Uma grossa coluna de fumaça se ergue neste momento do palácio presidencial da Bab al-Azizia, em Trípoli, um dos últimos redutos em poder das forças leais ao coronel Muamar Kadafi. Também há combates ao redor de um hotel usado para transmitir profunciamento oficiais e no aeroporto da capital da Líbia.
Agora há pouco, os rebeldes invadiram o complexo presidencial. A televisão mostra imagens de rebeldes destruindo uma estátua em que um punho de aço esmaga um avião americano. Foi construída para marcar o ataque de 14 e 15 de abril de 1986, quando o então presidente americano Ronald Reagan mandou bombardear a Líbia em retaliação contra um atentado terrorista que matara soldados americanos na Alemanha.
Não há sinais de Kadafi. Mais cedo, ele teria dito a um enviado especial russo que suas forças "estavam expulsando os ratos da cidade". Ontem à noite, seu segundo filho, Seif al-Islam Kadafi, apareceu para negar que estivesse preso e prometeu vitória.
Em Paris, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, declarou que a intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, continua até a rendição total de Kadafi.
Os Estados Unidos estão monitorando os arsenais de armas químicas da ditadura líbia. Acredita-se que o regime de Kadafi tivesse 9,5 toneladas de armas químicas em 2003, quando fez um acordo com as potências ocidentais para abrir mão de suas armas de destruição em massa.
Parte desse arsenal foi destruído, mas o governo americano teme que Kadafi use o que sobrou como último recurso. Ninguém espera que ele se renda para ser julgado por crimes contra a humanidade em tribunais internacionais.
A alternativa para Kadafi seria negociar um salvo-conduto para fugir da Líbia e ir para o exílio, se achar algum país que o aceite. Angola, Venezuela e Venezuela são possíveis destinos para o ditador, que cai dias antes de completar 42 anos no poder.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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