiras que tinham. Nem mesmo uma aliança dos dois maiores partidos, como aconteceu no ano passado na vizinha Alemanha, resolveria o problema na Holanda. Juntos, os 41 deputados democratas-cristãos e os 32 trabalhistas somariam 73, três a menos do que a maioria absoluta.
Só seria possível fazer uma coligação de centro-direita com o apoio de pequenos partidos, a União Cristã (CU, 6 cadeiras), os calvinistas do SGP (2 cadeiras) e os liberais-democratas do D66 (3 deputados) e os nove do partido antimuçulmano PVV. É improvável que este ano partido de extrema direita entre no governo.
Por outro lado, a expressiva votação dos trabalhistas, da extrema esquerda e da União Cristã revela uma preocupação social do eleitorado que terá de ser levada em consideração pelo novo primeiro-ministro.
Solamente con el apoyo del partido antimusulmán (PVV, 9 escaños), los cristianos (CU, 6 escaños), los calvinistas (SGP, 2 asientos) y los demócrata-liberales (D66, 3 escaños) se podría hablar de esta posibilidad que a primera vista parece remota. Además, el apoyo al SP, a los cristianos del CU (Christen Unie) y el hecho de que, a pesar de su caída, los laboristas siguen siendo la segunda fuerza más votada, ha sido interpretado por los políticos de La Haya como un llamamiento a fortalecer el aspecto social en el Ejecutivo.
También está claro que sea cual sea la composición del futuro Gobierno, éste será al menos tripartito porque ni tan siquiera una posible alianza entre los dos más grandes (democristianos y laboristas, 73 asientos juntos) suman los 75 escaños que se necesitan para obtener una mayoría en un Parlamento de 150 diputados. El proceso de formación de gobierno se pronostica largo, de meses.
Alemanha cresce 0,6% no trimestre
A maior economia da Europa e terceira do mundo cresceu 0,6% de julho a setembro deste ano em relação ao trimestre anterior. O consumo privado, tradicionalmente um ponto fraco da economia da Alemanha, aumentou 0,7% no terceiro trimestre do ano, mesmo ritmo da alta de investimentos industriais.
O produto interno bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas num país menos as importações, crescera 1,1% no segundo trimestre do ano e 0,8% no primeiro.
Para os economistas, a principal explicação para o aumento do consumo domésticos é que os alemães preferiram antecipar as compras para escapar do aumento do imposto sobre valor agregado (IVA), o equivalente ao imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) cobrado no Brasil. A partir de 2007, a alíquota do IVA sobe de 16% para 19%, numa tentativa de reduzir o déficit público alemão.
O índice de confiança do empresariado alemão subiu para 106,8 pontos em novembro, em comparação com 105,3 em outubro.
O produto interno bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas num país menos as importações, crescera 1,1% no segundo trimestre do ano e 0,8% no primeiro.
Para os economistas, a principal explicação para o aumento do consumo domésticos é que os alemães preferiram antecipar as compras para escapar do aumento do imposto sobre valor agregado (IVA), o equivalente ao imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) cobrado no Brasil. A partir de 2007, a alíquota do IVA sobe de 16% para 19%, numa tentativa de reduzir o déficit público alemão.
O índice de confiança do empresariado alemão subiu para 106,8 pontos em novembro, em comparação com 105,3 em outubro.
Atentados matam 200 em bairro xiita de Bagdá
Mais de 200 pessoas morreram e outras 300 ficaram feridas numa série de explosões de carros-bomba e ataques com granadas ocorridas no início da tarde de hoje na Cidade Sader, um bairro xiita da periferia de Bagdá, informou a polícia iraquiana. Foi o pior atentado no Iraque desde a invasão americana, em março de 2003.
A TV britânica BBC anunciou que foram pelo menos três carros-bomba, além de ataques de morteiros. Uma área de 2,5 quilômetros quadrados foi arrasada.
O governo iraquiano decretou toque de recolher por tempo indeterminado para tentar conter a violência.
A TV britânica BBC anunciou que foram pelo menos três carros-bomba, além de ataques de morteiros. Uma área de 2,5 quilômetros quadrados foi arrasada.
O governo iraquiano decretou toque de recolher por tempo indeterminado para tentar conter a violência.
Reino Unido transfere segurança de Bássora até meados de 2007
As forças britânicas devem transferir aos iraquianos o controle da segurança em Bássora, a cidade mais importante do Sul do Iraque, até meados do ano que vem, anunciou ontem à Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico a ministra do Exterior, Margaret Beckett. Ela afirmou que a transição está em andamento, prevendo que em breve os Estados Unidos entregarão aos iraquianos o controle sobre a província de Najaf.
"Na área sob nossa responsabilidade, esperamos entregar a região de Maysan em janeiro e o progresso da operação em Bássora nos dá confiança de que seja possível concluir a transição naquela província na próxima primavera" no Hemisfério Norte (março a junho), afirmou Margaret Beckett.
Mas um porta-voz do Ministério da Defesa considerou "muito cedo para dizer" que impacto a transferência terá sobre o número de soldados britânicos, alertando que as forças britânicas manterão "um papel de supervisão e treinamento" de soldados e policiais iraquianos.Acrescentou que a transição depende das condições e ainda não está garantida.
"Na área sob nossa responsabilidade, esperamos entregar a região de Maysan em janeiro e o progresso da operação em Bássora nos dá confiança de que seja possível concluir a transição naquela província na próxima primavera" no Hemisfério Norte (março a junho), afirmou Margaret Beckett.
Mas um porta-voz do Ministério da Defesa considerou "muito cedo para dizer" que impacto a transferência terá sobre o número de soldados britânicos, alertando que as forças britânicas manterão "um papel de supervisão e treinamento" de soldados e policiais iraquianos.Acrescentou que a transição depende das condições e ainda não está garantida.
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Outubro foi mês mais sangrento no Iraque
Os ataques dos rebeldes mataram 3.709 civis no mês passado no Iraque. Outubro foi o mês com maior número de mortes desde a invasão dos Estados Unidos ao Iraque, em março de 2003, superando o recorde anteriork, de 3.590, em julho. Na média, 120 iraquianos estão sendo mortos por dia e 100 mil fogem do país por mês.
A violência sectária entre sunitas e xiitas, as mortes por vingança, os ataques e mesquitas, e a ação descontrolada de milícias e esquadrões da morte são as principais causas, diz um relatório das Nações Unidos, que manifesta-se preocupada.
A violência sectária entre sunitas e xiitas, as mortes por vingança, os ataques e mesquitas, e a ação descontrolada de milícias e esquadrões da morte são as principais causas, diz um relatório das Nações Unidos, que manifesta-se preocupada.
Síria promete ajudar a estabilizar o Iraque
Ao reatar as relações com o Iraque, rompidas desde 1982, a Síria prometeu ontem colaborar para estabilizar a situação do país vizinho. Mas o que o regime sírio quer mesmo é a retirada das tropas dos Estados Unidos do Iraque, que vê como uma ameaça a si própria.
O governo do presidente Bachar Assad insiste em que está pronto a colaborar. Antes da invasão do Iraque, o líder sírio afirma ter advertido o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, de que o caminho para a paz no Oriente Médio é a solução do problema palestino e de que a invasão do Iraque só inflamaria ainda mais a região.
Blair antecipou-se ao Grupo de Estudos sobre Iraque, criado pelo governo americano para buscar alternativas no Iraque, que deve sugerir o diálogo com os países considerados os maiores inimigos dos EUA na região: o Irã e a Síria. Mas o assassinato do ministro cristão libanês Pierre Gemayel, ontem, prejudica esta estratégia de negociação porque agentes e aliados sírios no Iraque são os principais suspeitos.
O governo do presidente Bachar Assad insiste em que está pronto a colaborar. Antes da invasão do Iraque, o líder sírio afirma ter advertido o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, de que o caminho para a paz no Oriente Médio é a solução do problema palestino e de que a invasão do Iraque só inflamaria ainda mais a região.
Blair antecipou-se ao Grupo de Estudos sobre Iraque, criado pelo governo americano para buscar alternativas no Iraque, que deve sugerir o diálogo com os países considerados os maiores inimigos dos EUA na região: o Irã e a Síria. Mas o assassinato do ministro cristão libanês Pierre Gemayel, ontem, prejudica esta estratégia de negociação porque agentes e aliados sírios no Iraque são os principais suspeitos.
Pobres perdem com crescimento da China
Apesar do maior crescimento econômico da História da Humanidade, enquanto a China enriquece os pobres estão ficando mais pobres, adverte uma análise de economistas do Banco Mundial. A renda real dos 10% mais pobres entre os 1,3 bilhão de chineses caiu 2,4% entre 2001 e 2003, embora a economia crescesse 10% ao ano. No mesmo período, a renda dos 10% mais ricos aumentou 16%.
"Uma análise preliminar dos dados sobre a China indica que a renda média da camada mais pobres caiu, enquanto todas as outras camadas tiveram ganhos significativos", declarou Bert Hofman, o principal economista especialista em China do Banco Mundial. "Nossa análise sugere que um considerável número de pessoas abaixo da linha de pobreza foi atingida por um choque na renda e só pode manter o consumo gastando sua poupança".
Isto significa que a promessa do presidente Hu Jintao, que assumiu o poder em 2002, de reduzir as diferenças de renda entre ricos e pobres não está sendo cumprida.
O pesquisador Yasheng Huang, da Escola de Administração Sloan do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), acredita que a pobreza pode ser ainda maior, por causa da metodologia adotada na China, onde o governo caracteriza como pobre quem ganha menos de US$ 83 por ano, 5% da renda média por habitante, enquanto os Estados Unidos usam como limite 12% da renda média.
"Uma análise preliminar dos dados sobre a China indica que a renda média da camada mais pobres caiu, enquanto todas as outras camadas tiveram ganhos significativos", declarou Bert Hofman, o principal economista especialista em China do Banco Mundial. "Nossa análise sugere que um considerável número de pessoas abaixo da linha de pobreza foi atingida por um choque na renda e só pode manter o consumo gastando sua poupança".
Isto significa que a promessa do presidente Hu Jintao, que assumiu o poder em 2002, de reduzir as diferenças de renda entre ricos e pobres não está sendo cumprida.
O pesquisador Yasheng Huang, da Escola de Administração Sloan do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), acredita que a pobreza pode ser ainda maior, por causa da metodologia adotada na China, onde o governo caracteriza como pobre quem ganha menos de US$ 83 por ano, 5% da renda média por habitante, enquanto os Estados Unidos usam como limite 12% da renda média.
Armas de guerra precisam de flexibilidade
Os componentes eletrônicos representam hoje 70% dos custos das armas de guerra. Mas apesar da queda nos preços dos componentes eletrônicos, que se reflete na queda dos preços de computadores, os preços das armas continuam subindo porque os países querem acondicionar as novas tecnologias em navios, aviões e tanques semelhantes aos da Segunda Guerra Mundial, em vez de partir para sistema mais flexíveis, adaptáveis às diferentes exigências da guerra pós-moderna, afirmou o pesquisador Edward Luttwak, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), de Washington.
“É um enorme paradoxo”, constata, sem esconder sua perplexidade. “O custo dos componentes eletrônicos continua a cair. Tenho um pequeno laptop que pode fazer operações que custariam US$ 500 milhões há uma década. O preço das armas deveria cair. Um grande destróier deveria custar um quinto; aviões, um décimo. Mas estão se tornando mais caros”.
Uma das razões é a redução da demanda na era pós-Guerra Fria. “Durante a Segunda Guerra Mundial, para manter sempre pelo menos mil bombardeiros em combate, a Força Aérea Real encomendava 500 aviões por ano. Hoje não é mais indústria, é artesanato”, observou Luttwak, ao participar do 6º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, realizado na Escola de Guerra Naval, no Rio, de 8 a 10 de novembro.
Enquanto uma fábrica de automóveis produz 20 mil veículos por ano, em 25 anos foram vendidos 2,5 mil caças-bombardeiros F-16. “Não há solução”, resigna-se o estrategista. “Ninguém vai comprar mil por ano”.
Luttwak lembra que da Primeira Guerra Mundial para a Segunda Guerra Mundial houve uma mudança radical nas formas e nos materiais usados em armamentos. Mais de 60 anos depois do último grande conflito internacional, os navios, aviões e tanques mantêm a mesma forma.
“Em 1945, os Estados Unidos ganharam a guerra no Pacífico com porta-aviões. Eram perfeitos para a tecnologia da época. Mas os tanques de hoje têm exatamente a mesma forma dos tanques alemães da Segunda Guerra. Como não houve nenhuma grande guerra desde 1945, não houve grandes mudanças”, acrescenta.
Naquela época, “não havia mísseis instalados em navios nem armas precisas, sistemas automáticos, aeronaves sem piloto. Hoje, há possibilidades completamente diferentes mas a indústria bélica é obrigada a forçar a tecnologia a se adaptar às formas preexistentes, em plataformas obsoletas”, acredita Luttwak.
O uso intensivo de informática provocou uma revolução, permitindo o desenvolvimento de armas de alta precisão. “Em 1978, a União Soviética percebeu que estava ficando para trás em tecnologia. Um marechal disse ao então dirigente máximo soviético, Leonid Brejnev, que o país precisava se tornar líder mundial em informática. ‘Nós dominaríamos o mundo’, teria dito Brejnev. Mas sabia que era impossível”.
MAIOR ADAPTABILIDADE
Na última revisão estratégica no Reino Unido, diz o estrategista, “a Força Aérea Real lançou a idéia de um grande avião adaptável, um Boeing 737 com tanques extras. Não tem o charme de um Spitfire [caça britânico da Segunda Guerra] ou outros caças. Também é possível usar um grande navio adaptável para fazer patrulhamento marítimo num dia, detecção de submarinos noutro e controlar o espaço aéreo em outro, sendo dotado da mísseis antiaéreos e submarinos”.
Há uma relutância em abandonar as antigas armas, símbolos da guerra. “Toda Marinha ama porta-aviões e submarinos”, comenta. “Tenho uma série de novas tecnologias mas não posso instalá-la nos seus navios”.
Mesmo os EUA, a última superpotência, responsável pela metade dos gastos militares mundiais, “nos últimos 50 anos adotou uma estratégia voltada para uma guerra na Europa, para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte)”. Hoje, com o fim das guerras entre grandes potências, as necessidades são completamente diferentes.
“Um navio-arsenal se parece com um navio de transporte, é maçante e não-tradicional”, admite, ressalvando que a questão naturalmente não é estética. “Por que não ter a melhor capacidade? Israel, por exemplo, está investindo em aviões sem piloto.
Voltando ao fracasso da invasão do Iraque, o pesquisador do CSIS negou que haja uma queda no moral das tropas americanas: “A guerra contra insurgência é difícil para qualquer democracia. A tática é: você manda um soldado na frente; se ele é morto, você vai lá e destrói a cidade inteira. Se os outros não quiserem morrer, se submetem. Se não se submeterem, você continua com a mesma tática. As guerras imperiais eram assim”.
Na sua opinião, foi assim que a Alemanha nazista controlou toda a Europa continental, da França à Rússia: “Houve resistência na França, mas não durante a guerra. Não há solução técnica. É preciso aterrorizar os terroristas. Nenhuma democracia pode fazer isso. Israel não pode fazer o que o Império Otomano fazia no Oriente Médio”.
