quarta-feira, 31 de agosto de 2011

China confrontou navio de guerra da Índia

A Marinha da China confrontou um navio de guerra da Índia que saía do Vietnã no fim do mês de julho, no primeiro incidente deste tipo entre as superpotências emergentes do século 21, noticiou hoje o jornal inglês Financial Times.

Um navio chinês não identificado interpelou o navio de assalto anfíbio Airavat no Mar da China Meridional, intimando-o a se identificar e explicar o que estava fazendo em águas internacionais.

Essa afirmação do crescente poderio naval da China irritou os militares da Índia e do Vietnã. O regime comunista chinês reivindica a soberania sobre todo o Mar da China Meridional. Tem disputas de limites com Brunei, Filipinas, Malásia, Taiwan e Vietnã.

“Qualquer Marinha do mundo tem ampla liberdade para navegar por alto mar e águas internacionais”, comentou um oficial indiano. “Proclamar soberania ou questionar o direito de passagem é totalmente inaceitável.”

Para o Vietnã, que entrou em guerra com a China em 1979, depois da invasão vietnamita ao Camboja para depor a ditadura genocida de Pol Pot, é mais uma provocação. Os dois países são inimigos históricos.

A China e a Índia também são inimigas históricas. Travaram uma guerra de fronteiras na região do Himalaia em 1962, e a China ganhou. Agora que os dois países passam por um período de extraordinário crescimento, a economia fortalece as relações bilaterais, mas a rivalidade política tende a crescer.

Ambas são membros do grupo BRICS, ao lado do Brasil, da Rússia e da África do Sul, mas têm pouco em comum, além da hostilidade ao imperialismo ocidental

O governo chinês costurou uma série de alianças que cercam a Índia com o chamado colar de pérolas: Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka, Mianmar e Nepal.

Por outro lado, a Índia se aproximou do Japão, inimigo histórico da China, e do Vietnã, e fez uma parceria nuclear com os EUA depois de testar armas atômicas, em 1998. 

São os primeiros movimentos do xadrez geopolítico do século da Ásia.

Juíza acusa Sarkozy de receber dinheiro da L'Oréal

O presidente Nicolas Sarkozy recebeu dinheiro vivo ilegalmente da L'Oréal, uma das maiores empresas da França, afirma a juíza Isabelle Prévost-Desprez, que trabalhou no processo do Caso Bettencourt, que examinou a contribuição do grupo para campanhas eleitorais.

A acusação está no livro Sarkozy me matou, lançado hoje em Paris por dois repórteres do jornal Le Monde, Gérard Davet e Fabrice L'homme. Nele, cerca de 30 políticos, magistrados, policiais, altos funcionários e cidadãos comuns denunciam perseguições movidas pelo chefe de Estado.

Isabelle Prévost-Desprez invoca o depoimento de uma testemunha que afirma ter visto as remessas em dinheiro vivo.

Hoje de manhã, o Palácio do Eliseu, sede da Presidência da França, repudiou a notícia. Uma nota oficial descreve as declarações da juíza como "infundadas, mentirosas e escandalosas". A porta-voz de Sarkozy,  Valérie Pécresse, acrescentou que, "quando se faz acusações como essas, é preciso apresentá-las à Justiça".

As acusações da juíza repetem as alegações de Claire Thibot, contadora na época de Liliane Bettencourt, dona da L’Oréal e mulher mais rica da França.

Sudão bombardeia Núbia

O governo islamita do Sudão está bombardeando indiscriminadamente as montanhas da região da Núbia há três meses, atacando civis inocentes e bloqueando o acesso de ajuda humanitária, denunciaram ontem as organizações não governamentais Anistia Internacional e Human Rights Wacht (Vigília dos Direitos Humanos), informa o sítio da companhia jornalística americana McClatchy.

“A população civil está aterrorizada”, contou um pesquisador que visitou a área. “Muita gente se refugiou em cavernas e montanhas. A atividade agrícola está sendo afetada.”

O presidente sudanês, Omar Bachir, denunciado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes cometidos na guerra civil em Darfur, é acusado de romper um cessar-fogo unilateral de duas semanas decretado por ele mesmo há oito dias.

Portugal promete maior corte de gastos em 50 anos

Para reduzir o déficit orçamentário a zero em cinco anos, Portugal promete fazer o maior corte nos gastos públicos em mais de 50 anos, revela hoje o jornal inglês Financial Times, o principal diário econômico-financeiro europeu. O governo conservador pretende demitir 10 mil funcionários públicos por ano.

Hoje o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, anunciou que as despesas do governo serão reduzidas até 2015 em sete pontos percentuais para 43,5% do produto interno bruto, a soma de todas as riquezas que o país produz num ano menos as importações.

Depois das ajudas de emergência à Grécia e à Irlanda, Portugal recebeu empréstimos de 78 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional e da União Europeia para combater a crise da dívida pública. Em troca, prometeu equilibrar as contas públicas.

Outras medidas incluem o congelamento dos salários do setor público em 2012 e 2013, e a demissão de 10 mil funcionários públicos por ano, informa hoje a imprensa portuguesa. Os gastos da Previdência Social devem ser reduzidos em 0,6% do PIB.

Bonde de Santa Teresa tem de ser só para turismo

A tragédia com o bondinho de Santa Teresa, um dos símbolos desta tão maltratada Cidade Maravilhosa, chama mais uma vez a atenção dos cariocas para o desprezo das autoridades em relação aos problemas mais óbvios.

É evidente que o bonde está tecnologicamente superado como meio de transporte no século 21. Sua sobrevivência só se justifica pelo charme e a tradição. É um adereço a mais para o um dia aristocrático bairro de Santa Teresa.

Com passagem a R$ 0,60, muito abaixo da tarifa cobrada pelos ônibus, o bondinho virou alternativa de transporte barato para a população carente. Isso é um absurdo, simplesmente porque o bondinho não tem como suportar o volume de tráfego de uma grande cidade no século 21.

A Prefeitura do Rio precisa oferecer com urgência uma alternativa de transporte de massa para a população de Santa Teresa.

O bondinho, restaurado e preservado como o cable car de São Francisco da Califórnia, seria apenas um meio de transporte turístico, com tarifa elevada, de pelo menos R$ 5, para cariocas e estrangeiros darem um passeio pelo passado lá de vez em quando, e não para se espremerem em vagões superlotados sem mínimas garantias de segurança.

Com tanto dinheiro rolando por aí para as obras da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, muitas vezes em transações suspeitas, o bondinho de Santa Teresa merece um tratamento melhor.

Setor privado criou 91 mil empregos nos EUA

O ritmo da geração de empregos nos Estados Unidos caiu pelo terceiro mês seguido em agosto, mas a atividade industrial na região de Chicago continua em alta, indicando que a economia está se desacelerando mas pode escapar de uma recessão dupla.

A estimativa sobre o mercado de trabalho no setor privado feita pela firma de consultoria em recursos humanos ADP, maior processadora de folhas de pagamento dos EUA, indica que as empresas privadas abriram 91 mil postos de trabalho a mais do que fecharam, noticia a agência Reuters.

Uma pesquisa da Reuters indica que a expectativa do mercado era de um aumento de 75 mil vagas de emprego. O resultado anunciado hoje superou a previsão, mas ficou abaixo dos 117 mil empregos gerados em julho.

No mês passado, as encomendas à indústria cresceram 2,4%, depois de uma queda de 0,4% em junho.

Outra pesquisa revela que as empresas americanas anunciaram 51.114 demissões em agosto, em comparação com 66.414 em julho.

Cepal reduz previsão de crescimento da América Latina

A desaceleração da economia mundial sob o peso da crise das dívidas públicas dos países ricos já afeta a América Latina.

O crescimento neste ano deve ser de 4,4%, anunciou ontem a Cepal (Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe), revisando uma previsão anterior, de expansão de 4,7%. Mas as exportações devem avançar 27%.

"As razões da desaceleração têm a ver em grande medida com um contexto internacional mais desfavorável, caracterizado pela incerteza, a crise nas dívidas da Europa e uma recuperação mais lenta do que esperado nos Estados Unidos", declarou o diretor da Divisão de Desenvolvimento Econômico da Cepal, Osvaldo Kacef, citado pela revista América Economia.

Inflação na Eurozona fica em 2,5% ao ano

O índice de crescimento de preços ao consumidor permaneceu estável em 2,5% ao ano em agosto nos 17 países da Europa que adotam o euro como moeda. Já o desemprego aumentou pelo terceiro mês seguido. Isso reduz a expectativa de alta nos juros, apesar da inflação estar acima da meta do Banco Central da Europa, que é de 2% ao ano.

A taxa de desemprego também ficou estável, em julho, em 10% da população em idade de trabalhar. Mas o total de desempregados aumentou em 61 mil, depois de registrar altas de 24 mil em junho e de 64 mil em maio.

Dois países que sofrem com a crise das dívidas públicas, Irlanda e Espanha, tiveram altas na taxa de desemprego, que subiu para 21,2% entre os espanhóis e de 14,5% entre os irlandeses. Na França, houve uma alta de 9,8% para 9,9%, informa o jornal The Wall St. Journal.

