domingo, 31 de agosto de 2008

Rússia afirma que independências são definitivas

O presidente Dimitri Medvedev afirmou hoje que a Rússia não quer conflito com os Estados Unidos e a Europa, mas considerou irreversíveis as independências da Abcásia e da Ossétia do Sul, duas províncias da ex-república soviética da Geórgia rebeladas com apoio russo.

Só dois países - a Bielorrússia e a Venezuela - reconheceram as independências. Na semana passada, a Rússia tentou angariar apoio na Organização de Cooperação de Xangai. Mas a China, que enfrenta movimentos separatistas nas regiões autônomas do Tibete e de Xinjiang, reiterou um dos princípios básicos de sua política externa, o respeito à integridade territorial de outros países. Negou apoio ao Kremlin.

Nova Orleans vira cidade-fantasma

Centenas de milhares de pessoas deixaram Nova Orleans, no Sul dos Estados Unidos, desde sábado à noite, quando o prefeito Ray Nagin ordenou a evacuação total da cidade para evitar uma tragédia como a do furacão Katrina, em 2005, quando a população, as autoridades e os serviços de emergência foram surpreendidos, apesar das previsões meteorológicas de que haveria uma tempestade.

Desta vez, os três níveis de governo ofereceram transporte para a população mais pobre, sem meios para fugir, não ficar para trás como há três anos. Nova Orleans é quase uma cidade-fantasma, não fossem os bombeiros e a Guarda Nacional.

Furacão adia convenção republicana

A ameaça do furacão Gustav levou o Partido Republicano a suspender a maioria das atividades de seu primeiro dia de Convenção Nacional que vai oficializar a candidatura do senador John McCain e da governadora Sarah Palin à Presidência dos Estados Unidos na eleição de 4 de novembro.

Diante da ameaça, o presidente George W. Bush e o vice-presidente Dick Cheney canceleram seus discursos. Vários governadores anunciaram que não iriam à convenção.

Para não perder a oportunidade, o senador McCain resolveu transformar a convenção num centro de arrecadação para as vítimas de Gustav nos EUA.

sábado, 30 de agosto de 2008

Argentina tem pior seca em 20 anos

Depois de uma prolongada luta contra o imposto de importação do governo Cristina Kirchner, os produtores rurais da Argentina enfrentam agora a pior seca dos últimos 20 anos.

Com a morte de mais de 400 mil reses, forte quebra nas safras de trigo e girassol, e prejuízos no setor leiteiro, "a situação é muito complicada", admite Omar Barchetta, secretário da Federação Agrária Argentina (FAA). "É a pior seca em muitos anos e está disseminada por diversos pontos do país."

Enchente das monções afeta 21 milhões de indianos

A pior enchente dos últimos 50 anos no Norte da Índia afeta uma área onde vivem 21 milhões de indianos. Desde o início das chuvas torrenciais da temporada das monções, há três meses, mais de mil pessoas morreram.

O rio Bramaputra transbordou, deixando milhares ao desabrigo, sem qualquer outro recurso a não ser esperar por ajuda oficial.

Gustavo chega a Cuba a 240 km/h

Com ventos de até 240 quilômetros horários furacão Gustavo atingiu a ponta oeste de Cuba, arrasando a região de Pinar del Rio, mas o governo cubano anuncia que ninguém morreu.

Violência política explode na Bolívia

Pelo menos duas importantes cidades bolivianas, Santa Cruz de la Sierra e Villamontes, foram assoladas pela violência política depois que o presidente Evo Morales apelou para um Decreto Supremo para convocar um referendo para aprovar a nova Constituição em 7 de dezembro. A oposição acusa Morales de fomentar uma guerra civil ao ignorar o Congresso.

Em Santa Cruz de la Sierra, capital do departamento mais rico da Bolívia, a União da Juventude Crucenha atacou ativistas do Movimento ao Socialismo (MAS), o partido de Morales, que pretendiam chegar até a praça central da cidade para festejar a convocação do referendo constitucional. A marcha foi convocada pela seção departamental da Central Operária Boliviana.

Os partidários de Morales tentaram contra-atacar com pedras, mas foram perseguidos e atacados em diversos pontos da cidade.

Samuel Pardo, um jovem deficiente de 23 anos, foi violentamente espancado até cair no chão e ainda levou um chute na boca diante das câmeras de televisão. Teve de ser hospitalizado.

Os autonomistas não escondiam seu racismo. Uma mulher branca ironizou a marcha, dizendo que os índios querem vestir roupas caras como as dela. Diversas índias que trabalham como vendedoras ambulantes nas ruas de Santa Cruz de la Sierra foram enxotadas.

Uma mulher de camisa listrada que foi pega pelas câmeras chicoteando mulheres indígenas foi identificada como Amelia Demitri, ativista do movimento pela autonomia regional.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Furacão Gustavo avança rumo a Cuba e EUA

Com ventos de 120 quilômetros por hora, o que o transforma num furacão de categoria 1, Gustavo avança rumo às Ilhas Caimã, depois de matar 78 pessoas na República Dominicana, no Haiti e na Jamaica.

Deve atingir Cuba neste sábado e pode se fortalecer até um furacão de categoria 3, chegando ao Golfo do México e aos Estados Unidos na segunda-feira e na terça-feira com uma velocidade de até 200 km/h.

Karadzic nega-se a se declarar culpado ou inocente

Na segunda audiência do julgamento em que é réu com 11 acusações de genocídio e outros crimes contra a humanidade, o ex-dirigente sérvio na Bósnia-Herzegovina Radovan Karadzic, negou-se hoje a se declarar culpado ou inocente diante do Tribunal das Nações Unidas para Crimes de Guerra na Antiga Iugoslávia, que ele chamou de um "tribunal da OTAN", a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

O juiz entendeu então que Karadzic se considera inocente das acusações e colocou isso no processo.

Morales convoca referendo constitucional

Em um desafio à oposição, o presidente Evo Morales convocou por Decreto Supremo um referendo para aprovar a nova Constituição da Bolívia em 7 de dezembro. A decisão foi tomada numa reunião do governo boliviano que levou 10 horas.

Cinco dos nove departamentos do país, dominados pela oposição que luta por autonomia regional, prometem não realizar o referendo constitucional.

Morales chegou ao poder no início de 2006 prometendo reformas profundas para refundar a Bolívia e dar cidadania à maioria indígena.

A nova Constituição é a peça-chave desse projeto. Proíbe os futuros governos de "ceder" os recursos naturais do país a empresas transnacionais e a instalação de bases militares estrangeiras.

Sem a concordância da oposição, Morales recorreu ao chamado Decreto Supremo. Em Sucre, o presidente do Comitê Cívico do Departamento de Chuquisaca perguntou para que serve o Congresso se o Executivo não o obedece. Ele acusou Morales de ser um ditador e prometeu defender a democracia com o sangue e a vida, se necessário.

Geórgia rompe relações com a Rússia

A ex-república soviética da Geórgia rompeu hoje relações diplomáticas com a Rússia, declarando-a um país invasor. O presidente Mikheil Saakachvili acusou os russos de destruírem a infra-estrutura de seu país.

Em Paris, o ministro das Relações Exteriores francês, Bernard Kouchner, negou que a França tenha proposto a adoção de sanções contra a Rússia, que reagiu negativamente.

Na segunda-feira, a União Européia decide o que fazer diante da invasão da Geórgia. A maior pressão por sanções vem dos países da Europa Oriental que faziam parte da União Soviética ou do bloco soviético, a Polônia e as ex-repúblicas soviéticas da Estônia, Letônia e Lituânia.

Argentina condena generais à prisão perpétua

Os generais argentinos Antonio Bussi e Luciano Menéndez foram sentenciados ontem à prisão perpétua por terem seqüestrado e desaparecido com um senador em 1976, em mais um dos crimes contra a humanidade cometida pela sangrenta ditatura militar argentina de 1976-83, que matou cerca de 30 mil pessoas.

A leitura da sentença foi feita num tribunal em Tucumán, província onde Bussi foi interventor durante a ditadura. Estavam presentes parentes dos mortos e desaparecidos na ditadura.

Nenhum dos dois demonstrou qualquer remorso. Bussi agradeceu aos colegas que o ajudaram a "combater o comunismo", enquanto Menéndez, um dos grandes carrascos da ditadura argentina, dizia que seu país "é o primeiro mundo a processar seus próprios soldados vitoriosos numa guerra".

McCain escolhe governadora do Alasca para vice

O candidato do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos, senador John McCain, faz 72 anos hoje e acaba de revelar sua escolha para vice-presidente: uma mulher.

A especulação é que seria o ex-governador Mitt Romney, derrotado por McCain nas eleições prévias. Mas havia um problema: Romney também é milionário. Uma chapa de milionários seria um alvo fácil para os ataques dos democratas.

Será a governadora do Alasca, Sarah Palin, de 44 anos, uma jogada atrair os eleitores da senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton insatisfeitos com a escolha do senador Barack Obama pelo Partido Democrata.

Sarah Palin é uma mãe de 5 filhos que gosta de caçar e pescar, o que ajudaria a identificá-la com o cidadão comum. Mas tem apenas dois anos de experiência como governadora. Pode ser acusada de inexperiente para comandar o país, caso McCain tenha problemas de saúde, e é considerada peso-leve para debater com um peso-pesado como Joe Biden, o vice de Obama.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Obama promete resgatar prestígio dos EUA

O senador Barack Obama está fazendo neste momento seu discurso aceitando a indicação do Partido Democrata para concorrer à Presidência dos Estados Unidos em 4 de novembro. É a primeira vez que um negro pode conquistar a Casa Branca. Ele promete recuperar o prestígio do país, abalado por oito anos de dois governos desastrosos de George Walker Bush.

"Esta eleição acontece num momento especial", declarou Obama diante de 85 mil pessoas reunidas num estádio de futebol americano em Denver, no Colorado, com transmissão ao vivo pela televisão e telões nas principais cidades americanas. "O país está em guerra e passa por uma grave crise econômica. Este país pode ser muito melhor. Nem tudo é culpa do governo, mas uma série de políticas fracassadas em Washington não ajuda.

"Basta!", bradou o candidato democrata. "Esta eleição é sobre como manter vivo o sonho americano no século 21."

A seguir, atacou o Partido Republicano. Diante da queda nas pesquisas, alguns caciques democratas o criticaram por não responder aos ferozes ataques republicanos. Repetiu a mensagem que tenta colar seu oponente na eleição de 4 de novembro, senador John McCain, no governo Bush: "Na próxima semana, os republicanos vão pedir mais quatro anos ao povo americano. Mas a convenção da próxima semana vai se parecer com os últimos oito anos."

"Oito anos bastam!", enfatizou Obama, para delírio da platéia.

"Não se enganem", prosseguiu a ofensiva do candidato democrata. "O senador McCain é um herói naconal condecorado por sua bravura. Na próxima semana, vocês vão ver [na propaganda] como ele é independente e rompeu com seu partido várias vezes. Mas como se pode confiar na capacidade de julgamento de alguém que ficou ao lado de George Bush 90% do tempo. Ele é tudo menos independente."

O democrata tentou então mostrar o adversário como insensível e distante dos problemas dos mais pobres. McCain não soube responder quantas casas têm. São sete. Obama o acusou de querer cortar impostos de grandes empresas e não dos 90% americanos das classes média e baixa.

"Talvez ele não saiba", alfinetou o senador democrata por Illinois. "Talvez ele não perceba."

Na convenção republicana, "eles vão falar de uma sociedade de proprietários, mas é uma sociedade do eu sozinho. Você está sem emprego? Tem de se virar sozinho. Tem de calçar suas botas e andar mesmo não tendo botas."

Para não desagradar o eleitorado conservador e os independentes, ressaltou os valores da família: "Eu sou o guardiã da minha irmã e do meu irmão.

Entre as promessas eleitorais, Obama sonhou alto: "É preciso acabar em cinco a 10 anos com o vício dos EUA em petróleo, que nos torna dependentes do Oriente Médio. Perfurar mais [em áreas ecologicamente protegidas, como querem Bush e McCain] é tapar buraco, não é uma solução de longo prazo".

Obama prometeu investir US$ 150 bilhões em fontes alternativas, inclusive "na próxima geração de biocombustíveis", uma indicação de que não pretende abrir o mercado americano ao etanol de cana-de-açúcar do Brasil. Está apostando num avanço tecnológico nos EUA.

Um ideal dos democratas é criar uma economia limpa que gere milhões de empregos. Mas a proposta de Obama é ousada demais. Nos próximos 10 anos, tudo indica que os EUA serem dependentes do petróleo importado. Em 25 anos, terão tempo para mudar a matriz energética.