Por fim, diante dos riscos de proliferação nuclear, Luttwak afirmou que “as armas atômicas foram removidas de qualquer planejamento militar. Na estratégia da Otan, depois de alguns dias de guerra, seriam usadas armas nucleares.
“Ainda não estamos na era pós-nuclear. Mas as armas nucleares foram retiradas de navios, submarinos, torpedos, mísseis de curto alcance e aviões bombardeiros. Só há ogivas em mísseis balísticos intercontinentais, enterrado em silos subterrâneos, controlados e impossíveis de ativar. Nenhum planejador militar pensa em usá-las. Mas os EUA, a Rússia e a China querem manter uma superioridade nuclear sobre os demais países”.
“É um enorme paradoxo”, constata, sem esconder sua perplexidade. “O custo dos componentes eletrônicos continua a cair. Tenho um pequeno laptop que pode fazer operações que custariam US$ 500 milhões há uma década. O preço das armas deveria cair. Um grande destróier deveria custar um quinto; aviões, um décimo. Mas estão se tornando mais caros”.
Uma das razões é a redução da demanda na era pós-Guerra Fria. “Durante a Segunda Guerra Mundial, para manter sempre pelo menos mil bombardeiros em combate, a Força Aérea Real encomendava 500 aviões por ano. Hoje não é mais indústria, é artesanato”, observou Luttwak, ao participar do 6º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, realizado na Escola de Guerra Naval, no Rio, de 8 a 10 de novembro.
Enquanto uma fábrica de automóveis produz 20 mil veículos por ano, em 25 anos foram vendidos 2,5 mil caças-bombardeiros F-16. “Não há solução”, resigna-se o estrategista. “Ninguém vai comprar mil por ano”.
Luttwak lembra que da Primeira Guerra Mundial para a Segunda Guerra Mundial houve uma mudança radical nas formas e nos materiais usados em armamentos. Mais de 60 anos depois do último grande conflito internacional, os navios, aviões e tanques mantêm a mesma forma.
“Em 1945, os Estados Unidos ganharam a guerra no Pacífico com porta-aviões. Eram perfeitos para a tecnologia da época. Mas os tanques de hoje têm exatamente a mesma forma dos tanques alemães da Segunda Guerra. Como não houve nenhuma grande guerra desde 1945, não houve grandes mudanças”, acrescenta.
Naquela época, “não havia mísseis instalados em navios nem armas precisas, sistemas automáticos, aeronaves sem piloto. Hoje, há possibilidades completamente diferentes mas a indústria bélica é obrigada a forçar a tecnologia a se adaptar às formas preexistentes, em plataformas obsoletas”, acredita Luttwak.
O uso intensivo de informática provocou uma revolução, permitindo o desenvolvimento de armas de alta precisão. “Em 1978, a União Soviética percebeu que estava ficando para trás em tecnologia. Um marechal disse ao então dirigente máximo soviético, Leonid Brejnev, que o país precisava se tornar líder mundial em informática. ‘Nós dominaríamos o mundo’, teria dito Brejnev. Mas sabia que era impossível”.
MAIOR ADAPTABILIDADE
Na última revisão estratégica no Reino Unido, diz o estrategista, “a Força Aérea Real lançou a idéia de um grande avião adaptável, um Boeing 737 com tanques extras. Não tem o charme de um Spitfire [caça britânico da Segunda Guerra] ou outros caças. Também é possível usar um grande navio adaptável para fazer patrulhamento marítimo num dia, detecção de submarinos noutro e controlar o espaço aéreo em outro, sendo dotado da mísseis antiaéreos e submarinos”.
Há uma relutância em abandonar as antigas armas, símbolos da guerra. “Toda Marinha ama porta-aviões e submarinos”, comenta. “Tenho uma série de novas tecnologias mas não posso instalá-la nos seus navios”.
Mesmo os EUA, a última superpotência, responsável pela metade dos gastos militares mundiais, “nos últimos 50 anos adotou uma estratégia voltada para uma guerra na Europa, para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte)”. Hoje, com o fim das guerras entre grandes potências, as necessidades são completamente diferentes.
“Um navio-arsenal se parece com um navio de transporte, é maçante e não-tradicional”, admite, ressalvando que a questão naturalmente não é estética. “Por que não ter a melhor capacidade? Israel, por exemplo, está investindo em aviões sem piloto.
Voltando ao fracasso da invasão do Iraque, o pesquisador do CSIS negou que haja uma queda no moral das tropas americanas: “A guerra contra insurgência é difícil para qualquer democracia. A tática é: você manda um soldado na frente; se ele é morto, você vai lá e destrói a cidade inteira. Se os outros não quiserem morrer, se submetem. Se não se submeterem, você continua com a mesma tática. As guerras imperiais eram assim”.
Na sua opinião, foi assim que a Alemanha nazista controlou toda a Europa continental, da França à Rússia: “Houve resistência na França, mas não durante a guerra. Não há solução técnica. É preciso aterrorizar os terroristas. Nenhuma democracia pode fazer isso. Israel não pode fazer o que o Império Otomano fazia no Oriente Médio”.
Por fim, diante dos riscos de proliferação nuclear, Luttwak afirmou que “as armas atômicas foram removidas de qualquer planejamento militar. Na estratégia da Otan, depois de alguns dias de guerra, seriam usadas armas nucleares.
“Ainda não estamos na era pós-nuclear. Mas as armas nucleares foram retiradas de navios, submarinos, torpedos, mísseis de curto alcance e aviões bombardeiros. Só há ogivas em mísseis balísticos intercontinentais, enterrado em silos subterrâneos, controlados e impossíveis de ativar. Nenhum planejador militar pensa em usá-las. Mas os EUA, a Rússia e a China querem manter uma superioridade nuclear sobre os demais países”.
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Adolescente argentino cobra manutenção
Um garoto argentino de 14 anos residente na província de Rio Negro acionou judicialmente seus pais, exigindo dinheiro para sua manutenção. Ele vive com a avó materna e dois de seus quatro irmãos, de 12 e 15 anos. Os maiores, de 18 e 19, seriam os únicos a ganhar dinheiro.
O promotor Miguel Angel Flores, da cidade de Choele Choel, abriu um processo por "descumprimento dos deveres de assistência familiar", uma obrigação dos pais até que os filhos façam 18 anos.
"Quando ele começou a me contar sua história, fiquei enregelado", contou o promotor ao jornal argentino La Nación. "Escutei-o e lhe disse que precisava das certidões de nascimento dele e dos irmãos. Estive averiguando e a queixa do menino é totalmente procedente".
Ele mandou citar o pai, que residente em Choele Choel e a mãe, que mora em Médanos, na província de buenos Aires. O pai já se apresentou à Justiça prometendo colaborar. Está aposentado e prometeu dar 20% do que recebe aos filhos.
O promotor Miguel Angel Flores, da cidade de Choele Choel, abriu um processo por "descumprimento dos deveres de assistência familiar", uma obrigação dos pais até que os filhos façam 18 anos.
"Quando ele começou a me contar sua história, fiquei enregelado", contou o promotor ao jornal argentino La Nación. "Escutei-o e lhe disse que precisava das certidões de nascimento dele e dos irmãos. Estive averiguando e a queixa do menino é totalmente procedente".
Ele mandou citar o pai, que residente em Choele Choel e a mãe, que mora em Médanos, na província de buenos Aires. O pai já se apresentou à Justiça prometendo colaborar. Está aposentado e prometeu dar 20% do que recebe aos filhos.
Ministro anti-Síria é assassinado no Líbano
Um feroz crítico da interferência síria no Líbano, o ministro cristão Pierre Gemayel, filho do ex-presidente Amin Gemayel, foi assassinado hoje perto de Beirute. Pistoleiros jogaram seu carro contra o de Gemayel, desceram e fuzilaram o carro do ministro. Ele foi levado para o hospital mas morreu pouco depois.
Através de seu embaixador nas Nações Unidas, John Bolton, os Estados Unidos denunciaram o assassinato como um ato terrorista organizado pela Síria. A ONU deveria aprovar hoje a criação de um tribunal especial para julgar os suspeitos da morte do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, assassinado em 14 de fevereiro de 2005 por um atentado com carro-bomba.
O assassinato agrava a tensão no Líbano, onde a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), apoiada pela Síria e pelo Irã, tenta derrubar o governo pró-ocidental, que acaba de concordar com o julgamento dos suspeitos de Hariri num tribunal da ONU. Há agentes sírios entre os suspeitos.
"Acredito que a mão da Síria está por trás disso", declarou o deputado Saad Hariri, filho do primeiro-ministro assassinado. Mas a agência oficial síria "condenou firmemente o assassinato".
Gemayel, de 34 anos, era ministro da Indústria e membro do Partido Falangista Cristão, fundado por seu avô. Era deputado, tendo sido eleito em 2000 e reeleito em 2005. Seu tio, Bashir Gemayel, foi assassinado em 1982, depois da invasão isralense ao Líbano.
Como os seis ministros xiitas pediram demissão, com a morte de Gemayel, a demissão ou morte de mais dois ministros derrubará o governo do primeiro-ministro Fouad Siniora.
Depois da morte de Hariri, uma onda de manifestações de massa liderada por cristãos libaneses forçou a retirada das tropas sírias, que estavam no Líbano desde 1976, no início da guerra civil libanesa (1975-90).
Agora, tudo aponta para a culpabilidade dos serviços secretos sírios, que são vários e competem entre si, como disse a este blog um embaixador aposentado que representou o Brasil no Líbano durante os piores anos da guerra civil. O temor é que o aumento da radicalização provoque uma nova guerra civil no Líbano, que nos anos 60 era chamado de "Suíça do Mediterrâneo".
Através de seu embaixador nas Nações Unidas, John Bolton, os Estados Unidos denunciaram o assassinato como um ato terrorista organizado pela Síria. A ONU deveria aprovar hoje a criação de um tribunal especial para julgar os suspeitos da morte do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, assassinado em 14 de fevereiro de 2005 por um atentado com carro-bomba.
O assassinato agrava a tensão no Líbano, onde a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), apoiada pela Síria e pelo Irã, tenta derrubar o governo pró-ocidental, que acaba de concordar com o julgamento dos suspeitos de Hariri num tribunal da ONU. Há agentes sírios entre os suspeitos.
"Acredito que a mão da Síria está por trás disso", declarou o deputado Saad Hariri, filho do primeiro-ministro assassinado. Mas a agência oficial síria "condenou firmemente o assassinato".
Gemayel, de 34 anos, era ministro da Indústria e membro do Partido Falangista Cristão, fundado por seu avô. Era deputado, tendo sido eleito em 2000 e reeleito em 2005. Seu tio, Bashir Gemayel, foi assassinado em 1982, depois da invasão isralense ao Líbano.
Como os seis ministros xiitas pediram demissão, com a morte de Gemayel, a demissão ou morte de mais dois ministros derrubará o governo do primeiro-ministro Fouad Siniora.
Depois da morte de Hariri, uma onda de manifestações de massa liderada por cristãos libaneses forçou a retirada das tropas sírias, que estavam no Líbano desde 1976, no início da guerra civil libanesa (1975-90).
Agora, tudo aponta para a culpabilidade dos serviços secretos sírios, que são vários e competem entre si, como disse a este blog um embaixador aposentado que representou o Brasil no Líbano durante os piores anos da guerra civil. O temor é que o aumento da radicalização provoque uma nova guerra civil no Líbano, que nos anos 60 era chamado de "Suíça do Mediterrâneo".
Hillary lidera corrida à Casa Branca entre democratas
A senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton é a favorita entre os pré-candidatos do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos na eleição de 2008, segundo pesquisa feita para a rede de TV CNN.
Hillary teve 33% das indicações, superando o senador Barack Obama com 15%, o ex-senador e ex-candidato a vice-presidente com John Edwards e o vice-presidente e candidato derrotado por George W. Bush em 2000 Al Gore, ambos com 14%.
O senador John Kerry, derrotado por Bush em 2004, caiu de 12% para 7% depois das declarações que deu na campanha criticando o presidente, que foram consideradas derrogatórias para os soldados americanos no Iraque.
Hillary teve 33% das indicações, superando o senador Barack Obama com 15%, o ex-senador e ex-candidato a vice-presidente com John Edwards e o vice-presidente e candidato derrotado por George W. Bush em 2000 Al Gore, ambos com 14%.
O senador John Kerry, derrotado por Bush em 2004, caiu de 12% para 7% depois das declarações que deu na campanha criticando o presidente, que foram consideradas derrogatórias para os soldados americanos no Iraque.
segunda-feira, 20 de novembro de 2006
Pentágono deve pedir reforço para guerra no Iraque
O Departamento da Defesa dos Estados Unidos discute três opções para tirar os soldados americanos da guerra que provocaram no Iraque, revelou hoje o jornal The Washington Post: enviar reforços para acelerar a saída, reduzir o efetivo e ficar no Iraque por um longo tempo, e retirar-se.
Durante visita à Indonésia, maior país muçulmano do mundo, onde foi hostilizado por manifestantes, o presidente George W. Bush declarou ainda não ter tomada uma posição quanto ao número de tropas necessário para a vitória no Iraque.
Ontem, o ex-secretário de Estado Henry Kissinger considerou uma vitória impossível sem o envolvimento dos países vizinhos, inclusive o Irã, com quem Bush oficialmente se recusa a conversar. Mas a visita do presidente iraquiano, Jalal Talabani, a Teerã, anunciada hoje, é uma abertura de diálogo com o Irã para pacificar o Iraque.
A última opção, Vá para Casa (Go Home), no jargão dos estrategistas americanos, é considerada inviável. Deixaria o Iraque em guerra civil, com conseqüências desastrosas que poderiam levar a novas intervenções militares americanas, como advertiu ontem o ex-secretário de Estado Henry Kissinger, em entrevista à televisão britânica BBC.
A primeira opção Vá Grande (Go Big), enfrentar militarmente a insurgência contra o novo regime e o terrorismo internacional infiltrado no Iraque com uma força superior, exigiria centenas de milhares de soldados americanos ou iraquianos a mais, e uma polícia iraquiana fortemente armada, diz o Post.
O estudo, coordenado pelos coronéis H. R. McMaster e Peter Mansoor, do Exército dos EUA, e Thomas C. Greenwood, do Corpo de Fuzileiros Navais, opta por uma mistura entre a segunda opção, Vá por Muito Tempo (Go Long), e a primeira.
Haveria uma reforço temporário de 20 a 30 mil soldados para tentar controlar sobretudo a violência sectária entre sunitas e xiitas, que desde fevereiro deixa o Iraque à beira de uma guerra civil.
Ao mesmo tempo, haveria uma indicação clara para o governo e a sociedade iraquianos de que os EUA têm um compromisso de longo prazo com o novo regime do Iraque mas não querem se envolver nos conflitos internos que provocaram.
Esta alternativa é chamada de Vá Grande por Pouco Tempo Enquanto faz a Transição para Longo Tempo (Go Short While Transitioning to Go Long). Depois de uma ofensiva contra a insurgência, o terrorismo e a violência, os EUA reduziriam seu contingente para cercad de 60 mil soldados.
Há o temor de que esta opção não dê certo se os iraquianos a virem como um passo comparado ao estilo de dança de Michael Jackson, dar alguns passos para a frente para na verdade ir para trás logo em seguida.
Fundamental é agir com urgência para controlar a violência que está minando a autoridade do governo iraquiano, com uma média de cem mortes por dia.