Indústria do Japão cresce abaixo do esperado

A produção industrial do Japão cresceu apenas 0,6% em julho, por causa da valorização do iene, da escassez de energia e da desaceleração da economia mundial. Decepcionou quem previa uma reação mais forte depois do terremoto e maremoto de 11 de março de 2011, que causaram um acidente nuclear.

Em relatório anterior, o Ministério da Indústria e do Comércio Internacional previa uma expansão de 2,2%, depois de uma alta de 3,8% em junho, informa o jornal americano The Washington Post.

A Bolsa de Valores de Tóquio fechou praticamente estável. A maioria dos outros mercados da Ásia teve alta.

Anistia condena tortura e execuções na Síria

Pelo menos 88 presos durante a revolta contra a ditadura de Bachar Assad foram mortos, inclusive dez crianças. A maioria foi torturada brutalmente pelas forças de segurança da Síria numa campanha de “perseguição sistemática em grande escala”, denunciou ontem a organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, informa o jornal inglês The Guardian.

A Anistia documentou as prisões e mortes, e as famílias deram acesso aos corpos para que legistas independentes investigassem as causas das mortes. Há marcas de espancamento, açoite, choques elétricos e mutilações. O correspondente da BBC disse que as imagens eram chocantes demais para serem mostradas na televisão.

Ontem, na festa religiosa do Eid, que marca o fim do sagrado mês do Ramadã no calendário muçulmano, pelo menos mais sete manifestantes de oposição foram mortos pelo regime sírio, que estaria perdendo apoio na classe média. Um menino de 13 anos foi baleado em Derá.

Como uma intervenção internacional na Síria é altamente improvável, dado o apoio da Rússia e do Irã e a posição do país como potência regional no Oriente Médio, a ditadura só cai se houver uma fratura interna no regime.

Depois de seis meses, a fúria repressiva estaria inviabilizando a sobrevivência do regime. Os médicos e profissionais de saúde que se organizaram para atender os feridos foram presos e perseguidos. A categoria profissional aderiu à oposição. Os advogados também foram atacados por defender inimigos do regime.

Bolívia condena quatro generais e um almirante

A Corte Suprema da Bolívia condenou ontem em Sucre quatro generais e um almirante a penas de 10 a 15 anos de reclusão pela morte de 64 pessoas durante protestos contra o governo em 2003. É a primeira que oficiais deste nível são condenados no país por violações de direitos humanos.

Dois ex-ministros pegaram três anos de cadeia por cumplicidade no que foi definido como "genocídio" na Bolívia.

Mais de 400 pessoas foram feridas quando o Exército atirou na multidão no outubro negro. Os manifestantes de El Alto, uma cidade operária na periferia de La Paz, exigiam o fim de um acordo para exportar gás boliviano para os Estados Unidos através de portos chilenos.

Era uma questão especialmente sensível. A Bolívia perdeu a saída para o mar na Guerra do Pacífico (1879-83), quando foi derrotada pelo Chile. Até hoje, e agora mais ainda, no governo Evo Morales, exige a reparação do que considera uma injustiça histórica.

Os generais Roberto Claros Flores, Juan Velez Herrera, José Osvaldo Quiroga e Gonzalo Alberto Rocabado, e o almirante Luis Alberto Aranda Granados, foram responsabilizados pelas mortes.

A  onda de protestos levou à queda do então presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, que deixou a Bolívia e vive nos EUA. O governo boliviano pediu a extradição dele e de sete ex-ministros.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Possível estímulo do Fed faz NY fechar em alta

No fim de um dia de altas e baixas, a Bolsa de Nova York fechou em alta, diante da expectativa de que a Reserval Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, lance um novo programa de estímulo ao crescimento econômico.

Hoje foi divulgada a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto. Ela revela que houve uma discussão entre os diretores do Fed sobre a conveniência ou não do banco estimular o crescimento. Isso animou o mercado.

O Índice Dow Jones terminou em alta pelo terceiro dia seguido, em 11.559,64, com valorização de 0,18%. A bolsa eletrônica Nasdaq subiu 0,55% e o S&P 500, 0,23%.

Pablo Milanés critica regime cubano

Com a autoridade de quem apoia a Revolução Cubana desde sua vitória, em 1959, o cantor e compositor Pablo Milanés criticou os maus tratos às Damas de Branco, a autocensura nos meios de comunicação e o silêncio dos intelectuais em Cuba.

Em carta aberta, Milanés respondeu a Edmundo García, um jornalista cubano favorável ao regime que tem um programa de rádio em Miami. Na semana passada, García questionou as críticas de Milanés feitas em entrevistas dadas durante uma excursão recente pelos Estados Unidos.

"Meus 53 anos de militância revolucionária me dão o direito, que poucos exercem em Cuba, de me manifestar com a liberdade que requerem meus princípios", afirma o músico. "Essa liberdade implica que não tenho nenhum pacto de morte com os dirigentes cubanos, a quem admiro e respeito, mas eles não são deuses nem eu sou fanático. Quando sinto que devo fazer uma crítica e dizer não, o digo sem medo e sem reservas."

Sua indignação vem da maneira como as Damas de Branco, mães, filhas e esposas de dissidentes políticos presos são tratadas pelo regime comunista cubano: "Quando vejo que umas senhoras vestidas de branco protestam nas ruas e são maltratadas por homens e mulheres, não posso deixar de me envergonhar e me indignar. Embora não estejamos de acordo absolutamente, me solidarizo com elas em sua dor."

Desde 2003, as Damas marcham aos domingos depois da missa para pedir a libertação de seus parentes presos pela ditadura dos irmãos Castro.

"O que pode ser mais vil e covarde do que uma horda de revolucionários atacando essas mulheres sem piedade", protestou Milanés. "Não há nada que defenda isso no mundo." Ele disse que recorreu a jornais dos EUA porque a imprensa oficial cubana não o entrevista.

Por outro lado, a blogueira dissidente Yoany Sánchez fala hoje de "rumor de certa notícia longamente adiada". Seria a morte de Fidel?

Rebeldes dão ultimato a kadafistas na Líbia

Os rebeldes que derrubaram a ditadura do coronel Muamar Kadafi deram prazo até sábado para seus partidários se renderem em Sirte, a terra natal do ex-ditador, e outras duas cidades da Líbia ainda controladas pelo antigo regime. Vai haver uma trégua durante o eid, festa religiosa que marca o fim do sagrado mês do Ramadã.

"Se não tivermos uma indicação clara até o próximo sábado, podemos agir decisivamente para obter uma solução militar", declarou Mustafá Abdel Jalil, presidente do Conselho Nacional de Transição, o governo provisório dos rebeldes.

Aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobrevoaram Sirte, alvo de bombardeios aéreos no fim de semana.

Na quinta-feira, a ditadura de Kadafi completaria 42 anos.

Preços das casas caem mais nos EUA

Os preços das casas para uma só família caíram 0,1% em média em junho em 20 regiões metropolitanas nos Estados Unidos, aponta o índice S&P/Case-Schiller, informa a agência de notícias Reuters.

Com o excesso de oferta, a continuação das retomadas por falta de pagamento e as dificuldades de crédito, em um ano a queda foi de 4,5%. Isso significa que o setor habitacional do setor imobiliário dos EUA, onde a crise começou, ainda não se recuperou.

Em agosto, a confiança do consumidor, medida pela instituição privada Conference Board, desabou de 59,2 para 44,5, o menor nível em dois anos. Números abaixo de 50 indicam queda. O rebaixamento da nota de crédito dos EUA depois da batalha no Congresso para aumentar o título da dívida pública do país foi a maior razão.

Nesta sexta-feira, o Departamento do Trabalho publica o relatório sobre o emprego em agosto. A previsão dos economistas ouvidos pela agência Reuters é de um aumento líquido de 75 mil vagas de emprego. No mês passado, foram criados 117 mil postos de trabalho a mais do que o total de vagas fechadas.

Diante das más notícias, as bolsas de valores inverteram a tendência de alta e começaram a cair. Estavam no maior nível em duas semanas.

Índia cresce em ritmo de 7,7% ao ano

A Índia, terceira maior economia da Ásia, depois da China e do Japão, anunciou hoje um crescimento de 7,7% ao no segundo trimestre de 2011, o menor em um ano e meio. Nos primeiros três meses do ano, a expansão tinha sido de 7,8%.

Sob pressão da crise internacional, o crescimento indiano está em desaceleração, seguindo a tendência da economia mundial. No mesmo período do ano passado, o país cresceu num ritmo que projetava um avanço anual de 9,3%.

Noda é eleito primeiro-ministro do Japão

Com 280 votos a favor, a Câmara dos Deputados acaba de eleger o ex-ministro das Finanças Yoshihiko Noda para chefiar o governo do Japão. É o sexto primeiro-ministro japonês em cinco anos.

Entre seus principais desafios, estão a dívida pública de 229% do produto interno bruto, a reconstrução das áreas atingidas pelo terremoto e maremoto de março, a valorização do iene e uma nova política energética para diminuir a dependência da energia nuclear.

Rebeldes líbios querem extradição de parentes de Kadafi

Os rebeldes que derrubaram o coronel Muamar Kadafi devem pedir à Argélia a extradição da mulher do ditador, Safia, e de seus filhos Aisha, Hannibal e Mohamed. Eles atravessaram a fronteira entre os dois países ontem de manhã.

