Com crescimento pífio, inflação alta e destruição irracional de recursos naturais, 2013 foi um ano ruim para a economia brasileira, o que confirmam os Números do Ano escolhidos pela redação do Financial Times, principal diário econômico-financeiro da Europa.
Entre os destaques negativos do ano, as perdas de US$ 30 bilhões das empresas de Eike Batista e de US$ 200 bilhões no valor de mercado da Petrobrás desde 2009, e o aumento de 28% no desmatamento da Amazônia, reflexo da aprovação do novo Código (anti)Florestal.
As ações do Twitter estrearam na bolsa de valores com alta de 70%, tornando mais 1,6 mil investidores em milionários. A Apple está montada em 10% do total de dinheiro que as empresas americanas guardam em seus cofres.
Para comprar 150 Boeings 777, a maior ordem já feita à empresa, a companhia aérea Emirates Airlines vai pagar US$ 55,6 bilhões.
O preço médio dos dez melhores curso de mestrado de tempo integral em administração de empresas (MBAs) subiu para US$ 107 mil.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
Letônia entra na Eurozona com dinheiro russo suspeito
Em 1º de janeiro de 2014, a ex-república soviética da Letônia será o 18º país a adotar o euro, a moeda comum da União Europeia, abalada pela crise das dívidas públicas de países da periferia. Leva consigo para a Zona do Euro um sistema financeiro inchado por depósitos suspeitos, especialmente de russos.
Nove meses depois de resgatar a pequena ilha de Chipre, também considerada um centro de lavagem de dinheiro sujo das máfias da Rússia e da antiga União Soviética, a Eurozona enfrenta a possibilidade de entrada de um fluxo ainda maior de recursos de origem suspeita.
"Assim que a Letônia aderir ao euro, deve haver um forte aumento no influxo de dinheiro suspeito", adverte o professor Mark Galeotti, da Universidade de Nova York, um pesquisador especializado no crime organizado na ex-URSS. "A Letônia tem um ambiente político altamente permissivo e montou uma grande infraestrutura para gerenciar os fundos que vêm do Leste."
A Letônia tem um total de 20 bancos, uma média extremamente alta de um banco para cada 100 mil habitantes. Destes, 13 vivem sobretudo de dinheiro vindo do exterior na tentativa das autoridades econômicas da era pós-soviética de criar uma alternativa a centro financeiros como Zurique e Londres. Em vez de emprestar dinheiro, são "bancos de investimentos".
Depois de uma pequena queda nos depósitos de 2008-10 por causa da crise, o volume de depósitos cresceu rapidamente nos últimos dois anos, revela a agência de notícias americana Associated Press.
Nove meses depois de resgatar a pequena ilha de Chipre, também considerada um centro de lavagem de dinheiro sujo das máfias da Rússia e da antiga União Soviética, a Eurozona enfrenta a possibilidade de entrada de um fluxo ainda maior de recursos de origem suspeita.
"Assim que a Letônia aderir ao euro, deve haver um forte aumento no influxo de dinheiro suspeito", adverte o professor Mark Galeotti, da Universidade de Nova York, um pesquisador especializado no crime organizado na ex-URSS. "A Letônia tem um ambiente político altamente permissivo e montou uma grande infraestrutura para gerenciar os fundos que vêm do Leste."
A Letônia tem um total de 20 bancos, uma média extremamente alta de um banco para cada 100 mil habitantes. Destes, 13 vivem sobretudo de dinheiro vindo do exterior na tentativa das autoridades econômicas da era pós-soviética de criar uma alternativa a centro financeiros como Zurique e Londres. Em vez de emprestar dinheiro, são "bancos de investimentos".
Depois de uma pequena queda nos depósitos de 2008-10 por causa da crise, o volume de depósitos cresceu rapidamente nos últimos dois anos, revela a agência de notícias americana Associated Press.
Presidente e rebelde do Sudão do Sul negociam a paz
O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e o ex-vice-presidente e líder rebelde Riek Machar, concordaram em iniciar negociações de paz através de representantes, em Adis Abeba, a capital da vizinha Etiópia, para acabar com uma guerra civil que matou mais de mil pessoas nas últimas duas semanas.
Há expectativa de acerto de um cessar-fogo imediato para evitar uma tragédia ainda maior no país mais novo do mundo.
Há expectativa de acerto de um cessar-fogo imediato para evitar uma tragédia ainda maior no país mais novo do mundo.
70 jornalistas morreram exercendo profissão em 2013
Pelo menos 70 jornalistas foram mortos em serviço em 2013, dos quais 29 na Síria e 10 no Iraque, anunciou ontem o Comitê de Proteção a Jornalistas, uma organização não governamental com sede em Nova York.