O problema de uma retirada, mesmo parcial, é que reforça a percepção da rede Al Caeda (A Base) de que se conseguirem matar muitos americanos, como os EUA são uma democracia, a opinião pública vai exigir a volta das tropas para casa.
Na semana passada, em depoimento no Congresso, o comandante dos EUA para o Oriente Médio, general John Abizaid, advertiu que uma retirada imediata, como quer a oposição democrata, agora maioria na Câmara e no Senado, só agravaria a situação de violência no Iraque.
Durante visita à Indonésia, maior país muçulmano do mundo, onde foi hostilizado por manifestantes, o presidente George W. Bush declarou ainda não ter tomada uma posição quanto ao número de tropas necessário para a vitória no Iraque.
Ontem, o ex-secretário de Estado Henry Kissinger considerou uma vitória impossível sem o envolvimento dos países vizinhos, inclusive o Irã, com quem Bush oficialmente se recusa a conversar. Mas a visita do presidente iraquiano, Jalal Talabani, a Teerã, anunciada hoje, é uma abertura de diálogo com o Irã para pacificar o Iraque.
A última opção, Vá para Casa (Go Home), no jargão dos estrategistas americanos, é considerada inviável. Deixaria o Iraque em guerra civil, com conseqüências desastrosas que poderiam levar a novas intervenções militares americanas, como advertiu ontem o ex-secretário de Estado Henry Kissinger, em entrevista à televisão britânica BBC.
A primeira opção Vá Grande (Go Big), enfrentar militarmente a insurgência contra o novo regime e o terrorismo internacional infiltrado no Iraque com uma força superior, exigiria centenas de milhares de soldados americanos ou iraquianos a mais, e uma polícia iraquiana fortemente armada, diz o Post.
O estudo, coordenado pelos coronéis H. R. McMaster e Peter Mansoor, do Exército dos EUA, e Thomas C. Greenwood, do Corpo de Fuzileiros Navais, opta por uma mistura entre a segunda opção, Vá por Muito Tempo (Go Long), e a primeira.
Haveria uma reforço temporário de 20 a 30 mil soldados para tentar controlar sobretudo a violência sectária entre sunitas e xiitas, que desde fevereiro deixa o Iraque à beira de uma guerra civil.
Ao mesmo tempo, haveria uma indicação clara para o governo e a sociedade iraquianos de que os EUA têm um compromisso de longo prazo com o novo regime do Iraque mas não querem se envolver nos conflitos internos que provocaram.
Esta alternativa é chamada de Vá Grande por Pouco Tempo Enquanto faz a Transição para Longo Tempo (Go Short While Transitioning to Go Long). Depois de uma ofensiva contra a insurgência, o terrorismo e a violência, os EUA reduziriam seu contingente para cercad de 60 mil soldados.
Há o temor de que esta opção não dê certo se os iraquianos a virem como um passo comparado ao estilo de dança de Michael Jackson, dar alguns passos para a frente para na verdade ir para trás logo em seguida.
Fundamental é agir com urgência para controlar a violência que está minando a autoridade do governo iraquiano, com uma média de cem mortes por dia.
O problema de uma retirada, mesmo parcial, é que reforça a percepção da rede Al Caeda (A Base) de que se conseguirem matar muitos americanos, como os EUA são uma democracia, a opinião pública vai exigir a volta das tropas para casa.
Na semana passada, em depoimento no Congresso, o comandante dos EUA para o Oriente Médio, general John Abizaid, advertiu que uma retirada imediata, como quer a oposição democrata, agora maioria na Câmara e no Senado, só agravaria a situação de violência no Iraque.
Guerra contra terror deve durar 30 anos
A vitória do Partido Democrata nas eleições legislativas de 7 de novembro "não mudará nada" no Iraque o no Afeganistão, afirma o instituto de pesquisas Oxford Research Group, prevendo que a atual campanha dos Estados Unidos contra o terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos, os jihadistas, deve durar 30 anos ou mais.
No Iraque, os Estados Unidos enfrentam um sério dilema, observou um dos pesquisadores, Paul Rogers, professor de estudos da paz na Universidade de Bradford, na Inglaterra: em caso de retirada, deixam um campo aberto para uma atuação "sem controle" dos jihadistas numa área com "importantes jazidas de petróleo"; se ficarem, suas tropas serão um ímã para radicais, terroristas e voluntários do martírio .
Para o Oxford Research Group, o "erro fundamental" foi derrubar à força a ditadura de Saddam Hussein, já que a presença de 150 mil soldados americanos "no coração do mundo árabe como uma força de ocupação" foi um "presente" para grupos como a rede terrorista Al Caeda.
No Iraque, os Estados Unidos enfrentam um sério dilema, observou um dos pesquisadores, Paul Rogers, professor de estudos da paz na Universidade de Bradford, na Inglaterra: em caso de retirada, deixam um campo aberto para uma atuação "sem controle" dos jihadistas numa área com "importantes jazidas de petróleo"; se ficarem, suas tropas serão um ímã para radicais, terroristas e voluntários do martírio .
Para o Oxford Research Group, o "erro fundamental" foi derrubar à força a ditadura de Saddam Hussein, já que a presença de 150 mil soldados americanos "no coração do mundo árabe como uma força de ocupação" foi um "presente" para grupos como a rede terrorista Al Caeda.
Blair faz visita-surpresa ao Afeganistão
O primeiro-ministro Tony Blair visitou hoje as tropas britânicas no Afeganistão, que com o ressurgimento dos talebãs estão enfrentando os mais duros combates travados por soldados do Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial.
Blair reafirmou o compromisso do Reino Unido com o Afeganistão e descreveu a base onde esteve, em meio ao deserto, como uma frente de combate na guerra contra o terrorismo: "Aqui está sendo traçado o destino do século 21".
É difícil acreditar nisso mas a guerra continua. A visita anterior de Blair ao Afeganistão tinha sido para festejar a vitória contra o regime fundamentalista da Milícia dos Talebã (Estudantes), que abrigava a rede terrorista Al Caeda.
Cinco anos depois, o Afeganistão tem um presidente eleito, Hamid Karzai, mas sua autoridade não vai além da capital, Cabul. O poder no interior continua nas mãos de senhores da guerra que foram aliados dos Estados Unidos, criando vácuos de poder onde ressurgiram os talebã
Blair reafirmou o compromisso do Reino Unido com o Afeganistão e descreveu a base onde esteve, em meio ao deserto, como uma frente de combate na guerra contra o terrorismo: "Aqui está sendo traçado o destino do século 21".
É difícil acreditar nisso mas a guerra continua. A visita anterior de Blair ao Afeganistão tinha sido para festejar a vitória contra o regime fundamentalista da Milícia dos Talebã (Estudantes), que abrigava a rede terrorista Al Caeda.
Cinco anos depois, o Afeganistão tem um presidente eleito, Hamid Karzai, mas sua autoridade não vai além da capital, Cabul. O poder no interior continua nas mãos de senhores da guerra que foram aliados dos Estados Unidos, criando vácuos de poder onde ressurgiram os talebã
EUA fazem acordo para Rússia entrar na OMC
Os presidentes dos Estados Unidos, George W. Bush, e da Rússia, Vladimir Putin, chegaram a um acordo, durante a reunião do fórum Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC) em Hanói, no Vietnã, que abre caminho para a Rússia entrar para a Organização Mundial do Comércio. As negociações de acesso podem ser concluídas em 2007.
Há 13 anos, a Rússia pediu ingresso no sistema multilateral de comércio. Agora, concordou em eliminar restrições às importações de carnes de gado, porco e aves dos EUA, cortar tarifas de importação de uma longa lista de produtos agrícolas e industriais, abrir o setor de serviços a empresas estrangeiras, e combater a pirataria e a falsificação.
A representante comercial dos EUA, Susan Schwab, saudou o acordo dizendo que "a plena integração da Rússia na economia global não é de interesse só da Rússia. É também do interesse dos EUA".
A Rússia era a única grande economia fora do sistema multilateral de comércio, que passou a ter 150 países-membros com a recente aprovação do ingresso do Vietnã.
Há 13 anos, a Rússia pediu ingresso no sistema multilateral de comércio. Agora, concordou em eliminar restrições às importações de carnes de gado, porco e aves dos EUA, cortar tarifas de importação de uma longa lista de produtos agrícolas e industriais, abrir o setor de serviços a empresas estrangeiras, e combater a pirataria e a falsificação.
A representante comercial dos EUA, Susan Schwab, saudou o acordo dizendo que "a plena integração da Rússia na economia global não é de interesse só da Rússia. É também do interesse dos EUA".
A Rússia era a única grande economia fora do sistema multilateral de comércio, que passou a ter 150 países-membros com a recente aprovação do ingresso do Vietnã.
APEC pede retomada das negociações de Doha
O fórum Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC, do inglês) pediu a retomada das negociações de liberalização comercial da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio, no final de sua reunião de cúpula anual, realizada desta vez em Hanói, no Vietnã. A APEC reúne 21 países da orla do Pacífico na América, na Ásia e na Oceania, inclusive os Estados Unidos, a Rússia, a China, o Japão e a Austrália.
Outra questão importante foi a explosão atômica da Coréia do Norte. Os EUA não conseguiram uma condenação forte do teste nuclear norte-coreano. Ao lado do Japão, adotam uma posição mais dura, enquanto a China, a Coréia do Sul e a Rússia preferem uma atitude mais conciliatória para não reforçar a paranóia do regime comunista norte-coreano.
Coube ao presidente vietnamita Nguyen Minh Triet, como anfitrião da cúpula da APEC, pedir à Coréia do Norte que renuncie à bomba.
Em comunicado oficial, os líderes reunidos em Hanói pediram a total implementação das sanções contra o regime stalinista de Pionguiangue e exigiram que a Coréia do Norte cumpra um acordo de setembro de 2005 em que se comprometeu a abrir mão de armas nucleares em troca de garantias de segurança e ajuda. "Queremos medidas concretas para o desarmamento nuclear norte-coreano", disse o presidente vietnamita.
Na próxima quinta-feira, os 150 países membros da OMC tentam retomar as negociações de Doha, estagnadas pela falta de concessões dos países ricos em agricultura e dos países em desenvolvimento em indústria e serviços.
Com a paralisação das negociações globais, aumenta o número de acordos comerciais regionais e bilaterais. Há propostas para transformar a APEC numa área de livre comércio, que seria a maior mundo, mas por causa da enorme diversidade de seus países as negociações seriam longas.
Outra questão importante foi a explosão atômica da Coréia do Norte. Os EUA não conseguiram uma condenação forte do teste nuclear norte-coreano. Ao lado do Japão, adotam uma posição mais dura, enquanto a China, a Coréia do Sul e a Rússia preferem uma atitude mais conciliatória para não reforçar a paranóia do regime comunista norte-coreano.
Coube ao presidente vietnamita Nguyen Minh Triet, como anfitrião da cúpula da APEC, pedir à Coréia do Norte que renuncie à bomba.
Em comunicado oficial, os líderes reunidos em Hanói pediram a total implementação das sanções contra o regime stalinista de Pionguiangue e exigiram que a Coréia do Norte cumpra um acordo de setembro de 2005 em que se comprometeu a abrir mão de armas nucleares em troca de garantias de segurança e ajuda. "Queremos medidas concretas para o desarmamento nuclear norte-coreano", disse o presidente vietnamita.
Na próxima quinta-feira, os 150 países membros da OMC tentam retomar as negociações de Doha, estagnadas pela falta de concessões dos países ricos em agricultura e dos países em desenvolvimento em indústria e serviços.
Com a paralisação das negociações globais, aumenta o número de acordos comerciais regionais e bilaterais. Há propostas para transformar a APEC numa área de livre comércio, que seria a maior mundo, mas por causa da enorme diversidade de seus países as negociações seriam longas.
domingo, 19 de novembro de 2006
Escudo humano palestino impede ataque em Gaza
Mais uma vez, os palestinos usaram abertamente escudos humanos para impedir ataques israelenses. Depois que grupos de mulheres protegeram a fuga de dois militantes do Hamas, hoje centenas de palestinos foram para a casa de Mohamed Al Barud em Beit Lahia.
Quando o Exército de Israel deu um ultimato, mandando todo o mundo sair da área porque a casa seria bombardeada, pelo contrário, uma multidão cercou a casa. À noite, a Força Aérea de Israel suspendeu os ataques.
Quando o Exército de Israel deu um ultimato, mandando todo o mundo sair da área porque a casa seria bombardeada, pelo contrário, uma multidão cercou a casa. À noite, a Força Aérea de Israel suspendeu os ataques.
Presidente do Egito promete reformas mas quer governar até a morte
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, prometeu reformas democráticas neste domingo mas advertiu que manterá suas responsabilidades pelo resto da sua vida. Num discurso importante na reabertura do parlamento, Mubarak afirmou que seu país não precisa de permissão de ninguém para desenvolver a energia nuclear.
"Vou submeter uma emenda ao Artigo 76 da Constituição", anunciou o presidente do Egito. Este artigo estabelece as normas para a eleição presidencial. Pela regra atual, só o partido oficial tem número suficiente de deputados para lançar candidatos à Presidência.
A referência à questão nuclear causa preocupações porque Israel já tem a bomba e suspeita-se que o Irã esteja desenvolvendo armas atômicas. Isto ameaça provocar uma corrida nuclear no Oriente Médio, com outras potências regionais como o Egito e a Síria tentando fazer a bomba para evitar o predomínio do Irã entre os países muçulmanos da região.
"Vou submeter uma emenda ao Artigo 76 da Constituição", anunciou o presidente do Egito. Este artigo estabelece as normas para a eleição presidencial. Pela regra atual, só o partido oficial tem número suficiente de deputados para lançar candidatos à Presidência.
A referência à questão nuclear causa preocupações porque Israel já tem a bomba e suspeita-se que o Irã esteja desenvolvendo armas atômicas. Isto ameaça provocar uma corrida nuclear no Oriente Médio, com outras potências regionais como o Egito e a Síria tentando fazer a bomba para evitar o predomínio do Irã entre os países muçulmanos da região.
Kissinger quer conferência internacional sobre Iraque
O ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger (1974-77) propôs hoje a convocação de uma conferência internacional sobre o Iraque, advertindo que o colapso da autoridade naquele país pode provocar conseqüências desastrosas para o Oriente Médio e levar a novas intervenções militares do Ocidente na região.
Kissinger defendeu a abertura de diálogo dos Estados Unidos com o Irã como única forma de evitar uma confrontação.
"Temos de chegar logo a alguma definição internacional sobre o que é uma solução legítima - algo que possa ser apoiado pelos países vizinhos, por nós e nossos aliados", declarou o ex-secretário de Estado e ex-assessor de Segurança Nacional no governo Nixon (1969-74), em entrevista à TV pública britânica BBC, de sua casa em Connecticut, nos EUA.
"Em algum momento, em breve, deve ser convocada uma conferência internacional envolvendo os países vizinhos, talvez os membros permanentes do Conselho de Segurança [das Nações Unidas] e países que tenham um interesse direto, como a Índia e o Paquistão", declarou Kissinger.
Para o ex-secretário de Estado, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz por um acordo que não deu certo no Vietnã, a vitória dos EUA é impossível nas atuais condições: "Se vc chama de uma vitória militar clara o estabelecimento de um governo iraquiano por todo o país que controle a guerra civil e a violência sectária num tempo tolerável para o processo político de uma democracia, não acredito que seja possível".
