sábado, 25 de novembro de 2006

Pesquisas dão vantagem a chavista no Equador

Um Equador dividido escolhe neste domingo o próximo presidente da república. As últimas pesquisas indicam uma pequena vantagem do candidato nacionalista Rafael Correa, apoiado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, sobre o bilionário Álvaro Noboa, o "rei da banana", homem mais rico do país.

Na última sondagem do instituto Cedatos-Gallup, Correa tem 42% das preferências contra 40% para Noboa, com 17% de indecisos. Em outra, considerando apenas os votos válidos, o chavista tem 52% contra 48% do magnata.

Cerca de 9,1 milhões estão aptos a votar neste país andino de 13,4 milhões de habitantes onde nenhum presidente eleito chegou ao fim do mandato nos últimos 10 anos.

"Tudo pode acontecer", disse Polibio Córdoba, diretor do Cedatos-Gallup. O maior temor é que o perdedor não reconheça a derrota e proclame a formação de um governo paralelo como fez no México o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, vencido por pouco mais de 200 mil votos na eleição de 2 de julho passado.

Na reta final da campanha, Noboa tratou de amedrontar o eleitorado. De Bíblia na mão, no comício de encerramento de sua campanha em Guaiaquil, a maior e mais rica cidade do Equador, afirmou que "Correa pretende formar um ministério com terroristas e chavistas - a esquerda mais extremista -, comunistas que querem uma insurreição", pintando seu adversário como "um diabo comunista, mentiroso, vicioso e com problemas psicológicos".

Dirigindo-se a Correa, declarou: "Que pensas: que os pobres são brutos? Sabemos que es comunista e que queres que corra o sangue do povo, recessão e desemprego, governar como um ditador". Ainda acusou o adversário de acabar com a dolarização adotada em 1999 para acabar com a hiperinflação.

Por sua vez, Correa tratou de se afastar de Chávez na campanha do segundo turno. Negou que pretenda acabar com a dolarização mas assustou o mercado ameaçando não pagar a dívida equatoriana para atender às necessidades dos mais pobres. Prometeu também construir 300 mil casas populares por ano, o que é considerado inviável pelos analistas.

Correa acusou os partidos tradicionais, que chamou de "máfias", de conspiração para fraudar a eleição em conluio com o Tribunal Supremo Eleitoral, que disse ser controlado por eles: "Junto com os canais de televisão ligados a banqueiros corruptos, vão fraudar a eleição".

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