Ela pode ser a primeira mulher a presidir a França.
O secretário nacional eleitoral do Partido Socialista, Bruno Le Roux, afirmou hoje à noite que "os militantes fizeram uma escolha clara". Entre 55% e 60% dos votos da eleição prévia para decidir quem será o candidato do PS em 2007 foram para Ségolène Royal, que derrota assim o ex-primeiro-ministro Laurent Fabius e o ex-ministro das Finanças Dominique Strauss-Kahn.
Nas pesquisas, Ségolène está em primeiro lugar, empatada com o ministro do Exterior, Nicolás Sarkozy, provável candidato da direita, com 34% das preferências, bem à frente do neofascista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, que tirou o ex-primeiro-ministro socialista Lionel Jospin do segundo turno em 2002.
Como a esquerda se dividiu em 2002 , com 11% dos votos sendo dados a candidatos de esquerda radical, os neofascistas foram para o segundo turno, obrigando a esquerda a votar no presidente Jacques Chirac, que consideram corrupto e conservador.
Naquela época, o PS tinha um candidato desgastado pelo poder, por cinco anos de coabitação com Chirac e pelas reformas econômicas para a adoção do euro como moeda comum européia. Isto exigiu controle do déficit e da dívida públicos, cortes de gastos que a esquerda francesa associa ao liberalismo econômico.
Para punir Jospin, votou no primeiro turno, em 21 de abril de 2002, em candidatos mais à esquerda, na certeza de que votaria em Jospin no segundo turno. Teve de tapar o nariz e votar em Chirac para evitar o mal maior do fascismo.
Agora o PS vem para ganhar, com a grande novidade destas eleições: uma mulher com chance de conquistar o Palácio do Eliseu. Ela é inteligente, bonita e liberal. Talvez seja liberal demais para a esquerda mais radical. Mas é a única chance de vitória da esquerda.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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