Na sua opinião, "um colapso dramático do Iraque, o que quer se pense de como a situação foi criada, terá conseqüências desastrosas pelas quais pagaremos por muitos anos e que vai nos levar de volta à região de um modo ou de outro".
Os EUA romperam relações diplomáticas com o Irã desde que a embaixada americana em Teerã foi ocupada por guardas revolucionários que mantiveram reféns durante 444 dias, depois da Revolução Islâmica do aiatolá Ruhollah Khomeini, em 1979. Agora, os EUA querem que a ONU imponha sanções ao Irã, que se nega a abandonar seu programa nuclear, suspeito de desenvolver armas atômicas.
"Acredito que os EUA devem ter algum diálogo com o Irã", observou Kissinger. "Parece-me que o problema fundamental é este: o Irã vai se comportar como uma naçã ou uma cruzada? Se o Irã é uma nação, deve ser possível definir um relacionamento em que o Irã, junto com todas as outras partes interessados, contribua para a estabilidade da região e desempenhe um papel respeitável".
Kissinger defendeu a abertura de diálogo dos Estados Unidos com o Irã como única forma de evitar uma confrontação.
"Temos de chegar logo a alguma definição internacional sobre o que é uma solução legítima - algo que possa ser apoiado pelos países vizinhos, por nós e nossos aliados", declarou o ex-secretário de Estado e ex-assessor de Segurança Nacional no governo Nixon (1969-74), em entrevista à TV pública britânica BBC, de sua casa em Connecticut, nos EUA.
"Em algum momento, em breve, deve ser convocada uma conferência internacional envolvendo os países vizinhos, talvez os membros permanentes do Conselho de Segurança [das Nações Unidas] e países que tenham um interesse direto, como a Índia e o Paquistão", declarou Kissinger.
Para o ex-secretário de Estado, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz por um acordo que não deu certo no Vietnã, a vitória dos EUA é impossível nas atuais condições: "Se vc chama de uma vitória militar clara o estabelecimento de um governo iraquiano por todo o país que controle a guerra civil e a violência sectária num tempo tolerável para o processo político de uma democracia, não acredito que seja possível".
Na sua opinião, "um colapso dramático do Iraque, o que quer se pense de como a situação foi criada, terá conseqüências desastrosas pelas quais pagaremos por muitos anos e que vai nos levar de volta à região de um modo ou de outro".
Os EUA romperam relações diplomáticas com o Irã desde que a embaixada americana em Teerã foi ocupada por guardas revolucionários que mantiveram reféns durante 444 dias, depois da Revolução Islâmica do aiatolá Ruhollah Khomeini, em 1979. Agora, os EUA querem que a ONU imponha sanções ao Irã, que se nega a abandonar seu programa nuclear, suspeito de desenvolver armas atômicas.
"Acredito que os EUA devem ter algum diálogo com o Irã", observou Kissinger. "Parece-me que o problema fundamental é este: o Irã vai se comportar como uma naçã ou uma cruzada? Se o Irã é uma nação, deve ser possível definir um relacionamento em que o Irã, junto com todas as outras partes interessados, contribua para a estabilidade da região e desempenhe um papel respeitável".
sábado, 18 de novembro de 2006
Comércio já lucra com casamento do príncipe William
Com o lançamento de uma série de produtos, de pratos e xícaras de porcelana a toalhas e até mousepads, a cadeia de lojas americana Woolworth antecipa-se ao anúncio oficial do casamento entre o princípe William, segundo linha de sucesso ao trono do Reino Unido, e sua namorada Kate Middleton para faturar em cima do charme da monarquia.
Já estão a venda cerca de 100 mil produtos comemorativos do próximo casamento real. Outros vêm por aí. Estima-se que o faturamento total possa chegar a US$ 18 milhões.
Nem o Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha Elizabeth II, nem a Clarence House, residêncial oficial do príncipe Charles, pai de William e primeiro na linha sucessória, comentaram a possibilidade de casamento do filho mais velho da princesa Diana, muito parecido com a mãe.
Já estão a venda cerca de 100 mil produtos comemorativos do próximo casamento real. Outros vêm por aí. Estima-se que o faturamento total possa chegar a US$ 18 milhões.
Nem o Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha Elizabeth II, nem a Clarence House, residêncial oficial do príncipe Charles, pai de William e primeiro na linha sucessória, comentaram a possibilidade de casamento do filho mais velho da princesa Diana, muito parecido com a mãe.
Blair admite desastre na guerra do Iraque
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, admitiu ontem à noite pela primeira vez que a ocupação do Iraque por forças dos Estados Unidos e do Reino Unido tem sido "bastante desastrosa". A declaração provocou uma tempestade sobre Londres. A vice-ministra de Comércio, Margaret Hodge, disse a militantes de esquerda que Blair é culpado por "imperialismo moral".
Em entrevista ao novo canal em inglês da rede de televisão árabe especializada em notícias Al Jazira, o primeiro-ministro negou que o fracasso se deva a erros de planejamento, atribuindo-o "a uma estratégia deliberada - com Al Caeda e os insurgentes sunitas, de um lado, e elementos apoiados pelo Irã com milícias xiitas, do outro - para criar uma situação em que a vontade de paz da maioria é suplantada pela vontade de guerra de uma minoria".
Então, quer dizer que a única superpotência e outra potência mundial invadem um país subdesenvolvido mas não conseguem dar conta dos inimigos que criaram e acham que o erro é dos outros?
Esqueceram-se de combinar com o inimigo. Como na famosa frase de Garrincha quanto o técnico Feola apresentava seu plano de jogo para enfrentar a União Soviética na Copa de 1958 - esqueceram-se de avisar os "russos".
Blair insistiu em que o Irã e a Síria devem sair do isolamento e negociar uma paz ampla no Oriente Médio, no Iraque, no Líbano e entre Israel e os palestinos. Até agora, a posição americana foi de rejeitar o diálogo com o Irã enquanto este país não suspender seu programa nuclear e de uma abertura muito limitada à Síria.
Em entrevista ao novo canal em inglês da rede de televisão árabe especializada em notícias Al Jazira, o primeiro-ministro negou que o fracasso se deva a erros de planejamento, atribuindo-o "a uma estratégia deliberada - com Al Caeda e os insurgentes sunitas, de um lado, e elementos apoiados pelo Irã com milícias xiitas, do outro - para criar uma situação em que a vontade de paz da maioria é suplantada pela vontade de guerra de uma minoria".
Então, quer dizer que a única superpotência e outra potência mundial invadem um país subdesenvolvido mas não conseguem dar conta dos inimigos que criaram e acham que o erro é dos outros?
Esqueceram-se de combinar com o inimigo. Como na famosa frase de Garrincha quanto o técnico Feola apresentava seu plano de jogo para enfrentar a União Soviética na Copa de 1958 - esqueceram-se de avisar os "russos".
Blair insistiu em que o Irã e a Síria devem sair do isolamento e negociar uma paz ampla no Oriente Médio, no Iraque, no Líbano e entre Israel e os palestinos. Até agora, a posição americana foi de rejeitar o diálogo com o Irã enquanto este país não suspender seu programa nuclear e de uma abertura muito limitada à Síria.
EUA aprovam implante de silicone nos seios
Quatorze anos depois de ter proibido os implantes de silicone nos seios por razões de segurança, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos anunciou ontem a aprovação do uso da substância em cirurgias estéticas em mulheres de 22 anos ou mais e em cirurgias reparadoras em qualquer idade. Alguns alguns críticos ainda têm objeções.
O silicone começou a ser usado em cirurgias estéticas há 30 anos. Nos anos 80, as americanas começaram a recorrer à Justiça para denunciar problemas nos implantes de silicone nos seios.
Em 1992, a agência reguladora proibiu o uso de silicone em implantes de seios. Desde então, as mulheres americanas só podem fazer implantes salinos, que parecem menos naturais e podem apresentar rugas se o enchimento for mal feito.
Mais de 264 mil americanas fizeram implantes nos seios no ano passado. No mundo inteiro, é um negócio de US$ 540 milhões por ano que cresce 10% ao ano.
Em 1999, o Instituto de Medicina associou o silicone a problemas de saúde localizados mas não a males que atinjam a saúde de todo o corpo mas advertiu que ainda havia sérias preocupações.
Outra pesquisa revelou que dois terços de 344 pacientes que tinham feito implantes de silicone nos seios tinham sofrido com a ruptura dos implantes.
A nova regulamentação vai dificultar a operação por causa do aumento de custo.
Como trata-se de cirurgia estética, não é coberta por planos de saúde. Como a FDA está exigindo exames de ressonância magnética regulares durante anos, o custo de aumentar os seios pode chegar a US$ 6 mil ou até US$ 10 mil (R$ 13,% mil a R$ 22,5 mil, pela cotação do dólar-turismo). O custo do silicone está hoje em US$ 1,6 mil (R$ 3,6 mil).
Para Susan F. Wood, que durante cinco anos foi a mais alta autoridade da FDA para a saúde da mulher, não acredita que os dados apresentados seam suficientes para garantir a segurança dos implantes. É fundamental, na sua opinião, que as mulheres que fizerem a cirurgia sejam submetidas a um controle permanente: "Já que houve a aprovação, temos de insistir para que tanto pacientes como médicos tenham as informações adequadas para decidir ou não usar estes produtos", afirmou Wood, que hoje é pesquisadora na Escola de Saúde Pública e Serviços de Saúde da Universidade Georgetown, nos EUA.
O silicone começou a ser usado em cirurgias estéticas há 30 anos. Nos anos 80, as americanas começaram a recorrer à Justiça para denunciar problemas nos implantes de silicone nos seios.
Em 1992, a agência reguladora proibiu o uso de silicone em implantes de seios. Desde então, as mulheres americanas só podem fazer implantes salinos, que parecem menos naturais e podem apresentar rugas se o enchimento for mal feito.
Mais de 264 mil americanas fizeram implantes nos seios no ano passado. No mundo inteiro, é um negócio de US$ 540 milhões por ano que cresce 10% ao ano.
Em 1999, o Instituto de Medicina associou o silicone a problemas de saúde localizados mas não a males que atinjam a saúde de todo o corpo mas advertiu que ainda havia sérias preocupações.
Outra pesquisa revelou que dois terços de 344 pacientes que tinham feito implantes de silicone nos seios tinham sofrido com a ruptura dos implantes.
A nova regulamentação vai dificultar a operação por causa do aumento de custo.
Como trata-se de cirurgia estética, não é coberta por planos de saúde. Como a FDA está exigindo exames de ressonância magnética regulares durante anos, o custo de aumentar os seios pode chegar a US$ 6 mil ou até US$ 10 mil (R$ 13,% mil a R$ 22,5 mil, pela cotação do dólar-turismo). O custo do silicone está hoje em US$ 1,6 mil (R$ 3,6 mil).
Para Susan F. Wood, que durante cinco anos foi a mais alta autoridade da FDA para a saúde da mulher, não acredita que os dados apresentados seam suficientes para garantir a segurança dos implantes. É fundamental, na sua opinião, que as mulheres que fizerem a cirurgia sejam submetidas a um controle permanente: "Já que houve a aprovação, temos de insistir para que tanto pacientes como médicos tenham as informações adequadas para decidir ou não usar estes produtos", afirmou Wood, que hoje é pesquisadora na Escola de Saúde Pública e Serviços de Saúde da Universidade Georgetown, nos EUA.
Vote e escolha as novas sete maravilhas do mundo
Na escola, aprendemos que havia sete construções maravilhosas na Idade Antiga (até 476 DC): as pirâmides do Egito, os jardins suspensos da Babilônia, o templo de Diana em Éfeso, a estátua de Júpiter em Olímpia, o túmulo de Mausolo em Halicarnasso, o farol de Alexandria e o Colosso de Rodes. Só restaram as pirâmides do Egito.
Como as comunicações na Antigüidade eram precárias, a muralha da China, única obra do homem visível da Lua, não foi incluída. Mas agora pode ser e todo o mundo pode votar para escolhar as sete novas maravilhas do mundo.
Até 6 de julho de 2007, é possível fazer sua escolha no site New 7 Wonders of the World
Entre as finalistas, estão:
• a muralha da China;
• as ruínas da cidade inca de Machu Picchu, no Peru;
• a Torre Eiffell, em Paris;
• a Estátua da Liberdade, em Nova Iorque;
• o Cristo Redentor do Corcovado, no Rio de Janeiro;
• o Taj Mahal, na Índia;
• o templo de Angkor, no Camboja;
• a Acrópole, em Atenas, na Grécia;
• o Coliseu, em Roma;
• a cidade de Tombuctu, no Máli;
• o sítio arqueológico de Petra, na Jordânia, uma cidade escavada na rocha;
• o Alhambra, de Granada, na Espanha;
• as estátuas da Ilha de Páscoa, no Chile;
• o templo de Quiomizu, no Japão;
• a Ópera de Sídnei, na Austrália;
• a Basílica de Santa Sofia, em Istambul;
• o Kremlin e a Catedral de São Basílio na Praça Vermelha, em Moscou, na Rússia;
• o castelo de Neuschwanstein, na Alemanha;
• o sítio arqueológico de Stonehenge, na Inglaterra;
• e as ruínas maias de Chichén-Itzá, no México.
O resultado será anunciado em 7 de julho de 2007, em Portugal.
Como as comunicações na Antigüidade eram precárias, a muralha da China, única obra do homem visível da Lua, não foi incluída. Mas agora pode ser e todo o mundo pode votar para escolhar as sete novas maravilhas do mundo.
Até 6 de julho de 2007, é possível fazer sua escolha no site New 7 Wonders of the World
Entre as finalistas, estão:
• a muralha da China;
• as ruínas da cidade inca de Machu Picchu, no Peru;
• a Torre Eiffell, em Paris;
• a Estátua da Liberdade, em Nova Iorque;
• o Cristo Redentor do Corcovado, no Rio de Janeiro;
• o Taj Mahal, na Índia;
• o templo de Angkor, no Camboja;
• a Acrópole, em Atenas, na Grécia;
• o Coliseu, em Roma;
• a cidade de Tombuctu, no Máli;
• o sítio arqueológico de Petra, na Jordânia, uma cidade escavada na rocha;
• o Alhambra, de Granada, na Espanha;
• as estátuas da Ilha de Páscoa, no Chile;
• o templo de Quiomizu, no Japão;
• a Ópera de Sídnei, na Austrália;
• a Basílica de Santa Sofia, em Istambul;
• o Kremlin e a Catedral de São Basílio na Praça Vermelha, em Moscou, na Rússia;
• o castelo de Neuschwanstein, na Alemanha;
• o sítio arqueológico de Stonehenge, na Inglaterra;
• e as ruínas maias de Chichén-Itzá, no México.
O resultado será anunciado em 7 de julho de 2007, em Portugal.
Unversal Music processa MySpace
A empresa Universal Music está processando o site de internet MySpace por violação de direitos autorais ao colocar na rede mundial de computadores material protegido por direitos de propriedade intelectual. Em nota, My Space considerou o processo "desnecessário e imeritório".
Aquecimento global derrete gelo no Pólo Norte
O aquecimento da Terra aumenta o degelo da calota polar sobre o Oceano Ártico. Enquanto surgem cada vez mais arbustos na tundra, cresce a preocupação com o degelo na Groenlândia.
"Houve períodos de aquecimento regional antes. Agora, estamos vendo mudanças árticas", observou quinta-feira o oceanógrafo James Overland, do Laboratório Ambiental Marinho do Pacífico, no estado de Washington, nos Estados Unidos.