"Quando eu vejo esses garotos que dormem três horas por dia porque têm de trabalhar o dia todo e estudar à noite, me lembro da minha mãe, que recorria a cupons de alimentação [distribuídos aos pobres pelo governo] mas soube poupar para nos mandar para as melhores escolas do país", disse o candidato democrata.

"Eu e Michelle estamos aqui por causa da educação", ressaltou Obama. "É preciso pagar mais aos professores, dar mais apoio aos professores. E precisamos assumir um compromisso com nossos jovens: se você se comprometer com o serviço público por sua comunidade ou seu país, vamos garantir sua educação até a universidade".

Num governo Obama, também haverá "cobertura universal de saúde, a mesma cobertura que os membros do Congresso dão a si mesmos".

Também garantiu o futuro da Previdência Social, acusando o adversário John McCain de querer privatizá-la.

Todos esses programas são caros, admitiu Obama, argumentando que vai financiá-los com o fim dos privilégios fiscais a grandes empresas e o fim de brechas na legislação do imposto de renda usadas para não pagar impostos. Comprometeu-se ainda a "revisar todo o orçamento federal" para fechar programas que considere ineficientes e deixou no ar uma possibilidade de reduzir o funcionalismo público federal ao dizer que "não se pode enfrentar os desafios do século 21 com a burocracia do século 20".

Para Obama, os EUA são o país mais rico do mundo, com as Forças Armadas mais poderosas, mas, "como disse John Kennedy, nossa grande força é moral e intelectual".

Como o Estado não é tudo no discurso político americano, embora na realidade o que está em jogo é o controle da máquina pública federal, "temos responsabilidades individuais e mútuas". A sociedade ideal de Obama parte de uma teia iniciada por indivíduos, mas o Estado tem um papel indutor, ou sobretudo educador, importante.

Em política externa e defesa, insistiu em que tinha razão desde o início em ser contra a guerra no Iraque, custosa e desnecessária, desviando o país do verdadeiro inimigo que era a rede terrorista Al Caeda e a milícia dos Talebã, que a acobertava no Afeganistão.

O candidato democrata prometeu restabelecer as relações com os aliados sem fazer referência direta à Europa, mas Bush abalou a aliança transatlântica ao invadir o Iraque, contrariando a Alemanha e a França.

"Este é o partido de Franklin Roosevelt e John Kennedy", desafiou Obama. "Não venham me dizer que os democratas não podem defender este país. Precisamos só colocar nossas tropas em perigo com houver um objetivo específico", cuidar bem dos veteranos, dando-lhes ampla assistência, modernizar e reequipar as Forças Armadas.

"Vou acabar com a guerra no Iraque responsavelmente e acabar com a guerra contra os talebã e Al Caeda no Afeganistão. Até o governo do Iraque concorda com meu plano de retirada gradual das tropas americanas, com data marcada para terminar. É preciso usar a diplomacia direta para evitar que o Irã tenha armas nucleares e conter a agressão da Rússia."

A meta é restaurar o sonho americano e a estatura moral dos EUA no mundo como "último refúgio daqueles que lutam pela liberdade e anseiam por um futuro melhor", exaltou Obama.

"Estas são as propostas e idéias que pretendo debater com John McCain, em uma campanha em que não sejam questionados nem o caráter nem o patriotismo dos candidatos. Todos nós amamos este país. Os militares que estão defendendo os EUA são republicanos e democratas. Às vezes, parece que perdemos o sentido do propósito comum", observou o candidato democrata.

Outro tema importante do ideário de Obama aparece aqui: a idéia de uma grande em torno de objetivos comuns acima de partidos, raças e outros fatores capazes de dividir a sociedade americana.

"Se você não tem idéias, ataca seu adversário", disparou Obama. "Se você não têm idéias para atrair o eleitor, faz o possível para ele se afastar ainda mais do seu adversário."

"Os niilistas estão por aí. Mas esta eleição não sobre mim, é sobre vocês. Ao longo dos últimos 18 meses, vocês estiveram de pé na luta pelo Partido Democrata", lembrou o candidato. Agora é o final desta jornada. Vai até a eleição de 4 de novembro.

"Com as mesmas velhas políticas e os mesmos velhos atores, não se pode esperar um resultado diferente", argumentou Obama, passando ao tema central de sua campanha: mudança.

Esta mudança "não sai de Washington. Ela chega a Washington. A mudança acontece porque o povo exige novas idéias, novos líderes e uma nova política".

A força dos EUA, alegou Obama, não vem do seu poderio militar, nem na maior economia do mundo, nem das suas universidades e de sua cultura. "Está no espírito, na promessa, no sonho americano. Essa é nossa grande herança. Há 45 anos, um pregador da Geórgia [o reverendo Martin Luther King jr., maior líder negro da história dos EUA] falou desse sonho".

Terminou convidando o povo americano a caminhar junto rumo ao futuro.

Foi mais um discurso brilhante, com oratória impecável, mas não imuniza o candidato dos ataques que têm sofrido. A verdadeira campanha começa agora.

As pesquisas indicam um empate técnico ou até uma surpreendente vitória de McCain. A obamania terá de deixar um estádio de futebol americano e ganhar as ruas, tocar o cidadão comum que não vai a comícios, e convencê-lo a votar e em Obama.

Vice de Obama abre fogo contra McCain

Ao aceitar ontem à noite a indicação do Partido Democrata para ser candidato a vice-presidente dos Estados Unidos na eleição de 4 de novembro, o senador Joseph (Joe) Biden jr. atacou duramente as políticas do candidato do Partido Republicano, John McCain, a quem chamou de amigo pessoal.

Aumenta o isolamento diplomático da Rússia

A China rejeitou a independência das províncias rebeldes da ex-república soviética e a União Européia ameaçou adotar sanções contra a Rússia por causa da invasão da Geórgia, aumentando o isolamento diplomático do Kremlin.

Em entrevista à rede de televisão americana CNN, o primeiro-ministro russo acusou o governo George Bush de fomentar a crise para ajudar a campanha de John McCain à Casa Branca.

Evo Morales se refugia no Brasil por uma hora

O presidente da Bolívia, Evo Morales, foi cercado por oposicionistas durante visita ao departamento de Bêni, na Amazônia, um dos quatro que lutam por autonomia, como noticiou a TV Brasil no encerramento do Repórter Brasil desta noite.

Com os dois aeroportos próximos de Guayaramerín, onde ele estava, bloqueados, os oposicionistas impediram a chegada de combustível para reabastecer o helicóptero venezuelano cedido pelo presidente Hugo Chávez a seu colega boliviano

Morales foi para uma base militar brasileira na cidade vizinha de Guajará Mirim, em Rondônia, até que um avião da Força Aérea Boliviana o resgatasse.

A tensão é cada vez maior na Bolívia. Esgotou-se o prazo para o presidente convocar um referendo para aprovar a nova Constituição. As oposições exigem autonomia regional, o repasse do imposto direto sobre hidrocarbonetos (gás e petróleo) para as regiões produtoras e aumento no preço do gás vendido ao Brasil e à Argentina.

Clinton declara Obama pronto para liderar

Em mais um discurso emocionado, o ex-presidente Bill Clinton deu esta noite apoio irrestrito à candidatura do senador Barack Obama, declarando que ele está pronto para ser comandante-em-chefe e liderar os Estados Unidos.

Durante as eleições prévias, quando Obama disputava a candidatura do Partido Democrata com a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton, Bill dissera que Obama "ainda não estava pronto".

A família Clinton cede assim a Barack Obama a liderança do partido.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Chávez vai estatizar distribuição de combustíveis

Em mais um passo rumo ao seu "socialismo do século 21", o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou a intenção de estatizar a distribuição de combustíveis "para acabar com a intermediação" na venda de gasolina no atacado assim que a Assembléia Nacional aprovar uma lei nesse sentido.

Em cadeia nacional de rádio e televisão, Chávez declarou que com a nova legislação "vai desaparecer" a venda de gasolina no atacado, os postos terã de comprar diretamente da companhia estatal Petróleos de Venezuela S. A. (PdVSA).

Obama é aclamado candidato à Casa Branca

Por iniciativa da senadora e ex-rival Hillary Clinton, o senador Barack Obama foi aclamado hoje candidato do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos em 4 de novembro.

Hillary tomou a iniciativa porque seus partidários queriam marcar posição e votar nela. Os partidários de Obama concordaram em manter o nome de Hillary na cédula. Mas a ex-primeira-dama considerou que seria um risco a mais para a unidade do partido, o que daria munição ao Partido Republicano.

Furacão Gustavo provoca alta do petróleo

Depois de matar 14 pessoas na República Dominicana e oito no Haiti, a tempestade tropical Gustavo virou furacão e agora ameaça Cuba e os campos de petróleo do Golfo do México. É a primeira vez em três anos que a região, responsável por 40% da produção dos Estados Unidos, é ameaçada por furacões.

Com ventos de mais de 150 quilômetros por hora, Gustavo açoitou a ilha Hispaniola, dividida por haitianos e dominicanos.

Navios russos e americanos chegam à Geórgia

O clima da Guerra Fria está de volta ao Mar Negro. Navios de guerra russos chegaram à província rebelde da Abcásia, enquanto um navio americano com ajuda chegava a um porto georgiano não-ocupado pelos russos.

Ucrânia quer renegociar frota com a Rússia

O presidente da Ucrânia, Victor Iuvchenko, quer renegociar com a Rússia o acordo sobre a Frota do Mar Negro, uma parte importante das Forças Armadas da União Soviética que foi objeto de disputa entre as suas duas principais repúblicas quando a URSS acabou, em 1991. Não quer que seu território seja usado para atacar outros países.

Neste momento de alta tensão por causa da invasão russa na Geórgia a pretexto de proteger cidadãos russos, a Ucrânia teme ser o próximo alvo do neoimperialismo russo. Na região da Criméia, onde está baseada a Frota do Mar Negro, com diversos navios de guerra da Rússia, a maioria da população (70%) é russa.

Hillary prega a união do Partido Democrata

Depois de perder a disputa pela candidatura à Presidência dos Estados Unidos e também a candidatura a vice-presidente, a senadora Hillary Clinton defendeu hoje a unidade do partido em torno do senador Barack Obama para reconquistar a Casa Branca em 4 de novembro de 2008.

No segundo dia da Convenção Nacional do Partido Democrata que vai oficializar na quinta-feira a candidatura Obama, a estrela da noite foi a ex-primeira-dama: "Sou uma mãe orgulhosa, uma democrata orgulhosa, uma orgulhosa senadora por Nova Iorque, uma americana orgulhosa e uma partidária orgulhosa de Barack Obama", apresentou-se Hillary, indo diretamente ao assunto.

"É hora de tomar o país que amamos de voltar", convocou Hillary. "Se você votou por mim ou votou por Obama, é hora de nos unirmos com um único propósito. Estamos no mesmo time e não podemos ficar sentados na lateral do campo. Se você trabalhou nos últimos oito meses ou suportou os últimos oito anos, sabe do que estou falando.

"Barack Obama é meu candidato e precisa ser nosso presidente!"

"O que está em jogo numa eleição presidencial?", perguntou Hillary, com mil respostas em mente.

Para começar, a saúde. Cerca de 43 milhões de americanos não têm seguro-saúde. A medicina é tão cara nos EUA que há um turismo para fazer tratamento médico em outros países. Hillary defende a cobertura universal de saúde.

O governo americano, acusou Hillary, está paralisado ideologicamente, a Suprema Corte paralisada pela maioria conservadora e o país atolado em questões internacionais com a Geórgia, o Irã e o Iraque.

Hillary declarou que seu projeto era "reconstruir a classe média para que possa poupar para pagar a universidade, comprar a casa própria e garantir a aposentadoria". Disse ainda que chegou o momento de criar "uma economia com energia limpa", um sonho ainda distante para os americanos nos próximos 10 anos mas uma boa meta de governo para o país mais rico do mundo.

"É hora de acabar com a guerra no Iraque e trazer os soldados de volta para casa", conclamou Hillary. "É hora de nos aliarmos aos países amigos para enfrentar os grandes problemas mundiais, da pobreza e do genocídio ao terrorismo e o aquecimento global."

"Precisamos de um presidente que entenda a globalização e saiba como gerar empregos, que se preocupe com o aquecimento global, que tenha força e vitalidade", acrescentou.

Em seguida, Hillary devolveu as homenagens que Michelle Obama lhe fizera na véspera e elogiou o senador Joe Biden, indicado por Obama para vice.

A ex-primeira-dama também elogiou o candidato republicano, senador John McCain, chamando-o de colega e amigo. Mas, reforçando uma das mensagens da campanha do Partido Democrata, que tenta colar McCain na impopularidade do presidente George W. Bush, disse que seriam mais quatro anos do mesmo, "mais quatro anos com menos energia, mais empregos sendo exportados, mais guerra e menos diplomacia. McCain acha que a economia vai bem".

