Pelo menos duas importantes cidades bolivianas, Santa Cruz de la Sierra e Villamontes, foram assoladas pela violência política depois que o presidente Evo Morales apelou para um Decreto Supremo para convocar um referendo para aprovar a nova Constituição em 7 de dezembro. A oposição acusa Morales de fomentar uma guerra civil ao ignorar o Congresso.
Em Santa Cruz de la Sierra, capital do departamento mais rico da Bolívia, a União da Juventude Crucenha atacou ativistas do Movimento ao Socialismo (MAS), o partido de Morales, que pretendiam chegar até a praça central da cidade para festejar a convocação do referendo constitucional. A marcha foi convocada pela seção departamental da Central Operária Boliviana.
Os partidários de Morales tentaram contra-atacar com pedras, mas foram perseguidos e atacados em diversos pontos da cidade.
Samuel Pardo, um jovem deficiente de 23 anos, foi violentamente espancado até cair no chão e ainda levou um chute na boca diante das câmeras de televisão. Teve de ser hospitalizado.
Os autonomistas não escondiam seu racismo. Uma mulher branca ironizou a marcha, dizendo que os índios querem vestir roupas caras como as dela. Diversas índias que trabalham como vendedoras ambulantes nas ruas de Santa Cruz de la Sierra foram enxotadas.
Uma mulher de camisa listrada que foi pega pelas câmeras chicoteando mulheres indígenas foi identificada como Amelia Demitri, ativista do movimento pela autonomia regional.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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