Em artigo no jornal inglês Financial Times, principal diário econômico-financeiro da Europa, a ex-ministra das Finanças da França rejeitou o argumento de que os instrumentos políticos estejam esgotados e que os governos não possam fazer nada além de equilibrar o orçamento.
Lagarde defende a adoção de medidas de curto prazo que estimulem o crescimento e a geração de emprego ao mesmo tempo em que outras sinalizem um compromisso de equilibrar as contas públicas a médio prazo. Ela nega que esta estratégica seja incoerente, alegando que a retomada do crescimento permitiria aumentar a arrecadação, facilitando o ajuste das contas públicas.
"Afinal, quem vai acreditar que o compromisso de cortar gastos sobreviva a um longo período de estagnação, com desemprego elevado e insatisfação social?", pergunta.
A diretora do Fundo não acredita que baste cortar gastos públicos. Será preciso aumentar impostos nos países ricos e isso deve ser feito de modo a não prejudicar a demanda.
Não será fácil. O peso das dívidas públicas sobre o produto interno bruto dos países ricos cresceu em média 30 pontos percentuais com a crise. Essa carga terá de ser aliviada aos poucos. Procuram-se líderes políticos criativos com ideias inteligentes e visão de futuro.
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