quinta-feira, 31 de março de 2011

General da Operação Condor pega prisão perpétua

O general da reserva Eduardo Cabanillas foi condenado hoje à prisão perpétua por crimes cometidos quando chefiava um centro de detenção e tortura durante a última ditadura militar da Argentina. Ele foi um dos comandantes da Operação Condor, que coordenava as atividades repressoras das ditaduras do Cone Sul da América do Sul.

Cerca de 200 ativistas de esquerda foram sequestrados e levados para a prisão secreta de Automotores Orletti, em Buenos Aires. Eram, na maioria, uruguaios, mas também havia chilenos, bolivianos, peruanos e cubanos.

Dois ex-agentes secretos, Honorio Martínez e Eduardo Ruffo, foram condenados a 25 anos de detenção, e o ex-oficial de inteligência Raúl Guglielminetti a 20 anos de cadeia.

Ouattara cerca Gbagbo em Abidjã

As forças leais a Alassane Ouattara, considerado o legítimo vencedor da eleição presidencial de 28 de novembro de 2011 na Costa do Marfim, entraram hoje em Abidjã, a maior cidade do país e teriam cercado a residência do presidência Laurent Gbagbo, que se recusa a entregar o poder.

As Nações Unidas e a União Africana reconheceram a vitória de Ouattara. Com o apoio do supremo tribunal, Gbagbo conseguiu anular parte dos votos do oposicionista, foi declarado vencedor e tomou posse. Mas sua resistência está chegando ao fim.

Portugal convoca eleições para 5 de junho

Diante da pior crise econômica desde que Portugal adotou o euro como moeda, em 1999, e do colapso do governo minoritário do primeiro-ministro socialista José Sócrates, o presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, decidiu hoje convocar eleições gerais antecipadas para 5 de junho de 2011.

Mais um alto funcionário líbio deserta

O ex-ministro do Exterior da Líbia e ex-presidente da Assembleia Geral da ONU Ali Abdessalam Treki desertou hoje, depois de ser indicado pela ditadura do coronel Muamar Kadafi como novo embaixador nas Nações Unidas.

Alguns meios de comunicação árabes também anunciaram as deserções do presidente do Comitê Popular da Líbia, uma espécie de parlamento, Mohamed Abu al-Kassim al-Zaui, e do ex-primeiro-ministro Abu Zeyed Dordah (1990-94).

Ontem, foi o ministro do Exterior Mussa Kussa, um dos homens-fortes do regime, ex-chefe do serviço secreto, que chegou a Londres, onde pediu asilo político e está sendo longamente interrogado.

Parentes dos 270 mortos no atentado terrorista contra um Boeing 747 da companhia aérea americana PanAm, em 21 de dezembro de 1988, em Lockerbie, na Escócia, querem que Kussa seja processado pelo ataque.

Bancos da Irlanda precisam 24 bilhões de euros

Os testes de saúde financeira dos bancos da Irlanda, responsáveis pela pior crise econômica desde que o país entrou para a Comunidade Europeia, nos anos 70, indicam que eles precisam de mais 24 bilhões de euros (US$ 33,9 bilhões) para se recapitalizar.

A Irlanda e seu mercado imobiliário sofreram durante com a crise iniciada nos Estados Unidos que levou à Grande Recessão de 2008-9. O governo irlandês decidiu bancar os prejuízos dos bancos, elevando o déficit orçamentário do ano passado para 32% do produto interno bruto.

Para evitar um calote, no fim do ano passado, a Irlanda negociou uma ajuda de emergência de 67,5 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional. Em troca, foi obrigado a promover cortes brutais nos gastos públicos capazes de comprometer o crescimento do antigo tigre europeu pelos próximos quatro anos.

Inflação na Eurozona sobe para 2,6% ao ano

O ritmo de crescimento de inflação se acelerou em março no conjunto dos 17 países da União Europeia que usam o euro como moeda, subindo de 2,4% para 2,6% ao ano revelou hoje o órgão oficial de estatísticas do bloco, Eurostat.

Déficit da França caiu mais que previsto

O déficit público da França caiu para 7% do produto interno bruto do país em 2010, superando a previsão oficial de que ficaria em 7,7% do PIB, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos (Insead).

A dívida pública chegou a 1,591 trilhão de euros, 81,7% de tudo o que a França ganha num ano.

Para este ano, o ministro do Orçamento, François Baroin, prevê um déficit público de 6% do PIB.

Portugal admite déficit maior em 2010

Portugal não cumpriu sua meta de redução do déficit orçamentário, adotada para impedir um agravamento da crise da dívida pública do país, revela o jornal americano The Wall St. Journal.

Em vez de 6,9% do produto interno bruto, o estouro das contas públicas chegou a 8,6% do PIB, a soma de todas as riquezas que um país produz, descontadas as importações. A meta para 2010 continua em 4,6%.

A crise da dívida derrubou na semana passada o governo minoritário do primeiro-ministro socialista José Sócrates, que ainda ocupa o cargo interinamente. Portugal deve ser forçado a pedir ajuda de emergência à União Europeia (UE) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Sócrates pediu demissão depois que a Assembleia da República rejeitou sua proposta recessiva de cortes de gastos públicos. No sábado, o Partido Socialista o manteve na liderança.

Ouattara toma capital e cerca Abidjã

As forças leais ao presidente eleito Alassane Ouattara tomaram ontem a capital da Costa do Marfim, Yamussukro, e cercam a maior cidade do país, Abidjã.

Ouattara foi o mais votado no segundo turno da eleição presidencial, realizado em 28 de novembro de 2010. Apesar do reconhecimento internacional de sua vitória, o presidente Laurent Gbagbo se nega a entregar o poder, o que deixou o país à beira da guerra civil.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Ban Ki Moon: "Ocupação israelense é política e moralmente insustentável"

A ocupação de territórios árabes por Israel é "moral e politicamente insustentável", afirmou hoje o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, noticiou o jornal liberal israelense Haaretz.

Durante reunião no Uruguai do Encontro Latino-Americano e do Caribe pela Paz no Oriente Médio, Ban pediu o fim das construções na Cisjordânia ocupada e a todas as outras formas de violência e provocação.

Para o mais alto dirigente da ONU, o "momento é crucial" para implantar uma solução baseada na convivência pacífica de dois estados nacionais, Israel e a Palestina, no território histórico da Palestina.

Executivos apostam no crescimento dos EUA

Cerca de 92% dos diretores executivos de grandes empresas ouvidos numa sondagem da Business Roundtable, que reúne grandes companhias, preveem um forte aumento das vendas nos próximos seis meses, revela o jornal The Wall St. Journal. No fim do ano passado, eram 80%.

Mais da metade (52%) pretende contratar mais e 62% planejam investir mais.

Setor privado gera 201 mil empregos nos EUA

As empresas privadas dos Estados Unidos criaram 201 mil empregos a mais do que destruíram neste mês de março de 2011, revela o jornal The Wall St. Journal, citando como fonte um estudo da maior empresa de processamento de folhas de pagamento do país, a ADP (Automatic Data Processing).

Mais da metade das novas vagas, cerca de 102 mil, foi criada por pequenas empresas, com menos de 50 empregados. A maioria dos ganhos veio do setor de serviços, que registrou um saldo positivo de 164 mil novos postos de trabalho.

Obama manda CIA armar rebeldes líbios

Através de uma ordem secreta, o presidente Barack Obama autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA), o serviço de espionagem dos Estados Unidos, a armar os rebeldes que lutam para derrubar o ditador da Líbia, Muamar Kadafi, revelou a agência de notícias Reuters.

A ordem teria sido assinada há três semanas.

Há um risco, que está sendo discutido nos EUA, de que as armas possam acabar nas mãos de terroristas muçulmanos, como aconteceu com os talebã e a rede terrorista Al Caeda, treinados para combater a intervenção soviética no Afeganistão.

Assad denuncia "conspiração" contra a Síria


Em seu primeiro discurso em meio a uma revolta em que pelo menos 60 pessoas foram mortas, o presidente da Síria, Bachar Assad, denunciou, como todo ditador, uma  “conspiração” internacional para desacreditar e destruir o país, reportou o jornal The New York Times.

Ao falar no parlamento sírio, Assad não fez quaisquer concessões nem anunciou a prometida revogação do estado de emergência em vigor desde 1963. Ele acusou os manifestantes de fazer o "jogo de Israel", disse o jornal liberal israelense Haaretz.

“A maior prioridade”, afirmou, “é a estabilidade da Síria”, o que deve ser entendido como estabilidade do regime ditatorial de sua família, que tiraniza o país desde 1963.

Vários oposicionistas entrevistados por televisões internacionais acusaram a ditadura de práticas medievais como atacar multidões desarmadas, impor uma rigorosa censura e impedir qualquer participação popular nas ações de governo.

Ministro do Exterior da Líbia se demite

Mais um alto funcionário da Líbia abandona a ditadura do coronel Muamar Kadafi. O ministro do Exterior líbio, Mussa Kussa, deixou o cargo e chegou hoje ao Reino Unido.

Kussa foi chefe do serviço secreto do país por mais de duas décadas, período em que o regime de Kadafi era acusado de financiar e armar grupos terroristas.

Forças de Kadafi retomam cidades líbias

A contraofensiva do ditador Muamar Kadafi tomou hoje as cidades de Bregas e Ras Lanuf, forçando os rebeldes da Líbia a recuar e colocando em questão a estratégia da aliança internacional que interveio militarmente para evitar o massacre de civis, informa o jornal The Wall St. Journal.

Em artigo no jornal The New York Times, Ray Takeyh, especialista em Oriente Médio do Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos, observa que os países-chaves do mundo árabe são a Arábia Saudita e o Egito.

terça-feira, 29 de março de 2011

Aliados aumentam pressão para saída de Kadafi

Uma conferência internacional realizada em Londres reforçou a pressão internacional para que o ditador Muamar Kadafi deixe o poder na Líbia, mas o coronel previu uma longa guerra.

Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama admitiu hoje armar os rebeldes para que eles derrubem Kadafi, no poder há 41 anos.

EUA cresceram 2,9% em 2010

Uma revisão para cima do crescimento do produto interno bruto dos Estados Unidos no último trimestre de 2010 elevou para 2,9% a taxa de crescimento do país ao longo do ano passado.

Entre outubro e dezembro, o PIB da maior economia do mundo avançou num ritmo anual de 3,1%.

Dilma visita um Portugal que precisa de ajuda

O Brasil pode comprar títulos da dívida pública de Portugal para ajudar o antigo colonizador a sair de sua pior crise econômica desde a democratização do país, em 1974. A presidente Dilma Rousseff chega hoje a Portugal e deve apresentar propostas de ajuda.

É a segunda visita da presidente Dilma ao exterior, depois de ir à Argentina. Isso costuma ser visto como uma indicação das prioridades de política externa de um governo.

A presidente vai se encontrar com o presidente conservador Aníbal Cavaco Silva, recentemente reeleito, e com o primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, que foi reeleito no sábado como líder do Partido Socialista e acusou o Partido Social-Democrata, de centro-direita, de entregar o país ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Dilma viaja em companhia do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, que vai receber três homenagens em Portugal, da histórica Universidade de Coimbra, da Confraria do Vinho do Porto e do Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, uma instituição acadêmica que premia defensores dos direitos humanos e da cooperação internacional.

Na coluna Lex, o Financial Times, principal jornal econômico-financeiro da Europa, sugeriu que uma anexação pelo Brasil, que cresceu 4% em média nos últimos dez anos e está acelerando o crescimento, seria mais benéfica à economia portuguesa do que ficar atrelada à União Europeia, onde as taxas de expansão devem ser medíocres nos próximos anos.

Explosão mata 121 no Iêmen

Pelo menos 121 pessoas morreram e outras 45 saíram feridas da explosão de uma fábrica de munição ontem no Sul do Iêmen, informa a CNN.

A explosão ocorreu quando a fábrica, tomada pelos rebeldes que lutam para derrubar o ditador Abdullah Saleh, no poder há 32 anos, era saqueada por moradores das proximidades.

Israel exige explicações da Argentina

O Ministério do Exterior de Israel pediu esclarecimentos à Argentina sobre uma notícia publicada sábado no jornal oposicionista Perfil. A reportagem sugere que o governo Cristina Kirchner está mais interessado em melhorar as relações com o Irã do que em fazer justiça às vítimas de dois atentados terroristas contra a comunidade judaica que mataram 114 pessoas nos anos 90, em Buenos Aires, informa a BBC.

Em 1992, 28 pessoas morreram num ataque contra a Embaixada de Israel. Dois anos depois, em 18 de julho de 1994, 85 pessoas foram mortas num atentado contra um centro cultural israelita na capital argentina.

Ministério sírio renuncia

Em uma tentativa de acalmar o movimento pela democracia, o ministério da Síria renunciou coletivamente hoje.

Uma grande manifestação em apoio ao ditador Bachar Assad foi realizada na capital, Damasco.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Obama apresenta sua doutrina militar


Ao defender a intervenção militar dos Estados Unidos na Líbia, o presidente Barack Obama deixou claro que ela seria limitada e realizada com a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, lançando assim as bases da Doutrina Obama para o uso da força nas relações internacionais.

Obama alegou que a intervenção na Líbia foi uma obrigação moral para evitar um massacre da população civil, registra o jornal The New York Times.

Os EUA vão entregar o comando das operações na Líbia, mas continuarão usando sua capacidade militar, sob o comando da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Egito convoca eleições para setembro

Sem marcar o dia, o Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito, que tomou o poder em 11 de fevereiro de 2011, depois da renúncia do ditador Hosni Mubarak, anunciou hoje que pretende realizar eleições legislativas em setembro.

Também prometeu suspender, antes das eleições, o estado de emergência em vigor há 30 anos.

OTAN assume controle da operação na Líbia

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) decidiu assumir o comando da intervenção militar na guerra civil da Líbia, autorizada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para impedir que o ditador Muamar Kadafi bombardeie seu próprio povo, informa o jornal espanhol El País.

Em comunicado divulgado ontem à noite, a aliança atlântica  revelou que “decidiu executar todos os aspectos da Resolução 1.973 para proteger os civis e as áreas habitadas sob ameaça de ataque do regime de Kadafi”.

Assad promete suspender estado de emergência

Sob pressão da uma revolta popular com dezenas de mortos, o ditador da Síria, Bachar Assad, prometeu suspender o estado de emergência em vigor desde 1963.

Rebeldes líbios se aproximam da cidade de Kadafi

No seu avanço sob a proteção das forças aeronavais dos Estados Unidos, da França e do Reino Unido, os rebeldes da Líbia retomaram as cidades de Ajdábia, Ras Lanuf e Ben Jauad, e chegaram pela primeira vez a cidade natal do ditador Muamar Kadafi, Sirte, seu próximo alvo.

A União Africana já estaria negociando um asilo político para Kadafi.

domingo, 27 de março de 2011

Primeira-dama da Guatemala quer ser presidente

BUENOS AIRES - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, dá o exemplo. Na Guatemala, a primeira-dama Sandra Torres de Colom se divorciou na quinta-feira do presidente Álvaro Colom, numa pantomina política para fugir da lei das inelegibilidades.

Com o fim de seu segundo mandato consecutivo, o presidente não pode mais se candidatar à reeleição, mas parece ter encontrado uma fórmula para ficar no poder.

Na Argentina, a situação foi diferente. O falecido presidente Néstor Kirchner cumpriu apenas um mandato e indicou a mulher em 2007 para escapar do desgaste provocado pelos conflitos de seu governo e garantir uma reeleição tranquila de seu grupo político. Pretendia voltar na eleição presidencial de outubro de 2011, mas morreu do coração no ano passado.

Cristina Kirchner tem amplo apoio popular

BUENOS AIRES - A meses da eleição de outubro, aumenta a popularidade da presidente Cristina Kirchner. Cerca de 60% dos argentinos a apoiam, indica uma pesquisa do instituto Ipsos-Mora y Araujo publicada hoje pelo jornal de oposição Perfil.

Cristina tem o dobro da popularidade do prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, ligado à direita peronista, que desponta como candidato em potencial da oposição ao kirchnerismo.

Dos possíveis candidatos, o ex-presidente Eduardo Duhalde é o que tem maior rejeição. Foi ele que indicou o então governador Néstor Kirchner como candidato da esquerda peronista na eleição presidencial de 2003.

Sindicalistas bloqueiam jornal Clarín

BUENOS AIRES - A edição deste domingo do Clarín, o jornal mais vendido na Argentina, não circulou antes do meio-dia. Durantes 12 horas, sindicalistas ligados ao secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Hugo Moyano, bloquearam a saída das oficinas do Clarín, impedindo a saída dos caminhões de distribuição do jornal.

É mais uma batalha na guerra entre a grande imprensa argentina e o governo Cristina Kirchner, que acusa os meios de comunicação privados de serem a verdadeira oposição no país.

Moyano está sendo investigado pela Suíça por lavagem de dinheiro de propinas que teria recebido da empresa de recolhimento e reprocessamento de lixo Covelia. O líder sindical é suspeito de ter intermediado contratos da Covelia com prefeitos kirchneristas.

sábado, 26 de março de 2011

Cristina impõe silêncio sobre avião dos EUA

BUENOS AIRES - Por ordem da presidente Cristina Kirchner, todos os funcionários do governo da Argentina estão obrigados a manter sigilo absoluto sobre a apreensão de equipamentos que chegaram ao país em 10 de fevereiro num avião militar dos Estados Unidos.

O presidente Barack Obama cobrou explicações nesta semana sobre a operação, conduzida pessoalmente pelo ministro do Exterior, Héctor Timerman.

A justiça argentina não viu indícios de delito, mas o governo insiste que foi uma tentativa de contrabando e insinua que haveria drogas a bordo que poderiam ser usadas em interrogatórios policiais. O equipamento apreendido seria usado num treinamento da Polícia Federal Argentina.

Geraldine Ferraro more aos 75 anos

A primeira mulher a participar de uma chapa para disputar a Presidência dos Estados Unidos, Geraldine Ferraro, moreu hoje depois de 12 anos de luta contra um tipo de cáncer chamado de mieloma.

Em 1984, Ferraro foi candidata a vice-presidente de Walter Mondale, que tinha sido vice de Jimmy Carter. Eles foram amplamente derrotados pelo entāo presidente Ronald Reagan. Só ganharam no Distrito de Colúmbia.

Radiação no Japão está 1.250 vezes acima do normal

BUENOS AIRES - A radioatividade no mar perto da central nuclear de Fukushima está 1.250 vezes acima do normal, revelaram hoje autoridades do Japão.

Rebeldes líbios anunciam retomada de Ajdábia

BUENOS AIRES - Os rebeldes que lutam contra a ditadura do coronel Muamar Kadafi na Líbia declararam hoje terem reconquistado a cidade de Ajdábia, tomada no início da revolução e recuperada pelos governistas antes da intervenção militar liderada pelos Estados Unidos, a França e o Reino Unido.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que deve receber o comando da operação dos EUA, estima que possam ser necessários três meses para derrotar as forças de Kadafi.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Kadafi quer negociar via União Africana

A ditadura do coronel Muamar Kadafi convidou os rebeldes que lutam para tomar o poder na Líbia a negociar com intermediação da União Africana.

Revolta se amplia na Síria

Pelo menos dez manifestantes foram mortos ontem na cidade de Dera, na Síria, e outros três em Damasco, num sinal de ampliação da revolta contra a ditadura de Bachar Assad. Também houve protestos em Hama, local de um massacre de 12 mil pessoas em 1982.

A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional estima em pelo menos 55 o total de mortos nos últimos dias.

China pode superar EUA até 2030

Se mantiver uma taxa de crescimento média de 8% ao ano, a China deve ultrapassar os Estados Unidos e se tornar a maior economia mundial "até 2030", prevê o chefe de economia do Banco Mundial, Justin Lin.

