quarta-feira, 16 de março de 2011

Acidente no Japão põe energia nuclear em cheque

Com a ameaça de um sério vazamento de radioatividade da central atômica de Fukushima, no Japão, a Alemanha passou a reavaliar planos para desativar suas usinas nucleares e a União Europeia ordenou uma inspeção rigorosa em todos os reatores nucleares dos 27 países do bloco.

A energia nuclear já foi vista como esperança de oferecer uma geração mais limpa do que o carvão e petróleo. Os acidentes em Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979, e em Chernóbil, na União Soviética, em 1986, deram um duro golpe na indústria nuclear, que recuou.

Mesmo assim, a energia nuclear produz 36% da eletricidade usada no Japão e 80% na França.

Quando o problema do aquecimento global causado pela emissão de gases que agravam o efeito estufa se tornou a grande questão ambiental, a energia nuclear passou a ser mencionada como alternativa à queima de carvão e petróleo.

O famoso ecologista James Lovelock, criador do conceito da Terra como um organismo vivo, Gaia ou Gea, a deusa grega do planeta, passou a ser um defensor da energia nuclear.

Até o momento, os níveis de radiação são elevados ao redor da central nuclear de Fukushima, mas uma catástrofe maior foi evitada, o que não significa que a situação esteja sob controle. Longe disso.

Os próximos dias serão críticos, e as nuvens de fumaça radioativa que se formaram hoje encobrindo a visão da usina mostram que o risco existe, agora e a longo prazo.

Além do pior terremoto de sua história e de um maremoto da mesma força, o Japão enfrenta o pior acidente nuclear desde Chernóbil e a indústria vê sua expectativa de renascimento sob o risco de ser abortada.

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