quarta-feira, 31 de agosto de 2011

China confrontou navio de guerra da Índia

A Marinha da China confrontou um navio de guerra da Índia que saía do Vietnã no fim do mês de julho, no primeiro incidente deste tipo entre as superpotências emergentes do século 21, noticiou hoje o jornal inglês Financial Times.

Um navio chinês não identificado interpelou o navio de assalto anfíbio Airavat no Mar da China Meridional, intimando-o a se identificar e explicar o que estava fazendo em águas internacionais.

Essa afirmação do crescente poderio naval da China irritou os militares da Índia e do Vietnã. O regime comunista chinês reivindica a soberania sobre todo o Mar da China Meridional. Tem disputas de limites com Brunei, Filipinas, Malásia, Taiwan e Vietnã.

“Qualquer Marinha do mundo tem ampla liberdade para navegar por alto mar e águas internacionais”, comentou um oficial indiano. “Proclamar soberania ou questionar o direito de passagem é totalmente inaceitável.”

Para o Vietnã, que entrou em guerra com a China em 1979, depois da invasão vietnamita ao Camboja para depor a ditadura genocida de Pol Pot, é mais uma provocação. Os dois países são inimigos históricos.

A China e a Índia também são inimigas históricas. Travaram uma guerra de fronteiras na região do Himalaia em 1962, e a China ganhou. Agora que os dois países passam por um período de extraordinário crescimento, a economia fortalece as relações bilaterais, mas a rivalidade política tende a crescer.

Ambas são membros do grupo BRICS, ao lado do Brasil, da Rússia e da África do Sul, mas têm pouco em comum, além da hostilidade ao imperialismo ocidental

O governo chinês costurou uma série de alianças que cercam a Índia com o chamado colar de pérolas: Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka, Mianmar e Nepal.

Por outro lado, a Índia se aproximou do Japão, inimigo histórico da China, e do Vietnã, e fez uma parceria nuclear com os EUA depois de testar armas atômicas, em 1998. 

São os primeiros movimentos do xadrez geopolítico do século da Ásia.

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