Os mortos na Síria são repórteres que documentaram os combates em suas comunidades, jornalistas de rádios e televisões controladas pelo governo ou pelos rebeldes, e alguns correspondentes internacionais como Mohamed al-Messama, assassinado por um franco atirador. Além dos mortos, pelo menos 60 jornalistas foram sequestrados na Síria; 30 ainda estão desaparecidos.
No Egito, seis jornalistas foram mortos, a metade em 14 de agosto, quando as forças de segurança abriram fogo contra manifestantes da Irmandade Muçulmana que protestavam contra o golpe que derrubou o presidente Mohamed Mursi em 3 de julho.
"O Oriente Médio transformou-se numa zona de morte para jornalistas", declarou o presidente do comitê, Robert Mahoney, citado pela agência de notícias Associated Press. "A sociedade internacional precisa obrigar governos e grupos rebeldes a reonhecer o status civil dos jornalistas e perseguir seus assassinos".
Outros fatores responsáveis pela morte de repórteres foram corrupção, violência policial e tráfico de drogas, em países como Bangladesh, Brasil, Colômbia, Filipinas, Índia, Paquistão e Rússia. Pela primeira vez em uma década, não houve denúncia de assassinato de jornalistas no México.
Os mortos na Síria são repórteres que documentaram os combates em suas comunidades, jornalistas de rádios e televisões controladas pelo governo ou pelos rebeldes, e alguns correspondentes internacionais como Mohamed al-Messama, assassinado por um franco atirador. Além dos mortos, pelo menos 60 jornalistas foram sequestrados na Síria; 30 ainda estão desaparecidos.
No Egito, seis jornalistas foram mortos, a metade em 14 de agosto, quando as forças de segurança abriram fogo contra manifestantes da Irmandade Muçulmana que protestavam contra o golpe que derrubou o presidente Mohamed Mursi em 3 de julho.
"O Oriente Médio transformou-se numa zona de morte para jornalistas", declarou o presidente do comitê, Robert Mahoney, citado pela agência de notícias Associated Press. "A sociedade internacional precisa obrigar governos e grupos rebeldes a reonhecer o status civil dos jornalistas e perseguir seus assassinos".
Outros fatores responsáveis pela morte de repórteres foram corrupção, violência policial e tráfico de drogas, em países como Bangladesh, Brasil, Colômbia, Filipinas, Índia, Paquistão e Rússia. Pela primeira vez em uma década, não houve denúncia de assassinato de jornalistas no México.
Total de mortos na guerra civil síria chega a 130 mil
Mais de 130 mil pessoas foram mortas na guerra civil iniciada em 15 de março de 2011 na Síria, estimou hoje o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres, informa a televisão pública britânica BBC.
Governo frustra golpe na República Democrática do Congo
As forças de segurança da República Democrática do Congo derrotaram ontem uma tentativa de golpe de um pequeno grupo rebelde liderado por Paul Joseph Mukungubila, que obteve 0,35% dos votos na eleição presidencial de 2006. O golpe fracassou por falta de apoio popular e pelo apoio ao presidente Joseph Kabila dentro das Forças Armadas.
Os primeiros tiros foram disparados às 9h em Kinshasa. Homens armados ocuparam a Rádio e a Televisão Nacional do Congo para divulgar um comunicando anunciando a tomada do poder, enquanto outros rebeldes atacavam o aeroporto internacional N'Djili e o Campo Tchatchi, uma das duas grandes bases militares da capital.
Ao ocupar a RTV, cerca de 30 golpistas tomaram reféns e declararam que "Gideon Mukungubila veio libertar vocês da escravidão de Ruanda", numa referência ao apoio de Ruanda à revolução que depôs o ditador Joseph Mobutu e levou Laurent Kabila, pai do atual presidente, ao poder em 1997.
Mas os militares legalistas cortaram o sinal da transmissão antes que eles pudessem concluir a mensagem. Outros 40, de um total de cerca de 70 rebeldes, se dividiram em dois grupos de 20 para atacar o aeroporto e o quartel.
O Exército do Congo anunciou ter matado 40 rebeldes.
Os primeiros tiros foram disparados às 9h em Kinshasa. Homens armados ocuparam a Rádio e a Televisão Nacional do Congo para divulgar um comunicando anunciando a tomada do poder, enquanto outros rebeldes atacavam o aeroporto internacional N'Djili e o Campo Tchatchi, uma das duas grandes bases militares da capital.
