quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Câmara é festival de privilégios e mordomias

Os deputados brasileiros estão entre os mais bem pagos do mundo, indigna-se o jornal espanhol El País. Podem ganhar mais de R$ 92 mil mensais, num país onde o salário mínimo é de R$ 350 e os aposentados ganham a partir de R$ 250. E o presidente da Câmara, o comunista Aldo Rebelo, quer dobrar o valor do salário-base para R$ 24,2 mil, equiparando-o aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

É um aumento de quase 100%, exatamente como queria seu antecessor de triste memória, o deputado Severino Cavalcanti, cassado por corrupção.

Entre salários, subsídios, benefícios e mordomias, o total chega a R$ 92,9 mil mensais, calcula El País. O salário-base é de R$ 12,4 mil, R$ 50 mil para pagar assessores, R$ 3 mil de auxílio habitacional, R$ 4,2 mil para correspondência, R$ 15 mil para indenizações por despesas variadas, R$ 15 mil para manter um escritório no seu estado e R$ 8,3 mil para passagens aéreas.

Além disso, os 513 deputados federais brasileiros têm direito a mais de 180 serviços, de frigorífico com bebidas, TV por assinatura, seguro-saúde extensivo à família, escritório, móveis. É tanta coisa que existe um livro de 330 páginas com as informações a respeito das mordomias de uso exclusivo dos deputados. Chama-se Manual do Gabinete Parlamentar.

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