Para terminar, Hillary lembrou que ontem 26 de agosto é o dia em que, há 88 anos, as mulheres conquistaram o direito de voto nos EUA. Citando a luta das mulheres, pediu para os americanos continuarem avançando, continuarem lutando pela liberdade e disse que o próximo passo é eleger Barack Obama para que o Partido Democrata retome o controle do governo dos EUA.

Foi um discurso apaixonado e arrebatador. No fim, a ex-primeira-dama parece ter se emocionado, caído em si de que aquele não era o discurso de aceitação de sua candidatura. Ela posou no grande palco da Convenção Nacional Democrata, em Denver, no Colorado, como atriz coadjuvante.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Bombardeios dos EUA matam 90 civis afegãos

Os bombardeios da aliança liderada pelos Estados Unidos mataram pelo menos 90 civis afegãos na semana passada, sendo 60 crianças, informou hoje as Nações Unidas.

Oposição ataca sede do governo na Tailândia

Milhares de opositores marcharam hoje pelas ruas de Bancoc, invadiram a sede do governo uma estação de TV e vários ministérios exigindo a renúncia do primeiro-ministro Samak Sundaravej, ligado ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que fugiu para o exílio na Inglaterra para escapar da prisão por corrupção.

Samak acusa a oposição de fomentar novo golpe militar, como o que derrubou Thaksin, em 2006. Os manifestantes levavam cartazes acusando Thaksin e a mulher. Eles venderam a antiga estatal de telecomunicações, que virara propriedade da família com a privatização, para a Singapore Telecom e não pagaram impostos.

Rússia reconhece Abcásia e Ossétia do Sul

Apesar dos protestos da Europa e dos Estados Unidos, o presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, assinou decreto hoje reconhecendo a independência de duas províncias rebeldes da ex-república soviética da Geórgia, a Abcásia e a Ossétia do Sul.

Sob o pretexto de evitar um novo conflito armado e salvar vidas, Medvedev tomou uma medida anunciada desde que o Ocidente reconheceu a independência da ex-província sérvia do Kossovo. O presidente da Geórgia, Mikheil Saakachvili, comparou a atitude russa com as anexações feitas pela Alemanha de Hitler e a União Soviética de Stalin.

Em Tisquinvale, a capital da Ossétia do Sul, a população festejou com bandeiras russas e ossétias.

Durante visita ao Oriente Médio, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, acusou a Rússia de violar resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre as províncias rebeladas, que reconhecem a integridade territorial da Geórgia.

Em Talín, capital da ex-república soviética, a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, considerou inaceitável a divisão da Geórgia e pediu uma solução negociada.

Para o embaixador russo na ONU, Vitali Churkin, ao bombardear a Ossétia do Sul na noite de 7 para 8 de agosto, o presidente georgiano acabou com a possibilidade de reintegrar as províncias à Geórgia.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Michelle apresenta a família Obama aos EUA

Depois de um breve mas emocionado discurso de um Ted Kennedy alquebrado pelo câncer de cérebro, a grande estrela da primeira noite da Convenção Nacional do Partido Democrata foi Michelle Obama, que deu ênfase aos valores da família, numa tentativa de aproximar o senador Barack Obama do cidadão comum americano.

Michelle Obama foi apresentada pelo irmão Craig e se descreveu como "irmã e mulher, como uma mãe cujas filhas são a primeira coisa em que penso ao acordar e a última ao dormir. O futuro das minhas filhas e de todas as crianças dos Estados Unidos é meu sonho", afirmou, para o delírio do Centro de Convenções da Pepsi em Denver, no Colorado, onde se realiza o encontro dos democratas

"Meu pai era um operário e minha mãe ficava em casa conosco. Com integridade e compaixão, lutavam para que os filhos tivesse uma vida melhor do que a deles", prosseguiu Michelle. "Tivemos amor, carinho, proteção, a sensação de que tínhamos um lugar neste mundo".

A vida do marido é a prova, para Michelle, de que "o sonho americano resiste. Ele nasceu no Havai, mas ambos fomos criados sob os mesmos valores: trabalhe muito, estude muito e respeite as outras pessoas mesmo quando você não sabe quem são ou discorda de suas idéias".

Obama é um visionário mas é realista, garante a esposa: "Ele sempre fala no mundo como é no mundo como a gente gostaria que fosse, mais justo. Não é este exatamente o grande sonho americano? Moldar o futuro de acordo com suas idéias".

Ela homenageou Hillary Clinton, que fala amanhã para festejar os 88 anos da introdução do voto feminino nos EUA, e também o senador Joseph Biden jr., escolhido por Obama para candidato a vice-presidente, posição que Hillary almejava.

"É por isso que eu amo este país", jactou-se Michelle, que foi criticada pelos comentaristas conservadores quando disse que só quando Barack Obama lançou sua candidatura à Casa Branca ela passou a se orgulhar dos EUA.

Isso foi interpretado, na época, como a visão ressentida de parte da comunidade negra, exatamente a imagem que Obama tenta superar, apresentando-se como filho de pai negro africano e mãe branca americana, sendo portanto a síntese perfeita da superação dos problemas étnicos do país.

"É por isso que larguei meu emprego num escritório de advocacia e comecei a trabalhar no serviço público, recebendo jovens para tentar lhes dar alguma segurança na vida", declarou Michelle.

Em defesa do marido, ela afirmou que Barack Obama conhece os problemas de emprego, saúde pública e previdência social que atormentam os americanos mais pobres, "vai acabar com a guerra no Iraque responsavelmente" e "ter a certeza de que toda criança deste país tenha uma educação de classe internacional".

"Ele conhece o fio que nos une, apesar da nossa diversidade. Esse fio é suficientemente forte para nos unir e trazer esperança", proclamou Michelle. "Vamos ouvir nossa esperança, em vez do medo. Vamos parar de duvidar e voltar a sonhar. Vamos eleger Barack Obama o próximo presidente dos EUA!"

Foi um ótimo discurso, da infância pobre e com dificuldades ao serviço público e ao sonho para o futuro.

Israel liberta 198 prisioneiros palestinos

Num gesto para fortalecer o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, considerado um parceiro confiável para retomar o processo de paz, o governo de Israel libertou hoje 198 prisioneiros palestinos ligados à Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Abbas. Cerca de 11 mil palestinos continuam presos em Israel.

Desde o amanhecer, os palestinos se concentraram na Mukata, o palácio presidencial da ANP, em Ramala, na Cisjordânia. A festa começou muito antes dos ônibus com os prisioneiros chegarem.

Entre os libertados, estava o mais antigo prisioneiros palestino detido em Israel, Said al-Atabeh, da Frente Democrática pela Libertação da Palestina (FDLP), um grupo mais radical dentro da OLP do que al-Fatah (A Luta), o partido do falecido Yasser Arafat e de Abbas.

Preso em 1977, al-Atabeh foi condenado à prisão perpétua pela explosão de uma bomba que matou uma mulher e feriu diversas outras pessoas. Em Nablus, também na Cisjordânia, sua mãe chorou ao vê-lo livre na televisão em transmissão ao vivo, sendo recebido pelo presidente Abbas.

Na Faixa de Gaza, militantes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) exigem a libertação de seus presos. Mas a libertação foi claramente uma jogada de Israel para isolar o Hamas.

Enquanto isso, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, chegava a Israel para retomar as negociações de paz.

Parlamento russo apóia divisão da Geórgia

As duas câmaras do Parlamento da Rússia aprovaram hoje uma resolução recomendando o presidente Dimitri Medvedev a reconhecer a independência da Ossétia do Sul e da Abcásia, duas províncias rebeldes que querem se separar da ex-república soviética da Geórgia.

Primeiro, foi o Conselho de Federação, uma espécie de Senado não-eleito do qual fazem parte os governadores das 89 unidades administrativas da Federação Russa. A votação foi unânime.

Em seguida, o projeto foi discutido no plenário da Duma do Estado, a Câmara dos Deputados da Rússia. Lá, os dirigentes rebeldes - Serguei Bagapsh, da Abcásia; e Eduard Kokoiti, da Ossétia do Sul -, ambos suspeitos de ligações com a máfia russa, defenderam a independência alegando que seus povos não poderão jamais viver sob um governo georgiano.

domingo, 24 de agosto de 2008

Fantasma de Hillary assombra convenção democrata

A campanha do senador Barack Obama teme que a obstinação dos partidários da candidatura da senadora Hillary Clinton em marcar posição acabe por tirar o brilho da convenção nacional que vai oficializar Obama como candidato do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos em 4 de novembro de 2008.

Uma convenção bem-sucedida costuma dar ao candidato um impulso de cinco a dez pontos percentuais nas pesquisas de opinião. A convenção democrata será realizada em Denver, no Colorado. Começa nesta segunda-feira, 25 de agosto, e vai até a quinta-feira, 28 de agosto, quando Obama fará o discurso aceitando a indicação.

Com uma vantagem estreita sobre o candidato republicano, senador John McCain, apesar da crise econômica e da impopularidade do presidente George Walker Bush, Obama precisa reafirmar na convenção o talento de orador e o carisma que o levaram a derrotar a poderosa máquina eleitoral do casal Clinton, que era considerada imbatível.

O medo dos partidários de Obama é que mais uma vez o peso dos Clinton desvie parcialmente a atenção que deveria estar concentrada no verdadeiro candidato à Casa Branca e no seu companheiro de chapa, o senador Joseph (Joe) Biden, apresentado oficialmente num comício sábado em Springfields, Illinois.

Hillary fala na segunda-feira e negociou a exibição de um pequeno documentário sobre sua vida e carreira, distinção normalmente restrita a candidatos. O ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) discursa na quarta-feira, e os partidários de Hillary ainda pretendem fazer uma declaração de voto.

Al Caeda mata 21 em ataque suicida no Iraque

Um ataque suicida contra um encontro de líderes tribais sunitas que fizeram aliança com os Estados Unidos matou pelo menos 21 hoje perto de Bagdá.

A ação tem a marca registrada da rede terrorista Al Caeda. Os líderes tribais sunitas, que eram aliados do ditador Saddam Hussein, inicialmente se rebelaram contra a invasão americana. Chegaram a se aliar a Al Caeda contra o inimigo comum. Mas logo perceberam que não querem viver num mundo dominado pelo fundamentalismo muçulmano dos salafistas.

Rússia mantém controle sobre a Geórgia

A Rússia anunciou na sexta-feira a conclusão de sua retirada da ex-república soviética da Geórgia. Mas, a pretexto de manter a paz, mantém postos de controle em diferentes pontos do território georgiano e não apenas junto às divisas com as províncias rebeldes da Ossétia do Sul e da Abcásia, aliadas de Moscou.

Boeing cai no Quirguistão com 83 a bordo

Um avião Boeing 737 que ia da capital quirguise, Bichqueque, para o Irã caiu com 83 pessoas a bordo. As primeiras informações falavam em 123 pessoas a bordo e indicavam que haveria pelo menos 25 sobreviventes.

O avião era um Boeing 737-200, um dos modelos mais antigos, com 28 anos de uso.

sábado, 23 de agosto de 2008

Guerra provoca fuga de capital da Rússia

De 8 a 15 de agosto de 2008, no auge da ofensiva militar russa contra a ex-república soviética da Geórgia, as reservas em ouro e moedas fortes do Banco Central da Rússia caíram em US$ 16,4 bilhões, de US$ 597,5 bilhões para US$ 581,1 bilhões. O próprio ministro das Finanças, Alexei Kudrin, admitiu uma fuga recorde de capital, estimada em US$ 6 bilhões só em 8 de agosto.

As reservas russas, acumuladas na última década graças ao aumento no preço do petróleo, são as terceiras maiores do mundo, depois da China e do Japão.

O país não corre o menor risco de sofrer um colapso de sua economia, como aconteceu há 10 anos, em agosto de 1998. Mas a queda indica uma desconfiança dos investidores. Talvez eles estejam temendo o impacto econômico do desafio da Rússia aos Estados Unidos e à Europa.

Se o novo presidente Dimitri Medvedev pretendia liberalizar a economia da Rússia, adiou seus planos.

Obama apresenta Biden como vice em Illinois

Durante um comício em Springfield, Illinois, estado que representa no Senado, o candidato do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos na eleição de 4 de novembro, apresentou hoje oficialmente o senador Joe Biden, de Delaware, como candidato a vice-presidente na sua chapa.

Biden declarou que "os americanos não precisam agüentar mais quatro anos de Bush", reforçando uma mensagem da campanha de Obama, que tenta colar o candidato do Partido Republicano, senador John McCain, do Arizona, às políticas do governo George Walker Bush, um dos presidentes mais impopulares da História dos EUA.