A Argélia é o único país do Norte da África que ainda reconhece Kadafi como governante da Líbia.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Bancos gregos se unem para enfrentar crise

O segundo e o terceiro maiores bancos da Grécia, Alpha Bank e Eurobank EFG, anunciaram hoje uma fusão para "desempenhar um papel vital na recuperação econômica" do país, informa a televisão britânica BBC.

Com a crise das dívidas públicas na Zona do Euro e o risco de um calote, as ações dos bancos gregos perderam mais da metade do valor desde o início do ano.

O novo banco terá capital de 146 bilhões de euros, cerca de R$ 340 bilhões, e 1,3 mil agências. 

Consumo cresce 0,8% nos EUA

O consumo pessoal cresceu 0,8% em julho nos Estados Unidos. Foi a maior alta em cinco meses, superando a expectativa dos economistas, que esperavam expansão de 0,5%, informa o jornal The Wall St. Journal.

A renda aumentou 0,3%. A taxa de poupança caiu de 5,5% para 5%, uma indicação de um pequeno aumento na confiança no futuro da economia.

Rússia convoca eleições legislativas para 4 de dezembro

Ao convocar hoje eleições parlamentares para 4 de dezembro de 2011 na Rússia, o presidente Dimitri Medvedev advertiu para o risco de tensões interétnicas durante a campanha, registra a agência de notícias Reuters.

Mais de 100 milhões de eleitores russos poderão votar para escolher os 450 deputados da Duma do Estado, atualmente dominada pelo partido Rússia Unida, liderado pelo primeiro-ministro e ex-presidente Vladimir Putin, considerado o homem mais poderoso do país.

Hazare encerra greve de fome contra a corrupção

Com um gole de água de coco, o ativista político anticorrupção encerrou ontem 13 dias de greve de fome para pressionar o governo da Índia a aprovar uma legislação mais rígida contra os malfeitos cometidos por funcionários públicos, noticia hoje o jornal americano Los Angeles Times.

O Parlamento cedeu à sua exigência para dar mais poderes a um ouvidor independente encarregado de receber e investigar denúncias de corrupção.

"Só suspendi minha agitação", declarou ele sob aplausos. "Não vou descansar enquanto as mudanças foram conquistadas".

Peru cresce 6,6% na comparação anual

O produto interno bruto do Peru registrou alta de 6,6% no segundo trimestre de 2011, na comparação com o mesmo período do ano passado, mas o crescimento do país está em desaceleração. No primeiro trimestre deste ano, a taxa foi de 7,7%. No final do ano passado, estava em 8,8%.

Pela análise dos economistas, a desaceleração se devem ao desaquecimento global e à queda nos investimentos privados por causa da incerteza política causada pela vitória do candidato nacionalista de esquerda Ollanta Humala na última eleição presidencial.

A pesca avançou 18%; o setor manufatureiro, 5,6%; água e energia elétrica, 7,2%; transportes e comunicações, 12,7%; agricultura, 2,4%; e a construção civil, 0,4%. Só houve queda, de 2,7%, no setor de petróleo e mineração, a chamada indústria extrativista.

Mulher e filhos de Kadafi fogem para a Argélia

A mulher, uma filha e dois filhos do ditador deposto da Líbia, Muamar Kadafi, cruzaram hoje a fronteira com a Argélia, confirmou agora há pouco o Ministério do Exterior argeliano, informa a televisão pública britânica BBC.

Safia Kadafi, a filha Aisha e os filhos Mohamed e Hannibal teriam atravessado a fronteira na madrugada de hoje.

Na Líbia, os rebeldes apertam o cerco contra a cidade natal do coronel, Sirte, um dos últimos redutos da resistência.

Yoshihiko Noda será primeiro-ministro do Japão

O ministro das Finanças, Yoshihiko Noda, foi eleito agora há pouco para ser o novo líder do Partido Democrático do Japão e do país.

Como o DPJ tem maioria na Dieta, a Câmara do parlamento japonês, Noda deve ser eleito amanhã novo primeiro-ministro do Japão. A eleição foi uma disputa interna entre as diferentes facções do partido, no estilo da política japonesa.

Terrorista de Lockerbie está morrendo

O único terrorista condenado pelo atentado de Lockerbie, na Escócia, e depois libertado por razões humanitárias porque estaria com câncer terminal, Abdelbasset al-Megrahi, está morrendo na casa de sua família em Trípoli, revelou a rede de televisão americana CNN. Com ele, morrem os segredos sobre a operação.

Em 21 de dezembro de 1988, um Boeing 747 da companhia aérea americana PanAm explodiu no ar em Lockerbie, na Escócia. Todos os 259 passageiros e tripulantes a bordo e mais 11 pessoas em terra morreram.

Teria sido uma vingança do coronel Kadafi contra o bombardeio de seu palácio em Trípoli, em 14 a 15 de abril de 1986, por ordem do então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan.

Agora que o regime caiu, parentes das vítimas não só festejam a queda da ditadura que seria responsável pelo atentado. Querem levar os responsáveis dentro do regime de Kadafi para julgamento nos EUA. Uma das esperanças era obter mais informações com Al-Megrahi.

domingo, 28 de agosto de 2011

Irene é rebaixada para tempestade tropical

Com ventos de 104 quilômetros por hora, o furacão Irene foi rebaixado para tempestade tropical. Para ser furacão, precisaria de ventos de no mínimo 118,4 km/h.

Depois de passar por Nova York alagando parcialmente as áreas mais baixas da cidade, de onde 370 mil pessoas fugiram, Irene chegou hoje a Boston, na região da Nova Inglaterra, no Nordeste dos Estados Unidos.

sábado, 27 de agosto de 2011

Liga Árabe pede fim de violência na Síria

O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Arabi, vai fazer uma visita de emergência a Damasco para pressionar a ditadura de Bachar Assad a parar com a violenta repressão aos manifestantes que há cinco meses e meio exigem a democratização da Síria. A decisão foi tomada hoje em reunião extraordinária dos ministros do Exterior da organização.

Arabi declarou que o "recurso à força" contra a revolta árabe é "inútil", mas a ditadura síria não está convencida disso.

Com o fim da ditadura de Muamar Kadafi na Líbia depois de 42 anos, cresceram as esperanças da oposição que há cinco meses e meio protesta contra a ditadura do partido Baath, que governa a Síria desde os anos 60. Mas Kadafi praticamente não tinha amigos e aliados, a não ser alguns líderes do continente que comprou através da União Africana.

A Síria é um país importante, candidato a líder do mundo árabe, com aliados poderosos como a Rússia, o Irã e a milícia fundamentalista xiita Hesbolá, no Líbano. Até agora, a China e a Rússia impediram a simples condenação do regime sírio no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Sem a intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) com o aval da ONU, Kadafi não teria sido derrubado. Na Síria, não existe no momento qualquer possibilidade de uma intervenção capaz de mudar o equilíbrio de forças em favor dos rebeldes.

Como o regime sírio está construído ao redor da minoria alauíta, conta com o apoio fiel deste grupo, dos serviços secretos e das forças de segurança. Os analistas acreditam que seria necessária uma fratura interna para mudar a situação. Até agora, é improvável, apesar de mais de 2,2 mil mortes.

Número dois da Al Caeda morre no Paquistão

O subcomandante da rede terrorista Al Caeda, Atiah Abdel Rahman, foi morto nessa semana no Paquistão, informarou hoje o governo dos Estados Unidos.

Com a morte de Ossama ben Laden em 1º de maio passado, Rahman, morto no Waziristão em 22 de agosto de 2011, tinha assumido várias tarefas na liderança da organização.

O governo americano não confirmou que ele tenha sido morto em bombardeio feito por avião não tripulado, uma das principais armas dos EUA para atacar extremistas muçulmanos em áreas remotas do Paquistão e do Afeganistão.

Furacão Irene chega aos EUA com categoria 1

O furação Irene atingiu a costa leste dos Estados Unidos hoje de manhã na Carolina do Norte com ventos de até 136 quilômetros por hora. Isso o reclassifica como furacão de categoria 1, com ventos de até 153 km/h. Pelo menos nove pessoas morreram. Só em Nova York, 370 mil pessoas fugiram de casa.

A maior cidade dos EUA não era atingida por um furacão desde agosto de 1985, quando o furacão Glória matou uma pessoa ao derrubar uma placa de publicidade. O risco para Nova York agora é de uma inundação que alague as áreas mais baixas da cidade.

Cerca de 65 milhões de pessoas estão na rota do furacão, que pode chegar à cidade como tempestade tropical, menos violenta do que um furacão. Mais de 1 milhão estão sem energia elétrica.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

87% dos americanos não confiam no Congresso

A radicalismo do movimento Festa do Chá, que resistiu ao aumento do teto da dívida pública dos Estados Unidos, aparentemente causou mais danos à oposição republicana e ao Congresso em geral do que ao presidente Barack Obama.

Em pesquisa de opinião realizada entre 18 e 22 de agosto, 87% reprovaram a atuação dos parlamentares em mais uma batalha em torno do déficit orçamentário e da dívida pública da maior economia do mundo, revela hoje o jornal The Washington Post.