Nos últimos cinco anos, a temperatura no Ártico foi de pelo menos um grau centígrado acima da média durante o ano inteiro.
"Houve períodos de aquecimento regional antes. Agora, estamos vendo mudanças árticas", observou quinta-feira o oceanógrafo James Overland, do Laboratório Ambiental Marinho do Pacífico, no estado de Washington, nos Estados Unidos.
Nos últimos cinco anos, a temperatura no Ártico foi de pelo menos um grau centígrado acima da média durante o ano inteiro.
sexta-feira, 17 de novembro de 2006
Construção de novas casas cai 15% nos EUA
Em outro sinal de desaceleração da maior economia do mundo, o início da construção de novas casas caiu 14,6% em outubro nos Estados Unidos, descendo para um total de 1,486 milhão, o nível mais baixo em seis anos, revelou hoje o Departamento de Comércio. No Sul, a baixa foi de 26,4%, a pior em 22 anos.
É uma indicação de que o declínio do mercado imobiliário americano ainda não chegou ao fundo do poço. Na comparação com outubro de 2005, a queda foi de 27,5%.
É uma indicação de que o declínio do mercado imobiliário americano ainda não chegou ao fundo do poço. Na comparação com outubro de 2005, a queda foi de 27,5%.
Morre Puskas, maestro da Hungria em 1954
Um dos maiores craques da História do futebol, o húngaro Ferenc Puskas, capitão da lendária seleção da Hungria na Copa do Mundo de 1954, vice-campeã do mundo, morreu na madrugada de hoje em Budapeste aos 79 anos. Ele sofria do Mal de Alzheimer. Estava internado há seis anos no hospital Kütvolgyi, na capital húngara.
Depois de liderar a Hungria, derrotada pela Alemanha por 3-2 na final em Berna, Puskas fugiu de seu país quando a União Soviética esmagou uma tentativa de criar um governo comunista independente de Moscou, em 1956. Exilado na Espanha, jogou no Real Madrid de Di Stefano e Santamaría, cinco vezes campeão da Europa, considerado um dos melhores times do mundo na época, comparável ao Santos de Pelé.
Por uma ironia da História, o surgimento do videoteipe nos permitiu ver os filmes de Copas do Mundo passadas. Uma exame detalhado dos gols da final da Copa de 54. A Hungria saiu na frente. Em 10 minutos, ganhava por 2-0. No gol de empate da Alemanha, o goleiro húngaro foi claramente empurrado num escanteio.
Mais ainda: logo depois que a Alemanha faz 3-2, a Hungria ataca e Puskas empata o jogo. O juiz dá impedimento inexistente, revela o VT.
Conclusão: a Hungria foi a campeã moral de Copa de 54. Passou à História como a Holanda de Johann Cruiff em 1974 e o Brasil de Telê Santana em 1982, entrando para a galeria dos grandes times e grandes craques que jamais conseguiram ser campeões do mundo.
Depois de liderar a Hungria, derrotada pela Alemanha por 3-2 na final em Berna, Puskas fugiu de seu país quando a União Soviética esmagou uma tentativa de criar um governo comunista independente de Moscou, em 1956. Exilado na Espanha, jogou no Real Madrid de Di Stefano e Santamaría, cinco vezes campeão da Europa, considerado um dos melhores times do mundo na época, comparável ao Santos de Pelé.
Por uma ironia da História, o surgimento do videoteipe nos permitiu ver os filmes de Copas do Mundo passadas. Uma exame detalhado dos gols da final da Copa de 54. A Hungria saiu na frente. Em 10 minutos, ganhava por 2-0. No gol de empate da Alemanha, o goleiro húngaro foi claramente empurrado num escanteio.
Mais ainda: logo depois que a Alemanha faz 3-2, a Hungria ataca e Puskas empata o jogo. O juiz dá impedimento inexistente, revela o VT.
Conclusão: a Hungria foi a campeã moral de Copa de 54. Passou à História como a Holanda de Johann Cruiff em 1974 e o Brasil de Telê Santana em 1982, entrando para a galeria dos grandes times e grandes craques que jamais conseguiram ser campeões do mundo.
Preços para consumidor caem nos EUA
O índice de preços ao consumidor caiu 0,5% nos Estados Unidos em outubro, principalmente por causa da queda de 0,7% nos preços da energia e do petróleo, indicando que as pressões inflacionárias estão sob controle.
A gasolina teve redução de preço de 11,1% em relação a outubro e de 18,3% em relação a um ano atrás. O preço do gás baixou 24% em um ano.
O núcleo da inflação, expurgados alimentos e energia, registrou alta de 0,1%. Isto aumenta a possibilidade de um corte na taxa básica de juros, hoje em 5,25% ao ano, já no início do próximo ano. É evidente a desaceleração da maior economia do mundo, que produz US$ 13,3 trilhões anuais.
A produção industrial, que cresceu 4,5% no terceiro trimestre, não deve aumentar neste fim de ano. Mas as minutas da última reunião do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, revelam que ainda havia grandes preocupações com a inflação.
A gasolina teve redução de preço de 11,1% em relação a outubro e de 18,3% em relação a um ano atrás. O preço do gás baixou 24% em um ano.
O núcleo da inflação, expurgados alimentos e energia, registrou alta de 0,1%. Isto aumenta a possibilidade de um corte na taxa básica de juros, hoje em 5,25% ao ano, já no início do próximo ano. É evidente a desaceleração da maior economia do mundo, que produz US$ 13,3 trilhões anuais.
A produção industrial, que cresceu 4,5% no terceiro trimestre, não deve aumentar neste fim de ano. Mas as minutas da última reunião do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, revelam que ainda havia grandes preocupações com a inflação.
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
Ségolène será candidata à Presidência da França
Ela pode ser a primeira mulher a presidir a França.
O secretário nacional eleitoral do Partido Socialista, Bruno Le Roux, afirmou hoje à noite que "os militantes fizeram uma escolha clara". Entre 55% e 60% dos votos da eleição prévia para decidir quem será o candidato do PS em 2007 foram para Ségolène Royal, que derrota assim o ex-primeiro-ministro Laurent Fabius e o ex-ministro das Finanças Dominique Strauss-Kahn.
Nas pesquisas, Ségolène está em primeiro lugar, empatada com o ministro do Exterior, Nicolás Sarkozy, provável candidato da direita, com 34% das preferências, bem à frente do neofascista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, que tirou o ex-primeiro-ministro socialista Lionel Jospin do segundo turno em 2002.
Como a esquerda se dividiu em 2002 , com 11% dos votos sendo dados a candidatos de esquerda radical, os neofascistas foram para o segundo turno, obrigando a esquerda a votar no presidente Jacques Chirac, que consideram corrupto e conservador.
Naquela época, o PS tinha um candidato desgastado pelo poder, por cinco anos de coabitação com Chirac e pelas reformas econômicas para a adoção do euro como moeda comum européia. Isto exigiu controle do déficit e da dívida públicos, cortes de gastos que a esquerda francesa associa ao liberalismo econômico.
Para punir Jospin, votou no primeiro turno, em 21 de abril de 2002, em candidatos mais à esquerda, na certeza de que votaria em Jospin no segundo turno. Teve de tapar o nariz e votar em Chirac para evitar o mal maior do fascismo.
Agora o PS vem para ganhar, com a grande novidade destas eleições: uma mulher com chance de conquistar o Palácio do Eliseu. Ela é inteligente, bonita e liberal. Talvez seja liberal demais para a esquerda mais radical. Mas é a única chance de vitória da esquerda.
O secretário nacional eleitoral do Partido Socialista, Bruno Le Roux, afirmou hoje à noite que "os militantes fizeram uma escolha clara". Entre 55% e 60% dos votos da eleição prévia para decidir quem será o candidato do PS em 2007 foram para Ségolène Royal, que derrota assim o ex-primeiro-ministro Laurent Fabius e o ex-ministro das Finanças Dominique Strauss-Kahn.
Nas pesquisas, Ségolène está em primeiro lugar, empatada com o ministro do Exterior, Nicolás Sarkozy, provável candidato da direita, com 34% das preferências, bem à frente do neofascista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, que tirou o ex-primeiro-ministro socialista Lionel Jospin do segundo turno em 2002.
Como a esquerda se dividiu em 2002 , com 11% dos votos sendo dados a candidatos de esquerda radical, os neofascistas foram para o segundo turno, obrigando a esquerda a votar no presidente Jacques Chirac, que consideram corrupto e conservador.
Naquela época, o PS tinha um candidato desgastado pelo poder, por cinco anos de coabitação com Chirac e pelas reformas econômicas para a adoção do euro como moeda comum européia. Isto exigiu controle do déficit e da dívida públicos, cortes de gastos que a esquerda francesa associa ao liberalismo econômico.
Para punir Jospin, votou no primeiro turno, em 21 de abril de 2002, em candidatos mais à esquerda, na certeza de que votaria em Jospin no segundo turno. Teve de tapar o nariz e votar em Chirac para evitar o mal maior do fascismo.
Agora o PS vem para ganhar, com a grande novidade destas eleições: uma mulher com chance de conquistar o Palácio do Eliseu. Ela é inteligente, bonita e liberal. Talvez seja liberal demais para a esquerda mais radical. Mas é a única chance de vitória da esquerda.
Morre guru do neoliberalismo
Um dos economista mais influentes do século 20, o americano Milton Friedman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 1976, morreu do coração hoje aos 94 anos em São Francisco da Califórnia, nos Estados Unidos.
Guru e fundador, em 1948, da Escola de Chicago e do monetarismo, Friedman defendia a redução do papel do Estado na economia, com cortes nos impostos e nos gastos públicos, e menos regulamentação, para liberar as forças do setor privado, na sua opinião muito mais eficiente do que o setor público.
Suas idéias foram a base da revolução neoconservadora impulsionada pelos governos Margaret Thatcher (1979-1990), no Reino Unido, e Ronald Reagan, nos Estados Unidos, e por ditadores latino-americanos como o general Augusto Pinochet, no Chile.
Sob Thatcher, a Grã-Bretanha se tornou um laboratório para as idéias de Friedman. A economia britânica voltou a crescer. Hoje é a quinta do mundo. Mas o desemprego chegou a níveis antes considerados inaceitáveis e o país se desindustrializou. O legado da era Thatcher ainda é ferozmente discutido.
"Milton Friedman reviveu a economia da liberdade quando ela estava quase esquecida. Era um combatente intelectual pela liberdade. Nunca houve um praticamente menos sombrio da 'ciência sombria' (economia)", declarou Thatcher em nota distribuída à imprensa.
Libertário, era a favor da legalização das drogas para que a sociedade e cada indivíduo assumisse a responsabilidade pelos seus atos, com menos interferência do Estado no que considerava uma questão privada.
Em Capitalismo e Liberdade, escreveu: "A liberdade política significa a ausência de coerção de um homem por seu semelhante. A ameaça fundamental à liberdade é o poder de coagir, esteja nas mãos de um monarca, ditador, uma oligarquia ou uma maioria momentânea. A preservação da liberdade exige a eliminação desta concentração poder na maior extensão possível e a dispersão e distribuição de qualquer poder capaz de ser eliminado - num sistema de controles. Ao tirar a organização da atividade econômica do controle da autoridade política, o mercado elimina a fonte do poder coercitivo. Habilita o poder econômico a ser uma limitação em vez de um reforço do poder político".
Seus antípodas marxistas diriam que no sistema capitalista há um conluio entre o poder político e o grande capital. Os políticos, cujas campanhas são financiadas por empresas, seriam leais a este poder econômico, representariam majoritariamente os interesses do capital, o que manteria a concentração de poder.
De qualquer maneira, a democracia é a melhor maneira de controlar tanto o poder político quanto o poder econômico. Em liberdade, pode-se lutar para mudar o mundo ou qualquer outra coisa.
Guru e fundador, em 1948, da Escola de Chicago e do monetarismo, Friedman defendia a redução do papel do Estado na economia, com cortes nos impostos e nos gastos públicos, e menos regulamentação, para liberar as forças do setor privado, na sua opinião muito mais eficiente do que o setor público.
Suas idéias foram a base da revolução neoconservadora impulsionada pelos governos Margaret Thatcher (1979-1990), no Reino Unido, e Ronald Reagan, nos Estados Unidos, e por ditadores latino-americanos como o general Augusto Pinochet, no Chile.
Sob Thatcher, a Grã-Bretanha se tornou um laboratório para as idéias de Friedman. A economia britânica voltou a crescer. Hoje é a quinta do mundo. Mas o desemprego chegou a níveis antes considerados inaceitáveis e o país se desindustrializou. O legado da era Thatcher ainda é ferozmente discutido.
"Milton Friedman reviveu a economia da liberdade quando ela estava quase esquecida. Era um combatente intelectual pela liberdade. Nunca houve um praticamente menos sombrio da 'ciência sombria' (economia)", declarou Thatcher em nota distribuída à imprensa.
Libertário, era a favor da legalização das drogas para que a sociedade e cada indivíduo assumisse a responsabilidade pelos seus atos, com menos interferência do Estado no que considerava uma questão privada.
Em Capitalismo e Liberdade, escreveu: "A liberdade política significa a ausência de coerção de um homem por seu semelhante. A ameaça fundamental à liberdade é o poder de coagir, esteja nas mãos de um monarca, ditador, uma oligarquia ou uma maioria momentânea. A preservação da liberdade exige a eliminação desta concentração poder na maior extensão possível e a dispersão e distribuição de qualquer poder capaz de ser eliminado - num sistema de controles. Ao tirar a organização da atividade econômica do controle da autoridade política, o mercado elimina a fonte do poder coercitivo. Habilita o poder econômico a ser uma limitação em vez de um reforço do poder político".
Seus antípodas marxistas diriam que no sistema capitalista há um conluio entre o poder político e o grande capital. Os políticos, cujas campanhas são financiadas por empresas, seriam leais a este poder econômico, representariam majoritariamente os interesses do capital, o que manteria a concentração de poder.
De qualquer maneira, a democracia é a melhor maneira de controlar tanto o poder político quanto o poder econômico. Em liberdade, pode-se lutar para mudar o mundo ou qualquer outra coisa.
Ségolène e Sarkozy estão empatados na França
Na véspera da eleição prévia para escolher o candidato do Partido Socialista à eleição presidencial de 2007 na França, a ser realizada hoje, os dois favoritos aparecem empatados numa pesquisa.
Tanto a favorita da esquerda, Ségolène Royal, quanto o ministro do Interior, Nicolás Sarkozy, têm 34% das preferências, seguidos pelo líder da extrema direita, Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, com 13%.
Com a desistência do ex-primeiro-ministro Lionel Jospin, que em 2002 perdeu a vaga no segundo turno para Le Pen, Ségolène enfrenta hoje outro ex-primeiro-ministro, Laurent Fabius, e o ex-ministro da Economia Dominique Strauss-Kahn. Ela pediu uma grande votação aos 218 mil filiados do PS francês para evitar o desgaste de um segundo turno que, na sua opinião, só favoreceria à direita.
Ségolène enfrenta restrições da ala mais esquerdista do PS, que considera suas propostas modernizadoras muito liberais. Mas aparece nas pesquisas como a única candidata capaz de derrotar Sarkozy, um filho de imigrantes húngaros que está disposto a reformar o Estado e a economia da França numa linha liberalizante. Ele promete reduzir o desemprego para 5% mas os sindicatos temem que isto seja feito à custa da redução dos direitos e da facilitação de demissões.