"Durante meses, tenho procurado um líder para terminar esta jornada a meu lado e se juntar a mim para fazer Washington trabalhar para o povo americano", declarou Obama. "Procurei um líder que entendesse os altos custos enfrentados pelos trabalhadores, que vai sempre colocar seus sonhos em primeiro lugar."

O candidato a vice, conhecido como rápido no gatilho verbal, saiu logo atirando: "John McCain serviu nosso país com extrema coragem. Eu sei que ele quer fazer a coisa certa pelos EUA. Mas a dura realidade é clara: não pode mudar os EUA quem apoiou as políticas de George Bush 95% do tempo."

Ele também ironizou McCain, que admitiu não saber quantas casas têm porque é muito rico, casado com uma milionária: "Deve ser duro ter de decidir em qual das sete mesas da cozinha você vai se sentar."

A campanha de McCain respondeu imediatamente, destacando um lapso de linguagem de Obama. Ao apresentar Biden, ele o descreveu como "o próximo presidente dos EUA", em vez de próximo vice-presidente.

"Obama como se já tivesse entregue o posto mais importante a seu novo mentor", alfinetou um porta-voz da candidatura republicana. "A realidade é que nada mudou desde que Joe Biden fez sua avaliação de que Obama não está pronto para liderar. Não estava antes e não está agora."

Obama escolhe senador Joe Biden para vice

Numa jogada para reforçar suas credencias em política externa e defesa, o senador Barack Obama escolheu o também senador Joseph (Joe) Biden, do estado de Delaware, como candidato a vice-presidente na chapa do Partido Democrata que vai disputar a eleição, em 4 de novembro.

Biden é há muitos anos um peso-pesado democrata na Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, que examina minuciosamente a política externa americana.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Biogás ajuda quenianos a enfrentar a miséria

Kibera é a maior favela do Leste da África. Fica em Nairóbi, a capital do Quênia. Lá, a maioria sobrevive com menos de um dólar por dia. Há três anos, uma organização não-governamental criou um projeto para reciclar dejetos humanos em biogás, usado para gerar eletricidade e como gás de cozinha.

Ao mesmo tempo, o projeto melhora as condições sanitárias e de higiene aos instalar latrinas especiais para recolher os excrementos humanos e misturá-los com água. No processo de transformação em matéria orgânica que pode ser usada como adubo, é liberado o gás metano (CH4), o gás dos pântanos, que acumula muito mais calor do que o gás carbônico (CO2), agravando mais o efeito estufa.

Petróleo tem maior queda desde janeiro de 1991

O preço do barril de petróleo caiu US$ 6,59 hoje na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, fechando em US$ 114,59. Foi a maior queda em um dia desde 17 de janeiro de 1991.

As causas foram a alta do dólar e a expectativa de queda do consumo nos países ricos em razão das crises financeira e imobiliária.

Em conseqüência, a Bolsa de Valores de Nova Iorque registrou alta de quase 200 pontos.

EUA tiram forças de combate do Iraque até 2011

Os Estados Unidos e o Iraque chegaram a um acordo que ainda precisa ser ratificado pelo governo iraquiano para iniciar em junho de 2009 e concluir até o final de 2011 a retirada total das forças de combate americanas do país.

Será o fim da invasão iniciada em 20 março de 2003 para derrubar o ditador iraquiano Saddam Hussein.

A secretária de Estado, Condoleezza Rice, foi a Bagdá para fechar a negociação.

Rússia anuncia fim da retirada mas EUA contestam

A Rússia declarou hoje que concluiu a retirada das forças que invadiram há uma semana a ex-república soviética da Geórgia, mas os Estados Unidos e a França protestaram, alegando que Moscou está violando os termos do cessar-fogo.

Os russos pretendem manter como "força de paz" os soldados que já estavam estacionados nas províncias rebeladas da Ossétia do Sul e da Abcásia.

Além disso, a Rússia está criando uma zona de segurança ao redor das províncias rebeldes, o que inclui a expulsão em massa de velhos georgianos que não haviam fugido dos combates.

O presidente da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Alexander Stubb, ministro das Relações Exteriores da Finlândia, denunciou a violação do Direito Internacional. Mas ninguém deu muito importância.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

OSCE denuncia 'purificação' étnica

Durante visita à Geórgia, o presidente da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Alexander Stubb, ministro das Relações Exteriores da Finlândia, denunciou a violação do Direito Internacional pelos russos.

A Rússia estaria promovendo uma purificação étnica, expulsando os últimos georgianos das províncias rebeladas da Ossétia do Sul e da Abcásia e de seus arredores, que a Rússia pretende transformar em zona de proteção.

"O que acabamos de ver é atroz", indignou-se o presidente da OSCE. "Forças especiais do Ministério do Interior russo estão expulsando os velhos das vilas, basicamente esvaziando as povoações ao redor da Ossétia do Sul e jogando essas pessoas aqui em Gore. A meu ver, isto é contra a lei, contra o Direito Internacional, me preocupa muito e me dá a impressão de que não é bom. Mas a boa notícia é que pelo menos a ajuda humanitária está passando."

Atentado contra fábrica de armas mata 100 no Paquistão

Um duplo atentado terrorista suicida contra o maior complexo industrial de fabricação de armas do Paquistão matou cerca de 100 pessoas e deixou outras tantas feridas em Wah, a 35 quilômetros da capital, Islamabad.

É o segundo ataque do terror desde segunda-feira, quando o ditador Pervez Musharraf renunciou para escapar de um processo de impeachment. A milícia fundamentalista dos talebã (estudantes) paquistaneses reivindicou a autoria dos dois ataques.

Os extremistas muçulmanos declararam guerra ao Estado paquistanês depois do ataque à Mesquita Vermelha de Islamabad, ordenado pelo governo, há pouco mais de um ano, quando mais de 150 radicais foram mortos.

Desde então, os jinhadistas mataram cerca de 700 pessoas, inclusive a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto.

McCain empata com Obama às vésperas das convenções

A superexposição na mídia e os ataques do candidato conservador tiraram a vantagem do senador Barack Obama sobre seu colega e adversário John McCain para a eleição presidencial de 4 de novembro nos Estados Unidos.

Na maioria das pesquisas, a diferença entre os candidatos está dentro da margem de erro, o que significa que eles estão praticamente empatados.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Parlamento da Abcásia pede apoio à independência

O parlamento do autoproclamado governo da província rebelde da Abcásia aprovou hoje uma resolução pedindo apoio à Rússia para declarar a independência da república da Geórgia, sob a alegação de que depois do conflito recente não pode mais viver sob um governo georgiano.

Rússia reforça posições ao redor de províncias georgianas

Algumas colunas de tanques da Rússia saíram da cidade de Gore, no centro da ex-república soviética da Geórgia, mas os russos fortificaram posições, criando uma zona de segurança ao redor das províncias rebeldes da Abcásia e da Ossétia do Sul.

Polônia adere ao sistema antimísseis Guerra nas Estrelas

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, assinou hoje em Varsóvia o documento de adesão da Polônia ao sistema de defesa antimísseis dos Estados Unidos mais conhecido como Guerra nas Estrelas. Um interceptador de mísseis será instalado na Polônia.

Quando chegou ao poder, há nove meses, o primeiro-ministro liberal Donald Tusk tinha certa relutância em aceitar a proposta americana por medo de fustigar a Rússia. Depois da invasão da Geórgia, a Polônia resolveu se proteger sob o escudo americano.

Tusk leu trechos do acordo em que os EUA se comprometem a garantir a segurança da Polônia, ameaçada pelo subcomandante do Estado-Maior russo, general Anatoli Nogovitsin, com um ataque nuclear se instalar o interceptador.

Pior acidente de avião em 30 anos mata 153 na Espanha

Uma turbina de um avião MD-82 da companhia aérea Spanair que iria de Madri para Las Palmas, nas Ilhas Canárias, pegou fogo no momento da decolagem causando o pior acidente de avião em 30 anos na Espanha.

Cento e cinqüenta e três pessoas morreram e outras 19 estão hospitalizados em estado grave na capital espanhola.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Greve de protesto gera violência na Bolívia

No início de uma greve de protesto contra o presidente Evo Morales, militantes da União da Juventude de Santa Cruz atacaram carros da polícia e jornalistas, e enfrentaram os partidários do Movimento ao Socialismo, de Morales, na cidade de Santa Cruz de la Sierra.

A greve, realizada em cinco dos nove departamentos bolivianos, pressiona o governo central a retomar os repasses do imposto direto sobre hidrocarbonetos às regiões produtoras.

Atentado contra polícia mata 43 na Argélia

Um ataque terrorista contra uma escola da polícia militar da Argélia matou 43 pessoas e deixou outras 45 feridas. O governo atribuiu o ataque ao braço da rede terrorista Al Caeda no Norte da África.

Emboscada talebã mata 10 soldados franceses

Dez soldados franceses foram mortos ontem pela milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes). Foi o pior incidente isolado contra forças estrangeiras desde que os Estados Unidos e aliados invadiram o Afeganistão, em outubro de 2001, para vingar os atentados de 11 de setembro de 2001, cometidos pela rede terrorista Al Caeda, protegida pelo regime islamita que governava o país.

Os franceses foram alvo de uma embosca nos arredores da capital. Imediatamente, o presidente Nicolas Sarkozy foi ao Afeganistão, onde reafirmou sua política de aumentar o envolvimento da França na guerra contra o terrorismo. Ele disse aos soldados que o país tem um compromisso com a luta pela liberdade.

Inflação no atacado chega a 9,8% ao ano nos EUA

O índice de preços ao produtor subiu 0,8% em julho nos Estados Unidos, deixando a inflação anual no atacado em 9,8%, o nível mais alto em 27 anos, desde 1991, por causa das altas nos preços de energia, alimentos, roupas e tecidos. Mas a queda nos preços do petróleo e da gasolina indicam que a pressão inflacionária arrefeceu em agosto.

Sem os preços de energia e alimentos, o núcleo da inflação ficou em 3,5% ao ano.

Rússia começa retirada da Geórgia

Em conversa telefônica com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, o presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, garantiu que até quinta-feira, no máximo na sexta-feira, será concluída a retirada das forças russas que há 11 dias invadiram a ex-república soviética da Geórgia.

Uma coluna de tanques russos saiu hoje da cidade de Gore com destino à Ossétia do Sul, a província rebelde bombardeada pelo Exército georgiano na noite de 14 para 15 de agosto. O incidente deflagrou a invasão russa.

Chávez estatiza maior fábrica de cimento da Venezuela

Em mais um passo para criar o que chama de "socialismo do século 21", o presidente Hugo Chávez decretou a estatização da filial da indústria de cimento mexicana Cemex na Venezuela, responsável por mais de 90% da produção de cimento do país.

Diante do portão da fábrica, os trabalhadores festejaram e agradeceram à revolução bolivarista de Chávez. Lá dentro, alguns estavam satisfeitos; outros temem que a empresa perca eficiência como estatal.

O governo do México fez um apelo ao caudilho venezuelano. Mas o ministro da Energia e do Petróleo, Rafael Ramírez, assegurou aos trabalhadores que a fábrica não vai mais enriquecer milionários no exterior. Deve ser usada para promover o desenvolvimento da Venezuela.

VIRTUA EM PANE

DEVIDO AOS REPETIDOS, SUCESSIVOS E INTERMINÁVEIS PROBLEMAS TÉCNICOS NO VIRTUA, A INCONFIÁVEL BANDA-LARGA DA NET, NÃO ESTOU CONSEGUINDO ATUALIZAR ESTE BLOG.

PEÇO DESCULPAS AOS LEITORES.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Peru decreta estado de emergência na Amazônia

O presidente Alan García decretou estado de emergência em três províncias de três departamentos da Amazônia peruana e ameaçou enviar o Exército para romper o bloqueio a estradas e a uma hidrelétrica armado por tribos indígenas insatisfeita com um decreto que facilita a venda de terras para estrangeiros e, na sua opinião, ameaça seu controle sobre terras ancestrais.

Para os índios, o decreto é uma manobra do governo do Peru para facilitar a aprovação de um acordo de livre comércio com os Estados Unidos no Congresso americano.

Ditador do Paquistão renuncia

Para escapar de um processo de impeachment, o general da reserva Pervez Musharraf, renunciou hoje à presidência do Paquistão.

Musharraf chegou ao poder com um golpe de Estado, em 1999, contra o então primeiro-ministro Nawaz Sharif, que tentara destituí-lo. Inicialmente marginalizado pelos Estados Unidos como golpista, depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, tornou-se um aliado fundamental de Washington na luta contra o terrorismo.

Rússia anuncia retirada mas não sai da Geórgia

General Musharraf pode renunciar no Paquistão

Sob pressão de uma ameaça de processo de impeachment, o ditador do Paquistão, general Pervez Musharraf, anunciou que fará hoje um pronunciamento à nação em cadeia nacional de rádio e televisão.