UE oferece 75 bilhões de euros a Portugal

BUENOS AIRES - Diante da renúncia do primeiro-ministro José Sócrates e do colapso de seu governo minoritário socialista, a União Europeia ofereceu uma ajuda de emergência de 75 bilhões de euros para Portugal enfrentar sua crise da dívida pública.

Em troca, deve exigir a imposição de cortes de gastos e aumentos de impostos de caráter recessivo. O problema é que, sem crescimento, Portugal deve se arrastar durante muitos anos para escapar da crise.

OTAN assume comando do ataque a Kadafi

BUENOS AIRES - Depois de muito debate interno entre seus países-membros, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) assumiu o comando da operação militar aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para proteger a população civil da Líbia do ditador Muamar Kadafi.

A França, que tomara a dianteira logo após a decisão da ONU, cedeu às pressões dos EUA e alguns aliados europeus para que a OTAN comande e coordene os bombardeios aéreos que, até agora, não impediram as ações dos kadafistas.

O governo líbio afirma que pelo menos cem civis foram mortos nos ataques, mas esse número não pode ser confirmado por fontes independentes.

Plácido Domingo canta para 120 mil pessoas no obelisco em Buenos Aires

BUENOS AIRES - Em uma noite linda, de céu descoberto e temperatura agradável, sob o Cruzeiro do Sul, o tenor espanhol Plácido Domingo cantou durante mais duas horas ontem à noite num palco armado diante do obelisco para cerca de 120 mil pessoas que se espalharam pela Avenida 9 de Julho, no centro de Buenos Aires.

O repertório foi variado, da ópera ao tango. Em companhia da orquestra sinfônica do Teatro Colón, onde começou a cantar há 40 anos, Plácido Domingo encantou argentinos com trechos de Rigoletto e Aída, de Verdi, zarzuelas e tangos como Corrientes 348.

Para encerrar, o grand finale foi Mi Buenos Aires Querido.

Não houve tumulto. Foi fácil de chegar e também de deixar o local e até mesmo de pegar um táxi, em contraste com o que costuma acontecer em grandes espetáculos no Brasil, e as filas nos banheiros públicos colocados pela Prefeitura de Buenos Aires eram pequenas.

Quem enfrentou dias e dias de cheiro de urina nas ruas do Rio de Janeiro depois do carnaval fica a impressão de que é possível, sim, fazer festa sem sujar a cidade desde que as pessoas sejam educadas e as autoridades públicas eficientes.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Cem mil argentinos participam do Dia de Memória

BUENOS AIRES - Mais de cem mil argentinos se concentram neste momento na Praça de Maio e seus arredores, no centro da capital, para participar de uma grande manifestação para marcar o violento golpe de Estado de 24 de março de 1976, início de uma ditadura de sete anos que foi o capítulo mais trágico da história recente do país.

Em várias cidades do país, há manifestações e showmícios, homenagens aos 30 mil mortos e desaparecidos. Várias pessoas desfilavam com fotos com os rostos de desaparecidos durante o chamado "processo de reorganização nacional".

Também há debates sobre a decadência da economia argentina, que já foi a mais pujante da América Latina, sob o efeito das políticas liberais do então ministro da Economia, José Alfredo Martínez de Hoz, a face civil mais odiada da ditadura, assim como sobre a contribuição dos civis para aquela tragédia argentina.

Obama pede à Argentina devolução das armas

BUENOS AIRES - O presidente Barack Obama reclamou pela primeira vez a devolução de armas que chegaram a Argentina para um treinamento oferecido pelos Estados Unidos à Polícia Federal Argentina. Elas foram aprendidas sob o argumento de que não teriam sido declaradas propriamente.

"Na próxima vez que me encontrar com Cristina Kirchner, vou pedir a ela a devolução das armas", disse Obama.

O caso deteriorou ainda mais as relações entre os dois países.

Argentina lembra 35 anos do golpe contra Isabelita

BUENOS AIRES - A Argentina lembra hoje o golpe de Estado de 24 de março de 1976, a maior tragédia da história recente da do país. Cerca de 30 mil pessoas morreram ou desapareceram na guerra suja da última ditadura militar argentina, que ainda arrasou a economia do país com um liberalismo selvagem.

Há 35 anos, no meio de uma grande onda de violência política envolvendo as Forças Armadas, grupos paramilitares de direita e guerrilheiros de esquerda, os comandantes do Exército, Jorge Rafael Videla; da Marinha, almirante Emilio Massera; e da Aeronáutica; derrubaram a presidente Maria Estela Martínez de Perón.

Era o início do período mais sombrio e sangrento da Argentina no século 20.

Com a derrota na Guerra das Malvinas e a desmoralização final dos militares, a democracia foi restabelecida em 1983. Os comandantes foram condenados. Videla e Massera pegaram prisão perpétua, mas foram indultados pelo presidente Carlos Menem.

No governo Néstor Kirchner, foram anulados os indultos e as Leis Ponto Final e de Obediência Devida, permitindo que os "repressores", como são chamados aqui, sejam processados.

Ontem, o ex-general Luciano Benjamin Menéndez, ex-comandante do III Exército argentino, com sede em Córdoba, foi condenado à sua sexta pena de prisão perpétua, em Tucumán, por cinco mortes.

Recentemente, foi aberto um processo contra Videla pelo sequestro dos filhos dos desaparecidos políticos, uma dívida não resgatada, apesar do esforço do movimento das Avós da Praça de Maio. Das cerca de 500 crianças desaparecidas, até hoje só 102 foram identificadas e voltaram a ter contato com suas verdadeiras famílias.

Síria ataca manifestantes e mata seis

BUENOS AIRES - As forças de segurança da Síria mataram pelo menos seis pessoas ao atacar manifestantes que protestavam em uma mesquita na cidade de Dera contra a ditadura que governa o país há décadas sem tolerar nenhum dissenso.

Há notícias não confirmadas de que dezenas de corpos foram levados para hospitais fora da cidade. 

quarta-feira, 23 de março de 2011

Obama agrada mas não convence

BUENOS AIRES - A primeira viagem do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à América do Sul é considerada um sucesso apenas parcial pelos analistas políticos latino-americanos.

Apesar de seu inegável charme pessoal, Obama não conseguiu convencer os especialistas de que as políticas dos EUA para a região realmente mudaram.

Cameron diz que Kadafi não tem mais Forças Armadas

BUENOS AIRES - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, declarou hoje, quinto dia da  que o ditador da Líbia não tem mais aviões de combate nem Forças Armadas em condições de operar.

Mesmo assim, os aliados do ditador conseguiram bombardear Missurata, a terceira maior cidade líbia, onde haveria violentos combates.

Gen. Menéndez pega sexta prisão perpétua

BUENOS AIRES - O general da reserva Luciano Benjamim Menéndez, ex-comandante do III Exécito da Argentina, com sede em Córdoba, durante a última ditadura militar do país, foi condenado hoje por um tribunal de Tucumán a uma sexta pena de prisão perpétua, neste caso, pelo assassinato de cinco pessoas.

Amanhã, a Argentina lembra os 35 anos do golpe que derrubou a presidente Maria Estela Martínez de Perón, a Isabelita, e levou ao poder o general Jorge Rafael Videla e o almirante Emilio Massera, principais responsáveis pela chamada guerra suja, uma onda de terrorismo de Estado em que cerca de 30 mil pessoas foram mortas.

Vai haver um ato público na Casa Rosada e um show do tenor espanhol Plácido Domingo no obelisco da Avenida 9 de Julio.

CGT quer vice-presidência da Argentina

BUENOS AIRES - Sob pressão por causa de uma investigação sobre lavagem de dinheiro na Suíça, o secretário-geral da CGT e vice-presidente do Partido Justicialista (peronista), Hugo Moyano, pressiona a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, para que a central sindical indique o candidato a vice-presidente na chapa do governo.

A presidente desconversou, dizendo que ela própria ainda não decidiu se será candidata em outubro: "Não sei o que estás me pedindo, se nem sequer sou candidata. Ainda não resolvi."

Para pressionar a Justiça da Argentina a não repassar as informações pedidas, Moyano, líder dos caminhoneiros, tentou convocar uma greve, o que provocou um mal-estar na Casa Rosada. Ele teria chamado para uma reunião secreta com a presidente anteontem.

Moyano ofereceu a Cristina a oportunidade para lançar sua candidatura à reeleição em 29 de abril, num grande ato público da CGT para marcar o Dia do Trabalho.

Assessores da Casa Rosada disseram ao jornal La Nación que Cristina jamais faria isso ao lado da CGT, que tende a apoiar sua candidatura de qualquer jeito. Ela prefere um público mais amplo, incluindo diversos setores do peronismo e outras organizações sociais.

Franceses apoiam guerra mas britânicos não

BUENOS AIRES - Cerca de 66% dos franceses apoiam a participação do país na operação militar contra o ditador da Líbia, Muamar Kadafi, mas no Reino Unido a situação é bem diferente.

Só um terço dos britânicos é a favor do ataque à Líbia, enquanto 43% são contra e 22% não estão certos de que seja a melhor solução.

Aliados bombardeiam Trípoli pela quarta noite seguida

BUENOS AIRES - Os Estados Unidos, a França e o Reino Unido bombardearam Trípoli, a capital da Líbia, pela quarta noite seguida, enquanto decidem quem vai assumir o controle da operação militar quando os EUA transferiram o comando. As forças leais ao ditador Muamar Kadafi resistem.

Há combates em Missurata, a terceira maior cidade líbia. O governo afirma tê-la retomada há três dias, mas os rebeldes negam. Os kadafistas atacaram Zintan e Ajdábia.

Um caça-bombardeiro americano F-15 caiu por problemas mecânicos, mas os dois tripulantes ejetaram os assentos e foram resgatados por um helicóptero dos EUA.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou que Kadafi já está se preparando para fugir para o exílio, mas o ditador nega, prometendo lutar até o fim.

