A Corte Suprema da Bolívia condenou ontem em Sucre quatro generais e um almirante a penas de 10 a 15 anos de reclusão pela morte de 64 pessoas durante protestos contra o governo em 2003. É a primeira que oficiais deste nível são condenados no país por violações de direitos humanos.
Dois ex-ministros pegaram três anos de cadeia por cumplicidade no que foi definido como "genocídio" na Bolívia.
Mais de 400 pessoas foram feridas quando o Exército atirou na multidão no outubro negro. Os manifestantes de El Alto, uma cidade operária na periferia de La Paz, exigiam o fim de um acordo para exportar gás boliviano para os Estados Unidos através de portos chilenos.
Era uma questão especialmente sensível. A Bolívia perdeu a saída para o mar na Guerra do Pacífico (1879-83), quando foi derrotada pelo Chile. Até hoje, e agora mais ainda, no governo Evo Morales, exige a reparação do que considera uma injustiça histórica.
Os generais Roberto Claros Flores, Juan Velez Herrera, José Osvaldo Quiroga e Gonzalo Alberto Rocabado, e o almirante Luis Alberto Aranda Granados, foram responsabilizados pelas mortes.
A onda de protestos levou à queda do então presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, que deixou a Bolívia e vive nos EUA. O governo boliviano pediu a extradição dele e de sete ex-ministros.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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