Os dois candidatos favoritos são, assim, partidários de uma modernização e da liberalização da economia francesa para enfrentar os desafios da globalização, sinal de que começa a surgir um consenso na França a favor das reformas. Isto não quer dizer que os sindicatos não vão protestar, sair às ruas e promover greves.
Tanto a favorita da esquerda, Ségolène Royal, quanto o ministro do Interior, Nicolás Sarkozy, têm 34% das preferências, seguidos pelo líder da extrema direita, Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, com 13%.
Com a desistência do ex-primeiro-ministro Lionel Jospin, que em 2002 perdeu a vaga no segundo turno para Le Pen, Ségolène enfrenta hoje outro ex-primeiro-ministro, Laurent Fabius, e o ex-ministro da Economia Dominique Strauss-Kahn. Ela pediu uma grande votação aos 218 mil filiados do PS francês para evitar o desgaste de um segundo turno que, na sua opinião, só favoreceria à direita.
Ségolène enfrenta restrições da ala mais esquerdista do PS, que considera suas propostas modernizadoras muito liberais. Mas aparece nas pesquisas como a única candidata capaz de derrotar Sarkozy, um filho de imigrantes húngaros que está disposto a reformar o Estado e a economia da França numa linha liberalizante. Ele promete reduzir o desemprego para 5% mas os sindicatos temem que isto seja feito à custa da redução dos direitos e da facilitação de demissões.
Os dois candidatos favoritos são, assim, partidários de uma modernização e da liberalização da economia francesa para enfrentar os desafios da globalização, sinal de que começa a surgir um consenso na França a favor das reformas. Isto não quer dizer que os sindicatos não vão protestar, sair às ruas e promover greves.
quarta-feira, 15 de novembro de 2006
Comandante americano insiste em que vai conseguir estabilizar o Iraque
Ao depor hoje da Comissão das Forças Armadas do Senado, o general John Abizaid, chefe do Comando Central dos Estados Unidos, declarou-se otimista quando à estabilização do Iraque, rejeitando o proposta democrata de remanejar as tropas dentro de quatro a seis meses. Ele negou que precise de mais soldados para cumprir sua missão.
Qualquer recuo, na sua opinião, só intensificaria a guerra civil que está matando cerca de cem pessoas por dia no Iraque: "Parece-me que o mais prudente é manter a força atual de 141 mil homens, que está fazendo progressos. Embora a violência sectária continue e seja preocupante, não é tão ruim como em agosto".
O embaixador David Satterfield, assessor do Departamento de Estado para o Iraque, comentou que qualquer seria "seria interpretado como uma retirada do apoio dos EUA ao atual governo", criando refúgios onde a rede terrorista Al Caeda poderia instalar bases e centros de treinamento.
Todas as opções estão sendo consideradas, "do aumento das forças de combate até a retirada das tropas americanas", disse o general Abizaid, dizendo que é possível acelerar o "ritmo da transição", atualmente estimada em um ano a um ano e meio, para colocar a segurança pública nas mãos dos iraquianos.
A chave do sucesso, afirmou, consiste em colocar forças americanas no meio da Polícia e do Exército do Iraque para criar um ambiental estável onde os iraquianos não temam mais as milícias: "É possível que tenhamos de aumentar temporariamente o número de tropas que acompanham as forças de segurança".
Ele admitiu que há problemas na província de Anbar, onde 40 americanos foram mortos no mês passado. A polícia não é paga há quatro meses, aparentemente para fomentar a insurgência sunita. "Temos de fazer alguma coisa em Anbar mas mais crítica é a situação de Bagdá. É lá que temos de concentrar nossos principais recursos militares. Temos de fazer algo com o Exército Mehdi", a milícia liderada pelo aiatolá rebelde Muktada al-Sader.
Abizaid foi o primeiro general a depor no Congresso depois da queda do secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, no dia seguinte à derrota eleitoral republicana.
Qualquer recuo, na sua opinião, só intensificaria a guerra civil que está matando cerca de cem pessoas por dia no Iraque: "Parece-me que o mais prudente é manter a força atual de 141 mil homens, que está fazendo progressos. Embora a violência sectária continue e seja preocupante, não é tão ruim como em agosto".
O embaixador David Satterfield, assessor do Departamento de Estado para o Iraque, comentou que qualquer seria "seria interpretado como uma retirada do apoio dos EUA ao atual governo", criando refúgios onde a rede terrorista Al Caeda poderia instalar bases e centros de treinamento.
Todas as opções estão sendo consideradas, "do aumento das forças de combate até a retirada das tropas americanas", disse o general Abizaid, dizendo que é possível acelerar o "ritmo da transição", atualmente estimada em um ano a um ano e meio, para colocar a segurança pública nas mãos dos iraquianos.
A chave do sucesso, afirmou, consiste em colocar forças americanas no meio da Polícia e do Exército do Iraque para criar um ambiental estável onde os iraquianos não temam mais as milícias: "É possível que tenhamos de aumentar temporariamente o número de tropas que acompanham as forças de segurança".
Ele admitiu que há problemas na província de Anbar, onde 40 americanos foram mortos no mês passado. A polícia não é paga há quatro meses, aparentemente para fomentar a insurgência sunita. "Temos de fazer alguma coisa em Anbar mas mais crítica é a situação de Bagdá. É lá que temos de concentrar nossos principais recursos militares. Temos de fazer algo com o Exército Mehdi", a milícia liderada pelo aiatolá rebelde Muktada al-Sader.
Abizaid foi o primeiro general a depor no Congresso depois da queda do secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, no dia seguinte à derrota eleitoral republicana.
Rice rejeita abertura de diálogo com Síria e Irã
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, rejeitou hoje a possibilidade, sugerida pelo primeiro-ministro britânico, Tony Blair, de envolver o Irã e a Síria numa ampla negociação sobre a paz no Oriente Médio, tendo em vista a pacificação do Iraque, do Líbano e da Palestina.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, um radical que customa ameaçar Israel, declarou que, "desde o início, dissemos que conversaríamos com os Estados Unidos, sob condições. Se corrigir seu comportamento, conversaremos".
Já o ministro do Exterior da Síria, Walid Mouallem, manifestou o interesse em negociar com os EUA para pacificar O Iraque e garantir sua segurança: "Estendemos a mão com sinceridade. A bola está com os EUA".
Mas Condy Rice não está tão convencida assim da sinceridade dos dois maiores inimigos estatais dos EUA no Oriente Médio: "A questão é saber se há qualquer coisa no comportamento iraniano que possa sugerir que eles estão interessados na estabilidade do Iraque". Quanto à Síria, comentou, "atualmente parece estar alinhada com as forças extremistas".
A abertura de diálogo com a Síria e o Irã deve ser uma das sugestões do Grupo de Estudos sobre o Iraque, presidido pelo ex-secretário de Estado James Baker e o ex-deputado democrata Lee Hamilton, criado para sugerir alternativas para os EUA no Iraque. O próprio Baker lembrou que negociou com a adesão da Síria e a neutralidade do Irã antes da Guerra do Golfo, em 1991, para expulsar os iraquianos no Kuwait.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, um radical que customa ameaçar Israel, declarou que, "desde o início, dissemos que conversaríamos com os Estados Unidos, sob condições. Se corrigir seu comportamento, conversaremos".
Já o ministro do Exterior da Síria, Walid Mouallem, manifestou o interesse em negociar com os EUA para pacificar O Iraque e garantir sua segurança: "Estendemos a mão com sinceridade. A bola está com os EUA".
Mas Condy Rice não está tão convencida assim da sinceridade dos dois maiores inimigos estatais dos EUA no Oriente Médio: "A questão é saber se há qualquer coisa no comportamento iraniano que possa sugerir que eles estão interessados na estabilidade do Iraque". Quanto à Síria, comentou, "atualmente parece estar alinhada com as forças extremistas".
A abertura de diálogo com a Síria e o Irã deve ser uma das sugestões do Grupo de Estudos sobre o Iraque, presidido pelo ex-secretário de Estado James Baker e o ex-deputado democrata Lee Hamilton, criado para sugerir alternativas para os EUA no Iraque. O próprio Baker lembrou que negociou com a adesão da Síria e a neutralidade do Irã antes da Guerra do Golfo, em 1991, para expulsar os iraquianos no Kuwait.
Quatro cálices de vinho por dia anulam efeito bom
Se um ou dois cálices de vinho tinto por dia ajudam a reduzir a taxa de colestorel, o risco de arteroesclerose e de doenças do coração, quatro cálices neutralizam os efeitos positivos e aumentam o risco de acidentes vasculares cerebrais fatais.
"Com estes dados, dizer que o excesso de álcool provoca ataque cerebral não é exagerado", declarou o diretor do Registro Nacional de Acidentes Vasculares Cerebrais da Sociedade Neurológica Argentina, Luciano Sposato, ao jornal La Nación.
A hemorragia no cérebro ou acidente vascular cerebral (AVC) acontece quando uma artéria cerebral se rompe e o sangramento afeta áreas vitais. Esta ruptura, cuja causa mais freqüente é pressão arterial elevada, impede a oxigenação do cérebro.
Entre os fatores de risco para AVCs, estão a hipertensão, o tabagismo, a diabete e doenças do coração.
"Com estes dados, dizer que o excesso de álcool provoca ataque cerebral não é exagerado", declarou o diretor do Registro Nacional de Acidentes Vasculares Cerebrais da Sociedade Neurológica Argentina, Luciano Sposato, ao jornal La Nación.
A hemorragia no cérebro ou acidente vascular cerebral (AVC) acontece quando uma artéria cerebral se rompe e o sangramento afeta áreas vitais. Esta ruptura, cuja causa mais freqüente é pressão arterial elevada, impede a oxigenação do cérebro.
Entre os fatores de risco para AVCs, estão a hipertensão, o tabagismo, a diabete e doenças do coração.
Óleo de peixe reduz risco de Mal de Alzheimer
Uma substância presente no óleo de peixe reduz o risco de desenvolver a Doença de Alzheimer e outros tipos de demência, afirmo um estudo publicado na revista científica The Archives of Neurology.
Na pesquisa do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, as pessoas com níveis mais altos no sangue de um ácido graxo chamado docosahecanóico (DHA, da sigla em inglês) têm um risco 50% menor do que quem tinha níveis baixos desta substância.
O DHA é um dos muitos ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 que se encontram em peixes e, em pequenas quantidades, em algumas carnes.
A pesquisa investigou os sete ácidos graxos ômega-3 mas só comprovou uma redução de risco para o Mal de Alzheimer com o DHA. Participaram 899 pessoas maiores de 76 anos durante nove anos.
Na pesquisa do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, as pessoas com níveis mais altos no sangue de um ácido graxo chamado docosahecanóico (DHA, da sigla em inglês) têm um risco 50% menor do que quem tinha níveis baixos desta substância.
O DHA é um dos muitos ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 que se encontram em peixes e, em pequenas quantidades, em algumas carnes.
A pesquisa investigou os sete ácidos graxos ômega-3 mas só comprovou uma redução de risco para o Mal de Alzheimer com o DHA. Participaram 899 pessoas maiores de 76 anos durante nove anos.
Câmara é festival de privilégios e mordomias
Os deputados brasileiros estão entre os mais bem pagos do mundo, indigna-se o jornal espanhol El País. Podem ganhar mais de R$ 92 mil mensais, num país onde o salário mínimo é de R$ 350 e os aposentados ganham a partir de R$ 250. E o presidente da Câmara, o comunista Aldo Rebelo, quer dobrar o valor do salário-base para R$ 24,2 mil, equiparando-o aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
É um aumento de quase 100%, exatamente como queria seu antecessor de triste memória, o deputado Severino Cavalcanti, cassado por corrupção.
Entre salários, subsídios, benefícios e mordomias, o total chega a R$ 92,9 mil mensais, calcula El País. O salário-base é de R$ 12,4 mil, R$ 50 mil para pagar assessores, R$ 3 mil de auxílio habitacional, R$ 4,2 mil para correspondência, R$ 15 mil para indenizações por despesas variadas, R$ 15 mil para manter um escritório no seu estado e R$ 8,3 mil para passagens aéreas.
Além disso, os 513 deputados federais brasileiros têm direito a mais de 180 serviços, de frigorífico com bebidas, TV por assinatura, seguro-saúde extensivo à família, escritório, móveis. É tanta coisa que existe um livro de 330 páginas com as informações a respeito das mordomias de uso exclusivo dos deputados. Chama-se Manual do Gabinete Parlamentar.
É um aumento de quase 100%, exatamente como queria seu antecessor de triste memória, o deputado Severino Cavalcanti, cassado por corrupção.
Entre salários, subsídios, benefícios e mordomias, o total chega a R$ 92,9 mil mensais, calcula El País. O salário-base é de R$ 12,4 mil, R$ 50 mil para pagar assessores, R$ 3 mil de auxílio habitacional, R$ 4,2 mil para correspondência, R$ 15 mil para indenizações por despesas variadas, R$ 15 mil para manter um escritório no seu estado e R$ 8,3 mil para passagens aéreas.
Além disso, os 513 deputados federais brasileiros têm direito a mais de 180 serviços, de frigorífico com bebidas, TV por assinatura, seguro-saúde extensivo à família, escritório, móveis. É tanta coisa que existe um livro de 330 páginas com as informações a respeito das mordomias de uso exclusivo dos deputados. Chama-se Manual do Gabinete Parlamentar.
terça-feira, 14 de novembro de 2006
Queda de preços reduz medo de inflação nos EUA
O índice de preços ao produtor (atacado) caiu no mês passado, aliviando as pressões inflacionárias nos Estados Unidos. A queda foi de 1,6%. O núcleo da inflação no atacado, excluídos os preços de remédios e alimentos, caiu 0,9%, na maior baixa desde agosto de 1993.
Em outro sinal de desaceleração da maior economia do mundo, as vendas no varejo caíram 0,2% em outubro, depois de uma baixa de 0,8% em setembro. Só subiram em dois dos últimos seis meses. Nos últimos 12 meses, a alta é de 4,5%, a menor em termos nominais em mais de dois anos.
A queda é atribuída à redução nos preços da gasolina, que caíram 6% em outubro, depois de diminuírem 11,1% em setembro. Se for só isto, não indica uma tendência deflacionária. Mas estes números apontam para um corte na taxa básica de juros da economia americana, hoje em 5,25% ao ano.
O possível corte nos juros animou o mercado financeiro. A Bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 86,13 pontos ou 0,7%, no fechamento recorde de 12.281,01.
Em outro sinal de desaceleração da maior economia do mundo, as vendas no varejo caíram 0,2% em outubro, depois de uma baixa de 0,8% em setembro. Só subiram em dois dos últimos seis meses. Nos últimos 12 meses, a alta é de 4,5%, a menor em termos nominais em mais de dois anos.
A queda é atribuída à redução nos preços da gasolina, que caíram 6% em outubro, depois de diminuírem 11,1% em setembro. Se for só isto, não indica uma tendência deflacionária. Mas estes números apontam para um corte na taxa básica de juros da economia americana, hoje em 5,25% ao ano.
O possível corte nos juros animou o mercado financeiro. A Bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 86,13 pontos ou 0,7%, no fechamento recorde de 12.281,01.
Giuliani lança candidatura à Casa Branca em 2008
O ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani anunciou ontem que abriu um escritório para arrecadar dinheiro e organizar sua campanha para lutar pela candidatura do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos em 2008.