O ambiente de radicalismo político e desentendimento entre os dois grandes partidos levou a agência de classificação de risco Standard & Poor's a rebaixar a nota de crédito da dívida pública dos EUA pela primeira vez na História.

Guerra das drogas mata mais 52 no México

O presidente Felipe Calderón considerou um “ato terrorista” o ataque de traficantes contra um cassino que matou 52 pessoas em Monterrey, uma das cidades mais importantes do México, informa hoje o jornal The Washington Post.

Mais de dez homens atacaram o cassino com bombas incendiárias e trancaram suas portas para evitar a fuga. Eles fugiram dois minutos e meio depois, revelam as câmeras de segurança.

O Casino Royale não teria pago a “taxa de proteção” cobrada pelos mafiosos do tráfico de drogas que dominam a região.

Para o presidente Calderón,  são “verdadeiros terroristas que não têm limites”. Ele não apontou nenhum grupo como responsável pela tragédia.

Atentado contra ONU mata 18 na Nigéria

A explosão de um carro-bomba diante da sede das Nações Unidas em Abuja, a capital da Nigéria, matou pelo menos 18 pessoas hoje.

O grupo extremista muçulmano Boko Haram reivindicou a autoria do atentado.

Economia dos EUA está quase estagnada

O produto interno bruto dos Estados Unidos cresceu no segundo trimestre de 2011 num ritmo que projeta uma crescimento anual de 1%, depois de ter avançado apenas 0,4% nos primeiros três meses do ano, informou hoje o Departamento de Comércio. A primeira estimativa havia indicado uma taxa anual de 1,3%.

A queda na confiança do consumidor em agosto, medida pela Universidade de Michigan, indica que não deve haver grande aceleração nos próximos.

Em discurso numa conferência de diretores de bancos centrais e acadêmicos em Jackson Hole, no estado do Wyoming, o presidente da Reserva Federal (Fed), Ben Bernanke, prometeu monitorar a economia e “empregar os instrumentos adequados” para estimular o crescimento, mas num anunciou nenhuma medida imediata, informa o jornal The New York Times.

O presidente do Fed admitiu que “momentos de volatilidade e aversão ao risco” nos mercados financeiros ressurgiram por causa dos problemas com as contas públicas na Europa e nos EUA. Ele disse não ter dúvida de que essas ameaças “põe em risco o crescimento”.

Mas, “a longo prazo, minha visão é mais otimista”, ponderou Bernanke, afirmando que “os fundamentos para o crescimento de longo prazo” da maior economia do mundo “não foram alterados permanentemente pelos choques dos últimos quatro anos”.

Os bancos estão em melhor situação e a indústria cresceu 15% desde o pior momento da crise, acrescentou.

Numa crítica aos políticos, Bernanke acrescentou que “o país seria melhor servido por um processo melhor para tomada de decisões fiscais”, observando que a batalha política para aumentar o teto da dívida pública dos EUA abalou os mercados financeiros e “provavelmente a economia como um todo”, registra o jornal The Washington Post.

Havia uma expectativa no mercado financeiro de que o Fed anunciasse um terceiro programa de compra de títulos públicos para jogar mais dinheiro no mercado. Isso poderia criar mais problemas para as grandes economias emergentes como Brasil, que sofrem com a desvalorização do dólar.

Primeiro-ministro do Japão renuncia

O primeiro-ministro Naoto Kan apresentou sua demissão agora há pouco, durante reunião do Partido Democrático do Japão, informou a TV estatal NHK.

Kan foi muito criticado pela lenta reação do governo ao terremoto e maremoto que atingiram o Nordeste do Japão em 11 de fevereiro de 2011, e o subsequente acidente na central nuclear de Fukushima. Tinha prometido deixar a liderança do partido e do governo depois de aprovar a lei de energia renovável e a emissão de bônus para reconstruir a região atingida.

Seu sucessor será o sexto chefe de governo do Japão em cinco anos. Terá como maiores desafios reconstruir o país, recuperar uma economia estagnada depois de duas décadas perdidas, com uma dívida pública de 229% do produto interno bruto, e implantar uma nova política energética agora que a maioria rejeita a energia nuclear, sem falar no envelhecimento da população e no peso que isso terá sobre a Previdência Social.

Os principais candidatos são os ministros das Finanças, Yoshihiko Noda, e da Indústria, Banri Kaieda. Também está bem cotado o ex-ministro do Exterior Seiji Maehara.

Primeiro, vai haver a eleição interna do partido. Como o governo tem maior, o novo líder do DPJ deve ser eleito primeiro-ministro na terça-feira.

ONU libera US$ 1,5 bilhão para a Líbia

Depois de uma negociação de última hora entre os Estados Unidos e a África do Sul, que ainda não reconheceu o Conselho Nacional de Transição como governo provisório da Líbia, as Nações Unidas liberaram hoje US$ 1,5 bilhão congelados por decisão do Conselho de Segurança.

Deste total, US$ 500 milhões vão para organizações internacionais de ajuda humanitária, US$ 500 milhões para o governo provisório pagar salários atrasados e movimentar a máquina do Estado, paralisada por seis meses de guerra civil, e US$ 500 milhões para um fundo de reserva para emergências.

O coronel Muamar Kadafi é considerado um aliado por seu apoio à luta da maioria negra da África do Sul contra o regime segregacionista do apartheid. Além disso, com o declínio do nacionalismo pan-árabe diante da expansão do fundamentalismo muçulmano, o ditador tentou se reinventer com um líder africano.

Nem a África do Sul nem a União Africana reconheceu até agora a mudança de regime na Líbia.

Kadafi fez novo apelo a seus seguidores para que resistam, retomem Trípoli e expulsem os "ratos" de lá, mas deve estar escondido em algum buraco, como Saddam Hussein antes de ser preso.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Brasil finalmente apoia rebeldes da Líbia

Depois de meses de uma falsa neutralidade que na verdade apoiava o status quo, o Brasil desceu do muro e resolveu declarar apoio à rebelião que acabou com a ditadura de Muamar Kadafi, na Líbia. 


"Presto solidariedade às aspirações do povo líbio por progressos institucionais, econômicos e sociais, por buscar formas mais modernas de governança", declarou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, durante visita a Buenos Aires. "Nas últimas décadas, o país foi submetido a um governo autocrático".

O chanceler rejeitou qualquer possibilidade do Brasil dar asilo político a Kadafi.

Quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou o uso da força para proteger a população civil líbia, o Brasil se absteve, ao lado da China, da Rússia e da Alemanha. Nos últimos meses, criticou a operação militar conduzida pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sem oferecer qualquer proposta alternativa para resolver o conflito.

Kadafi faz novo apelo a partidários

O ditador em fuga Muamar Kadafi fez um apelo hoje às tribos e ao povo da Líbia para retomem o controle do país das mãos dos rebeldes que há seis meses lutam para acabar com uma ditadura que completaria 42 anos em 1º de setembro de 2011.

Em mensagem de som, Kadafi pediu a seus partidários que limpassem a capital, Trípoli, removendo os "ratos", denominação que usa com frequência para falar de seus adversários.

As forças oposicionistas acreditam ter encurralado Kadafi e seus filhos numa área próxima ao aeroporto da capital.

Romney perde liderança da corrida republicana

O governador do Texas, Rick Perry, abriu uma grande vantagem sobre o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney na disputa pela candidatura do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos em 2012, revela o jornal The Washington Post.

Em pesquisa do Instituto Gallup divulgada ontem, Perry tem o apoio de 29% dos eleitores republicanos e dos conservadores independentes com tendência a votar na oposição no próximo ano. Romney ficou em segundo, com 17%.

O deputado libertário Ron Paul foi o terceiro, com 13%, enquanto a deputada Michele Bachmann, líder da bancada do movimento Festa do Chá na Câmara, caiu para 10%.

Angola deve crescer 8% em 2011

O aumento nos preços do petróleo e dos investimentos públicos devem acelerar o crescimento de Angola de 5% neste ano para 8% em 2012.

A previsão é do Banco Mundial.

Cepal quer imposto sobre transações financeiras

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) defendeu a criação de um imposto sobre transações financeiras como a Alemanha e a França estão propondo à União Europeia, informa a revista América Economia. O dinheiro iria para um fundo de estabilização financeira.

Esse imposto já foi proposto antes para minimizar a especulação financeira, a volatilidade dos mercados e ajudar a promover o desenvolvimento de países afetados negativamente pela globalização da economia.

Para a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, o imposto seria um importante instrumento de uma profunda reforma do sistema financeiro internacional.

Suíça faz acordo sobre sigilo bancário

A Suíça e o Reino Unido chegaram a um acordo para que o governo britânico cobre impostos de seus cidadãos com contas secretas no país centro-europeu, informa o jornal Le Monde.

Pelo acordo anunciado pelo ministro das Finanças suíço, os correntistas domiciliados no Reino Unido terão de pagar um imposto de 19% a 34% do capital depositado em contas secretas. Para escapar deste imposto, eles precisam declarar suas contas ao imposto de renda britânico.

O acordo deve entrar em vigor em 2013. Prevê ainda a cobrança de um imposto liberatório de 27% a 48% sobre rendimentos futuros.

De imediato, os bancos da Suíça terão de transferir 500 milhões de francos suíços para o Tesouro britânico.