Ao ocupar a RTV, cerca de 30 golpistas tomaram reféns e declararam que "Gideon Mukungubila veio libertar vocês da escravidão de Ruanda", numa referência ao apoio de Ruanda à revolução que depôs o ditador Joseph Mobutu e levou Laurent Kabila, pai do atual presidente, ao poder em 1997.
Mas os militares legalistas cortaram o sinal da transmissão antes que eles pudessem concluir a mensagem. Outros 40, de um total de cerca de 70 rebeldes, se dividiram em dois grupos de 20 para atacar o aeroporto e o quartel.
O Exército do Congo anunciou ter matado 40 rebeldes.
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Atentado contra trólebus mata mais 14 em Volgogrado
O segundo atentado terrorista suicida em dois dias contra a cidade de Volgogrado, no Sul da Rússia, matou pelo menos 14 pessoas hoje elevando o total de mortos para 31. Aumenta a ameaça dos extremistas muçulmanos de sabotar a Olimpíada de Inverno de Sóchi, que começa em 7 de fevereiro de 2014, observa a televisão americana CNN.
As autoridades russas disseram que as duas bombas eram da mesma natureza. Ontem, o alvo foi a estação ferroviária da cidade, antes conhecida como Stalingrado, cenário da batalha mais importante da Segunda Guerra Mundial. O presidente Vladimir Putin prometeu um combate implacável aos jihadistas.
Putin foi nomeado primeiro-ministro da Rússia pelo então presidente Boris Yeltsin, em 1999. Seu primeiro desafio foi a rebelião no Norte do Cáucaso, principalmente na república da Chechênia, que derrotara o Exército da Rússia na Primeira Guerra da Chechênia (1994-96) e foi esmagada na Segunda Guerra da Chechênia (1999-2000), que continua desde então com ações de menor intensidade, especialmente terroristas.
Em consequência deste conflito, houve violentas ações terroristas contra o Teatro Dubrovk, em Moscou, de 23 a 26 de outubro de 2002, com pelo menos 170 mortes; uma escola primária em Beslã, na Ossétia do Norte, em 2004, de 1º a 3 de setembro de 2004, com 334 mortes; e contra duas estações do metrô de Moscou, em 29 de março de 2010, com 40 mortos.
As autoridades russas disseram que as duas bombas eram da mesma natureza. Ontem, o alvo foi a estação ferroviária da cidade, antes conhecida como Stalingrado, cenário da batalha mais importante da Segunda Guerra Mundial. O presidente Vladimir Putin prometeu um combate implacável aos jihadistas.
Putin foi nomeado primeiro-ministro da Rússia pelo então presidente Boris Yeltsin, em 1999. Seu primeiro desafio foi a rebelião no Norte do Cáucaso, principalmente na república da Chechênia, que derrotara o Exército da Rússia na Primeira Guerra da Chechênia (1994-96) e foi esmagada na Segunda Guerra da Chechênia (1999-2000), que continua desde então com ações de menor intensidade, especialmente terroristas.
Em consequência deste conflito, houve violentas ações terroristas contra o Teatro Dubrovk, em Moscou, de 23 a 26 de outubro de 2002, com pelo menos 170 mortes; uma escola primária em Beslã, na Ossétia do Norte, em 2004, de 1º a 3 de setembro de 2004, com 334 mortes; e contra duas estações do metrô de Moscou, em 29 de março de 2010, com 40 mortos.
domingo, 29 de dezembro de 2013
Arábia Saudita dá ajuda militar de US$ 3 bi ao Líbano
Diante da desestabilização do Líbano pela guerra civil na Síria, a Arábia Saudita vai dar uma ajuda militar de US$ 3 bilhões ao país, anunciou hoje o presidente libanês, Michel Suleiman.
As monarquias ricas em petróleo do Golfo Pérsico, que são sunitas, temem o fortalecimento da milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), que luta ao lado da ditadura de Bachar Assad na Síria com a ajuda do Irã.
No fundo, há uma disputa pelo poder regional entre a Arábia Saudita e o Irã, entre sunitas e xiitas. Com o desinteresse dos Estados Unidos de intervir militarmente na Síria e sua reaproximação com o Irã, a monarquia saudita passou em 2013 a adotar uma política externa mais independente de Washington.
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Mulher-bomba mata 16 em atentado no Sul da Rússia
A 42 dias da abertura da Olimpíada de Inverno em Sóchi, uma terrorista suicida explodiu os explosivos que trazia junto ao corpo na estação central de trens de Volgogrado, a antiga Stalingrado, no Sul da Rússia, matando pelo menos 16 pessoas e ferindo gravamente outras 40.