Giuliani ficou conhecido nos anos 80 quando era promotor público em Nova Iorque e colocou vários mafiosos na cadeia. Em 1989, foi candidato a prefeito pela primeira vez, perdendo por margem estreita para o prefeito democrata David Dinkins. Ganhou em 1993 e, depois de aplicar o programa de tolerância zero que reduziu sensivelmente a violência, foi reeleito com uma ampla vitória em 1997.
Com câncer na próstata e abalado pelo divórcio, Giuliani desistiu de disputar com a primeira-dama Hillary Clinton uma das cadeiras no Senado pelo estado de Nova Iorque.
Mas em 11 de setembro de 2001, o pior dia da história da cidade, enquanto o presidente George Walker Bush se escondia de uma possível segunda onda de ataques, foi Giuliani que assumiu uma postura presidencial e coordenou o socorro às vítimas e o rescaldo da tragédia.
Nas pesquisas entre eleitores republicanos, que devem indicar o candidato em prévias e convenções, Giuliani aparece em primeiro lugar, com 29%, seguido pelo senador John McCain, que também manifestou a intenção de criar um escritório de arrecadação, com 27% e pelo ex-presidente da Câmara Newt Gingrich com 14%.
Giuliani ficou conhecido nos anos 80 quando era promotor público em Nova Iorque e colocou vários mafiosos na cadeia. Em 1989, foi candidato a prefeito pela primeira vez, perdendo por margem estreita para o prefeito democrata David Dinkins. Ganhou em 1993 e, depois de aplicar o programa de tolerância zero que reduziu sensivelmente a violência, foi reeleito com uma ampla vitória em 1997.
Com câncer na próstata e abalado pelo divórcio, Giuliani desistiu de disputar com a primeira-dama Hillary Clinton uma das cadeiras no Senado pelo estado de Nova Iorque.
Mas em 11 de setembro de 2001, o pior dia da história da cidade, enquanto o presidente George Walker Bush se escondia de uma possível segunda onda de ataques, foi Giuliani que assumiu uma postura presidencial e coordenou o socorro às vítimas e o rescaldo da tragédia.
Nas pesquisas entre eleitores republicanos, que devem indicar o candidato em prévias e convenções, Giuliani aparece em primeiro lugar, com 29%, seguido pelo senador John McCain, que também manifestou a intenção de criar um escritório de arrecadação, com 27% e pelo ex-presidente da Câmara Newt Gingrich com 14%.
Crescimento do Japão supera expectativa
A economia do Japão cresceu pelo sétimo trimestre consecutivo. De julho a setembro, expandiu-se a uma taxa anualizada de 2%. É o período mais longo de crescimento da segunda maior economia do mundo desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Mas as taxas de crescimento eram maiores, sobretudo entre 1965 e 1970.
Em relação ao trimestre anterior, o crescimento foi de 0,5%. A expectativa média dos analistas de mercado era de um crescimento de 0,2% em relação ao trimestre passado e de 1% na taxa anualizada.
O consumo privado, que representa mais da metade do PIB japonês, de cerca de US$ 5 trilhões, encolheu 0,7%. Quem bancou o crescimento foi o investimento das empresas japonesas, que aumentou 2,9%. As exportações cresceram 2,7%, compensando a retração no consumo doméstico.
Em relação ao trimestre anterior, o crescimento foi de 0,5%. A expectativa média dos analistas de mercado era de um crescimento de 0,2% em relação ao trimestre passado e de 1% na taxa anualizada.
O consumo privado, que representa mais da metade do PIB japonês, de cerca de US$ 5 trilhões, encolheu 0,7%. Quem bancou o crescimento foi o investimento das empresas japonesas, que aumentou 2,9%. As exportações cresceram 2,7%, compensando a retração no consumo doméstico.
Al Caeda quer fazer ataque terrorista nuclear
A rede terrorista Al Caeda está procurando ativamente comprar materiais e tecnologias nucleares, revelou ontem um alto funcionário britânico, dias depois do anúncio de que a polícia do Reino Unido desmantelou pelo menos 30 grandes conspirações terroristas envolvendo 1,6 mil suspeitos. Em sua maioria, são britânicos de origem paquistanesa convertidos ao islamismo radical.
No início do mês, Dhiren Barot, de 34 anos, foi condenado a 40 anos de reclusão por conspirar para explodir a bolsa de nova Iorque e realizar atentados no Reino Unido com limusines-bomba e uma bomba radioativa.
No início do mês, Dhiren Barot, de 34 anos, foi condenado a 40 anos de reclusão por conspirar para explodir a bolsa de nova Iorque e realizar atentados no Reino Unido com limusines-bomba e uma bomba radioativa.
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
Blair pede ajuda a Síria e Irã no Iraque
Ao anunciar hoje uma nova estratégia para o Oriente Médio, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, tentando salvar sua biografia, manchada pela ocupação do Iraque, pediu o apoio da Síria e do Irã, os maiores inimigos dos Estados Unidos na região, para conquistar a paz no Iraque, no Líbano e na Palestina. Ele advertiu o Irã para que coopere ou enfrente o isolamento internacional.
"Oferecemos ao Irã uma clara opção estratégica. Eles ajudam no processo de paz no Oriente Médio, em vez de atrapalhá-lo. Eles param de apoiar o terrorismo no Líbano e no Iraque. Eles cumprem suas obrigações Internacionais. Neste caso, uma nova parceria é possível. Alternativamente, eles devem encarar as conseqüências: o isolamento", ameaçou Blair.
Em Washington, o presidente George W. Bush disse que os EUA mantêm relações diplomáticas com a Síria e tem um embaixador em Damasco: "Gostaria de ver a Síria desempenhando um papel mais positivo em direção à paz" mas considerou o Irã "uma ameaça à paz mundial".
O embaixador sírio em Washington, Imad Moustapha, aplaudiu a iniciativa de Blair, dizendo que há muito tempo seu país procura o diálogo com os EUA.
Mais de 70 pessoas foram mortas ontem e hoje no Iraque em casos claramente documentados.
"Oferecemos ao Irã uma clara opção estratégica. Eles ajudam no processo de paz no Oriente Médio, em vez de atrapalhá-lo. Eles param de apoiar o terrorismo no Líbano e no Iraque. Eles cumprem suas obrigações Internacionais. Neste caso, uma nova parceria é possível. Alternativamente, eles devem encarar as conseqüências: o isolamento", ameaçou Blair.
Em Washington, o presidente George W. Bush disse que os EUA mantêm relações diplomáticas com a Síria e tem um embaixador em Damasco: "Gostaria de ver a Síria desempenhando um papel mais positivo em direção à paz" mas considerou o Irã "uma ameaça à paz mundial".
O embaixador sírio em Washington, Imad Moustapha, aplaudiu a iniciativa de Blair, dizendo que há muito tempo seu país procura o diálogo com os EUA.
Mais de 70 pessoas foram mortas ontem e hoje no Iraque em casos claramente documentados.
Derrota republicana marca fim da era Bush
Com a aplastante derrota que tirou do Partido Republicano a maioria na Câmara e no Senado dos Estados Unidos, conquistada há 12 anos, começa o fim da era Bush, de triste memória. É marcada pelos atentados de 11 de setembro de 2001, pela desastrada invasão do Iraque, pela doutrina de guerras preventivas, pela erosão dos direitos humanos no combate ao terrorismo, por um aumento impressionante do antiamericanismo em quase todo o mundo mundo e pelo avanço da direita religiosa.
Sob o impacto da crise no Iraque, dos escândalos de corrupção e até sexuais, o Partido Republicano teve em 7 de novembro sua pior eleição para a Câmara dos Representantes desde 1982. Elegeu 196 deputados, contra 229 democratas.
A oposição precisava de um ganho de 15 cadeiras para reassumir o controle da Câmara. Todas as pesquisas previsam que conseguiria.
No Senado, era mais difícil ainda o desafio democrata. Estavam em jogo apenas 33 das 100 cadeiras. A oposição precisava manter todas as suas cadeiras e conquistar mais seis.
Só na manhã do dia 8 foi definida a eleição para o Senado em Montana com a vitória do democrata Jon Tester sobre o senador Conrad Burns. Na noite do mesmo dia, o senador George Allen prometeu não exigir a recontagem a que teria direito na Virgínia por ter sido derrotado por James Webb por menos de 1% do total de votos.
Com 51 a 49, os democratas conquistaram também a maioria no Senado. Dominarão assim as mesas diretoras, as comissões, a pauta e a agenda do Legislativo. O presidente George Walker Bush passa a ser um “pato manco”, um político em fim de mandato, sem força para impor seus projetos, na definição da revista inglesa The Economist, “o incrível presidente que encolheu”.
Resultados imediatos: caiu o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, assumindo a responsabilidade pelo fracasso na ocupação do Iraque, e Bush recebeu na Casa Branca a deputada democrata californiana Nancy Pelosi, que será a próxima presidente da Câmara. Desde já, é a mulher mais poderosa do país, fazendo sombra à senadora Hillary Clinton, reeleita por Nova Iorque e aspirante à presidência.
A derrota do atual presidente e suas políticas deflagram a sucessão presidencial para 2008. Bush não será um grande cabo eleitoral. Do lado republicano, o favorito hoje é o senador John McCain, um veterano que esteve anos preso no Vietnã e combateu vigorosamente a prática da tortura no combate ao terrorismo.
Outros aspirantes republicanos são o ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani, que posou de presidente enquanto Bush se escondia em 11 de setembro de 2001, e o atual líder da maioria no Senado, Bill Frist, que não concorreu à reeleição.
Entre os democratas, além da ex-primeira-dama Hillary Clinton, a estrela é o senador Barack Obama, filho de imigrantes quenianos. Correndo por fora, o ex-vice-presidente Al Gore, em campanha ecológica contra o aquecimento global, um dos temas negligenciados na era Bush, e o senador John Kerry, o candidato derrotado por Bush em 2004.
Leia a íntegra na minha coluna de política internacional em http://www.baguete.com.br
Sob o impacto da crise no Iraque, dos escândalos de corrupção e até sexuais, o Partido Republicano teve em 7 de novembro sua pior eleição para a Câmara dos Representantes desde 1982. Elegeu 196 deputados, contra 229 democratas.
A oposição precisava de um ganho de 15 cadeiras para reassumir o controle da Câmara. Todas as pesquisas previsam que conseguiria.
No Senado, era mais difícil ainda o desafio democrata. Estavam em jogo apenas 33 das 100 cadeiras. A oposição precisava manter todas as suas cadeiras e conquistar mais seis.
Só na manhã do dia 8 foi definida a eleição para o Senado em Montana com a vitória do democrata Jon Tester sobre o senador Conrad Burns. Na noite do mesmo dia, o senador George Allen prometeu não exigir a recontagem a que teria direito na Virgínia por ter sido derrotado por James Webb por menos de 1% do total de votos.
Com 51 a 49, os democratas conquistaram também a maioria no Senado. Dominarão assim as mesas diretoras, as comissões, a pauta e a agenda do Legislativo. O presidente George Walker Bush passa a ser um “pato manco”, um político em fim de mandato, sem força para impor seus projetos, na definição da revista inglesa The Economist, “o incrível presidente que encolheu”.
Resultados imediatos: caiu o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, assumindo a responsabilidade pelo fracasso na ocupação do Iraque, e Bush recebeu na Casa Branca a deputada democrata californiana Nancy Pelosi, que será a próxima presidente da Câmara. Desde já, é a mulher mais poderosa do país, fazendo sombra à senadora Hillary Clinton, reeleita por Nova Iorque e aspirante à presidência.
A derrota do atual presidente e suas políticas deflagram a sucessão presidencial para 2008. Bush não será um grande cabo eleitoral. Do lado republicano, o favorito hoje é o senador John McCain, um veterano que esteve anos preso no Vietnã e combateu vigorosamente a prática da tortura no combate ao terrorismo.
Outros aspirantes republicanos são o ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani, que posou de presidente enquanto Bush se escondia em 11 de setembro de 2001, e o atual líder da maioria no Senado, Bill Frist, que não concorreu à reeleição.
Entre os democratas, além da ex-primeira-dama Hillary Clinton, a estrela é o senador Barack Obama, filho de imigrantes quenianos. Correndo por fora, o ex-vice-presidente Al Gore, em campanha ecológica contra o aquecimento global, um dos temas negligenciados na era Bush, e o senador John Kerry, o candidato derrotado por Bush em 2004.
Leia a íntegra na minha coluna de política internacional em http://www.baguete.com.br
Hamas vai a conferência de paz da Liga Árabe
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que domina o governo palestino, concordou um participar de uma conferência convocada pela Liga Árabe para promover a paz com Israel. Mas Israel diz que não vai se não for reconhecido pelo Hamas.
EUA acreditam que Fidel tem câncer terminal
Os serviços secretos dos Estados Unidos estão convencidos de que o presidente licenciado de Cuba, Fidel Castro, tem câncer terminal, não voltará ao poder e não deve passar de 2007.
Quando Fidel se afastou dos inúmeros cargos que ocupava - entre eles presidente, primeiro-ministro, comandante das Forças Armadas e líder do Partido Comunista - para se submeter a uma cirurgia de emergência, previa-se seu retorno ao poder até o final do ano.
Sua festa de 80 anos, completados em 13 de agosto, foi adiada para dezembro. Mas, na semana passada, o ministro das Relações Exteriores, Felipe Pérez-Roque, ex-secretário particular do ditador e candidato à sua sucessão, negou-se "a especular sobre este assunto".
Para os agentes americanos, ainda há mistérios em torno do diagnóstico de Fidel. Eles acreditam que o líder da revolução cubana tenha câncer do estômago, do pâncreas ou do intestino grosso. Nas últimas fotos, divulgadas no mês passado, Fidel parece mais magro e mais debilitado. Com uma quimioterapia, teria uma sobrevida de um ano e meio, dizem médicos americanos.
Quando Fidel se afastou dos inúmeros cargos que ocupava - entre eles presidente, primeiro-ministro, comandante das Forças Armadas e líder do Partido Comunista - para se submeter a uma cirurgia de emergência, previa-se seu retorno ao poder até o final do ano.
Sua festa de 80 anos, completados em 13 de agosto, foi adiada para dezembro. Mas, na semana passada, o ministro das Relações Exteriores, Felipe Pérez-Roque, ex-secretário particular do ditador e candidato à sua sucessão, negou-se "a especular sobre este assunto".
Para os agentes americanos, ainda há mistérios em torno do diagnóstico de Fidel. Eles acreditam que o líder da revolução cubana tenha câncer do estômago, do pâncreas ou do intestino grosso. Nas últimas fotos, divulgadas no mês passado, Fidel parece mais magro e mais debilitado. Com uma quimioterapia, teria uma sobrevida de um ano e meio, dizem médicos americanos.
domingo, 12 de novembro de 2006
Ministros xiitas pedem demissão no Líbano
Diante do fracasso das negociações para dar mais poder ao Hesbolá (Partido de Deus), os cinco ministros xiitas do Líbano pediram demissão, no que aparentemente é uma manobra síria para enfraquecer o governo pró-ocidental do primeiro Fouad Siniora. A saída dos três ministros do Hesbolá não derruba o governo mas complica muito a vida de Siniora.