O custo de fechar o espaço aéreo líbio é estimado em US$ 100 milhões só para os EUA. Ontem, a França concordou que o comando da operação deve passar para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), uma exigência de vários países da aliança atlântica para entrar na guerra contra o coronel Kadafi.

Para que não seja uma guerra apenas das potências ocidentais contra um país árabe, seis caças Mirage dos Emirados Árabes Unidos chegaram hoje à ilha de Creta, na Grécia, onde devem se juntar ao combate a Kadafi.

Governo de Portugal pode cair hoje

BUENOS AIRES - A Assembléia da República de Portugal vota hoje uma série de medidas de austeridade para enfrentar a crise da dívida pública. Uma possível derrota deve derrubar o governo do primeiro-ministro socialista José Sócrates e forçar o país a pedir ajuda financeira à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Se perder, Sócrates promete renunciar ao cargo.

O primeiro-ministro lidera um governo minoritário e já manifestou a intenção de deixar o cargo. Antes, pretende tomar as medidas para combater o desequilíbrio das contas públicas. O problema é que estas providências são recessivas. Sem crescimento, Portugal não terá condições de pagar sua dívida pública.

terça-feira, 22 de março de 2011

Fidel não lidera PC cubano há cinco anos

BUENOS AIRES - O ex-presidente cubano Fidel Castro revelou que não é mais líder do Partido Comunista de Cuba há cinco anos, confirmando que abandonou todos os seus cargos em 31 de julho de 2006, quando foi submetido a uma cirurgia de emergência para estancar uma hemorragia abdominal.

Acreditava-se que Fidel tinha mantido o cargo de primeiro secretário do partido para manter sua linha ideológica.

Nesta semana, estou visitando a Argentina para acompanhar as manifestações pelos 35 anos do sangrento golpe militar de 1976. Talvez não tenha condições de atualizar este blogue com a regularidade habitual.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Brasil quer cessar-fogo e negociação com Kadafi

Em nota sobre a Líbia divulgada agora à noite pelo Itamaraty, o governo brasileiro defende "um cessar-fogo no mais breve prazo possível, capaz de garantir a proteção da população civil, e criar condições para o encaminhamento da crise pelo diálogo".

O Brasil desconfia das reais intenções das potências que agem em nome das Nações Unidas, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido. Também mantém uma postura soberanista. Rejeita o direito de intervenção por razões humanitárias, muito defendido pelo ex-chanceler francês Bernard Kouchner.

Falha técnica fecha aeroportos de Buenos Aires

Uma suposta falha técnica causou hoje o fechamento dos aeroportos Ezeiza e Jorge Newbarry, em Buenos Aires, a partir das 13h, causando atrasos e cancelamentos em mais de 120 voos com origem ou destino na capital da Argentina. A presidente Cristina Kirchner cancelou um evento em Salta, no interior do país.

Pouco depois das 20h, o primeiro voo internacional decolou de Ezeiza com destino à Itália, mas o Aeroparque Jorge Newberry continuava fechado. A expectativa das autoridades argentinas é realizar uma decolagem a cada 20 minutos para normalizar a situação.

Mais cedo, houve boatos de que haveria uma greve ou operação-tartaruga dos controladores de voo em apoio a uma paralisação do setor de transportes convocada pelo secretário-geral da CGT (Confederação Geral do Trabalho), Hugo Moyano, que está sendo investigado pela Justiça da Suíça por lavagem de dinheiro.

Moyano, um dos aliados do kirchnerismo, pressiona a Justiça da Argentina a não dar as informações pedidas pela Suíça.

O problema com os computadores do sistema de controle aéreo teria ocorrido às 12h53, mas até 15h30 a Agência Nacional de Aviação Civil argentina não havia divulgado nenhum comunicado oficial.

Três generais abandonam presidente do Iêmen

Tanques rivais ficaram frente à frente hoje na cidade de Saná, depois que três generais abandonaram o presidente Ali Abdullah Saleh, no poder há 32 anos, e aderiram ao movimento pela democracia, que exige a renúncia imediata do ditador, revelou hoje o jornal americano The Washington Post.

Pelo menos 40 iemenitas foram mortos em pouco mais de um mês de protestos contra Saleh, um aliado dos Estados Unidos na luta contra a rede terrorista Al Caeda, que tem um braço no Iêmen.

Terremoto pode custar 4% do PIB ao Japão

O prejuízo causado pelo terremoto seguido de maremoto em 11 de março de 2011 pode custar até 4% do produto interno bruto do Japão, a terceira maior economia do mundo, de cerca de US$ 5,5 trilhões.

Mas a expectativa do Banco Mundial é que, nos próximos cinco anos, a reconstrução contribua para a recuperação da economia japonesa.

Nos Estados Unidos, o megainvestidor Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo, alertou que a situação oferece boas oportunidades para comprar ações de empresas japonesas, apostando na recuperação do país.

Polícia da Síria mata cinco manifestantes

A Síria, uma das ditaduras mais fechadas do mundo árabe, ataca a tentativa de criar no país um movimento pela democracia como os que derrubaram as ditaduras do Egito e da Tunísia e agora ameaçam a ditadura de 41 anos do coronel Muamar Kadafi na Líbia.

Pelo menos cinco manifestantes foram mortos a tiros no fim de semana na cidade de Dera.

Complexo de Kadafi é atacado

A aliança internacional liderada pela França, Reino Unido e Estados Unidos que tenta proteger os rebeldes da Líbia com autorização das Nações Unidas bombardeou ontem à noite um conjunto de prédios que inclui um dos palácios do ditador Muamar Kadafi.

Como a Resolução 1.973 do Conselho de Segurança da ONU fala em proteger a população civil e não em derrubar Kadafi, a coalizão declarou que o complexo foi alvejado porque tem estruturas de comando e controle das Forças Armadas da Líbia.

Depois de destruir as defesas antiaéreas líbias, as forças aéreas da coalizão começaram a atacar as forças terrestres de Kadafi.

A contraofensiva do regime rumo a Bengázi foi parada, e os rebeldes já avançam em direção a Ajdábia, a primeira cidade importante no caminho rumo à capital, Trípoli.

Socialistas lideram em eleições regionais na França

Com cerca de 25% dos votos, o Partido Socialista venceu o primeiro turno das eleições regionais na França, disputadas ontem.

O partido conservador do presidente Nicolas Sarkozy, a União por um Movimento Popular (UMP), ficou em segundo lugar, com 17%, pouco à frente da ultradireitista Frente Nacional, agora sob a direção de Marine Le Pen, filha do líder histórico da extrema direita francesa, Jean-Marie Le Pen, que recebeu 15% dos votos.

Le Pen assombrou o mundo e a França em 21 de abril de 2002, quando chegou ao segundo turno da eleição presidencial. Sua filha lidera com 25% as pesquisas para a ainda distante eleição de 2012.

Agora, no segundo turno das eleições regionais, haverá mais de 200 confrontos diretos entre o PS e a FN.

domingo, 20 de março de 2011

Oposição líbia denuncia 8 mil mortes

Mais de 8 mil rebeldes e oposicionistas foram mortos em pouco mais de um mês de guerra civil na Líbia, afirmou hoje à rede de TV Al Jazira Abdel Hafiz Ghoga, um dos porta-vozes do movimento para acabar com a ditadura do coronel Muamar Kadafi, que já dura 41 anos.

Referendo aprova reforma constitucional no Egito

Com 77% dos votos, o Egito aprovou uma ampla reforma da Constituição com o objetivo de democratizar o país depois da revolta popular que derrubou o ditador Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011.

Cerca de 41% dos 45 milhões de eleitores inscritos no Egito votaram, revelou o presidente da comissão eleitoral, Ahmed Attiya. Mais de 14 milhões (77%) votaram a favor e cerca de 4 milhões (23%) foram contra.

As mudanças visam a criar um ambiente adequado para realizar eleições legislativas em junho e presidenciais em agosto.

Tanto a oposição liberal como a muçulmana criticaram o Conselho Supremo das Forças Armadas, que tomou o poder com a renúncia de Mubarak, acusando-o de acelerar o processo para impedir a organização dos partidos que até agora eram ilegais.

Obama destaca valores comuns entre Brasil e EUA

Sem gravata, descontraído, em estilo carioca, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, discursa neste momento para 2 mil convidados no Teatro Municipal, no centro do Rio de Janeiro. O primeiro presidente negro da História dos EUA começou agradecendo o tratamento generoso que ele e sua família receberam desde que chegaram ao Brasil.

Obama lembrou que sua mãe gostava muito de um filme, Orfeu Negro, que mostrava uma favela e cariocas dançando samba. "O que ela não poderia imaginar é que minha primeira visita ao Brasil seria como presidente dos EUA".

Depois de receber a camisa do Flamengo, agradeceu a presença de todos lembrando que há um jogo entre Vasco e Botafogo, que jogam daqui a pouco pelo Campeonato Carioca.

O objetivo do discurso é reafirmar a importância de valores comuns que, na sua opinião, os dois países compartilham. Foram colônias, receberam ondas de imigrantes e de escravos.

"Os EUA foram o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil. (...) Na Segunda Guerra Mundial, nossos homens e mulheres lutaram pela liberdade. Nos anos 60, os americanos marcharam pelos direitos civis, e o Brasil lutou contra a ditadura. Mas o Brasil é hoje uma democracia plena, onde uma criança pobre de Pernambuco pode chegar à Presidência", falou Obama, numa referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em seguida, o presidente americano elogiou o desenvolvimento econômico brasileiro: "O Brasil inspirou o mundo. Onde havia medo, hoje há esperança. Visitei a Cidade de Deus. Há uma mudança de atitude. A favela precisa ser vista como uma fonte de advogados, artistas, pessoas que terão soluções para os seus problemas."

Ao se emancipar como nação, o Brasil se torna um ator global: "Cada vez mais o Brasil é um país que aponta soluções. Antes, precisava de ajuda externa. Hoje, ajuda os outros", observou.