Há rumores de que Musharraf estaria negociando uma renúncia em troca do fim do processo. Ele chegou ao poder em 1999, derrubando o primeiro-ministro Nawaz Sharif, que tentara destituí-lo.

No final do ano passado, para conseguir sua terceira reeleição, Musharraf afastou vários juízes superiores, inclusive o presidente do Supremo Tribunal do Paquistão.

Aliado essencial dos Estados Unidos na guerra contra o terrorismo, porque o Paquistão é o único país muçulmano com armas nucleares e foco de grande agitação jihadista, Musharraf seria o guardião dessas armas. Por uma articulação americana, ele ficaria na presidência e Benazir Bhutto seria primeira-ministra pela terceira vez.

Mas um atentado matou Benazir em 27 de dezembro de 2007. Musharraf, isolado, teve de deixar o comando do Exército para cumprir um terceiro mandato. Na política paquistanesa, pode ser decisivo.

domingo, 17 de agosto de 2008

Oposição convoca greve contra Morales

Cinco governadores de oposição - de Santa Cruz, Rubén Costas; de Chuquisaca, Savina Cuéllar; de Tarija, Mario Cossío; de Beni, Ernesto Suárez; e de Pando, Leopoldo Fernández - convocaram para terça-feira uma greve geral de protesto contra o governo central do presidente Evo Morales.

A oposição exige o reinício do repasse do Imposto Direto sobre Hidrocarbonetos. Diante do conflito com os governadores que quatro províncias que lutam por autonomia em relação a La Paz, Morales desviou o dinheiro para financiar um abono para aposentados.

Em comunicado conjunto, os governadores advertiram que, "enquanto continue o confisco do IDH, a presença de autoridades nacionais em nossas regiões será considerada non grata".

Chávez oferece todo o apoio a Lugo

Depois de assinar acordo sobre energia, comércio e educação com o novo presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que tomou posse na sexta-feira, 15 de agosto de 2008, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ofereceu "todo o petróleo que necessite".

Lugo, um bispo que recebeu autorização do Vaticano para se dedicar temporariamente à política, respondeu: "Assinamos várias cartas de intenção. Espero que não fiquem só na intenção".

Rússia promete iniciar retirada na segunda-feira

Sob intensa pressão do Ocidente, a Rússia anunciou hoje a intenção de iniciar nesta segunda-feira a retirada das forças que invadiram a ex-república soviética da Geórgia na sexta-feira, de 8 de agosto de 2008.

A promessa foi feita por telefone pelo presidente russo, Dimitri Medvedev, a seu colega francês, Nikolas Sarkozy, que ocupa até o final do ano a presidência rotativa de União Européia.

Mas o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Duma do Estado, deputado Konstantin Kossachev, declarou que as tropas russas sairão da Geórgia "mais cedo ou mais tarde", quando estiver "assegurado que os georgianos não vão continuar a usar a força" contra as províncias rebeladas da Abcásia e da Ossétia do Sul.

sábado, 16 de agosto de 2008

EUA acusam Irã de treinar esquadrões da morte

Os Estados Unidos acusam o Iraque ontem de treinar esqudrões do morte para agir no Iraque.

Ex-rebelde maoísta vai governar Nepal

Depois de 10 anos de luta armada para derrubar a monarquia no Nepal, o líder maoísta Pushpa Kamal Dahal, mais conhecido pelo nome de guerra de Prachanda (Feroz), conseguiu.

Democraticamente, os maoístas venceram as eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, aboliram a monarquia, e agora vão governar esse reino perdido nas montanhas do Himalaia, o teto do mundo.

Rússia exige garantias para sair da Geórgia

Geórgia acusa Europa de vetar acesso à OTAN

Depois de assinar ontem o acordo de cessar-fogo proposto pela União Européia, o presidente Mikheil Saakachvili acusou os países da Europa que vetaram seu adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de estimular a invasão russa da sexta-feira da semana passada, 8 de agosto de 2008.

Na última reunião de cúpula da aliança militar ocidental, em Bucareste, na Romênia, em abril deste ano, os Estados Unidos propuseram a adesão das ex-repúblicas soviéticas da Ucrânia e da Geórgia. Isso irritou profundamente a Rússia.

Sob pressão do Kremlin, alguns países europeus liderados pela Alemanha preferiram manter uma promessa de adesão vaga.

A partir daí, na versão do presidente georgiono, a Rússia teria começado a preparar a invasão. Distribuiu passaportes aos moradores das províncias rebeldes para que eles passassem a ter cidadania russa. Reconstruiu estradas de ferro para elas poderem ser usadas por trens de transporte de tropas e equipamentos militares.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Bomba contra Exército mata 18 libaneses

Uma bomba que tinha como alvo o Exército do Líbano explodiu hoje em Trípoli, a segunda maior cidade do país.

Rússia reforça posições na Geórgia

O Exército da Rússia ignorou hoje a promessa do presidente Dimitri Medvedev de suspender as operações militares, reforçou suas posições e consolidou o domínio sobre as províncias rebeldes da Abcásia e da Ossétia do Sul. Na prática, elas passaram a fazer parte da Rússia.

Economia do Japão encolhe 0,6% no 2º trimestre

A segunda maior economia do mundo pode estar entrando em recessão, depois de um período de quatro anos e oito meses de recuperação.

No segundo trimestre de 2008, a economia do Japão se contraiu em 0,6%, depois de crescer 0,8% no primeiro. O país pode estar entrando em recessão, definida tecnicamente como uma redução do produto interno bruto por dois trimestres consecutivos.

O índice de preços no atacado chegou a 7,1% ao ano, assustando os japoneses, grandes importadores de matérias-primas, que subiram consideravelmente nos últimos anos mas. No momento, estão em baixa no mercado internacional justamente porque a crise nos países mais ricos do mundo levará a uma queda no consumo.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Dólar fraco reduz déficit comercial dos EUA

Com o crescimento das exportações por causa do dólar fraco, o déficit comercial dos Estados Unidos diminuiu em 4,1% para US$ 56,8 bilhões em junho, abaixo dos US$ 59,2 bilhões de maio e da média das previsões do mercado, que era de US$ 61,9 bilhões. Mas a notícia valorizou o dólar e é justamente a queda do dólar que permitiu o crescimento das exportações americanas.

O Departamento de Comércio revisou para baixo o déficit de junho. Antes estimado em US$ 59,8 bilhões, ficou em US$ 59,2 bilhões.

Inflação na China cai para 6,3% ao ano

O índice de preços ao consumidor caiu em julho para uma taxa anual de 6,3%, abaixo dos 7,1% de junho, 7,7% de maio e 8,7% em abril. A série indica uma tendência de queda da inflação capaz de levar a uma ampliação de crédito até o final do ano.

Mas, na véspera, o governo anunciou que o índice de preços ao produtor (atacado) chegou a 10% ao ano em julho, o ritmo mais acelerado dos últimos 12 anos.

"A inflação para o produtor mostra que as pressões de custos continuam enquanto os aumentos de preços no varejo diminuíram", comenta o economista Tao Dong, do Credit Suisse em Hong Kong.

O maior vilão foi o preço do petróleo, que subiu 22,2% em relação a julho de 2007. Em junho, o governo chinês aumentou os preços da gasolina e do óleo diesel em até 18% para repassar o crescimento dos preços internacionais.

Apesar da alta nos preços do petróleo a inflação na China continuou declinando.

Medvedev manda parar ofensiva russa

Depois de receber no Kremlin o presidente da França, Nicolas Sarkozy, atual presidente da União Européia, o presidente Dimitri Medvedev ordenou a suspensão das operações militares da Rússia na ex-república soviética da Geórgia,

A Geórgia foi invadida pelos russos na madrugada de sexta-feira sob o pretexto de proteger a província rebelde da Ossétia do Sul, bombardeada na noite anterior pelo governo georgiano.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Ex-primeiro-ministro tailandês foge para Londres

O ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra faltou a uma audiência no Supremo Tribunal da Tailândia e fugiu com a mulher para Londres, depois de assistir à abertura da Olimpíada de Beijim, alegando que não teria um julgamento justo.

Thaksin, o homem mais rico da família, foi deposto em 2006 sob acusações de corrupção. Ele vendeu a ex-estatal de telecomunicações, que era propriedade de sua família, para a Singapore Telecom por US$ 1,9 bilhão e não pagou impostos.

Com sua fortuna, comprou o clube de futebol Manchester City, da Inglaterra, onde joga o brasileiro Elano. O Manchester City ofereceu o dobro do que o Milan pagou por Ronaldinho Gaúcho, mas o craque brasileiro preferiu o clube italiano, de muito maior tradição e visibilidade.

Rússia abre segunda frente de luta na Geórgia

Ao cruzar a divisa da província rebelde da Abcásia com o resto da ex-república soviética da Geórgia, a Rússia abriu uma segunda frente de combate na guerra iniciada na quinta-feira à noite, quando o Exército georgiano bombardeou Tskhinvali, capital da província rebelde da Ossétia do Sul.

Durante a noite, 50 bombardeiros da Força Aérea da Rússia atacaram diversos pontos da Geórgia, destruindo uma estação de radar. Quando amanheceu, saíram da Abcásia, tomaram a cidade de Senaki e ordenaram o desarmamento das forças georgianas junto à divisa com a província rebelde.

No centro do país, as tropas russas tomaram a cidade de Gori, local de uma importante base militar da Geórgia. Diante da ofensiva russa, o grosso das tropas, tanques e blindados georgianos recuaram para defender a capital do país, Tíflis. O aeroporto civil da capital foi bombardeado pelos russos.

Por Tíflis, passa um oleoduto que leva o petróleo e o gás produzidos na região do Mar Cáspio de Baku, capital do Azerbaijão, até o porto de Ceihã, na Turquia. Transporta um milhão de barris por dia rumo à Europa sem passar pela Rússia.

O presidente georgiano, Mikheil Saakachvili, foi surpreendido por um alarme antiaéreo quando visitava Gori. De volta à capital, declarou que a Rússia queria derrubar o regime e, na prática, anexar a Geórgia.

Nos Estados Unidos, o presidente George Walker Bush condenou a ampliação da ofensiva russa, exigindo um cessar-fogo imediato, a retirada das forças russas da Geórgia e um compromisso de ambas as partes de não usar a força para resolver o conflito.

O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, acusou os americanos de ver o mundo com uma perspectiva anacrônica do tempo da Guerra Fria. Assim, não perceberiam quem é o verdadeiro agressor, no caso, para Putin, a Geórgia de Saakachvili, que errou várias até que seu país fosse invadido pela Rússia.

Saakachvili foi eleito no início de 2004, depois da Revolução Rosa, que depôs no final de 2003 o então presidente, Eduard Chevardnadze, que fora ministro das Relações Exteriores da União Soviética na era Gorbachev.

Sua plataforma eleitoral prometia aproximação com o Ocidente, associação à União Européia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Isso irritou a Rússia, que se esforça para projetar seu poder em todas as direções, especialmente no chamado "exterior próximo", expressão usada para se referir às antigas repúblicas soviéticas.

Morales vence mas oposicionistas também

O presidente Evo Morales foi reconfirmado no cargo com 63% dos votos no referendo revogatório realizado domingo, 10 de agosto de 2008, na Bolívia. Mas os quatro governadores dos departamentos que aprovaram autonomia administrativa - Beni, Pando, Santa Cruz e Tarija - também receberam o apoio da maioria dos seus eleitorados.

Rubén Costas, de Santa Cruz, teria entre 66% de votos favoráveis; Ernesto Suárez, de Beni, teve 61,2% de aprovação; Leopoldo Fernández, de Pando, 56,3%; e Mario Cossío, de Tarija, 64,5%.

Todos fizeram discursos duros reafirmando a intenção de liderar governos departamentais autônomos com base nas vitórias em referendos realizados nos meses de maio e junho.

O governo central não reconhece a legimitidade destas consultas populares e convocou o referendo revogatório para se fortalecer politicamente. Mas a oposição também se fortaleceu.

Agora é hora de negociar. É essa a capacidade que mais tem feito falta até agora a Morales como líder democraticamente eleito e agora reeleito pela ampla maioria dos bolivianos.

Olimpíada consagra a superpotência China

É inevitável que um país com a tradição milenar da China, a segunda civilização mais antiga da História, com 1,3 bilhão de habitantes, com taxas de crescimento sem precedentes de 10% ao ano nas últimas duas décadas, se torne uma superpotência no mundo globalizado.

A frota chinesa recuou no final do século 15, quando começa a expansão colonial marítima européia, e a China sempre se autodestruiu nos conflitos internos. É um grande país sem fronteiras naturais.