O primeiro-ministo rejeitou as demissões. Foram um protesto para evitar que o ministério libanês aprovasse o julgamento dos suspeitos pelo assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, em 14 de fevereiro de 2005. As investigações indicaram o envolvimento de agentes sírios e podem chegar a altos escalões do governo de Damasco.
Em ditaduras, os agentes não costumam agir por conta própria.
O primeiro-ministo rejeitou as demissões. Foram um protesto para evitar que o ministério libanês aprovasse o julgamento dos suspeitos pelo assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, em 14 de fevereiro de 2005. As investigações indicaram o envolvimento de agentes sírios e podem chegar a altos escalões do governo de Damasco.
Em ditaduras, os agentes não costumam agir por conta própria.
"Guerra contra o terror não é guerra nem é contra o terrorismo"
A chamada Guerra contra o Terror não é uma guerra nem o inimigo é o terrorismo, observou o professor Edward Luttwak, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) de Washington, ao participar na semana passada do 6º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, na Escola de Guerra de Naval, no Rio.
“É uma expressão demogógica”, exclamou Luttwak. “Só se for no sentido da guerra contra o câncer, da guerra contra as drogas. É uma campanha policial e de inteligência. E não é contra o terrorismo, porque o terrorismo é uma tática. É contra os fundamentalistas muçulmanos, os jihadistas. Só que os EUA não querem dizer isso.”
Na sua avaliação, os Estados Unidos estão ganhando a luta contra contra os jihadistas: “Não houve mais atentados em território americano e nenhum governo, com exceção do Irã, está mais financiando o terrorismo. A Arábia Saudita subsidiava os talebã no Afeganistão. Quando eles destruíram duas estátuas de Buda, ganharam US$ 20 milhões. Os Emirados Árabes Unidos financiavam Al Caeda. A Indonésia é muito ativa. É o maior país muçulmano do mundo; 80% dos agentes antiterroristas são cristãos.”
Mas é claro que nestes países há camadas da burocracia e gente rica que financia grupos terroristas.
Apesar do fracasso da invasão do Iraque, a Doutrina Bush, de guerras preventivas, será mantida, na opinião do professor Luttwak: “A prevenção continuará sendo política dos EUA. As guerras de Bush foram fruto de uma ambição imperial desmedida. Estes programas de transformação política serão abandonados. Mas nenhum país vai abandonar a prevenção. Havendo indícios de que está sendo preparado um ataque, os EUA vão querer atacar primeiro”.
O pesquisador do CSIS admitiu que há uma erosão dos direitos civis, uma espécie de neomarcarthismo (referência à caça aos comunistas promovida pelo senador Joe McCarthy nos anos 50), escuta telefônica: “É a nova realidade pós-11 de setembro de 2001. O Poder Executo queria mais controle. Propôs a Lei Patriótica. Todo o mundo estava com medo. Mas os juízes começaram a repudiar estas medidas. Se houver novos ataques, a população concordará com novas restrições aos direitos. Quando a situação volta a parecer normal, começa o movimento para recuperar os direitos.
SOMÁLIA
Um país dominado hoje por uma milícia jihadista é a Somália, na região do Chifre da África, que vive em estado de anarquia desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991. Mas Luttwak não acredita que vire uma refúgio para terroristas.
“Não é um lugar muito agradável”, falou o professor . “Houve tentativas da ONU e dos EUA de estabilizar o país. A União dos Tribunais Islâmicos é muito repressiva. Cortam a orelha de quem ouve iPods. Não acredito que se torne uma base da Al Caeda. Al Caeda não existe mais como organização. É uma rede de células dispersas”.
“Com o colapso do Estado na Somália, barcos somalianos atacam navios no Mar Vermelho”, conta Luttwak. “Onde os colonialistas quando a gente precisa deles?”, brincou. “Só precisa ficar lá durante uns 150 anos”.
“É uma expressão demogógica”, exclamou Luttwak. “Só se for no sentido da guerra contra o câncer, da guerra contra as drogas. É uma campanha policial e de inteligência. E não é contra o terrorismo, porque o terrorismo é uma tática. É contra os fundamentalistas muçulmanos, os jihadistas. Só que os EUA não querem dizer isso.”
Na sua avaliação, os Estados Unidos estão ganhando a luta contra contra os jihadistas: “Não houve mais atentados em território americano e nenhum governo, com exceção do Irã, está mais financiando o terrorismo. A Arábia Saudita subsidiava os talebã no Afeganistão. Quando eles destruíram duas estátuas de Buda, ganharam US$ 20 milhões. Os Emirados Árabes Unidos financiavam Al Caeda. A Indonésia é muito ativa. É o maior país muçulmano do mundo; 80% dos agentes antiterroristas são cristãos.”
Mas é claro que nestes países há camadas da burocracia e gente rica que financia grupos terroristas.
Apesar do fracasso da invasão do Iraque, a Doutrina Bush, de guerras preventivas, será mantida, na opinião do professor Luttwak: “A prevenção continuará sendo política dos EUA. As guerras de Bush foram fruto de uma ambição imperial desmedida. Estes programas de transformação política serão abandonados. Mas nenhum país vai abandonar a prevenção. Havendo indícios de que está sendo preparado um ataque, os EUA vão querer atacar primeiro”.
O pesquisador do CSIS admitiu que há uma erosão dos direitos civis, uma espécie de neomarcarthismo (referência à caça aos comunistas promovida pelo senador Joe McCarthy nos anos 50), escuta telefônica: “É a nova realidade pós-11 de setembro de 2001. O Poder Executo queria mais controle. Propôs a Lei Patriótica. Todo o mundo estava com medo. Mas os juízes começaram a repudiar estas medidas. Se houver novos ataques, a população concordará com novas restrições aos direitos. Quando a situação volta a parecer normal, começa o movimento para recuperar os direitos.
SOMÁLIA
Um país dominado hoje por uma milícia jihadista é a Somália, na região do Chifre da África, que vive em estado de anarquia desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991. Mas Luttwak não acredita que vire uma refúgio para terroristas.
“Não é um lugar muito agradável”, falou o professor . “Houve tentativas da ONU e dos EUA de estabilizar o país. A União dos Tribunais Islâmicos é muito repressiva. Cortam a orelha de quem ouve iPods. Não acredito que se torne uma base da Al Caeda. Al Caeda não existe mais como organização. É uma rede de células dispersas”.
“Com o colapso do Estado na Somália, barcos somalianos atacam navios no Mar Vermelho”, conta Luttwak. “Onde os colonialistas quando a gente precisa deles?”, brincou. “Só precisa ficar lá durante uns 150 anos”.
EUA bombardeiam se Irã não desistir da bomba
Se o Irã não abandonar o projeto de fabricar a bomba atômica, os Estados Unidos farão um bombardeio aéreo seletivo, previu o pesquisador Edward Luttwak, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), de Washington, no 6º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, realizado na Escola de Guerra Naval, no Rio.
“Não será permitido que os iranianos façam armas nucleares”, advertiu o professor, reproduzindo uma frase que já foi dita pelo presidente George Walker Bush. Diante do fracasso da intervenção no Iraque – e também porque o Irã é maior e mais poderoso –, “não haverá invasão nem democratização, talvez um ataque aéreo a uns 70 prédios em uma noite”.
Do ponto de vista meramente operacional, ele considera viável um “bombardeio cirúrgico” capaz de neutralizar as instalações nucleares iranianas: “Hoje temos bombas inteligentes capazes de penetrar mais de 100 metros na rocha e atravessar chapas metálicas”.
Com a Coréia do Norte, os Estados Unidos optaram pela solução diplomática: “É um cão que ladra mas não morde”.
De resto, Luttwak prevê o fim do ativismo em política externa: “Será uma volta ao primeiro governo Clinton. Durante o genocídio em Ruanda, havia tropas belgas da ONU e a França ajudou a proteger a retirada dos seus aliados hutus. Os EUA deixaram para a União Européia: se vocês não fazem, também não faremos”.
Clinton estava sob o impacto do fracasso na Somália, onde 18 fuzileiros navais foram mortos e alguns arrastados pelas ruas de Mogadíscio, numa humilhação da superpotência.
“Hoje a Rússia voltou a ser uma grande potência”, entende o pesquisador do CSIS. “Não é uma nova União Soviética nem uma superpotência global. Mas não permite a independência da Geórgia. É uma potência regional que pretende dominar o Cáucaso e a Ásia Central”.
Já a China, para Luttwak, “é um grande fenômeno econômico mas não uma potência econômica. O governo não controla a economia”.
Diversos professores com quem conversei no plenário discordaram neste ponto. Se o governo chinês tem U$$ 1 trilhão em reservas, a maior parte em dólares, me parece uma superpotência econômica. Claro que depende do mercado dos EUA para crescer 10% ao ano.
Então há uma crescente interdependência: os asiáticos financiam o déficit público dos EUA e os americanos consomem os produtos asiáticos.
Se considerarmos superpotência um país capaz de projetar seu poder por todo o mundo, a China é uma superpotência. Tem superávits comerciais de mais de US$ 200 bilhões com os EUA e de US$ 146 bilhões com UE, penetra cada vez mais na América Latina, onde suas exportações industriais concorrem com produtos brasileiros, e acaba de realizar uma conferência de cúpula com a África para investir em energia e matérias-primas daquele continente.
CHINA NÃO AMEAÇA
Apesar das declarações passadas do demissionário secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, de que a China está gastando mais em armas do que declara, Edward Luttwak qualifica o poderio militar chinês como “pequeno. O orçamento militar cresce 1% ao ano. Eles não estão comprando muitos equipamentos novos. Hoje em dia, só a Rússia, que é uma potência regional com um grande arsenal nuclear, poderia ameaçar os EUA.”
Já o Brasil “não faz parte do horizonte da segurança dos EUA. É um país bem-sucedido que não ameaça seus vizinhos. A América Latina é negligenciada porque o Brasil sozinho mantém a estabilidade. Não há necessidade de tropas nem de bases americanas”, argumentou.
Há uma preocupação com a tríplice fronteira Brasil-Argentina-Paraguai na Foz do Iguaçu, onde há contrabando e lavagem de dinheiro que seria enviado para grupos radicais no Oriente Médio. Os dois atentados contra alvos judaicos em Buenos Aires nos anos 90 teriam sido cometidos pela milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), a serviço do Irã, conforme recente denúncia da Procuradoria da Justiça Argentina.
No VI ENEE, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, secretário-geral do Itamaraty, afirmou que os americanos nunca apresentaram nenhum indício consistente de atividades ligadas ao terrorismo na tríplice fronteira.
“É um centro de migrantes libaneses. O Hesbolá mandou arrecadar fundos lá. Houve os atentados em Buenos Aires. Mas os EUA não vão invadir. Pediram maior vigilância à autoridades brasileiras”, foi a verão do pesquisador americano.
Quando estourou a crise no Haiti, com a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide, em fevereiro de 2004, recorda o pesquisador do CSIS, “os EUA estavam sobrecarregados. A França, que tinha sido contra a guerra no Iraque e queria melhorar as relações com os EUA, se ofereceu. Mas como ex-potência colonial, não seria a melhor opção. Uma política externa menos ativa dos EUA na região abre mais oportunidades para o Brasil”.
“Não será permitido que os iranianos façam armas nucleares”, advertiu o professor, reproduzindo uma frase que já foi dita pelo presidente George Walker Bush. Diante do fracasso da intervenção no Iraque – e também porque o Irã é maior e mais poderoso –, “não haverá invasão nem democratização, talvez um ataque aéreo a uns 70 prédios em uma noite”.
Do ponto de vista meramente operacional, ele considera viável um “bombardeio cirúrgico” capaz de neutralizar as instalações nucleares iranianas: “Hoje temos bombas inteligentes capazes de penetrar mais de 100 metros na rocha e atravessar chapas metálicas”.
Com a Coréia do Norte, os Estados Unidos optaram pela solução diplomática: “É um cão que ladra mas não morde”.
De resto, Luttwak prevê o fim do ativismo em política externa: “Será uma volta ao primeiro governo Clinton. Durante o genocídio em Ruanda, havia tropas belgas da ONU e a França ajudou a proteger a retirada dos seus aliados hutus. Os EUA deixaram para a União Européia: se vocês não fazem, também não faremos”.
Clinton estava sob o impacto do fracasso na Somália, onde 18 fuzileiros navais foram mortos e alguns arrastados pelas ruas de Mogadíscio, numa humilhação da superpotência.
“Hoje a Rússia voltou a ser uma grande potência”, entende o pesquisador do CSIS. “Não é uma nova União Soviética nem uma superpotência global. Mas não permite a independência da Geórgia. É uma potência regional que pretende dominar o Cáucaso e a Ásia Central”.
Já a China, para Luttwak, “é um grande fenômeno econômico mas não uma potência econômica. O governo não controla a economia”.
Diversos professores com quem conversei no plenário discordaram neste ponto. Se o governo chinês tem U$$ 1 trilhão em reservas, a maior parte em dólares, me parece uma superpotência econômica. Claro que depende do mercado dos EUA para crescer 10% ao ano.
Então há uma crescente interdependência: os asiáticos financiam o déficit público dos EUA e os americanos consomem os produtos asiáticos.
Se considerarmos superpotência um país capaz de projetar seu poder por todo o mundo, a China é uma superpotência. Tem superávits comerciais de mais de US$ 200 bilhões com os EUA e de US$ 146 bilhões com UE, penetra cada vez mais na América Latina, onde suas exportações industriais concorrem com produtos brasileiros, e acaba de realizar uma conferência de cúpula com a África para investir em energia e matérias-primas daquele continente.
CHINA NÃO AMEAÇA
Apesar das declarações passadas do demissionário secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, de que a China está gastando mais em armas do que declara, Edward Luttwak qualifica o poderio militar chinês como “pequeno. O orçamento militar cresce 1% ao ano. Eles não estão comprando muitos equipamentos novos. Hoje em dia, só a Rússia, que é uma potência regional com um grande arsenal nuclear, poderia ameaçar os EUA.”
Já o Brasil “não faz parte do horizonte da segurança dos EUA. É um país bem-sucedido que não ameaça seus vizinhos. A América Latina é negligenciada porque o Brasil sozinho mantém a estabilidade. Não há necessidade de tropas nem de bases americanas”, argumentou.
Há uma preocupação com a tríplice fronteira Brasil-Argentina-Paraguai na Foz do Iguaçu, onde há contrabando e lavagem de dinheiro que seria enviado para grupos radicais no Oriente Médio. Os dois atentados contra alvos judaicos em Buenos Aires nos anos 90 teriam sido cometidos pela milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), a serviço do Irã, conforme recente denúncia da Procuradoria da Justiça Argentina.
No VI ENEE, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, secretário-geral do Itamaraty, afirmou que os americanos nunca apresentaram nenhum indício consistente de atividades ligadas ao terrorismo na tríplice fronteira.
“É um centro de migrantes libaneses. O Hesbolá mandou arrecadar fundos lá. Houve os atentados em Buenos Aires. Mas os EUA não vão invadir. Pediram maior vigilância à autoridades brasileiras”, foi a verão do pesquisador americano.
Quando estourou a crise no Haiti, com a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide, em fevereiro de 2004, recorda o pesquisador do CSIS, “os EUA estavam sobrecarregados. A França, que tinha sido contra a guerra no Iraque e queria melhorar as relações com os EUA, se ofereceu. Mas como ex-potência colonial, não seria a melhor opção. Uma política externa menos ativa dos EUA na região abre mais oportunidades para o Brasil”.
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