O relator especial do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para lixo tóxico chegou ontem a Abidjã, a maior cidade e ex-capital da Costa do Marfim. Vai investigar por que uma carga de 500 toneladas de lixo industrial que provocou um escândalo e derrubou o governo há dois anos ainda não foi removida.
Quem passa pelo bairro de Djibi, em Abidjã, percebe logo aqueles sacos brancos empilhados cercados de advertência com Perigo!, Local Proibido! ou Zona Interditada. É o lixo despejado pelo navio holandês Probo Koala, em agosto de 2006.
Há três décadas, os países desenvolvidos passaram a exportar seu lixo tóxico e industrial para países pobres porque saía mais barato pagar para eles receberem do que reciclar e descontaminar os rejeitos industriais como a lei exige nos países ricos. O volume de lixo produzido também aumentou muito.
A questão se tornou tão importante que a ONU nomeou um relator especial, Okechukwu Ibeanu, para investigar o impacto do comércio e movimentação ilegal de resíduos tóxicos sobre os direitos humanos. Em Abidjã, ele se reuniu com os moradores de Djibi, onde 17 mortes suspeitas são atribuídas a envenenamento pelo lixo tóxico.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
bela postagem, eu sou africano e garanto-te uma coisa: -isso é o tipo de coisa que os governadores mundiais preferem e fingem não ver.
Depois começam as mesmas ladaínhas sobre África quando são afectados por uma doença e coisas do género, e o engraçado é que ainda dizem de causa duvidosa.
E não foi só em abidjã muitas outras cidades Africanas foram afectadas por essa catastrófe. As mesmas pessoas que cometem estes actos são as mesmas que têm o título de filantrópos.
A pergunta é porque e como que os líderes desses povos afectados não abrem a boca em posição de protesto contra essas atrocidades?
os líderes Africanos são assim mesmo, o mais lógico é que eles autorizam esse tipo de atrocidades em troca de valores.
Suas observações são corretas: os países ricos costumam comprar ou corromper os líderes de países pobres para receberem lixo.
Postar um comentário