Era o Império do Centro, o centro do universo conhecido na Ásia, o país dos poetas e dos filósofos, de pensadores como Confúcio e Lao-Tsé.

Essa ordem sino-cêntrica só foi rompida pelas Guerras do Ópio (1839-42), quando os ingleses tomaram Hong Kong. É o marco do avanço imperial europeu sobre a China. Depois, o Japão derrotaria a China na Guerra Sino-Japonesa (1894-95), transformando-se em potência regional.

Com a derrota para o Japão, a Dinastia Ching entrou na sua crise terminal. O Império caiu em 1911 e a China se tornou numa república. Durante décadas, consumiu-se numa guerra civil interna, primeiro entre senhores da guerra, depois entre comunistas e nacionalistas.

A revolução chinesa faz parte de um projeto de independência nacional. Em 1868, o Japão percebeu que para não ser colônia precisava se ocidentalizar e se industrializar.

A China era o país mais pobre do mundo, dilacerado por senhores da guerra, e os centros importantes, como Xangai, Nanquim e Beijim estavam sob dominação colonial sem ser colônia explicitamente, como era o caso da Índia.

Houve uma longa guerra civil fratricida. O Partido Comunista da China foi massacrado por atender à orientação do ditador soviético Josef Stalin, que era de formar uma frente popular com o partido nacionalista Kuomintang, de Chiang Kai-Shek.

O massacre dos comunistas levou à Grande Marcha, de cerca de 10 mil km, de 1934-36. Em 1937, o Japão, que tinha invadido a Mandchúria em 1931, invade o resto das cidades costeiras importantes da China e suas capitais.

Cerca de 200 mil pessoas foram mortas no Massacre de Nanquim, uma das tantas atrocidades cometidas pelo Exército Imperial do Japão e nunca ensinada nos livros de história japoneses.

O Japão nunca pediu perdão realmente por seus crimes de guerra, e isso complica as relações regionais japonesas. É aliado dos EUA, que em tese podem usar o Japão se algum dia for necessário "conter" a China.

Estes três países disputam a hegemonia na Ásia. Os EUA vão perdendo importância relativa na medida em que a ascensão da China e - quem sabe? - a emancipação do Japão (a mudança do art. 9 da Constituição do Japão, que o compromete com o pacifismo e limita a atuação das Forças de Defesa do Japão ao território e às águas territoriais do país, a não ser em missões internacionais de paz).

Depois da vitória da revolução, em 1º de outubro de 1949, a China passou por fortes turbulências e grandes fomes na campanha das Cem Flores, no Grande Salto para a Frente e, sobretudo, na Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76). Milhões de chineses morreram.

A China se radicalizou e rompeu com a URSS quando o líder soviético Nikita Kruschev partiu para a coexistência pacífica em bases permanentes com o Ocidente, depois da Crise dos Mísseis em Cuba (14-27 de outubro de1962). Esteve à beira da guerra com a URSS numa série de incidentes de fronteira, em 1969.

O então assessor de Segurança Nacional dos EUA, Henry Kissinger, sentiu a oportunidade e foi em 1971 à China, isolada pela Revolução Cultural. No ano seguinte, o presidente americano Richard Nixon foi à China e selou uma aliança estratégia. Por sua inimizade com a URSS, Mao Tsé-tung optou pelos EUA.

Logo depois de ganhar uma guerra civil e fazer uma revolução para que a China nunca mais fosse humilhada pelas potências imperiais, Mao foi a Moscou no início de 1950 e levou um gelo de Stalin. O dirigente soviético levou 50 dias para recebê-lo, em pleno inverno russo.

Mao engoliu a ofensa e saiu com um Pacto de Amizade Sino-Soviético que mantinha a inferioridade da China nas relações internacionais. As relações entre os PCs das grandes potências comunistas eram difíceis desde que Stalin recomendou a desastrosa aliança com Chiang Kai-shek. Pioraram quando Kruschev denuncia os crimes do stalinismo, em 1956, e mais ainda depois da Crise dos Mísseis.

Na última fase da Guerra Fria, a China foi uma espécie de aliada não-membro da OTAN. Sob a proteção do sistema de segurança dominado pelos EUA no Leste da Ásia, a China, sob Deng Xiaoping, inicia em 1978 seu programa de modernização que levou ao mais extraordinário crescimento da história humana.

Deng teria recomendado aos chineses que enriquecessem mas fossem discretos para outros países não se sentirem ameaçados pelo desenvolvimento da China.

Com a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, parece que a China não está mais preocupada em ser discreta. Quer mostrar sua força.

domingo, 10 de agosto de 2008

Recuo da Geórgia não pára ataque da Rússia

A ex-república soviética da Geórgia anunciou neste domingo que estava retirando suas forças da província separatista da Ossétia do Sul, onde a maioria dos 70 mil habitantes gostaria de pertencer à Rússia. Não foi suficiente para deter a invasão russa, iniciada na madrugada de sexta-feira, 8 de agosto de 2008, depois que a Geórgia bombardeou Tskhinvali, a capital ossétia, na noite de quinta-feira.

Os combates se estenderam à outra província rebelde da Geórgia, a Abcásia. Quando a Geórgia declarou independência, em 1991, diante do colapso da União Soviética, duas regiões georgianas se rebelaram com o apoio da Federação Russa, que era a maior das repúblicas soviéticas.

Em 1991, a Ossétia do Sul declarou independência. A Abcásia fez o mesmo em 1992. Ambas as rebeliões contam com o apoio da Rússia em dinheiro e armas.

Com a o fim da URSS, a Geórgia foi a república que sofreu o pior colapso econômico. Perdeu 30% do produto interno bruto. Seu primeiro presidente eleito, em 1992, era um intelectual. Zviad Gamsakhurdia foi um dos primeiros pesquisadores da Anistia Internacional na URSS. Não ficou um ano no poder.

A Geórgia só conseguiu alguma estabilidade quando foi eleito presidente o ex-ministro das Relações Exteriores da URSS na era Gorbachev, Eduard Chevardnadze. Mas a crise econômica crônica e a corrupção endêmica levaram à Revolução Rosa, que derrubou Chevardnadze em 2003.

No início de 2004, o líder da Revolução Rosa, Mikheil Saakchvili, foi eleito presidente com a promessa de restabelecer a soberania sobre todo o território nacional, entrar para a União Européia e para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, que tinha como maior inimiga a URSS.

Para a Rússia, a adesão da Geórgia e, pior ainda, da Ucrânia à OTAN só alimentaria o sentimento de estar cercada de inimigos que marca a história do maior país do mundo, construído como um império que incorpora várias nações. É um problema de países que não tem fronteiras naturais.

O primeiro-ministro Otto von Bismarck, que unificou a Alemanha com a Guerra Franco-Prussiana (1870-71), dizia que "esta era a nossa grande vantagem e desvantem", não ter fronteiras naturais.

Quando Vladimir Putin chegou ao poder, sendo nomeado primeiro-ministro em 1999 e eleito presidente em março de 2000, seu projeto era restaurar o poder imperial soviético.

Isso incluía manter ou restaurar as antigas esferas de influência, e as ex-repúblicas soviéticas são o que se chama de antigo "império interior soviético", em contraste com o "império exterior soviético", formado pelos países alinhados à URSS, onde a Rússia perdeu seu poder.

A Rússia passou a hostilizar as ex-repúblicas e a usar seus recursos naturais de gás e petróleo para tentar manter sua influência. Com a construção de um oleoduto ligando Baku, no Azerbaijão, que era a quarta maior cidade soviética, a Tíflis, a capital da Geórgia, e o porto de Ceihã, na Turquia, o petróleo e o gás natural do Mar Cáspio já podem chegar ao Ocidente sem passar pela Rússia.

Saakachvili também está pressionado pela oposição interna, que protesta nas ruas e tentou destituí-lo.

Na última reunião de cúpula da OTAN, sob pressão da Rússia, a Europa, liderada pela Alemanha, não quis dar associação imediata à Ucrânia e à Geórgia, como propôs os EUA. Era um sinal claro de que a UE não iria socorrer a Geórgia num conflito com a Rússia, a não ser que fosse claramente a vítima.

A UE mantém sua postura de pedir o imediato cessar-fogo e a solução pacífica dos conflito. Nessa caso, a Geórgia só teria um país para pedir proteção: os EUA.

Mas a maior preocupação de segurança dos EUA hoje não é a Rússia. É o programa nuclear do Irã, que estaria desenvolvendo armas nucleares.

Os EUA precisam do apoio da Rússia para pressionar o Irã. A Rússia é mais aliada do que inimiga, apesar das reminiscências da Guerra Fria e do uso que Putin, que voltou a ser primeiro-ministro, agora do presidente Medvedev, faz do passado em seu projeto de restaurar o poder imperial dos czares e da URSS.

Medvedev, por sua vez, é um jovem advogado de 42 anos que chegou ao Kremlin pelas mãos de Putin. Não tem as credenciais de Putin, que foi diretor do Serviço Federal de Segurança, herdeiro do KGB (Comitê de Defesa do Estado), a temida polícia política da URSS. Precisava afirmar suas credencias em segurança e defesa. Ser durão.

Durante os últimos meses, houve vários momentos de tensão, como vôos de aviões não-tripulados e acusações de parte a parte. Diante da provocação foi o ataque de mísseis da Geórgia contra Tskhinvali, a capital da Ossétia do Sul, a Rússia teve a oportunidade de mostrar seu poderio diante de um inimigo muitíssimo menor.

Terror mata mais dois no Oeste da China

Pesquisa aumenta pressão sobre Gordon Brown

Uma nova pesquisa divulgada neste domingo aumenta a pressão sobre o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon. O Partido Conservador lidera amplamente as pesquisas, com uma vantagem de 46% a 26% para o Partido Trabalhista, no poder desde 1997.

Pior ainda para Brown, um analista do instituto YouGov, responsável pela sondagem, comentou que a única chance dos trabalhistas é trocar o líder do partido antes das próximas eleições gerais, que precisam ser realizadas até junho de 2010.

Rússia controla capital da Ossétia do Sul

sábado, 9 de agosto de 2008

Petróleo cai para US$ 115

Os preços do petróleo voltaram a cair na sexta-feira. Na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, o barril de petróleo leve americano do tipo West Texas Intermediate terminou o dia cotado em US$ 115.

Desde o recorde histórico de US$ 147,27 em 11 de julho, quando testes de mísseis do Irã aumentaram a tensão no Oriente Médio, o preço do petróleo caiu 22%.

Rússia invade Geórgia e bombardeia Tíflis

Com tanques, blindados e aviões de guerra, a Rússia invadiu ontem a região da Ossétia do Sul, na ex-república soviética da Geórgia, em retaliação ao governo georgiano, que atacara quinta-feira à noite a capital ossétia, Tskhinvali. Os Estados Unidos fizeram um apelo por um cessar-fogo imediato e a retirada imediata das forças russas da Geórgia.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Geórgia ataca rebeldes da Ossétia do Sul

Depois de anunciar uma trégua na tarde de ontem, o governo da ex-república soviética da Geórgia bombardeou durante a noite Tskhinvali, a capital da região rebelada da Ossétia do Sul, que gostaria de fazer parte da Federação Russa, como a Ossétia do Norte.

O governo da Geórgia acusa a Rússia de treinar e armar os rebeldes. Quando os Estados Unidos e parte da Europa reconheceram a independência do Kossovo, em retaliação, o governo russo ameaçou reconhecer a independência de duas regiões separatistas da Geórgia: a Abcásia e Ossétia do Norte.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Morales pede apoio aos militares na Bolívia

A três dias dos referendos revogatórios sobre seu mandato e os de oito governadores departamentais, o presidente Evo Morales participou de uma solenidade militar em Cochabamba, onde pediu o apoio das Forças Armadas e do povo da Bolívia a seu programa de reformas.

Na véspera, Morales fora impedido de participar da festa do Dia da Independência em Cobija, no departamento de Pando, que faz fronteira com o Acre, e em Santa Cruz de la Sierra, no departamento de Santa Cruz, que fica na fronteira com o Mato Grosso, por manifestantes que bloquearam os aeroportos dessas cidades.

Há dois dias, dois mineiros morreram em choques com a polícia no departamento de Tarija. Isso fez os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Argentina, Cristina Kirchner, suspenderem sua participação em um evento de caráter eleitoreiro. Eles apareceriam ao lado do presidente da Bolívia dias antes da votação deste domingo.

Pelo mesmo motivo, Morales foi impedido de discursar em departamentos sob o controle da oposição. Ao discursar em La Paz, no dia 6 de agosto, a data nacional boliviana, ele ignorou as mortes dos jovens mineiros, a crise institucional e incerteza e a inflação, e disse que "a Bolívia vai bem".