Peru reinicia erradicação das plantações de coca

O novo governo do Peru retomou o programa de erradicação das plantações de coca, a matéria-prima para a fabricação de cocaína, na região de Aguaytia, no vale do Rio Huallaga, principal área de produção de folha de coca do mundo.

A suspensão, anunciada em 17 de agosto, surpreendeu os Estados Unidos, que ajudam a financiar o programa para combater o tráfico de cocaína.

Durante a campanha eleitoral, o presidente Ollanta Humala, que tomou posse em 28 de julho, prometeu descriminalizar a plantação de coca.

Cheney aconselhou Bush a bombardear Síria

Em seu livro de memórias, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Dick Cheney confessa ter aconselhado o presidente George W. Bush a bombardear a Síria em 2007, quando havia suspeitas de que esse país estaria construindo uma usina nuclear, início de um programa para fazer armas atômica, revela o jornal The New York Times.

Bush rejeitou a proposta. Israel destruiu a instalação de Al-Kibar num bombardeio aéreo em 6 de setembro daquele ano. 

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

França fará ajuste fiscal de 11 bilhões de euros em 2012

Para evitar o contágio na crise das dívidas públicas da Zona do Euro, o primeiro-ministro François Fillon anunciou hoje planos para o governo da França economizar, entre cortes de gastos e aumentos de impostos, 1 bilhão de euros (R$ 2,31 bilhões) neste ano e 11 bilhões de euros (R$ 15,41 bilhões) em 2012.

As medidas incluem um imposto com alíquota de 3% para quem ganha mais de 500 mil euros (R$ 1,15 milhão) por ano, informa o jornal Le Monde.

Ontem, em carta publicada pela revista Le Nouvel Observateur, 16 magnatas franceses disseram estar prontos para pagar mais impostos para ajudar o país a sair da crise.

Steve Jobs deixa de ser diretor-geral da Apple

O sócio fundador Steve Jobs renunciou hoje à ao cargo de diretor executivo da Apple, que saiu da quase falência há 15 anos para disputar a posição de maior empresa do mundo em valor de mercado com a companhia de petróleo Exxon.

Jobs era considerado o grande talento por trás da empresa mais criativa do mundo. Com produtos de alta qualidade e design arrojado, deu a volta por cima depois de ser atropelada pelo sucesso do sistema operacional Windows, criado pela Microsoft para que os PCs pudessem funcionar como os Mcintoshes da Apple.

Com câncer no pâncreas diagnosticado em 2004, Jobs se afastou da empresa para lutar contra a doença, mas voltou para lançar seu grandes sucessos, como o iPhone e o iPad. Ele será substituído pelo diretor de operações Tim Cook. Deve virar presidente do conselho da Apple.

Foram o iPod, que acabou com a era do Walkman, o iPhone, que o integrou a um telefone celular, e o iPad, uma plataforma para leitura, áudio e vídeo, jogos e correio eletrônico cujos limites ainda estão sendo explorados, que fizeram da Apple o que é hoje.

Esse sucesso também melhorou as vendas dos Macs, desktops e notebooks, mas o carro-chefe da empresa hoje é o iPhone.

Em nota, Jobs prometeu trabalhar com Cook e previu que "os dias mais brilhantes e inovadores estão por vir". Amanhã, veremos se o mercado financeiro acredita nisso.

Sarkozy convoca conferência para reconstruir a Líbia

Depois de se encontrar hoje com Mahmoud Jibril, o primeiro-ministro do governo provisório da Líbia, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, convocou uma conferência internacional sobre a reconstrução do país, a ser realizada em 1º de setembro de 2011, noticia o jornal The New York Times. Nesta data, a ditadura do coronel Muamar Kadafi completaria 42 anos.

Sarkozy liderou a mobilização internacional para que o Conselho de Segurança das Nações Unidas autorizasse o uso da força para proteger a população civil líbia e evitar um massacre que certamente aconteceria se Kadafi derrotasse a revolta popular.

O Brasil se absteve e até agora não reconheceu o Conselho Nacional de Transição como governo provisório. Mesmo assim, foi convidado. As novas autoridades líbias também prometeram honrar os contratos do governo anterior com empresas brasileiras.

Oposição síria forma governo paralelo

Sob inspiração da revolta na Líbia, a oposição da Síria formou um conselho nacional, embrião de um governo provisório, em encontro em Istambul, na Turquia, informa a rede de televisão americana CNN.

“Queremos que o governo sírio veja o que está acontecendo na Líbia”, afirmou Louay Safi, membro do conselho.

“Aqueles ditadores que pensam que estão acima do povo e da História pensam que podem manter a repressão sem ter de pretar contas. Seu tempo passou”, acrescentou. “Todas as nações têm o direito de viver sob um regime baseado na lei, experimentar a democracia, a liberdade e a liberdade de expressão.”

Preso suspeito pela morte de Anna Politkovskaya

Cinco anos depois do assassinato da jornalista e defensora dos direitos humanos Anna Politkovskaya, o ex-coronel Dimitri Pavlyuchenkov foi preso ontem como suspeito de organizar o crime, informa a revista alemã Der Spiegel.

No primeiro julgamento, Pvlyuchenkov foi testemunha de acusação. Agora, os investigadores acreditam que ele recebeu dinheiro para contratar os assassinos da jornalista, uma crítica feroz das políticas do Kremlin, especialmente na guerra civil na república da Chechênia.

A polícia ainda não esclareceu quem seria o mandante do crime.

Coreia do Norte admite parar testes nucleares

Em uma rara visita ao exterior, durante encontro com o presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Il, teria admitido a possibilidade de suspender os testes de armas nucleares e voltar às negociações hexapartites para acabar com seu programa atômico militar, revela hoje o jornal americano The New York Times.

UE e EUA querem embargo de armas à Síria

Com o apoio dos Estados Unidos, a União Europeia apresentou um anteprojeto de resolução ao Conselho de Segurança das Nações propondo um embargo total da venda de armas à Síria e o congelamento dos bens de altos dirigentes do país, inclusive o presidente Bachar Assad.

Confira, no jornal The Wall St. Journal, o texto do anteprojeto. Há três semanas, o Conselho de Segurança aprovou uma declaração criticando a violenta repressão da ditadura síria contra o movimento pela democracia no país. Por oposição da China, da Rússia e do Brasil, entre outros países, não conseguiu aprovar uma resolução condenando o regime.

Pelas informações da ONU, mais de 2,2 mil pessoas foram mortas nos últimos cinco meses na Síria.

Ordens de bens duráveis crescem 4% nos EUA

As novas encomendas de bens duráveis à indústria dos Estados Unidos subiram 4% em julho de 2011, afastando temporariamente a ameaça de uma recessão dupla na maior economia do mundo, informou o Departamento do Comércio, citado pela agência de notícias Reuters.

O setor de transportes liderou os pedidos, com alta de 14,6%, a maior desde janeiro, com aumento de 43,4% nas encomendas de aeronaves e de 11,5% em automóveis. Isso deve influenciar positivamente o produto interno bruto do terceiro e quarto trimestres deste ano.

Sem os transportes, o crescimento foi de 0,7%, um pouco acima do 0,6% de junho.

“O relatório mostra que a indústria não caiu totalmente da cama”, observou Milan Mulraine, estrategista de uma empresa do centro financeiro de Nova York. “A economia deve evitar a recessão, se não houver novo choque externo”.

A evolução do PIB dos EUA no segundo trimestre será anunciada na sexta-feira. No mesmo dia, o presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central americano, Ben Bernanke, faz um pronunciamento. O mercado espera o anúncio de algum tipo de estímulo como a compra de títulos da dívida publica pelo Fed para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação. Isso afetaria negativamente os grandes países emergentes, inclusive o Brasil, com uma nova enxurrada de dólares.

São considerados bens duráveis aqueles com pelo menos três anos de uso como automóveis, aeronaves, fogões, eletrodomésticos e eletroeletrônicos.

China é maior mercado mundial para computadores

A China supera os Estados Unidos em mais um quesito: tornou-se no segundo trimestre de 2011 o maior mercado mundial para computadores. Entre abril e junho, as vendas cresceram 14% na China, chegando a 18,5 milhões de unidades.

No mesmo período, as vendas de computadores nos EUA recuaram 4,8% para 17,7 milhões de unidades.

O mercado chinês é responsável agora por 22% do consumo mundial de computadores, com negócios da ordem de US$ 11,9 bilhões por ano.

Ricaços querem pagar mais impostos

Depois do megainvestidor Warren Buffett nos Estados Unidos na semana passada, agora são os ricaços da França que querem pagar mais impostos para ajudar o país a sair da crise das dívidas públicas que ameaça a Europa e os Estados Unidos.

Em carta à revista Le Nouvel Observateur, 16 multimilionários, inclusive a herdeira do grupo L'Oréal, disseram estar dispostos a pagar mais para ajudar o país.

Na semana passada, Buffett entrou na discussão nos EUA, onde o movimento radical de direita Festa do Chá se opõe tenazmente a qualquer aumento de impostos para os ricos, defendido pelo presidente Barack Obama e o Partido Democrata como essencial para reduzir a dívida e o déficit públicos.

