Depois de perder a disputa pela candidatura à Presidência dos Estados Unidos e também a candidatura a vice-presidente, a senadora Hillary Clinton defendeu hoje a unidade do partido em torno do senador Barack Obama para reconquistar a Casa Branca em 4 de novembro de 2008.
No segundo dia da Convenção Nacional do Partido Democrata que vai oficializar na quinta-feira a candidatura Obama, a estrela da noite foi a ex-primeira-dama: "Sou uma mãe orgulhosa, uma democrata orgulhosa, uma orgulhosa senadora por Nova Iorque, uma americana orgulhosa e uma partidária orgulhosa de Barack Obama", apresentou-se Hillary, indo diretamente ao assunto.
"É hora de tomar o país que amamos de voltar", convocou Hillary. "Se você votou por mim ou votou por Obama, é hora de nos unirmos com um único propósito. Estamos no mesmo time e não podemos ficar sentados na lateral do campo. Se você trabalhou nos últimos oito meses ou suportou os últimos oito anos, sabe do que estou falando.
"Barack Obama é meu candidato e precisa ser nosso presidente!"
"O que está em jogo numa eleição presidencial?", perguntou Hillary, com mil respostas em mente.
Para começar, a saúde. Cerca de 43 milhões de americanos não têm seguro-saúde. A medicina é tão cara nos EUA que há um turismo para fazer tratamento médico em outros países. Hillary defende a cobertura universal de saúde.
O governo americano, acusou Hillary, está paralisado ideologicamente, a Suprema Corte paralisada pela maioria conservadora e o país atolado em questões internacionais com a Geórgia, o Irã e o Iraque.
Hillary declarou que seu projeto era "reconstruir a classe média para que possa poupar para pagar a universidade, comprar a casa própria e garantir a aposentadoria". Disse ainda que chegou o momento de criar "uma economia com energia limpa", um sonho ainda distante para os americanos nos próximos 10 anos mas uma boa meta de governo para o país mais rico do mundo.
"É hora de acabar com a guerra no Iraque e trazer os soldados de volta para casa", conclamou Hillary. "É hora de nos aliarmos aos países amigos para enfrentar os grandes problemas mundiais, da pobreza e do genocídio ao terrorismo e o aquecimento global."
"Precisamos de um presidente que entenda a globalização e saiba como gerar empregos, que se preocupe com o aquecimento global, que tenha força e vitalidade", acrescentou.
Em seguida, Hillary devolveu as homenagens que Michelle Obama lhe fizera na véspera e elogiou o senador Joe Biden, indicado por Obama para vice.
A ex-primeira-dama também elogiou o candidato republicano, senador John McCain, chamando-o de colega e amigo. Mas, reforçando uma das mensagens da campanha do Partido Democrata, que tenta colar McCain na impopularidade do presidente George W. Bush, disse que seriam mais quatro anos do mesmo, "mais quatro anos com menos energia, mais empregos sendo exportados, mais guerra e menos diplomacia. McCain acha que a economia vai bem".
Para terminar, Hillary lembrou que ontem 26 de agosto é o dia em que, há 88 anos, as mulheres conquistaram o direito de voto nos EUA. Citando a luta das mulheres, pediu para os americanos continuarem avançando, continuarem lutando pela liberdade e disse que o próximo passo é eleger Barack Obama para que o Partido Democrata retome o controle do governo dos EUA.
Foi um discurso apaixonado e arrebatador. No fim, a ex-primeira-dama parece ter se emocionado, caído em si de que aquele não era o discurso de aceitação de sua candidatura. Ela posou no grande palco da Convenção Nacional Democrata, em Denver, no Colorado, como atriz coadjuvante.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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