"Como os Jogos de 2016 não puderam ser realizados em Chicago, o Rio de Janeiro é o melhor lugar para realizá-los", acrescentou Obama. Um dos objetivos da viagem é abrir e espaço para empresas americanas nas obras para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.

Não faltaram elogios: "Estou aqui para dizer que o povo americano não apenas vê o sucesso do Brasil. Torce pelo sucesso do Brasil. O Brasil sempre foi o país do futuro. O futuro chegou."

Obama defendeu parcerias em ciência e tecnologia, e ofereceu os serviços de companhias dos EUA: "Precisamos de um compromisso com a inovação. Precisamos de obras de infraestrutura e as empresas americanas podem trabalhar nisso."

Outras áreas possíveis de cooperação: "Também temos de proteger nossos cidadãos, combater o narcotráfico, acabar com as armas nucleares. Estamos lado a lado combatendo a fome, a doença e a corrupção. Para dois países que tem uma herança africana, devemos trabalhar juntos pelo desenvolvimento da África. É um compromisso que devemos assumir em conjunto."

Um objetivo imediato é socorrer o povo japonês: "Estamos ajudando o Japão. É um país com que temos uma aliança de 60 anos. O Brasil tem a maior comunidade japonesa fora do Japão."

No paralelo entre os dois países, destacou o sucesso da democracia brasileira: "Temos valores e ideais comuns. Ambos acreditam na força e na promessa da democracia. Nenhuma outra forma de governo produz melhores resultados para todos. Quem é contra a democracia deve ver o exemplo brasileiro, com mercados abertos e justiça social. A inclusão social pode ser atingida pela liberdade."

Em países continentais, seria a maneira de resolver os conflitos: "Também acreditamos que nações tão grandes e diversas como as nossas, a democracia é a maior esperança de que todos tenham dignidade e resolvam as diferenças em paz. Sabemos nos EUA como é importante trabalhar em conjunto."

"A democracia é mais lenta, mais confusa. Países diferentes adotam caminhos diferentes. Nenhum país deve impor sua vontade a outras, mas há aspirações comuns a todos os seres humanos. Todos queremos mudar o nosso próprio futuro, viver sem medo, escolher quem vai nos governar."

"São direitos universais. Hoje vamos a luta por esses direitos no Norte da África e no Oriente Médio. Vem na luta pela liberdade na Tunísia. Na líbia, o povo líbio luta contra um sistema brutal. Os jovens se levantam. É uma nova geração querendo definir seu futuro", disse, sem falar diretamente na nova guerra que seu país trava desde ontem.

"Desde o início, deixamos claro que a decisão cabe aos povos. Países como o Brasil e os EUA sabem que o futuro deve ser definido pelos povos. Quando homens e mulheres em paz exigem direitos humanos, nossa humanidade comum é salientada. É um exemplo que o Brasil dá ao mundo".

O Brasil é um modelo de transição: "É um país que mostra que se pode sair da ditadura para a democracia. O Brasil mostra como um chamado pela mudança que vem das ruas pode mudar uma cidade, um país e o mundo. Há décadas, foi aqui nesta praça, na Cinelândia, que a voz do povo foi ouvida", lembrou, falando dos comícios por eleições diretas já, em 1984.

"Uma mulher, filha de imigrantes, foi presa e torturada. Hoje é presidente. Sabe o que é lutar pela democracia", comentou, referindo-se à presidente Dilma Rousseff.

Depois de várias citações sobre o Brasil, terminou citando nosso escritor mais popular internacionalmente: "Nossos dois países enfrentam muitos desafios. É a nossa história que nos dá o direito de sonhar com um futuro melhor. Foi esse otimismo que atraiu os pioneiros para este Novo Mundo. Acreditamos nas palavras de Paulo Coelho, com nosso amor, é possível mudar o mundo."

EUA anunciam controle do espaço aéreo líbio

Os Estados Unidos e aliados já conseguiram neutralizar o sistema de defesa antiérea da Líbia e estabelecer uma zona de proibição de voo para impedir o coronel Muamar Kadafi de usar aviões para atacar a população civil rebelada depois de 41 anos de ditadura, revelou hoje o comandante do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, almirante Mike Mullen.

Com total controle aéreo, EUA, Reino Unido, França e Canadá, atacaram as forças de Kadafi, interrompendo o avanço da contraofensiva do ditador rumo a Bengázi, a segunda maior cidade líbia, onde os rebeldes instalaram um governo provisório. O Catar e os Emirados Árabes Unidos devem aderir para que países árabes também participem.

A decisão dos EUA de usar a força teria sido tomada na semana passada, diante do avanço dos kadafistas rumo a Bengázi e da disposição de um país árabe, os Emirados Árabes Unidos, de participar, revela hoje o jornal The New York Times.

Japão vai enterrar central nuclear

Diante da impossibilidade de recuperar a usina nuclear de Fukushima, durante abalada pelo terremoto e o maremoto de 11 de março de 2011, o governo do Japão revelou hoje a intenção de enterrar o complexo, cobrindo os reatores com um sarcófago, como foi feito depois do acidente nuclear de Chernóbil, na Ucrânia, há 25 anos.

O total de mortos subiu para 8.450, com outros 12.931 desaparecidos.

sábado, 19 de março de 2011

EUA e Reino Unido atacam Líbia com mísseis

Navios de guerra dos Estados Unidos e do Reino Unido baseados no Mar Mediterrâneo dispararam hoje mais de 110 mísseis contra 20 alvos na Líbia, revelou o jornal espanhol El País.

O objetivo é destruir as defesas antiaéreas do país para impor uma zona de proibição de voo e impedir o coronel Muamar Kadafi de bombardear seu próprio povo.

Os mísseis americanos alvejaram Trípoli e Missurata.

Na TV estatal líbia, Kadafi prometeu armar o povo contra o que chamou de ofensiva imperialista para tomar o petróleo do país. Ele declarou que o Mediterrâneo é uma zona de guerra, ameaçando atacar navios e aviões civis na região.

França bombardeia tanques da Líbia

Aviões bombardeiros da Força Aérea da França abriram fogo contra uma coluna de tanques do coronel Muamar Kadafi.

Vários partidários do ditador seguem para locais estratégicos para servir como escudos humanos.

Japão detecta radioatividade em alimentos

Um nível excessivo de radioatividade foi detectado em leite produzido na província de Fukushima e em espinafre da província de Ibaraki, no Japão, em consequência do acidente nuclear causada pelo terremoto e o maremoto de 11 de março de 2011.

Obama não apoia Brasil no Conselho de Segurança

Em rápido pronunciamento ao lado da presidente Dilma Rousseff, o presidente Barack Obama declarou que os Estados Unidos vão se esforçar para promover uma reforma profunda das Nações Unidas, mas não apoiou explicitamente a reivindicação brasileira por um assento permanente no Conselho de Segurança, como fez em novembo na Índia.

A presidente Dilma falou que o conservadorismo impede a reforma das instituições multilaterais e na governança global. Ela vê um "futuro brilhante" nas relações entre os dois países se a "aliança estratégica" for construída com base na igualdade.

Dilma destacou aspectos comuns entre o Brasil e os EUA: "Somos multiétnicos. Temos o sentimento do mundo".

Ela observou ainda que as políticas adotadas pelos EUA para recuperar sua economia causam impacto sobre o dólar, afetando as economias de outros países.

Obama reconheceu o "extraordinário crescimento" econômico que faz do Brasil "um líder regional e cada vez mais um líder global" que trabalha por um mundo sem armas nucleares e para resolver o problema da mudança do clima.

"Os EUA reconhecem e apoiam o crescimento brasileiro", afirmou Obama. "Por isso, criamos o Grupo dos Vinte para os países em desenvolvimento terem voz."

Seu objetivo central é ampliar o comércio e os investimentos para fortalecer a recuperação da economia americana: "Mais tarde, vamos nos reunir com empresários dos dois países. Queremos também expandir a cooperação em ciência e tecnologia, e as empresas americanas podem participar de obras de infraestrutura" que o Brasil está fazendo para sediar grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

Se o Brasil está se tornando um exportador de petróleo com a descoberta das jazidas na camada pré-sal, os EUA querem comprar, além de fazer parcerias para desenvolver energias limpas que permitam reduzir sua dependência do petróleo do problemático Oriente Médio.

Sarkozy anuncia ação militar na Líbia

Em pronunciamento agora há pouco no Palácio do Eliseu, em Paris, o presidente Nicolas Sarkozy revelou que aviões de guerra da França já entraram no espaço aéreo da Líbia com o apoio de aliados árabes e europeus para impedir o ditador Muamar Kadafi de atacar seu próprio povo.

Apesar do anúncio de cessar-fogo, as forças de Kadafi atacaram Bengázi, a segunda maior cidade do país, capital do governo provisório dos rebeldes.

Sarkozy acusou Kadafi de ignorar o ultimato dado ontem pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Caças-bombardeiros da Dinamarca chegaram hoje a bases militares da Itália para participar da operação, autorizada pela Resolução 1.973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

sexta-feira, 18 de março de 2011

França processa Air France por queda do voo Rio-Paris

A Justiça da França vai processar a companhia aérea Air France por "homicídio involuntário" pela queda do voo AF447 Rio-Paris, no Oceano Atlântico, em 31 de maio de 2009. Todas as 228 pessoas a bordo morreram.

Os investigadores concluíram que a causa do acidente foi um problema com as sondas que medem a velocidade do avião em altitudes elevadas. Uma leitura errada teria impedido a tripulação de controlar o Airbus A330 durante uma forte tempestade na zona de convergência intertropical.

Maioria dos americanos apoia o casamento gay

Pela primeira vez numa pesquisa para a TV ABC e o jornal The Washington Post, a maioria dos americanos declarou ser a favor do casamento de pessoas do mesmo sexo. 

Há cinco anos, só 36% eram favoráveis ao casamento gay. Agora, 53% disseram que aceitam.