O líder jihadista Doku Umarov ameaçou atacar os Jogos de Inverno deste ano, alegando que serão realizados em territórios muçulmanos conquistados durante a expansão do Império Russo, no século 19. É a guerra civil no Norte do Cáucaso, resultado de dois séculos de conflito na região.
Com custo de US$ 50 bilhões, os Jogos de Sóchi já são os mais caros da história, marcados por escândalos de corrupção envolvendo o presidente e homem-forte da Rússia, Vladimir Putin. Sóchi fica a cerca de 700 km de Volgogrado.
O líder jihadista Doku Umarov ameaçou atacar os Jogos de Inverno deste ano, alegando que serão realizados em territórios muçulmanos conquistados durante a expansão do Império Russo, no século 19. É a guerra civil no Norte do Cáucaso, resultado de dois séculos de conflito na região.
Com custo de US$ 50 bilhões, os Jogos de Sóchi já são os mais caros da história, marcados por escândalos de corrupção envolvendo o presidente e homem-forte da Rússia, Vladimir Putin. Sóchi fica a cerca de 700 km de Volgogrado.
sábado, 28 de dezembro de 2013
Bombardeio a feira livre mata 21 em Alepo
Pelo menos 21 pessoas morreram hoje num bombardeio aéreo da ditadura de Bachar Assad contra uma feira livre no bairro de Tarik al-Bab, dominado pelos rebeldes na cidade de Alepo, no Norte da Síria.
O ataque foi realizado às 10 horas da manhã, quando a feira estava cheia de gente.
Na véspera do Natal, um bombardeio aérea matara 15 pessoas em Alepo, a segunda cidade mais importante da Síria, devastada há dois anos e nove meio por uma guerra civil em que mais de 100 mil pessoas foram mortas.
Diante da omissão da sociedade internacional, que reluta em apoiar militarmente uma rebelião onde a luta contra Assad é liderada cada vez mais por extremistas muçulmanos, o ditador tenta esmagar a população civil das áreas dominadas pelos rebeldes.
O ataque foi realizado às 10 horas da manhã, quando a feira estava cheia de gente.
Na véspera do Natal, um bombardeio aérea matara 15 pessoas em Alepo, a segunda cidade mais importante da Síria, devastada há dois anos e nove meio por uma guerra civil em que mais de 100 mil pessoas foram mortas.
Diante da omissão da sociedade internacional, que reluta em apoiar militarmente uma rebelião onde a luta contra Assad é liderada cada vez mais por extremistas muçulmanos, o ditador tenta esmagar a população civil das áreas dominadas pelos rebeldes.
Egito mata cinco e prende 265 irmãos muçulmanos
Pelo menos cinco membros da Irmandade Muçulmana, o maior movimento político do Egito, que foi declarado terrorista pelo governo, foram mortos em confrontos com as forças de segurança do país e 265 foram presos. Três policiais morreram, inclusive um chefe de polícia.
A Irmandade Muçulmana é um movimento fundamentalista muçulmano fundado pelo egípcio Hassan al-Bana em 1928 para reislamizar os muçulmanos depois de mais de um século de colonialismo ocidental. Não liderou as manifestações de massa que derrubaram o ditador Hosni Mubarak (1981-2011), mas foi a maior beneficiária.
Como única organização oposicionista organizada, a Irmandade e seu partido político conquistaram a maioria dos votos nas eleições parlamentares pós-revolução e elegeram Mohamed Mursi como primeiro presidente escolhido democraticamente da História do Egito.
Depois de um ano de governo autoritário, Mursi foi derrubado por um golpe militar em 3 de julho de 2013. Desde então, há um clima de permanente tensão entre o regime militar e os irmãos muçulmanos, que se consideram os representantes legítimos do povo egípcio.
Ao deslegitimar a Irmandade Muçulmana como um grupo terrorista, o governo militar sabe que não tem como suprimir uma corrente de opinião tão forte no país.
O problema é que os militares, que mandam no Egito desde que a Revolução dos Coronéis depôs o rei Faruk, em 1952, e levou Gamal Abdel Nasser ao poder, têm interesses políticos e econômicos. Marcam posição para defender os seus feudos.
A Irmandade Muçulmana é um movimento fundamentalista muçulmano fundado pelo egípcio Hassan al-Bana em 1928 para reislamizar os muçulmanos depois de mais de um século de colonialismo ocidental. Não liderou as manifestações de massa que derrubaram o ditador Hosni Mubarak (1981-2011), mas foi a maior beneficiária.
Como única organização oposicionista organizada, a Irmandade e seu partido político conquistaram a maioria dos votos nas eleições parlamentares pós-revolução e elegeram Mohamed Mursi como primeiro presidente escolhido democraticamente da História do Egito.