Um dos homens mais ricos do mundo, Buffett alegou que paga 17% de imposto de renda sobre ganhos de capital, enquanto seus funcionários pagam até 41% de imposto sobre a renda do trabalho.

Rebeldes oferecem anistia e US$ 1,5 milhão por Kadafi

Depois de assumir o controle da capital, os rebeldes que derrubaram a ditadura da Líbia com apoio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) ofereceram hoje anistia e US$ 1,5 milhão pelo coronel Muamar Kadafi, vivo ou morto.

Apesar da euforia, os rebeldes sabem que a vitória só será completa quando o ex-ditador e seus filhos forem capturados. Ainda há combates no aeroporto de Trípolí. Isso impede a transferência do  Conselho Nacional de Transição, o governo provisório dos rebeldes, para a capital. O conselho pediu aos países que congelaram dinheiro líbio a liberação imediata de US$ 2,5 bilhões para iniciar a recuperação do país.

Na Turquia, o governo revelou ter financiado e treinado os rebeldes para a ofensiva final contra Kadafi. O país é membro da OTAN, que apoiou os rebeldes com o aval de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas autorizando o uso da força para "proteger a população civil".

Seis jornalistas detidos por combatentes leais a Kadafi num dos melhores hotéis líbios, inclusive repórteres da BBC e da CNN, foram liberados, quando os kadafistas fugiram.

Kadafi: "vitória ou martírio"

Em mensagem de rádio, o coronel Muamar Kadafi declarou agora à noite que sua retirada do complexo presidencial de Bab al-Azizia foi um recuo tático e prometeu lutar até a morte, dizendo que seu destino é "vitoria ou martírio".

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Moody's rebaixa crédito do Japão

A agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota de crédito da dívida pública do Japão de Aa2 para Aa3, citando como problemas "os grandes déficits orçamentários e o crescimento da dívida do governo japonês desde a recessão global de 2009", informa o jornal The Wall St. Journal.

O anúncio aumenta a pressão sobre o país, que tem uma dívida pública equivalente a 229% do produto interno bruto, de US$ 5,5 trilhões. Como ela está sobretudo nas mãos de japoneses e o país tem grande poupança, o governo nunca se preocupou com o endividamento.

Desde a explosão da bolha especulativa formada no auge do desenvolvimento japonês, no início dos anos 90, o governo se endivida e aumenta gastos para tentar restaurar o vigor econômico do passado, sem sucesso.


As duas outras grandes agências de avaliação de risco, Fitch e Standard & Poor's, já tinham rebaixado a nota de crédito do Japão para AA-, com perspectiva negativa.

Lições do Iraque podem evitar caos na Líbia

A queda do coronel Muamar Kadafi e a falta de uma oposição e de partidos políticos organizados ressuscitaram o medo de que a queda do ditador levasse a Líbia aos caos e à anarquia registrados no Iraque depois da deposição de Saddam Hussein, em 2003.

Um artigo publicado na revista eletrônica Slate aponta medidas para evitar que a Líbia caia no mesmo abismo.

O problema inicial é restabelecer a ordem pública imediatamente para evitar a onda de violência política e criminosa que arrasou o Iraque e até hoje atrasa a reconstrução do país. Para o analista americano Richard Haass, é essencial o envio imediato de assessores militares e policiais para reorganizar as forças de segurança.

Em seguida, os países que reconheram o Conselho Nacional de Transição como governo transitório do país devem liberar o dinheiro líbio congelado como sanção contra o regime de Kadafi. Só os Estados Unidos têm cerca de US$ 35 bilhões.

As revoluções criam grandes expectativas. Se elas não são atendidas, há um sério risco de mergulho no caos e na anarquia, ambiente favorável ao surgimento de um novo tirano.

É preciso criar uma estrutura de governo capaz de controlar e prestar contas da aplicação do dinheiro, mas os recursos devem ser canalizados rapidamente para projetos específicos e claramente visíveis de reconstrução nacional.

Como a Líbia não tem qualquer tradição democrática, é necessário começar da base, realizando eleições municipais para estimular a participação popular e a fiscalização pública das autoridades eleitas.

Nos próximos anos, o país vai precisar de muita ajuda internacional. Será um teste para o sucesso das revoluções no mundo árabe. A tomada do poder é só o primeiro passo.

Rebeldes tomam palácio de Kadafi em Trípoli

Os rebeldes que lutam contra a ditadura do coronel Muamar Kadafi tomaram agora há pouco o complexo presidencial de Bab al-Azizia, na capital da Líbia. A televisão mostra imagens dramáticas de populares entrando e saindo do palácio em meio a fortes ruídos de tiros e explosões.

A rede de TV árabe Al Jazira informa que granadas e foguetes estão sendo disparados contra o complexo, enquanto os rebeldes tentam roubar armas e munição.

Não há sinal do ditador nem de seus filhos. A Batalha de Trípoli está chegando ao fim. Isso não significa que o conflito esteja terminando. Kadafi e seu clã podem ter feito uma retirada estratégica para depois tentar contra-atacar como guerrilha, a exemplo do que aconteceu no Iraque depois da queda de Saddam Hussein.

Indústria e venda de casas caem nos EUA

A produção industrial no centro da costa atlântica dos Estados Unidos caiu, e a venda de casas novas atingiu em julho o menor nível em cinco meses no país, informa a agência de notícias Reuters.

Nesta terça-feira, a delegacia regional da Reserva Federal, o banco central americano, em Richmond, na Virgínia, revelou que o índice de atividade industrial na região baixou de -1 para -10. A região inclui os estados de Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Virgínia, parte da Virgínia Ocidental e o Distrito de Colúmbia.

O Departamento do Comércio revelou uma nova contração no setor habitacional do mercado imobiliário, onde a crise financeira internacional começou.

Em julho, houve uma queda de 0,7% na venda de imóveis residenciais novos para apenas uma família. Isso projeta vendas anuais de 298 mil casas, o menor número desde fevereiro de 2011. Os economistas esperavam 310 mil.

Martelly realiza pouco em cem dias

O presidente e popstar Michel Martelly completou cem dias no poder no Haiti sem mostrar avanços na reconstrução do país, arrasado por um terremoto em 12 de janeiro de 2010.

Nos seus primeiros meses de governo, Martelly lançou um programa habitacional e um fundo para financiar a educação gratuita, e reinaugurou escolas. Mas diplomatas estrangeiros comentam que o governo haitiano precisa transformar seu discurso em realizações, observa o jornal The Miami Herald.

Um ano e meio depois do terremoto, cerca de 600 mil pessoas continuam vivendo em acampamentos improvisados, sem saneamento básico.

Depois do terremoto, a sociedade internacional prometeu US$ 10 bilhões de ajuda ao Haiti. Resta ver se desta vez o país não seria abandonado como aconteceu historicamente.

Juiz encerra processo contra Strauss-Kahn

A pedido do promotor distrital de Manhattan, Cyrus Vance Jr., o Tribunal de Justiça de Nova York acaba de encerrar o processo que derrubou o diretor-geral do Fundo Monetário Internacional Dominique Strauss-Kahn e reduziu suas chances de concorrer à Presidência da França em 2012.

O caso entrou em colapso por causa da falta de credibilidade de Nafissatou Diallo, a camareira de origem africana que o acusou de agressão sexual e tentativa de estupro. Em telefonema a um namorado preso por tráfico de drogas, ela falou em ganhar muito dinheiro porque Strauss-Kahn "é um homem rico".

Durante as investigações, a polícia nova-iorquina descobriu que ela mentiu várias vezes, inclusive quando pediu asilo aos Estados Unidos alegando ter sido violentada sexualmente na Guiné.

Strauss-Kahn foi preso em 14 de maio, dentro de um avião prestes a decolar do Aeroporto John Kennedy, em Nova York.

A divulgação de imagens do ex-diretor do FMI algemado, barbudo e desgrenhado causaram protestos na França por ignorar a presunção de inocência até a condenação. Mas assim que o caso entrou em colapso, outras mulheres denunciaram investidas sexuais de Strauss-Kahn, numa tentativa de sepultar definitivamente sua candidatura à Presidência da França.

Ao sair do tribunal, ele prometeu fazer uma declaração quando chegar a Paris.

Rebeldes lançam novo ataque contra palácio de Kadafi

Uma grossa coluna de fumaça se ergue neste momento do palácio presidencial da Bab al-Azizia, em Trípoli, um dos últimos redutos em poder das forças leais ao coronel Muamar Kadafi. Também há combates ao redor de um hotel usado para transmitir profunciamento oficiais e no aeroporto da capital da Líbia.

Agora há pouco, os rebeldes invadiram o complexo presidencial. A televisão mostra imagens de rebeldes destruindo uma estátua em que um punho de aço esmaga um avião americano. Foi construída para marcar o ataque de 14 e 15 de abril de 1986, quando o então presidente americano Ronald Reagan mandou bombardear a Líbia em retaliação contra um atentado terrorista que matara soldados americanos na Alemanha.

Não há sinais de Kadafi. Mais cedo, ele teria dito a um enviado especial russo que suas forças "estavam expulsando os ratos da cidade". Ontem à noite, seu segundo filho, Seif al-Islam Kadafi, apareceu para negar que estivesse preso e prometeu vitória.

