Quatorze anos depois de ter proibido os implantes de silicone nos seios por razões de segurança, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos anunciou ontem a aprovação do uso da substância em cirurgias estéticas em mulheres de 22 anos ou mais e em cirurgias reparadoras em qualquer idade. Alguns alguns críticos ainda têm objeções.
O silicone começou a ser usado em cirurgias estéticas há 30 anos. Nos anos 80, as americanas começaram a recorrer à Justiça para denunciar problemas nos implantes de silicone nos seios.
Em 1992, a agência reguladora proibiu o uso de silicone em implantes de seios. Desde então, as mulheres americanas só podem fazer implantes salinos, que parecem menos naturais e podem apresentar rugas se o enchimento for mal feito.
Mais de 264 mil americanas fizeram implantes nos seios no ano passado. No mundo inteiro, é um negócio de US$ 540 milhões por ano que cresce 10% ao ano.
Em 1999, o Instituto de Medicina associou o silicone a problemas de saúde localizados mas não a males que atinjam a saúde de todo o corpo mas advertiu que ainda havia sérias preocupações.
Outra pesquisa revelou que dois terços de 344 pacientes que tinham feito implantes de silicone nos seios tinham sofrido com a ruptura dos implantes.
A nova regulamentação vai dificultar a operação por causa do aumento de custo.
Como trata-se de cirurgia estética, não é coberta por planos de saúde. Como a FDA está exigindo exames de ressonância magnética regulares durante anos, o custo de aumentar os seios pode chegar a US$ 6 mil ou até US$ 10 mil (R$ 13,% mil a R$ 22,5 mil, pela cotação do dólar-turismo). O custo do silicone está hoje em US$ 1,6 mil (R$ 3,6 mil).
Para Susan F. Wood, que durante cinco anos foi a mais alta autoridade da FDA para a saúde da mulher, não acredita que os dados apresentados seam suficientes para garantir a segurança dos implantes. É fundamental, na sua opinião, que as mulheres que fizerem a cirurgia sejam submetidas a um controle permanente: "Já que houve a aprovação, temos de insistir para que tanto pacientes como médicos tenham as informações adequadas para decidir ou não usar estes produtos", afirmou Wood, que hoje é pesquisadora na Escola de Saúde Pública e Serviços de Saúde da Universidade Georgetown, nos EUA.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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