sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Brasil pode sair do Tratado de Não-Proliferação Nuclear

O Brasil pode abandonar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, afirmou ontem o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, ao falar sobre as principais questões na agenda global e seus reflexos sobre o Brasil no 6º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, que se realiza até hoje na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro: "Se a Coréia do Norte pode denunciar o tratado, o Brasil também pode."
 
Pinheiro Guimarães faz parte de um núcleo duro do governo formado por militares nacionalistas o PS e o PCdoB que defende o desenvolvimento da energia nuclear para que o Brasil tenha a capacidade de fabricar a bomba atômica, se um dia isso for considerado necessário. 

Ele disse ainda que o governo Luiz Inácio Lula da Silva não tem contenciosos com os Estados Unidos: "Às vezes, os interesses não coincidem". Pinheiro Guimarães defendeu a política externa e negou que haja qualquer antiamericanismo no Itamaraty. 

Entre as principais questões do mundo de hoje, o secretário-geral do Itamaraty citou a emergência da China, com quem o Brasil não tem "divergências estratégicas"; as questões de governança global, especialmente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que descreveu como o centro do poder no mundo; o desarmamento e a não-proliferação nuclear, que na sua opinião aumentam as desigualdades no sistema internacional; o terrorismo, por enquanto distante do Brasil; e as políticas de desenvolvimento, no seu entender cada vez mais limitadas por acordos econômicos e comerciais.

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