Isto irritou ainda mais as oposições. Os governadores dos departamentos de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija, que recentemente aprovaram ampla autonomia em relação ao governo central, não-reconhecida por Morales, entraram em greve de fome.

Hoje, durante a cerimônia do Dia do Exército da Bolívia, o presidente fez um apelo à unidade nacional, acusando de separatistas os que lutam por autonomia. "Quero dizer ao povo boliviano e às Forças Armadas que as transformações profundas não podem depender de um homem só, de um presidente ou de seu ministério. As transformações profundas para melhorar a situação econômica do país e a igualdade entre os bolivianos depende de todas as instituições e da vontade política de cada um de nós".

Em seguida, pediu a todos que defendam "não só a mudança social, mas a democracia". Na véspera, chamou a oposição de "inimigos do povo".

O problema de Morales é que ele acha que quem está contra ele está contra o povo e contra o futuro do país. Não é um negociador. É um autocrata.

Todas as pesquisas indicam a vitória do presidente, que teria cerca de 56% das preferências, mais do que conseguiu na eleição presidencial de dezembro de 2005, quando foi eleito com quase 54% votos, no primeiro turno. Quatro governadores departamentais estariam ameaçados; três são de oposição.

Com 64% de votos contra, Manfred Reyes, de Cochabamba, está praticamente derrotado. Outros dois oposicionistas, José Luis Paredes, de La Paz, e Mario Cossio, de Tarija, tem 52% de rejeição. O único governista ameaçado é Alberto Aguilar, de Oruro, com 47% de não.

A vitória no referendo revogatório não basta para pacificar a Bolívia. Em algum momento, o governo e a oposição terão de chegar a um acordo. O governador do departamento mais rico do país, Santa Cruz, Rubén Costas, deve ser confirmado com uma votação maior do que a de Morales, e os de Beni, Ernesto Suárez, e de Pando, Leopoldo Fernández, tem apenas 22% e 29% de não nas pesquisas.

Europa e Grã-Bretanha mantêm taxas de juros

O Banco Central da Europa manteve hoje inalterada sua taxa básica de juros em 4,25% ao ano.

Apesar da crise e da evidente desaceleração da economia européia, o presidente do BCE, o francês Jean-Claude Trichet, declarou que os maiores riscos são inflacionários.

No Reino Unido, o Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra manteve sua taxa básica em 5% ano, citando pressões de forças conflitantes que apontam ao mesmo tempo para o enfraquecimento da economia e o aumento da inflação.

Talvez a inflação seja aliviada para queda nos preços do petróleo, mas todos os indicadores apontam para uma recessão no Reino Unido, que pegou o vírus da crise no setor habitacional americana.

Os EUA estão conseguindo evitar a recessão porque a queda do dólar aumentou as exportações. A indústria britânica não é suficientemente competitiva para dar esse fôlego extra à quinta maior economia do mundo.

Petróleo sobe por ataque a oleoduto na Turquia

Um atentado de guerrilheiros que lutam pela independência do Curdistão atingiu hoje o oleoduto que liga Baku, no Azerbaijão, a Tíflis, na Geórgia, e ao porto de Ceihã, na Turquia. O oleoduto, importante para o abastecimento da Europa, pegou fogo e deve ficar fechado de cinco a 15 dias.

Em conseqüência, os preços internacionais do petróleo voltaram a subir. Na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, a alta foi de US$ 1,44 para US$ 120,02.

Os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) reivindicaram a autoria do atentado realizado em Erzincã em comunicado no seu website.

A British Petroleum e outras empresas associadas que usam o oleoduto estão estudando rotas alternativas para não cortar o fornecimento de petróleo a seus consumidores.

Novo presidente dos EUA vai se aproximar do Brasil

Quem quer que seja o novo presidente dos Estados Unidos vai se aproximar do Brasil, previu o ex-embaixador Jeffrey Davidow ao participar da mesa-redonda A Relação EUA-América Latina: Segurança Regional e Política Energética, promovida pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) na segunda-feira, 4 de agosto, no Memorial Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

Davidow vê grandes oportunidades para a eliminação a curto prazo da tarifa de 62% cobrada sobre o etanol importado do Brasil. “Chegamos à conclusão que não devemos mais proteger o álcool de milho”.

O próximo governo dos EUA vai se aproximar do Brasil e de outros países da região, antevê o embaixador, para desenvolver a produção de etanol de cana-de-açúcar. Um grande esforço será feito para desenvolver a produção de álcool de outros fontes, como celulose.

Ao fazer um balanço da situação atual o embaixador observou que “os EUA importam 70% do petróleo que consomem. Seus três maiores fornecedores – México, Canadá e Venezuela – não reduziram o consumo nem aumentaram a produção. Os EUA reduziram a produção, aumentaram o consumo e mandam bilhões de dólares para países que não gostam de nós”.

“Não podemos perfurar as regiões mais produtivas do Golfo do México, tanto em terra como no mar, por razões ambientais. O mesmo vale para a Costa Oeste e o Alasca”, reclamou o ex-embaixador Davidow.

“Em todos os casos, há uma coalizão de ambientalistas e autoridades locais ou estaduais, o que nos deixa numa posição difícil”.

Como o governo George W. Bush tinha uma postura cética em relação à mudança do clima, não partiu para alternativas além da energia produzida a partir do carbono – petróleo, gás e carvão.

“Nenhum especialista acredita que os EUA possam aumentar sua produção de energia mais de 20% na próxima década”, constata Davidow. “Encorajados pelo Brasil, os EUA partiram para o etanol. É apenas uma porcentagem, mas é muito. Nem sempre é uma boa idéia pegar o seu jantar e encher o tanque do carro. Mas, por causa do federalismo americano, os estados agrícolas são muito poderosos e os políticos lhes prometeram montanhas de dinheiro dos biocombustíveis”.

No início da campanha presidencial, lembra o embaixador, ambos os candidatos eram contra a exploração de petróleo perto da costa e em outras áreas de proteção ambiental. O senador John McCain mudou de posição há três meses, quando o presidente Bush começou a falar nisso como uma defesa de seu governo, jogando na oposição democrata a culpa pelo preço da gasolina.

Quatro dias atrás, Obama mudou de posição. “Pode ser útil, em sete, dez anos.”

“O ex-vice-presidente Al Gore falou em eliminar o carbono como fonte de combustível em 10 anos. É ridículo”, protesta. “A eletricidade nos EUA é gerada 20% por usinas nucleares, 20% por hidrelétricas, 50% por carvão e 10% por outras fontes. Isso significa que mais da metade é gerada por carbono”.

Para o embaixador, essas propostas mirabolantes tiram a racionalidade do debate: “Em 25 anos, teremos uma nova matriz energética. Minha preocupação é com a capacidade do sistema político americano de nos ajudar a nos concentrarmos no que seja necessário fazer para chegar lá.”

Os EUA não olham para o Sul com preocupações de segurança: “Para alguns, a volta da 4ª Frota faz parte de um plano esperto para tomar o petróleo, o oxigênio e a água do Brasil. Mas pode ser uma oportunidade para cooperação na área de segurança. Os dois países têm interesses comuns no combate ao terrorismo, ao tráfico de drogas, ao tráfico de pessoas e à criminalidade em geral.”

Nos últimos cinco ou seis anos, constata Davidow, surgiu uma nova imagem do Brasil nos EUA: o governo Lula, as descobertas do Brasil na área de energia, seu sucesso econômico. Finalmente o Brasil ocupa o lugar que sempre reivindicou.

O próximo presidente será movido por vontade política e realismo. Eles não serão apresentados no dia da posse, mas haverá um aumento da cooperação além de tudo o que vimos nos últimos anos.

Como debatedor, o embaixador Marcos Azambuja, vice-presidente do Cebri mencionou o primeiro e o segundo choques do petróleo: “Me lembro da angústia do presidente Carter. E os preços caíram. A volatilidade é extraordinária”.

“Fizemos o Proálcool porque o petróleo iria continuar subindo. É um produto que exige uma racionalidade, uma previsibilidade.

“Agora, há o problema ambiental. Depois de Carter, Al Gore...

Na primeira grande conferência internacional sobre meio ambiente, “em Estocolmo, em 1972, falava-se das grandes manadas, dos parques naturais, do Serengetti. No Rio, em 1992, foi a sustentabilidade. Agora, é o aquecimento global, que parece estar acontecendo com maior velocidade e maior gravidade do que o previsto”.

Mas o embaixador Marcos Azambuja está otimista: “Esta é a primeira crise mundial em que estamos um pouco melhor do que o mundo. O Brasil tem petróleo, urânio, bioenergia e outras alternativas. Está numa posição confortável diante da crise de energia. Está numa posição confortável diante da crise dos alimentos. Está numa posição confortável diante da eleição americana.”

Na sua opinião, “a relação Brasil-EUA é monótona. Há uma convergência muito grande.” Mas a volta da 4ª Frota pode ser uma fonte de atrito porque “o poder tende a ser abusivo e intimidador”.

Já o geógrafo Demetrio Magnoli, professor da Universidade de São Paulo (USP) foi menos diplomático em sua intervenção: “Nunca, na minha vida adulta, vi tanto antiamericanismo. É quase como no tempo do Vietnã. Dizem que a culpa é do Bush. Mas há causas mais profundas”.

Em sua análise, Magnoli observou que, “desde 1945, os EUA definiram suas visões para o hemisfério”. Começaram com o TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca), em 1947, e a OEA (Organização dos Estamos Americanos), em 1948.

Quinze anos depois, o presidente John Kennedy criou a Aliança para o Progresso, colocando o desenvolvimento como forma de evitar novas revoluções no continente.

O fim da Guerra Fria levou a negociações comerciais, à Iniciativa para as Américas do presidente George Herbert Walker Bush, o pai, e a uma revitalização da OEA, “que estava no respirador artificial desde a guerra das Malvinas”, comparou o professor da USP.

“Essa visão da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) se desvaneceu e não foi substituída por nenhuma outra. Os EUA têm uma certa incapacidade em resolver certos conflitos internos, e os lobbies internos capturam a política externa, impedindo o surgimento de uma nova visão”, argumentou Magnoli.

Sob o governo Clinton (1193-2001), a Alca seria uma expansão do Acordo de Livre Comércio da América do norte (Nafta). “Não serviria para o Brasil, por causa da diversificação do comércio exterior brasileiro. Não atribuo o fracasso ao governo Lula”, disse o professor.

Com o fracasso da ALCA s EUA partem para acordos bilaterais, além do CAFTA (Acordo de Livre Comércio da América Central). “Acordos de comércio hoje são como alianças estratégicas”, notou Magnoli. “A China é o segundo maior parceiro comercial de todos os países do continente.”

No plano político, o professor da USP entende que, “nos anos 90, nascia uma nova OEA mais democrática, com um pacto sobre direitos humanos. Quando estava preparada para funcionar, os EUA apoiaram os golpistas [em 11 de abril de 2002] que foram fundamentais para consolidar o poder de Chávez na Venezuela”.

Para Magnoli, “Cuba é uma ilha sem importância econômica mas de extraordinária importância ideológica. É a solda da esquerda latino-americana. Os EUA mantêm uma política anacrônica [de boicote econômico] que sustenta os Castro. Isso impede a formação de uma frente comum pela transição em Cuba.”

Por fim, o professor da USP declarou: “Fico contente de ouvir que o subsídio [do álcool americano] está com os dias contados. É um exemplo de como os lobbies internos distorcem os reais interesses americanos.”

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Ex-motorista de Ben Laden é condenado

No primeiro julgamento no tribunal militar de exceção instalados pelos Estados Unidos na base naval americana de Guantânamo, em Cuba, o ex-motorista do líder terrorista Ossama ben Laden foi condenado hoje por um júri dividido por apoiar o terrorismo, mas não por conspiração para cometer atentados, como pedia a denúncia.

Por não garantir pleno direito de defesa ao admitir provas secretas, o tribunal de Guantânamo é criticado no mundo inteiro.

Militares dão golpe antiislâmico na Mauritânia

O primeiro presidente democraticamente eleito da Mauritânia foi deposto hoje em um golpe de Estado dado por militares descontentes com uma suposta islamização do país.

China reforça Beijim com 100 mil policiais

Com medo de novos atentados depois do ataque que matou 16 policiais em Kachgar, na região autônomia de Xinjiang, no Oeste da China, o regime comunista colocou mais 100 mil policiais militares nas ruas de Beijim para garantir a segurança da Olimpíada.

Dezenas de chefes de Estado devem assistir na sexta-feira, 8 de agosto, à cerimônia de abertura dos Jogos no Estádio Olímpico de Beijim, o Ninho do Pássaro, inclusive os presidentes George W. Bush, dos Estados Unidos; Nicolas Sarkozy, da França; e Luiz Inacio Lula da Silva, do Brasil.