Em Paris, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, declarou que a intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, continua até a rendição total de Kadafi.

Os Estados Unidos estão monitorando os arsenais de armas químicas da ditadura líbia. Acredita-se que o regime de Kadafi tivesse 9,5 toneladas de armas químicas em 2003, quando fez um acordo com as potências ocidentais para abrir mão de suas armas de destruição em massa.

Parte desse arsenal foi destruído, mas o governo americano teme que Kadafi use o que sobrou como último recurso. Ninguém espera que ele se renda para ser julgado por crimes contra a humanidade em tribunais internacionais.

A alternativa para Kadafi seria negociar um salvo-conduto para fugir da Líbia e ir para o exílio, se achar algum país que o aceite. Angola, Venezuela e Venezuela são possíveis destinos para o ditador, que cai dias antes de completar 42 anos no poder.

"Quem se opõe à revolução está contra o povo"

 Os jovens oficiais que tomaram o poder na Líbia em 1º de setembro de 1969 tinham ideias nacionalistas, socialistas, islâmicas e antiocidentais, além de uma forte influência do presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser. Mas não sabiam exatamente onde queriam chegar, observa Dirk Vandewalle no livro Qadhafi’s Libya: 1969-1994.

Ao contrário da vizinha Argélia, que travara uma longa guerra contra a França pela independência, a monarquia da Líbia foi derrubada por um grupo de coronéis sem um movimento, partido ou programa de governo.

A maioria da população líbia manteve a apatia política, com total indiferença em relação ao novo governo revolucionário, interessada apenas nas benesses do petróleo, que passou a ser controlado pelo Estado.

No primeiro ano, era preciso consolidar a revolução. Poucos dias depois do golpe, o coronel Muamar Kadafi, os jovens oficiais e grupos civis criaram o Conselho de Comando da Revolução, órgão supremo da nova ordem, com poderes para indicar o Conselho de Ministros.

Em dezembro de 1969, uma nova constituição oficializava essa supremacia. Dentro de um ano, a maioria dos civis foi afastada do conselho revolucionário, que assumiu supremos poderes executivo, legislativo e judiciário. Quase todos os ministros eram militares e membros da cúpula do novo regime.

Uma campanha anticorrupção expurgou a elite da burocracia ligada ao antigo regime. Por falta de quadros revolucionários, manteve o governo central, registra Vandewalle.

Sob o total controle da cúpula militar, o regime partiu para sua política de mobilização das massas.

Em 12 de junho de 1971, no primeiro aniversário da retirada dos Estados Unidos da base aérea de Wheelus, nascia a União Socialista Árabe. Era um partido no modelo nasserista para levar o espírito revolucionário ao povo.

Para Kadafi, que já se firmara como líder máximo do conselho revolucionário, a USA serviria ao mesmo tempo para mobilizar as massas na defesa do regime, minar a liderança política dos chefes tradicionais e do sistema tribal, e atrair sindicatos e os poucos grupos organizados para o controle do Estado.

Já na primeira convenção nacional do partido, em março e abril de 1972, era evidente a decepção do coronel com a USA. O entusiasmo popular desaparecera rapidamente.

Em suas intervenções na convenção, lançou as bases de sua Terceira Teoria Universal, que está no Livro Verde dos pensamentos do dirigente em queda na Líbia.

Os partidos de oposição e os sindicatos seriam proibidos, anunciou o ditador ao vivo na televisão, porque “quem se opõe à revolução popular se opõe ao povo”.


Por isso, agora, Kadafi acusa estrangeiros e fundamentalistas muçulmanos pela revolta popular. Ao negar o óbvio, o ditador se mostra incapaz de perceber a realidade de que o povo líbio o abandonou. Se estivesse a seu lado, não precisaria ter imposto um regime de terror durante quase 42 anos.

Mortes na Síria já passam de 2,2 mil

Pelo menos 2,2 mil pessoas foram mortas desde que a revolução árabe chegou à Síria, em 15 de março de 2011, declararam ontem as Nações Unidas.

Com a queda do coronel Muamar Kadafi na Líbia dias antes de completar 42 anos no poder, a Síria passa a ser o principal foco das pressões internacionais.

O Brasil errou ao não apoiar a intervenção militar contra Kadafi para proteger a população civil do banho de sangue que aconteria se a revolta popular fosse derrotada. Não deveria participar militarmente, deixando a tarefa para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Erra ao dar mais tempo para o ditador sírio, Bachar Assad, realizar as "reformas" prometidas a enviados do Brasil, da Índia e da África do Sul. Onde está o compromisso com os direitos humanos inscrito na Constituição?

Em discurso na televisão estatal síria, Assad prometeu uma lei introduzindo o bipartidarismo na Síria para quinta-feira, 25 de agosto, mas pretende manter o monopólio estatal do partido Baath, que está na Constituição.

Ontem, assim que uma delegação da ONU visitou o país, a polícia voltou a atirar para matar nos manifestantes.

Na Síria, sem qualquer apoio externo formal, a população resiste há cinco meses a um ataque constante do seu próprio governo, uma ditadura brutal que usa tanques e tropas num conflito interno.

Como na Líbia, os rebeldes sírios temem que a derrota leve à morte. Por isso, lutam até o fim. A opção é vencer ou morrer.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

EUA consideram líder rebelde reformista

Apesar da relutância em reconhecer o Conselho Nacional de Transição da Líbia, o governo provisório dos rebeldes que derrubaram a ditadura de Muamar Kadafi, antes do início das revoluções no mundo árabe, os Estados Unidos já consideravam seu líder, o então ministro da Justiça, Mustafá Abdel Jalil, um reformista.

Em dezembro de 2009, uma mensagem do embaixador americano em Trípoli, Gene Cretz, elogiava Jalil. A organização não governamental Human Rights Watch (Vigília dos Direitos Humanos) o descreve como "um proponente de um Estado de Direito".

"Abdel Jalil disse à HRW que iria continuar lutando contra a cultura da corrupção que permite às forças de segurança operar acima da lei", diz o despacho diplomático, citado em reportagem da companhia jornalística McClatchy Newspapers, editora do Miami Herald.

O filho que um dia foi apontado como sucessor de Kadafi, Seif al-Islam Kadafi, reapareceu para desmentir que esteja preso. Disse que o pai ainda está na capital e que eles vão vencer a guerra civil. outro filho de Kadafi, Mohamed, supostamente detido pelos rebeldes, também estaria solto.

Denúncia de crime sexual contra Strauss-Kahn cai

Por falta de provas, a Promotoria Distrital de Manhattan retirou a denúncia de crimes sexuais contra o ex-diretor-geral do Fundo Monetário Internacional Dominique Strauss-Kahn, anunciou agora há pouco o advogado de sua suposta vítima, uma imigrante africana que trabalhava num hotel onde ele ficou hospedado. O caso deve ser encerrado amanhã.

Strauss-Kahn foi preso em 14 de maio dentro de um avião que se preparava para decolar no Aeroporto John Kennedy, em Nova York, sob as acusações de agressão sexual, cárcere privado e tentativa de estupro. O caso entrou em colapso quando a polícia descobriu uma ligação telefônica em que Nafissatou Diallo comentava com o namorado, um traficante preso, que poderia ganhar dinheiro com o escândalo.

O ex-diretor do FMI perdeu o emprego e a chance de se candidatar à Presidência da França em 2012. Ele era o favorito.

Produção de cereais tem forte queda em Portugal

A safra de cereais de outono-inverno deste ano em Portugal deve ficar abaixo de 180 mil toneladas. Será a menor desde a seca de 2005.

Com diminuição da área plantada e condições climáticas adversas, a queda na produção deve ser de 25% para trigo e cevada, e de 20 para aveia, prevê o Instituto Nacional de Estatísticas.

Número de falências cresce 23% em Portugal

O número de empresas falidas subiu 23% no primeiro trimestre de 2011 em Portugal. Desapareceram 1.250 lojas, 720 imobiliárias e 423 restaurantes.

As demissões no setor comercial passam de 100 mil, informou o presidente da Confederação de Comércio, João Vieira Lopes. Ele atribuiu o fato não só à crise da dívida pública, mas a uma concentração no setor, onde grandes distribuidores ficariam com 25% dos negócios e gerariam 19% dos empregos.

Com a crise, grande número de pequenas e médias empresas estariam quebrando. Como são as que mais oferecem empregos, o impacto social é enorme.

Rebeldes ainda enfrentam resistência em Trípoli

Os rebeldes que lutam há seis meses para derrubar a ditadura de Muamar Kadafi controlam a maior parte da capital da Líbia, mas ainda enfrentam focos de resistência, informa o jornal The New York Times.

Dez dias antes de completar 42 anos no poder o coronel Kadafi está desaparecido, mas tropas e tanques leais ao regime defendem o complexo presidencial da Bab al-Azizia.

O líder do Conselho Nacional de Transição, o governo provisório dos rebeldes, o ex-ministro Mustafá Abdel Jalil, declarou; “Não sabemos se ele está dentro ou fora da Líbia”.

Em Nova York, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, prometeu o apoio da sociedade internacional à reconstrução do país.

Uma resolução do Conselho de Segurança da ONU autorizando uma intervenção militar para proteger a população civil dos ataques de Kadafi foi decisiva para a vitória rebelde.

