O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Arabi, vai fazer uma visita de emergência a Damasco para pressionar a ditadura de Bachar Assad a parar com a violenta repressão aos manifestantes que há cinco meses e meio exigem a democratização da Síria. A decisão foi tomada hoje em reunião extraordinária dos ministros do Exterior da organização.
Arabi declarou que o "recurso à força" contra a revolta árabe é "inútil", mas a ditadura síria não está convencida disso.
Com o fim da ditadura de Muamar Kadafi na Líbia depois de 42 anos, cresceram as esperanças da oposição que há cinco meses e meio protesta contra a ditadura do partido Baath, que governa a Síria desde os anos 60. Mas Kadafi praticamente não tinha amigos e aliados, a não ser alguns líderes do continente que comprou através da União Africana.
A Síria é um país importante, candidato a líder do mundo árabe, com aliados poderosos como a Rússia, o Irã e a milícia fundamentalista xiita Hesbolá, no Líbano. Até agora, a China e a Rússia impediram a simples condenação do regime sírio no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Sem a intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) com o aval da ONU, Kadafi não teria sido derrubado. Na Síria, não existe no momento qualquer possibilidade de uma intervenção capaz de mudar o equilíbrio de forças em favor dos rebeldes.
Como o regime sírio está construído ao redor da minoria alauíta, conta com o apoio fiel deste grupo, dos serviços secretos e das forças de segurança. Os analistas acreditam que seria necessária uma fratura interna para mudar a situação. Até agora, é improvável, apesar de mais de 2,2 mil mortes.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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