Obama vem quer negócios e melhores relações

O primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama, começa amanhã pelo Brasil sua primeira visita à América do Sul. Quer fechar negócios que gerem empregos para o povo americano e melhorar o relacionamento com os países da região, especialmente o Brasil. Além daqui, vai ao Chile e El Salvador.

Com uma agenda sobrecarregada pela pior crise econômica interna em 70 anos, as guerras no Iraque e no Afeganistão, as questões nucleares do Irã e da Coreia do Norte, e agora as revoluções democráticas no mundo árabe, nos primeiros dois anos de governo, o presidente americano praticamente não teve tempo para dar atenção aos vizinhos do Sul.

As relações entre os dois países, que têm vários conflitos comerciais, foram prejudicadas no ano passado pela tentativa do Brasil de negociar um acordo nuclear com o Irã, vista em Washington como mais uma tentativa da república islâmica de ganhar tempo para apresentar a bomba atômica como fato consumado.

Essa postura do governo Lula dificulta o apoio dos EUA à pretensão do Brasil de ser membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Durante visita à Índia, uma potência nuclear com quem os EUA têm uma parceria estratégica, Obama prometeu explicitamente apoio à reivindicação indiana por um assento permanente no Conselho de Segurança. O Brasil gostaria que dissesse o mesmo aqui. É uma das incógnitas da viagem.

Obama quer melhorar as relações com um país considerado chave para os EUA, um "parceiro estratégico global", como disse a secretária de Estado, Hillary Clinton. Durante a visita, devem ser assinados 20 acordos e memorandos de entendimento.

Em entrevista, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que foi embaixador em Washington e é casado com uma americana, declarou que o Brasil quer um tratamento de igual para igual.

Desde a Grande Recessão de 2008-9, a China exige dos EUA um tratamento de igual para igual, mas é a economia que mais cresce no mundo. Seu produto interno bruto, de US$ 5,9 trilhões, ainda é pouco mais de um terço dos US$ 15 trilhões americanos, mas a China caminha para se tornar a maior economia do mundo até 2020.

O Brasil não tem o mesmo peso, é apenas a sétima economia do mundo, mas é um aliado cada vez mais importante para os EUA no estratégico setor de energia. Já tinha uma posição de vanguarda em biocombustíveis e aumentou muito seu cacife geopolítico com a descoberta das jazidas de petróleo na camada pré-sal.

As empresas americanas também estão de olho nas obras de infraestrutura que o país terá de fazer para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

No discurso que faria na Cinelândia, transferido para o Teatro Municipal do Rio, Obama deve destacar a semelhança de valores entre os dois países, especialmente a democracia liberal, os direitos humanos e a economia de mercado, que colocam o Brasil no seio do Ocidente e como potência ascendente do Ocidente.

Os EUA gostariam de ter o apoio do Brasil para pressionar a China a valorizar sua moeda, que o governo chinês mantém subvalorizada, manipulando o câmbio para garantir a competitividade das exportações.

Como a China está tomando os mercados de exportação da indústria brasileira e conquistando mercados no mundo inteiro, os EUA gostariam de uma pressão internacional pela alta do iuã.

Por causa da aliança com os grandes emergentes do grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil reluta em se aliar aos EUA nesta questão. Acusa os EUA de desvalorizar o dólar para melhorar a competitividade da indústria americana.

Para estimular a economia, a Reserva Federal, o banco central dos EUA, está comprando até junho US$ 600 bilhões. Isso provoca uma grande entrada de dólares no Brasil, onde as taxas de juros e de crescimento são maiores, e valoriza o real.

Com a alta da moeda brasileira e a recessão americana,  a China superou os EUA como maior parceira comercial do Brasil nos últimos dois anos, e o Brasil passou a ter déficit no comércio com os EUA, que chegou a US$ 7,73 bilhões em 2010.

Assim, a presidente Dilma Rousseff deve resistir às pressões de Obama para abrir mercado no Brasil para produtos e empresas americanas.

Na última visita de um presidente dos EUA ao Brasil, George W. Bush assinou acordos para o desenvolvimento de energias alternativas, mas há pouco progresso a registrar nesta área. O protecionismo do Congresso americano dificulta os negócios no setor agrícola, onde o Brasil é mais competitivo.

Há sobretaxas sobre as exportações brasileiras de etanol, suco de laranja, algodão. Por causa das barreiras fitossanitárias, só Santa Catarina obtém certificação para exportar carne de gado para os americanos.

Obama quer fechar um acordo para garantir a compra de parte do petróleo da camada pré-sal, uma maneira de reduzir a dependência americana do petróleo do Oriente Médio, uma região politicamente explosiva. Também tem interesse no etanol brasileiro, mas, sem maioria na Câmara, não tem margem de manobra para negociar concessões junto ao Congresso dos EUA.

Outra questão importante é a compra de aviões de caça para reequipar a Força Aérea Brasileira (FAB). O governo Lula aparentemente tinha se decidido pelos aviões franceses Rafale, parte de uma parceria estratégica mais ampla com a França. Mas a presidente Dilma adiou a decisão, entre outras razões para economizar, dando a seu governo mais uma carta para negociar com os EUA.

Quando cheguei na praia hoje, o vendedor de água de coco já sabia e estava um pouco desapontado: "Obama não vai falar mais na Cinelândia". É apenas uma amostra a mais da popularidade do primeiro presidente negro dos EUA na América Latina, especialmente entre os de origem africana.

Como observa a edição desta semana da revista The Economist, a popularidade de Obama na região é grande, mas o que os latino-americanos querem mesmo é uma mudança efetiva da política externa dos EUA para o resto do continente.

Para isso, é preciso muito mais do que visitas e gestos de boa vontade. É preciso desenvolver parcerias em torno de interesses comuns em condições de igualdade.

EUA, Europa e árabes mandam Kadafi sair já

Os Estados Unidos, a França, o Reino Unido e alguns países árabes deram hoje um ultimato ao ditador Muamar Kadafi para que entregue o poder na Líbia, revelou o jornal The New York Times.

Em pronunciamento na Casa Branca, o presidente Barack Obama exigiu um cessar-fogo imediato, impôs várias condições não negociáveis e advertiu que, se não forem cumpridas, o regime líbio será alvo de uma ação militar dos EUA e seus aliados árabes e europeus.

“O coronel Kadafi tem uma escolha”, alertou Obama. “Um cessar-fogo deve começar. Isso significa que todos os ataques contra civis devem parar.”

Horas depois que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por dez a zero o uso da força para proteger civis na Líbia, a ditadura declarou um cessar-fogo, mas manteve os ataques contra as cidades de Ajdábia e Missurata.

“Vou deixar claro: essas condições são inegociáveis”, acrescentou o presidente americano. “Se o coronel Kadafi não cumprir a resolução, a comunidade internacional vai aplicá-la num ação militar”.

Obama exigiu o fim dos bombardeios contra Bengázi, o recuo das forças do coronel de Ajdábia, Brega e Missurata, e o restabelecimento do fornecimento de água, gás e eletricidade nestas cidades. Ele falou depois que os EUA, a França e o Reino Unido disseram que um cessar-fogo não é suficiente.

Em Londres, o primeiro-ministro David Cameron, que defendeu o fechamento do espaço aéreo líbio desde o início da guerra civil, anunciou ao Parlamento Britânico que aviões Tornado e Typhoon, e aviões-tanques para reabastecimento no ar, serão logo deslocados para bases de onde possam atacar a Líbia.

Japão pode enterrar usina nuclear acidentada

As autoridades do Japão estudam a possibilidade de enterrar a central nuclear de Fukushima para evitar o vazamento de radioatividade da usina, atingida pelo terremoto e o maremoto de uma semana atrás.

O acidente foi elevado do nível 4 para 5. O pior da história, ocorrido em Chernóbil, na Ucrânia, em 1986, teve grau 7.

Iêmen atira em manifestantes e mata 40


O governo do Iêmen decretou estado de emergência hoje depois que a polícia atirou contra uma multidão de manifestantes reunida na Universidade de Saná, a capital do país, noticiam o jornais Wall St. Journal e o New York Times.

Há mais de um mês, um movimento pela democracia exige a renúncia imediata do presidente Ali Abdullah Saleh, no poder há 32 anos.

China aumenta compulsório dos bancos

Para combater a inflação, que permanece estável há dois meses em 4,9%, a China aumentou pela terceira vez no ano a porcentagem dos depósitos que os bancos precisam deixar armazenados no Banco Popular da China, o banco central do país, informa o jornal The Wall St. Journal.

A maioria dos bancos terá de deixar 20% dos depósitos que recebe depositados compulsoriamente no banco central. Isso vai retirar US$ 54 bilhões do mercado.

Com menos dinheiro para empréstimos, o governo chinês pretende esfriar um pouco a economia e assim reduzir a inflação.

Bolsa de Tóquio sobe de olho no G-7

Diante da promessa do Grupo dos Sete (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá) de intervir para conter a valorização do iene, a Bolsa de Valores de Tóquio teve alta de 2,7% hoje.

A alta no Japão - abalado por terremoto, maremoto e acidente nuclear - ajudou as outras bolsas da região. Sídnei, na Austrália, subiu 1,7%; Seul, 1,2%; Xangai, 0,6%; e Hong Kong, 0,5%.

New York Times cobra por acesso via internet

A partir de 28 de março, o jornal The New York Times, um dos mais importantes dos Estados Unidos e do mundo, vai cobrar por acesso a seu conteúdo editorial através da rede mundial de computadores.

Até 20 textos por mês, o acesso vai continuar sendo gratuito. O acesso ilimitado via computador, telefone celular e tabletes de leitura eletrônica vai custar US$ 35 por mês.

O jornal ainda procura um modelo de negócios para financiar seu jornalismo de alta qualidade na era da Internet, quando muita gente acha que pode obter informação de graça. Chegou a cobrar, no passado. Depois, concluiu que teria mais anunciantes com uma massa maior de leitores e parou de cobrar.

Sem conseguir se financiar só com a receita publicitária, resolveu voltar a cobrar.