A segurança é a maior preocupação das autoridades chinesas.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Metade dos primatas está ameaçada de extinção

Quase a metade, 48% das espécies e subespécies de primatas, a ordem a que pertencem os macacos e os seres humanos, estão ameaçados de extinção, revela um estudo da União Internacional para a Preservação da Natureza (IUCN). As principais causas são a caça e a destruição das florestas.

"Temos dados consistentes para mostrar que a situação é muito mais grave do que se imaginava", afirmou o professor Russell Mittermeier, especialista da IUCN.

Há cinco anos, usando critérios diferentes, os cientistas estimaram que 39% dos primatas estariam com a sobrevivência ameaçada.

A ameaça vem principalmente da destruição ao ambiente natural dos primatas, com as queimadas e o o desmatamento das florestas tropicais, e também da caça para comer sua carne. Algumas espécies estariam sendo "literalmente devoradas rumo à extinção", alerta a IUCN.

Em algumas regiões da África, observou Mittermeier, "a carne de gorilas, chimpanzé e outros macacos vale mais do que carne de gado, aves ou pescado".

O desmatamento abre caminho para os caçadores. Assim, as duas ameaças se reforçam.

Fed mantém taxa básica dos EUA em 2% ao ano

Por 10 votos a 1, a Comissão de Mercado Aberto do Comitê da Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, decidiu hoje manter inalterada em 2% ao ano a taxa básicas de juros da maior economia do mundo. O voto contrário foi a favor de um aumento dos juros para combater a inflação.

Com a manutenção das taxas de juros e a queda no preço do barril de petróleo West Texas Intermediate para US$ 119,17 na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, a cotação de fechamento mais baixa desde 2 de maio, o Índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova Iorque teve uma alta expressiva, de 331 pontos ou 2,9%.

ONU investiga despejo de lixo tóxico na África

O relator especial do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para lixo tóxico chegou ontem a Abidjã, a maior cidade e ex-capital da Costa do Marfim. Vai investigar por que uma carga de 500 toneladas de lixo industrial que provocou um escândalo e derrubou o governo há dois anos ainda não foi removida.

Quem passa pelo bairro de Djibi, em Abidjã, percebe logo aqueles sacos brancos empilhados cercados de advertência com Perigo!, Local Proibido! ou Zona Interditada. É o lixo despejado pelo navio holandês Probo Koala, em agosto de 2006.

Há três décadas, os países desenvolvidos passaram a exportar seu lixo tóxico e industrial para países pobres porque saía mais barato pagar para eles receberem do que reciclar e descontaminar os rejeitos industriais como a lei exige nos países ricos. O volume de lixo produzido também aumentou muito.

A questão se tornou tão importante que a ONU nomeou um relator especial, Okechukwu Ibeanu, para investigar o impacto do comércio e movimentação ilegal de resíduos tóxicos sobre os direitos humanos. Em Abidjã, ele se reuniu com os moradores de Djibi, onde 17 mortes suspeitas são atribuídas a envenenamento pelo lixo tóxico.

Florestas virgens absorvem mais carbono

As florestas naturais intocadas absorvem até três vezes mais gases carbônicos do que estimado anteriormente e 60% a mais do que as florestas plantadas, concluiu uma nova pesquisa da Universidade Nacional da Austrália. Seu papel no combate ao aquecimento global é ainda mais importante.

"Na Austrália, e provavelmente no mundo inteiro", afirma o relatório, "a capacidade das florestas naturais de absorver carbono é subestimada e portanto desconsiderada nas avaliações econômicas e no debate político".

O relatório Carbono Verde: a papel das florestas naturais na armazenagem do carbono argumenta que o Protocolo de Quioto e o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima não fazem distinção entre florestas naturais ou plantadas.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Maior floresta tropical africana perde 1,5 mi ha/ano

A floresta tropical da República Democrática do Congo (RDC), país com a maior biodiversidade da África, está ameaçada. Todo ano, perde 1,5 milhão de hectares.

Com 200 milhões de hectares, a floresta tropical úmida da Bacia do Rio Congo é a segunda maior do mundo atrás apenas da amazônica. Estende-se por seis países: a RDC (ex-Zaire), o Congo, o Gabão, a Guiné Equatorial, Camarões e a República Centro-Africana.

Os agricultores e os pescadores são parcialmente responsáveis. A maior vilã é a extração de madeiras. Pelo menos 15 espécies de árvores nobres cuja madeira tem alta valor de mercado na Ásia e na Europa são rotineiramente derrubadas na RDC, um país arrasado por uma década de guerra civil em que cerca de 4 milhões de pessoas morreram.

Estima-se que nos últimos dois anos 60 mil metros cúbidos de madeira tenham sido retirados legal ou ilegalmente da floresta. Uma árvore grande dá 15 metros cúbicos de tábuas de 13 por 33 centímetros com 2,95 metros de comprimento.

O sistema é tão primitivo que as tábuas são levadas até a estrada mais próxima de bicicleta. De lá, seguem para o mercado internacional, em Nairóbi, no Quênia.

Muitos madeireiros são registrados, num processo burocrático que leva de dois meses a um ano. Mas a maioria tem uma relação informal com os proprietários da terra e os chefes tribais locais.

Agora, pelo menos o governo está tentando regulamentar a atividade.

A maior madeireira da região de Ituri, na RDC, pagou US$ 25 mil para explorar durante 25 anos uma área de 52 mil hectares. Além disso, deve pagar 60 impostos. Não é de admirar que a maioria seja informal.

Assim, embora a lei exija o reflorestamento de cada árvore cortada, esta norma não é respeitado, sobretudo pelos ilegais.

Com a pressão da Europa para que as importações sejam de madeira certificada, os governos da África começaram a prestar atenção. Para os ecologistas, a floresta tropical do Congo sempre foi considerada a maior reserva da diversidade biológica africana.

Por força de sua exploração caótica pela Bélgica, a RDC, o antigo Congo Belga, depois chamado de Zaire, não possui uma infra-estrutura com estradas ligando suas diferentes regiões. Isso ajudou a prolongar a guerra civil, também chamada de Primeira Guerra Mundial Africana devido à intervenção de seis países vizinhos.

A abertura de estradas, agora que o governo aposta na estabilidade política para promover o desenvolvimento da RDC, vai colocar uma nova pressão sobre numerosas espécie da fauna e da flora africanas.

Médicos israelenses denunciam pressão a palestinos

Prisioneiros palestinos feridos foram submetidos a interrogatórios e pressionado a se tornarem informantes de Israel antes de serem atendidos, denunciou o grupo Médicos pelos Direitos Humanos-Israel.

O relatório observa que "os pacientes palestinos se tornaram um alvo importante para os serviços secretos coletarem informações e recrutarem informantes". Esse esforço ficou ainda mais importante depois que o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) assumiu o controle da Faixa de Gaza, em junho de 2007.

Na opinião dos médicos israelenses, esta atitude dos agentes israelenses viola a 4ª Convenção de Genebra, que proíbe expressamente pressionar civis para obter informações.

Ataque terrorista mata 16 no Oeste da China

A quatro dias da abertura da Olimpíada de Beijim, dois homens jogaram granadas contra a polícia da China em Kachgar, na região autônoma de Xinjiang, no Oeste do país, onde extremistas muçulmanos lutam pela independência do Turquestão Oriental.

O governo chinês e o Comitê Olímpico Internacional (COI) reafirmaram que a segurança dos Jogos está garantida, mas o atentado terrorista, ainda que realizado a 4 mil quilômetros de Beijim, mostrou que a China, apesar do seu regime ditatorial, não está imune ao terrorismo.

Dissidentes e grupos de defesa dos direitos humanos alegaram que a ameaça terrorista foi usada pelo governo para aumentar a repressão na preparação do país para a Olimpíada. Agora, a ameaça parece real.

domingo, 3 de agosto de 2008

Al Caeda confirma morte de especialista em armas

A rede terrorista Al Caeda confirmou a morte de um especialista em armas químicas e biológicas supostamente atingido por um bombardeio americano no Paquistão.

Abu Khabab al Massari é um dos "heróis" que se juntou à "caravana de mártires", informou um website de extremistas muçulmanos.

Ex-dissidente Soljenitsin morre aos 89 anos

O ex-dissidente soviético Alexander Soljenitsin, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, morreu hoje aos 89 anos, informou seu filho.

Durante duas décadas, Soljenitsin foi, ao lado de outro intelectual brilhante, o físico Andrei Sakharov, um dos maiores símbolos da resistência contra a tirania representada pelo regime comunista soviético.

Sua obra mais importante, O Arquipélago Gulag, escrita secretamente na antiga União Soviética e publicada em Paris nos anos 70, é a maior denúncia contra os campos de trabalhos forçados instituídos sob a ditadura de Josef Stalin.

Terrorista suicida fere 25 pessoas na Argélia

Um homem-bomba feriu 25 pessoas, inclusive quatro policiais, na região da Cabília, no Leste da Argélia, informou hoje o ministro do Interior, Yazid Zerhouni.

"O atentado com carro-bomba ocorreu cedo no domingo. Seu alvo foram as forças de seguranças da cidade de Tizi Ouzou", declarou.

A Argélia viveu sob uma guerra civil brutal nos anos 90. Mais de 75 mil pessoas morreram depois que o governo anulou as eleições de 1991 por causa da vitória da Frente Islâmica de Salvação (FIS), um partido islamita, no primeiro turno.

Avalanche mata 11 alpinistas no K2

As autoridades do Paquistão temem que 11 montanhistas tenham morrido na Zona da Morte, o trecho mais perigoso da descida da segunda maior montanha do mundo, o K2, muito mais perigoso do que o monte mais alto do mundo, o Everest, de 8.850 metros.

Bombas matam 12 no domingo em Bagdá

Uma série de explosões matou pelo menos 12 pessoas e feriu outras 34 neste domingo na capital do Iraque, enquanto numa ofensiva na província de Diala um arrastão liderado pelos Estados Unidos prendeu mais quatro suspeitos de pertencer à rede terrorista Al Caeda.

Na pior explosão, um pequeno caminhão-bomba matou 12 pessoas na rua Magreb, no Norte de Bagdá. Os estilhaços ficaram espalhados por mais de cem metros ao longo da movimentada rua de comércio.

"Era uma área tranqüila e segura", observou o militar americano, sugerindo que Al Caeda esteja acuada, tentando desestabilizar áreas que anteriormente não eram alvos da rede terrorista.

Em outro ataque, uma bomba foi detonada na rua Palestina, no centro de Bagdá, no momento da passagem de uma patrulha policial. Nove pessoas saíram feridas, inclusive seis civis.

, on Palestine Street in central Baghdad a roadside bomb targeting a passing police patrol wounded nine people, including six civilians.

sábado, 2 de agosto de 2008

China investe em energia renovável

A China investiu US$ 12 bilhões em energias renováveis em 2007, ficando atrás apenas da Alemanha, que aplicou US$ 14 bilhões, revela relatório do Climate Group, uma organização independente.

Militantes da Fatah se refugiam em Israel

Cerca de 150 militantes da Fatah (Luta), partido do presidente palestino, Mahmoud Abbas, fugiram para Israel para escapar da violência deflagrada pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) desde que uma bomba matou cinco de seus ativistas e uma menina, há uma semana.

Obama é vaiado por negros na Flórida

Um grupo de manifestantes interrompeu ontem um comício do senador Barack Obama, candidato do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos em 4 de novembro, acusando de não anunciar providências concretas para melhor as condições de vida da comunidade negra.

O senador pediu calma e cortesia aos manifestantes. Explicou que era uma sessão de perguntas e respostas e que os manifestantes teriam direito a colocar suas posições no encontro.

Ao se defender das alegações, Obama argumentou mais uma vez que os problemas do país precisam ser enfrentados com a união de todos, negros, brancos, latinos e asiáticos, sem qualquer discriminação étnica ou racial.

VIRTUA ME TIROU DO AR

A interrupção do serviço de banda-larga Virtua me impediu de atualizar este blogue ontem como de costume. Peço desculpas aos leitores.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Cientista suspeito se suicida nos EUA

O maior suspeito pelos ataques com a arma biológica antraz em outubro de 2001 nos Estados Unidos morreu na terça-feira. A política está tratando o caso como suicídio. Cinco pessoas morreram e outras 17 foram intoxicadas ao receber ou manipular envelopes com antraz.

David Ivins, de 62 anos, considerado um microbiólogo brilhante mas perturbado, trabalhava há 18 anos como especialista em bioterrorismo do Departamento de Defesa. Chegou a analisar as amostras de antraz enviadas a meios de comunicação e senadores.

Ele estaria prestes a ser denunciado criminalmente pelos ataques e poderia ser condenado à morte.