quinta-feira, 24 de março de 2011

Argentina lembra 35 anos do golpe contra Isabelita

BUENOS AIRES - A Argentina lembra hoje o golpe de Estado de 24 de março de 1976, a maior tragédia da história recente da do país. Cerca de 30 mil pessoas morreram ou desapareceram na guerra suja da última ditadura militar argentina, que ainda arrasou a economia do país com um liberalismo selvagem.

Há 35 anos, no meio de uma grande onda de violência política envolvendo as Forças Armadas, grupos paramilitares de direita e guerrilheiros de esquerda, os comandantes do Exército, Jorge Rafael Videla; da Marinha, almirante Emilio Massera; e da Aeronáutica; derrubaram a presidente Maria Estela Martínez de Perón.

Era o início do período mais sombrio e sangrento da Argentina no século 20.

Com a derrota na Guerra das Malvinas e a desmoralização final dos militares, a democracia foi restabelecida em 1983. Os comandantes foram condenados. Videla e Massera pegaram prisão perpétua, mas foram indultados pelo presidente Carlos Menem.

No governo Néstor Kirchner, foram anulados os indultos e as Leis Ponto Final e de Obediência Devida, permitindo que os "repressores", como são chamados aqui, sejam processados.

Ontem, o ex-general Luciano Benjamin Menéndez, ex-comandante do III Exército argentino, com sede em Córdoba, foi condenado à sua sexta pena de prisão perpétua, em Tucumán, por cinco mortes.

Recentemente, foi aberto um processo contra Videla pelo sequestro dos filhos dos desaparecidos políticos, uma dívida não resgatada, apesar do esforço do movimento das Avós da Praça de Maio. Das cerca de 500 crianças desaparecidas, até hoje só 102 foram identificadas e voltaram a ter contato com suas verdadeiras famílias.

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