Os grandes jornais econômico-financeiros, Financial Times, Wall St. Journal e Nihon Keizai Shimbun, cobram por acesso, assim como El País, da Espanha; Le Monde e Libération, da França.

Kadafi declara cessar-fogo mas mantém ataque

Sob a ameaça de uma intervenção militar desde que o Conselho de Segurança da ONU aprovou ontem o uso da força para proteger a população civil da Líbia, o ditador Muamar Kadafi, no poder há 41 anos, declarou um cessar-fogo. Mas mantém sua contraofensiva nas cidades de Ajudábia e Missurata.

A França e o Reino Unido se preparam para lançar bombardeios aéreos a qualquer momento, talvez a partir da noite de hoje. Dois países árabes podem participar da operação para fechar o espaço aéreo da Líbia.

O governo líbio convidou observadores da China, Malta, Alemanha e Turquia para monitorar o cessar-fogo.

Aristide chega ao Haiti

Dois dias antes do segundo turno da eleição presidencial no Haiti, o ex-presidente Jean-Bertrand Aristide chegou hoje a Porto Príncipe depois de ficar sete anos no exílio.

Os Estados Unidos pressionaram as autoridades da África do Sul, onde ele vivia, sem sucesso, para tentar impedir seu retorno num momento tão sensível.

O Haiti foi arrasado por um terremoto que matou mais de 200 mil pessoas em 12 de janeiro de 2010 e ainda não se recuperou da tragédia.

Mortos e desaparecidos no Japão são 16,6 mil

O total oficial de mortos e desaparecidos no terremoto seguido de maremoto no Japão chegou hoje a 16,6 mil pessoas.

Na usina nuclear de Fukushima, as autoridades que lutam para conter um acidente nuclear conseguiram restaurar o fornecimento de eletricidade ao sistema de arrefecimento do reator nº 3.

A radiação é muito elevada ao redor da central atômica. Em Tóquio, que fica 250km ao sul, a radioatividade é insuficiente para causar problemas à saúde humana, apesar do sensacionalismo que marca a cobertura jornalística.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Egito arma rebeldes líbios com apoio dos EUA

Os militares do Egito estão armando os rebeldes da Líbia com o apoio dos Estados Unidos, revelou agora há pouco o jornal The Wall Street Journal.

As remessas são feitas em pequenas caixas com fuzis de assalto e munição. É o primeiro caso confirmado de ajuda externa para os rebeldes.

Eles chegaram a tomar as principais cidades do Leste da Líbia e algumas perto da capital, Trípoli, mas não tinham meios militares de enfrentar as Forças Armadas da Líbia, os mercenários e as milícias de Kadafi.

Com a Resolução 1.973, aprovada hoje pelo Conselho de Segurança da ONU autorizando o uso da força, a França e o Reino Unido devem entrar em ação com suas forças aéreas ainda nesta noite para proteger Bengázi, a segunda maior cidade líbia e capital dos rebeldes, alvo final da contraofensiva até agora bem-sucedida do ditador.

Aparentemente, os EUA devem assumir uma posição secundária, de apoio, e não atacar diretamente o território de mais um país árabe.

A decisão da Liga Árabe de pedir à ONU que criasse uma zona de exclusão aérea na Líbia foi fundamental para que o uso da força tenha sido autorizado, sem vetos da China e da Rússia.

A sociedade internacional não poderia se omitir, como fez na Guerra Civil Espanhola (1936-39) e na Guerra da Bósnia-Herzegovina (1992-95).

ONU aprova uso da força contra Kadafi na Líbia

Por dez a zero, com cinco abstenções, do Brasil, da Alemanha, da Índia, da China e da Rússia, os dois últimos membros permanentes com direito de veto, o Conselho de Segurança das Nações Unidas acaba de aprovar uma resolução que autoriza o uso da força contra o ditador Muamar Kadafi, da Líbia.

A resolução permite impor uma zona de proibição de voo, fechando o espaço aéreo da Líbia para que o coronel seja impedido de bombardear seu próprio povo, e o "uso de todas as medidas necessárias" para proteger a população civil da ditadura. Mas não autoriza invasão por terra nem ocupação.

O ministro do Exterior da França, Alain Juppé, foi pessoalmente à reunião do Conselho de Segurança para defender o projeto de resolução, apresentado por seu país, o Líbano e o Reino Unido.

Talvez ainda nesta noite as aviações de guerra da França e do Reino Unidos bombardeiem as forças de Kadafi, que se aproximam de Bengázi, a segunda maior cidade líbia. Dois países árabes também devem participar.

A expectativa é que os EUA não atuem na linha de frente para não ser acusados de atacar mais um país muçulmano. O governo Barack Obama, comprometido a acabar com as guerras no Iraque e no Afeganistão, relutou em seu envolver em mais uma guerra.

Quem tomou a iniciativa da resolução foram a França e o Reino Unido. Ontem, os EUA apresentaram uma versão mais dura, autorizando o "uso de todos os meios possíveis" para proteger a população civil, além de sanções adicionais contra membros do regime líbio.

Neste momento, em que Kadafi domina a situação no campo de batalha e se prepara para atacar a capital dos rebeldes, a simples proibição de voo não seria suficiente. Com a autorização para o "uso de todos os meios necessários, as Forças Armadas, a polícia, as milícias e os mercenários de Kadafi para a ser alvos para os caças-bombardeiros das antigas potências coloniais da Europa.

Os embaixadores do Reino Unido e da Alemanha, que acabaram de falar, disseram que a resolução é um sinal claro de que Kadafi perdeu toda legitimidade e deve deixar o poder.

Agora, a embaixadora dos Estados Unidos, Susan Rice, afirma que o Conselho age para proteger a vida humana. As medidas incluem uma zona de exclusão aérea, e o direito de atacar todas as forças, os agentes e os mercenários de Kadafi, além do congelamento dos bens de mais sete pessoas.

"O futuro da Líbia deve ser decidido pelo povo da Líbia", concluiu Susan Rice. "Os EUA estão com o povo da Líbia."

Conselho de Segurança vota bloqueio aéreo à Líbia

O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve votar hoje às 19h, pelo horário de Brasília, um projeto de resolução apresentado pela França e o Reino Unido para impor uma zona de proibição de voo na Líbia.

O objetivo é impedir o ditador Muamar Kadafi de bombardear os rebeldes que lutam para derrubá-lo. As forças leais ao coronel se aproximam de Bengázi, última grande cidade em poder dos rebeldes.

França processa Airbus por acidente no voo Rio-Paris

A Justiça da França decidiu abrir um processo por homicídio involuntário contra a EADS, empresa fabricante dos aviões Airbus, por causa da queda do voo Rio-Paris da companhia aérea Air France em 31 de maio de 2009, no Oceano Atlântico.

Todas as 228 pessoas a bordo morreram. As caixas-pretas com as gravações de bordo nunca foram encontradas.

Pelas conclusões da investigação, o acidente foi causado por causa do mau funcionamento das sondas que medem a velocidade do avião, uma informação essencial para enfrentar uma tempestade.

Alemanha quer imposto sobre transações financeiras

O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, afirmou que a Comissão Europeia deve superar sua "atitude hesitante" e criar um imposto sobre transações financeiras.

Nuvem radioativa pode chegar à Califórnia

As Nações Unidas preveem que a nuvem de radioatividade formada pelo acidente na usina nuclear de Fukushima no Japão chega hoje às Ilhas Aleutas e pode atingir amanhã a Califórnia, nos Estados Unidos, revelou o jornal The New York Times. Como a radiação vai se diluir no caminho, o impacto sobre a saúde humana tende a ser pequeno.

Em 1986, a nuvem do acidente nuclear de Chernóbil, na Ucrânia, levou dez dias para chegar aos EUA. Sua radioatividade era mensurável, mas desprezível.

O maior risco mesmo é para Tóquio, a maior cidade do mundo, com 35 milhões de pessoas, que fica a apenas 250 quilômetros a sudoeste da usina avariada pelo terremoto e o maremoto da semana passada.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Helicópteros jogam água na central de Fukushima

A televisão estatal japonesa NHK mostrou agora há pouco helicópteros do Exército jogando água para resfriar os reatores da usina nuclear de Fukushima, abalada pelo terremoto e o maremoto que devastaram o Nordeste do país na sexta-feira passada, 11 de março de 2011.

Ao todo, cerca de 7,5 toneladas de água foram jogadas por helicópteros Chinook, desenvolvidos inicialmente para a exploração de petróleo no Mar do Norte. As autoridades japoneses insistem em que não há aumento de radiação ao redor da central nuclear.

O total de mortos subiu para 5.178, com mais 8.606 desaparecidos.

Em Tóquio, a Bolsa de Valores abriu em queda de 4%. A moeda japonesa, o iene, subiu para um recorde de 76,32 por dólar, contra 80,12 do fechamento de terça-feira.

Sarah Palin perde apoio entre republicanos

Menos de 60% dos republicanos e independentes de tendência conservadora têm hoje uma imagem favorável da ex-governadora do Alasca Sarah Palin, que se tornou a queridinha da ultradireita nos Estados Unidos desde que foi candidata a vice-presidente em 2008 na chapa do senador John McCain, indica uma nova pesquisa feita para a rede de televisão ABC e o jornal The Washington Post.

Depois da Convenção Republicana de 2008, sua popularidade entre o eleitorado de direita nos EUA chegou a impressionantes 88%. Em outubro passado, antes das eleições legislativas de 2010, estava em 70%.

Sua imagem de favorita do movimento direitista radical Festa do Chá foi manchada quando um jovem aparentemente perturbado mentalmente matou várias pessoas ao atacar a deputada federal Gabrielle Giffords no estado do Arizona.

Durante a campanha, Palin e seus aliados da Festa do Chá colocaram miras no mapa dos distritos eleitorais que pretendiam reconquistar. Ela também aconselhou seus partidários com uma linguagem belicista: “Não recuem; recarreguem”.

Hoje, Palin tem uma imagem positiva para 58% do eleitorado conservador. Está atrás de dois adversários na disputa pela candidatura republica à Casa Branca em 2012.

