Com a autoridade de quem apoia a Revolução Cubana desde sua vitória, em 1959, o cantor e compositor Pablo Milanés criticou os maus tratos às Damas de Branco, a autocensura nos meios de comunicação e o silêncio dos intelectuais em Cuba.
Em carta aberta, Milanés respondeu a Edmundo García, um jornalista cubano favorável ao regime que tem um programa de rádio em Miami. Na semana passada, García questionou as críticas de Milanés feitas em entrevistas dadas durante uma excursão recente pelos Estados Unidos.
"Meus 53 anos de militância revolucionária me dão o direito, que poucos exercem em Cuba, de me manifestar com a liberdade que requerem meus princípios", afirma o músico. "Essa liberdade implica que não tenho nenhum pacto de morte com os dirigentes cubanos, a quem admiro e respeito, mas eles não são deuses nem eu sou fanático. Quando sinto que devo fazer uma crítica e dizer não, o digo sem medo e sem reservas."
Sua indignação vem da maneira como as Damas de Branco, mães, filhas e esposas de dissidentes políticos presos são tratadas pelo regime comunista cubano: "Quando vejo que umas senhoras vestidas de branco protestam nas ruas e são maltratadas por homens e mulheres, não posso deixar de me envergonhar e me indignar. Embora não estejamos de acordo absolutamente, me solidarizo com elas em sua dor."
Desde 2003, as Damas marcham aos domingos depois da missa para pedir a libertação de seus parentes presos pela ditadura dos irmãos Castro.
"O que pode ser mais vil e covarde do que uma horda de revolucionários atacando essas mulheres sem piedade", protestou Milanés. "Não há nada que defenda isso no mundo." Ele disse que recorreu a jornais dos EUA porque a imprensa oficial cubana não o entrevista.
Por outro lado, a blogueira dissidente Yoany Sánchez fala hoje de "rumor de certa notícia longamente adiada". Seria a morte de Fidel?
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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