Ao depor hoje da Comissão das Forças Armadas do Senado, o general John Abizaid, chefe do Comando Central dos Estados Unidos, declarou-se otimista quando à estabilização do Iraque, rejeitando o proposta democrata de remanejar as tropas dentro de quatro a seis meses. Ele negou que precise de mais soldados para cumprir sua missão.
Qualquer recuo, na sua opinião, só intensificaria a guerra civil que está matando cerca de cem pessoas por dia no Iraque: "Parece-me que o mais prudente é manter a força atual de 141 mil homens, que está fazendo progressos. Embora a violência sectária continue e seja preocupante, não é tão ruim como em agosto".
O embaixador David Satterfield, assessor do Departamento de Estado para o Iraque, comentou que qualquer seria "seria interpretado como uma retirada do apoio dos EUA ao atual governo", criando refúgios onde a rede terrorista Al Caeda poderia instalar bases e centros de treinamento.
Todas as opções estão sendo consideradas, "do aumento das forças de combate até a retirada das tropas americanas", disse o general Abizaid, dizendo que é possível acelerar o "ritmo da transição", atualmente estimada em um ano a um ano e meio, para colocar a segurança pública nas mãos dos iraquianos.
A chave do sucesso, afirmou, consiste em colocar forças americanas no meio da Polícia e do Exército do Iraque para criar um ambiental estável onde os iraquianos não temam mais as milícias: "É possível que tenhamos de aumentar temporariamente o número de tropas que acompanham as forças de segurança".
Ele admitiu que há problemas na província de Anbar, onde 40 americanos foram mortos no mês passado. A polícia não é paga há quatro meses, aparentemente para fomentar a insurgência sunita. "Temos de fazer alguma coisa em Anbar mas mais crítica é a situação de Bagdá. É lá que temos de concentrar nossos principais recursos militares. Temos de fazer algo com o Exército Mehdi", a milícia liderada pelo aiatolá rebelde Muktada al-Sader.
Abizaid foi o primeiro general a depor no Congresso depois da queda do secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, no dia seguinte à derrota eleitoral republicana.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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