O ex-governador do Arkansas Mike Huckabee tem 61% de opiniões favoráveis e o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, 60%.

Palin está à frente do ex-presidente da Câmara, Newt Gingrich, que já manifestou a intenção de concorrer à Casa Branca.

Kadafi lança ofensiva final contra Bengázi

As forças leais ao ditador da Líbia, Muamar Kadafi, lançaram hoje um bombardeio aéreo contra Bengázi, a segunda maior cidade do país e capital do governo provisório dos rebeldes.

O filho mais politizado do coronel, Seif al-Islam Kadafi, declarou que a revolta será esmagada em 48 horas.

Quatro jornalistas do New York Times foram presos na Líbia.

EUA veem radiação "muito alta" em Fukushima

A radioatividade na central nuclear de Fukushima, duramente atingida pelo terremoto e o maremoto que arrasaram o Nordeste do Japão, é "extremamente alta", advertiu hoje a Comissão Reguladora Nuclear dos Estados Unidos, citada pelo jornal espanhol El País.

Quatro dos seis reatores da usina atômica têm problemas. Para o presidente da comissão reguladora americana, Gregory Jaczko, “a dose de radiação é tão alta que pode matar em pouco tempo”, o que dificulta o trabalho de contenção do acidente.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que os reatores 1, 2 e 3 apresentam danos. Mas seu diretor-geral Yukio Amano, que é japonês, negou que a situação esteja fora de controle, como afirmou ontem o comissário europeu de Energia, Günther Öttinger.

El País observa que o maior risco no momento parece vir do reator nº 4.

Com o calor e o desligamento dos sistemas de arrefecimento da usina atômica, a água da piscina de resfriamento das barras com combustível usado, que fica no reator nº 4, pode ter secado, o que aumenta o risco de contaminação.

As autoridades japonesas pretendem injetar água na piscina e no reator nº 3, onde o núcleo do reator se fundiu parcialmente e o nível d’água também baixou.

Enquanto a Organização Mundial da Saúde declara não haver indícios de que a radiação emanada de Fukushima ameace outros países, os EUA orientaram todos os cidadãos americanos a manter uma distância de pelo menos 80km da central nuclear.

O número de técnicos que trabalham na usina para tentar evitar um acidente nuclear ainda pior subiu hoje para 180.

Construção de casas novas cai 22,5% nos EUA


O início da construção de casas novas caiu 22,5% em fevereiro nos Estados Unidos em relação a janeiro. Foi a maior queda mensal em 27 anos, revelaram hoje o Departamento da Habitação e o Birô do Censo.

Neste ritmo, a projeção do número de casas que seriam construídas em um ano caiu de 563 mil em janeiro para 517 mil em fevereiro.

Na comparação anual, com janeiro de 2010, a queda foi de 20,5%.

Como a crise financeira internacional de 2008 começou no setor habitacional do mercado imobiliário americano, os economistas aguardam sua recuperação como sinal definitivo de superação da crise.

Radiação impede uso de helicópteros no Japão

Diante do alto nível de radioatividade no ar ao redor da central nuclear de Fukushima, o Exército do Japão não pode usar helicópteros hoje para tentar resfriar o reator número 3 da usina abalada pelo terremoto e o maremoto de sexta-feira passada. Mas os trabalhadores retirados ontem por causa do excesso de radioatividade na usina puderam voltar ao trabalho.

Num raro pronunciamento que só faz em tempos de crise muito séria, o imperador Akihito falou hoje pela televisão pedindo coragem e determinação: "Temos de compreender a situação e nos ajudarmos uns aos outros".

O total oficial de mortos subiu hoje para 4.164, com 7.843 desaparecidos.

Pesquisa tira Sarkozy do segundo turno na França

Se a eleição presidencial de 2012 na França fosse realizada agora, o presidente Nicolas Sarkozy ficaria fora do segundo turno, indica uma nova pesquisa divulgada hoje pelo jornal de esquerda Libération.

A nova líder da extrema direita, Marine Le Pen, lidera a sondagem, com 24% das preferências, seguida pelo diretor-geral do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, que pode ser candidato do Partido Socialista, com 23%.

Sarkozy teve apenas 21% das intenções de voto.

Pânico no mercado é exagerado

Os mercados financeiros reagiram com exagero ao acidente na usina nuclear de Fukushima, atingida pelo terremoto e o maremoto que arrasaram o Nordeste do Japão há cinco dias.

Depois da cair mais de 15% em dois dias, a Bolsa de Tóquio registrou hoje alta de 5,7%, levantando as bolsas da Ásia. A Europa caiu e os Estados Unidos estão em baixa.

As consequências do acidente nuclear ainda são imprevisíveis, e o prejuízo total já é estimado em US$ 200 bilhões. Mas, como observaram ontem o jornal The Wall St. Journal e hoje o economista Paul Krugman, em sua coluna no jornal The New York Times, o esforço de reconstrução vai ajudar na recuperação da terceira maior economia do mundo.

Em curto prazo, as cadeias produtivas serão duramente afetadas. Mas o país arrasado na Segunda Guerra Mundial, inclusive por duas bombas atômicas, soube se reconstruir e se tornar uma das maiores potências mundiais.

O Japão dará a volta por cima. Neste processo, vai contribuir para a recuperação mundial. Afinal, como lembrou Krugman, a Segunda Guerra Mundial acabou com a Grande Depressão (1929-39).

Egito extingue polícia política de Mubarak

Em uma vitória da Revolução de 25 de Fevereiro, o novo ministro do Interior do Egito, Mansur el-Essaui, anunciou ontem o fim da Mukhabarat, a odiada polícia política do ditador Hosni Mubarak, que caiu em 11 de fevereiro de 2011 depois de governar o país durante quase 30 anos.


O governo prometeu criar um novo órgão, o Setor de Segurança Nacional. A dúvida é se será alto realmente novo ou trará os vícios do antigo regime. 


Na realidade, o movimento pela democracia luta contra a relutância dos militares e seus aliados que tradicionalmente governaram em ceder o poder político e econômico que acumularam.

Acidente no Japão põe energia nuclear em cheque

Com a ameaça de um sério vazamento de radioatividade da central atômica de Fukushima, no Japão, a Alemanha passou a reavaliar planos para desativar suas usinas nucleares e a União Europeia ordenou uma inspeção rigorosa em todos os reatores nucleares dos 27 países do bloco.

A energia nuclear já foi vista como esperança de oferecer uma geração mais limpa do que o carvão e petróleo. Os acidentes em Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979, e em Chernóbil, na União Soviética, em 1986, deram um duro golpe na indústria nuclear, que recuou.

Mesmo assim, a energia nuclear produz 36% da eletricidade usada no Japão e 80% na França.

Quando o problema do aquecimento global causado pela emissão de gases que agravam o efeito estufa se tornou a grande questão ambiental, a energia nuclear passou a ser mencionada como alternativa à queima de carvão e petróleo.

O famoso ecologista James Lovelock, criador do conceito da Terra como um organismo vivo, Gaia ou Gea, a deusa grega do planeta, passou a ser um defensor da energia nuclear.

Até o momento, os níveis de radiação são elevados ao redor da central nuclear de Fukushima, mas uma catástrofe maior foi evitada, o que não significa que a situação esteja sob controle. Longe disso.

Os próximos dias serão críticos, e as nuvens de fumaça radioativa que se formaram hoje encobrindo a visão da usina mostram que o risco existe, agora e a longo prazo.

Além do pior terremoto de sua história e de um maremoto da mesma força, o Japão enfrenta o pior acidente nuclear desde Chernóbil e a indústria vê sua expectativa de renascimento sob o risco de ser abortada.

Moody's rebaixa crédito de Portugal

A agência de classificação de risco Moody's rebaixou ontem em dois graus a nota de crédito da dívida pública de Portugal, informou o Financial Times, principal jornal econômico-financeiro da Europa.

Ao justificar sua decisão, citou a pequena expectativa de crescimento e os altos juros que o país está sendo obrigado a pagar para rolar suas dívidas, em torno de 7% a 8% ao ano.

Roubini quer Plano Marshall para Oriente Médio

Com o argumento de que o Oriente Médio foi responsável por três das últimas cinco recessões mundiais e que a atual crise ameaça provocar inflação e estagflação, o economista turco naturalizado americano Nouriel Roubini defende a criação de um Plano Marshall para promover o desenvolvimento da região, um permanente foco de tensões na política internacional.

Roubini foi um dos poucos economistas a prever a crise financeira internacional e a Grande Recessão de 2008-9. O Plano Marshall foi a maciça ajuda financeira dos Estados Unidos à a reconstrução da Europa Ocidental depois da Segunda Guerra Mundial.


Em artigo publicado no sítio da TV árabe Al Jazira, Roubini disse temer que a onda de revoluções no mundo árabe eleve os preços do petróleo, cause inflação e mate a frágil recuperação econômica mundial.

O apoio dos EUA e da Europa a Israel na Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão), em 1973, levou o rei Faiçal, da Arábia Saudita, a declarar um embargo na venda de petróleo árabe ao Ocidente. O primeiro choque do petróleo gerou uma estagflação global em 1974-75.

A revolução islâmica no Irã, em 1979, causou o segundo choque do petróleo, a estagflação e uma recessão mundial em 1980-1.

Quando Saddam Hussein invadiu o Kuwait, em agosto de 1990, os preços do petróleo voltaram a disparar, num momento em que a crise financeira das cadernetas de poupança jogava os EUA na recessão.


A invasão do Iraque por George W. Bush em 2003 contribuiu para aumentar o endividamento e abalar a reputação dos EUA, fatores que alimentaram a crise financeira internacional e a Grande Recessão de 2008-9.


"Transições políticas instáveis levar a graus elevados de desordem social, violência organizada, guerra civil, terrorismo, alimentando mais conflitos políticos e crises econômicas", adverte o Dr. Catástrofe. "Dada a alta sensibilidade para os preços do petróleo, o sofrimento não será confinado ao Oriente Médio."