A tragédia com o bondinho de Santa Teresa, um dos símbolos desta tão maltratada Cidade Maravilhosa, chama mais uma vez a atenção dos cariocas para o desprezo das autoridades em relação aos problemas mais óbvios.
É evidente que o bonde está tecnologicamente superado como meio de transporte no século 21. Sua sobrevivência só se justifica pelo charme e a tradição. É um adereço a mais para o um dia aristocrático bairro de Santa Teresa.
Com passagem a R$ 0,60, muito abaixo da tarifa cobrada pelos ônibus, o bondinho virou alternativa de transporte barato para a população carente. Isso é um absurdo, simplesmente porque o bondinho não tem como suportar o volume de tráfego de uma grande cidade no século 21.
A Prefeitura do Rio precisa oferecer com urgência uma alternativa de transporte de massa para a população de Santa Teresa.
O bondinho, restaurado e preservado como o cable car de São Francisco da Califórnia, seria apenas um meio de transporte turístico, com tarifa elevada, de pelo menos R$ 5, para cariocas e estrangeiros darem um passeio pelo passado lá de vez em quando, e não para se espremerem em vagões superlotados sem mínimas garantias de segurança.
Com tanto dinheiro rolando por aí para as obras da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, muitas vezes em transações suspeitas, o bondinho de Santa Teresa merece um tratamento melhor.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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