O Brasil se absteve, acompanhando o voto da China, Rússia, Alemanha e Índia. Por causa desta omissão, as empresas brasileiras com negócios na Líbia devem perder as oportunidades criadas pela reconstrução do país.

Conspiração da sauna acabou com a URSS

O golpe fracassado contra o último presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, há 20 anos, foi tramado numa sauna.

A linha dura queria salvar a URSS. Destruiu, depois de 70 anos, o que parecia um monolito impenetrável, o segundo país mais poderoso do mundo, pátria do socialismo, ou melhor, do stalinismo.

A Conspiração da Sauna é descrita no jornal The New York Times pelo jornalista húngaro Victor Sebestyen, autor de Revolution 1989: the fall of the soviet empire.

Regime líbio herdou vícios da monarquia

A ideologia política do coronel Muamar Kadafi se baseia no que ele chama de poder popular, pan-arabismo, socialismo e islamismo. Até os anos 90, o ditador em queda na Líbia sonhava em difundir sua “revolução permanente” e sua “democracia popular” pelo mundo inteiro.

Como militar, sua formação nacionalista o levou a nutrir uma suspeição contra o Ocidente, as elites locais, suas ligações com a Europa e os Estados Unidos, e a burocracia. Contra esses inimigos, o coronel apontou sua artilharia desde que tomou ao poder, aos 27 anos.

Sua vida foi marcada pelo período turbulento do fim do colonialismo no pós-guerra, da independência, do nacionalismo pan-árabe, da Guerra Fria e da promessa de riqueza e poder criada pelo petróleo. Neste caldeirão, o beduíno forjou seus conceitos de Estado, comunidade, identidade e legitimidade política.

A revolução de Kadafi foi fruto da História da Líbia e dos extraordinários recursos petrolíferos do país. Isso permitiu ao líder fazer experiências políticas e sociais desastradas sem se preocupar com o impacto econômico.

Como um estado rentista, a Líbia nunca teve o constrangimento dos estados nacionais modernos que seguiram o modelo democrático consagrado na Constituição dos EUA: o Estado pode cobrar impostos desde que os cidadãos tenham representantes políticos para controlar a aplicação do seu dinheiro.

Quando Kadafi chegou ao poder, em 1º de setembro de 1969, a Líbia era um estado rentista desde sua independência da Itália, em 1951. Primeiro, a maior parte da renda vinha do aluguel de bases militares pelos Estados Unidos e o Reino Unido.

Com a descoberta de petróleo em 1959 e sua comercialização a partir de 1961, ele passa a ser a maior riqueza líbia. Esse impacto inicial foi maior para o país do que as altas de preços causadas pelos choques do petróleo de 1973 e 1979.

De 1960 a 1969, a economia cresceu mais de 20% ao ano. A renda per capita subiu de US$ 25 para algo entre US$ 1,5 mil e US$ 2 mil. A Líbia passou de uma sociedade agrária que lutava contra o deserto para sobreviver, de um países mais pobres do mundo, a importante exportador de petróleo.

O país nascera em 1951 como filho das Nações Unidas e das políticas de descolonização do pós-guerra. Ao contrário dos vizinhos Egito, Argélia e Tunísia, não tinha uma coesão nacional. Era dividido em três regiões: Tripolitânia, Cirenaica, e Fazã.

Diante do controle dos rebeldes sobre Bengázi, no Leste da Líbia, e da resistência de Kadafi na capital, muito se falou nos últimos meses sobre uma possível divisão do país de 6 milhões de habitantes. Como o interior é desértico, a população se concentra em cidades construídas no litoral do Mar Mediterrâneo.

No fim dos anos 50, o governo se tornou o maior empregador na Líbia. A folha de pagamento do funcionalismo público somava 12% do produto interno bruto.

Depois da guerra, durante anos a Líbia vendeu ferro-velho deixado nos campos de batalha do Norte da África. Em 1960, a ajuda dos Estados Unidos e do Reino Unido em troca das bases militares representava 35% do PIB.

O rei banira os partidos políticos depois das primeiras eleições nacionais, em fevereiro de 1952, tornando o parlamento em figura simbólica para dar uma aparência de legitimidade. A burocracia era recrutada pelo rei e pelas elites locais com base em alianças tribais e favoritismo político. Isso favorecia a corrupção.

Também não havia uma separação legal entre o setor privado e a burocracia governamental. Antes de 1969, os funcionários públicos não eram proibidos de ter participação ativa em negócios privados. Muitos vícios da ditadura de Kadafi foram herdados.

A descoberta de petróleo mudou tudo. O federalismo foi substituído por um Estado centralizado em 1963. Por causa da composição social da burocracia, a distribuição de recursos entre as províncias continou desigual. O rei tinha poder discricionário para distribuir ajuda.

Os problemas do rentismo começaram a aparecer pela metade dos anos 60: grandes projetos de empresários com boas conexões no governo tinham precedência sobre projetos pequenos. A corrupção se tornou endêmica.

De 1960-69, a produção agrícola caiu 25%, enquanto as importações de alimentos triplicaram.

Sem apoio popular, beneficiando apenas uma minoria privilegiada por seu sistema de patronagem, a monarquia líbia desabou com o golpe dos coronéis liderados pelo jovem Kadafi.

Kadafi criou ditadura personalista e paranoica

Ao tentar realizar uma revolução socialista num país árabe tribal em torno de sua personalidade, o coronel Muamar Kadafi criou na Líbia nos últimos 42 anos um regime singular centrado na sua própria figura, com baixa institucionalização, marcado pela prepotência e arbítrio.

Com a visão anti-imperialista que sustentou o golpe contra a monarquia, em 1º de setembro de 1969, Kadafi se aliou ao bloco soviético durante a Guerra Fria. Durante décadas, travou um duelo com o Ocidente e apoiou grupos terroristas.

Como Cachorro Louco da política internacional, sua ação externa ajudou a esconder o que já estava sob forte censura interna na Líbia.

Sua Jamaria, ou república árabe socialista, é apresentada como um sistema de governo dirigido diretamente pelas massas. Na realidade, observa Dirk Vandewalle, na introdução de Qadhafi’s Libya: 1969-94, era um regime onde “o líder e um pequeno grupo de assessores tomava praticamente todas as decisões relativas à economia e à polícia, excluindo deliberadamente os setores econômicos cruciais da administração popular direta”.

Até sua reaproximação com o Ocidente, em 2003, Kadafi se apresentava como o futuro do nacionalismo pan-árabe, órfão desde a morte política do presidente do Egito Gamal Abdel Nasser, que veio com a derrota dos árabes para Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967. A Líbia era pintada como um bastião da resistência ao imperialismo ocidental.

Apesar do sonho de servir de modelo de desenvolvimento para o mundo árabe e o resto da África, a revolução deflagrada para combater a corrupção e controlar a riqueza do petróleo não fez um planejamento econômico de longo prazo para desenvolver o país.

Ao destruir as instituições da monarquia a pretexto de combater a corrupção, Kadafi deixou os líbios mais dependentes das prestações sociais do governo. Isso aumentou o controle sobre a população, já vigiada de perto por uma polícia política de corte soviético insuflada pela paranoia do chefe supremo, que formalmente não ocupava nenhum cargo.

Sem planejamento econômico, a Líbia passou a importar quase tudo, de bens de consumo a técnicos e especialistas para a indústria do petróleo.

Num país cheio de contradições, o ativismo do líder contrastava com a passividade de uma sociedade de 6 milhões de pessoas que se acomodavam com as benesses da renda do petróleo até que os vizinhos da Tunísia e do Egito decidiram derrubar seus ditadores, no início do ano.

A Líbia tem as maiores reservas de petróleo da África, 3% do total mundial. Antes da revolução, produzia 1,6 milhão de barris de petróleo por dia, 85% exportados para a Europa.

Durante a revolução dos últimos seis meses, ficou evidente que a Líbia não tinha Forças Armadas estruturadas por causa do medo de Kadafi de um golpe de Estado.

No regime paranoico de Kadafi, as informações confiáveis eram escassas. Várias instituições destruíram dados coletados desde a independência do país, em 1951. 

“A informação foi compartimentalizada para tornar a revolução menos vulnerável”, explicou em 1988 o diretor do Centro do Livro Verde, Ibrahim Ibjad. Sua instituição estudava o pensamento do líder.

Os contatos acadêmicos e profissionais com o resto do mundo foram reduzidos. Dentro do país, os comitês revolucionários interviam no sistema educacional para propagar a ideologia do Livro Verde dos pensamentos de Kadafi.

Depois de rejeitar a influência do Ocidente, substituindo o modelo de Estado herdado do imperialismo italiano inicialmente por uma islamização das leis e mais tarde por um modelo inspirado pela Grande Revolução Cultural Proletária da China (1966-76).

Em vez do Livro Vermelho de Mao Tsé-tung, o Livro Verde de Kadafi servia de base para uma legislação baseada na religião e nos costumes.

Diante de um crescente conflito entre o islamismo tradicional e a revolução, Kadafi lançou no fim dos anos 70 sua Terceira Teoria Universal. Na sua visão, o Islã sancionava e justificava a ideologia do regime. Era uma das fontes de legitimidade de um sistema político frankensteiniano.