Depois de um ano de governo autoritário, Mursi foi derrubado por um golpe militar em 3 de julho de 2013. Desde então, há um clima de permanente tensão entre o regime militar e os irmãos muçulmanos, que se consideram os representantes legítimos do povo egípcio.
Ao deslegitimar a Irmandade Muçulmana como um grupo terrorista, o governo militar sabe que não tem como suprimir uma corrente de opinião tão forte no país.
O problema é que os militares, que mandam no Egito desde que a Revolução dos Coronéis depôs o rei Faruk, em 1952, e levou Gamal Abdel Nasser ao poder, têm interesses políticos e econômicos. Marcam posição para defender os seus feudos.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Carro-bomba mata ex-ministro no Líbano
A explosão de um carro-bomba perto de um hotel de luxo numa zona de comércio forte de Beirute matou hoje Mohamed Chatah, ex-ministro das Finanças do Líbano, ex-assessor do ex-primeiro-ministro Saad Hariri e crítico feroz da milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus) e do ditador sírio, Bachar Assad.
Outras cinco pessoas morreram na hora e 15 saíram gravemente feridas.
É mais um passo para a desestabilização do Líbano pela guerra civil na vizinha Síria. O Hesbolá negou responsabilidade pelo atentado, mas é o maior suspeito.
Outras cinco pessoas morreram na hora e 15 saíram gravemente feridas.
É mais um passo para a desestabilização do Líbano pela guerra civil na vizinha Síria. O Hesbolá negou responsabilidade pelo atentado, mas é o maior suspeito.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
China anuncia crescimento de 7,6% em 2013
A economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 7,6% em 2013, previu hoje o presidente da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, Xu Shaoshi, um pouco menos do que os 7,7% de 2012 e um pouco acima da previsão oficial de 7,5%. Mas muitos economistas desconfiam as estatísticas do regime comunista chinês, que não tem grande compromisso com a verdade.
"Não podemos negar que houve pressões contra o crescimento econômico", admitiu Xu, citando a crise internacional e a queda na demanda pelas exportações chinesas. O resultado final indica uma desaceleração no último trimestre de 2013, depois de taxas anuais de 7,7% no primeiro trimestre, 7,5% no segundo e 7,8% no terceiro.
"Não podemos negar que houve pressões contra o crescimento econômico", admitiu Xu, citando a crise internacional e a queda na demanda pelas exportações chinesas. O resultado final indica uma desaceleração no último trimestre de 2013, depois de taxas anuais de 7,7% no primeiro trimestre, 7,5% no segundo e 7,8% no terceiro.
Primeiro-ministro do Japão homenageia criminosos de guerra
Sob protestos da China e da Coreia do Norte, o primeiro-ministro Shinzo Abe visitou hoje o santuário xintoísta de Yasukuni, no centro de Tóquio, onde estão enterrados os criminosos de guerra do Japão na Segunda Guerra Mundial.
Abe é um nacionalista interessado em restaurar o poderio econômico e militar do Japão para fazer frente ao extraordinário crescimento chinês. Sempre que um primeiro-ministro japonês visita o santuário, alega fazê-lo para homenagear os militares japoneses mortos em guerras. Entre eles, estão os condenados pelo Tribunal de Crimes de Guerra de Tóquio.
Abe é um nacionalista interessado em restaurar o poderio econômico e militar do Japão para fazer frente ao extraordinário crescimento chinês. Sempre que um primeiro-ministro japonês visita o santuário, alega fazê-lo para homenagear os militares japoneses mortos em guerras. Entre eles, estão os condenados pelo Tribunal de Crimes de Guerra de Tóquio.
Encomendas à indústria sobem 3,5% nos EUA
Num sinal de consolidação da recuperação da economia dos Estados Unidos depois da Grande Recessão de 2008-9, as encomendas de bens duráveis à indústria avançaram 3,5% em novembro, superando amplamente a expectativa média dos economistas, que era de 2%.
As ordens de bens de capital de fora do setor de defesa subiram 4,5%, na maior alta desde janeiro. Esse aumento indica um
Em outra pesquisa, o Departamento do Comércio revisou para queda de 2,4% as vendas de casas novas em novembro, projetando um total anual de 464 mil unidades residenciais, mas o número de outubro foi revisto para cima, projetando vendas anuais de 474 mil casas, o ritmo mais forte desde julho de 2008, antes do agravamento da crise.
As ordens de bens de capital de fora do setor de defesa subiram 4,5%, na maior alta desde janeiro. Esse aumento indica um
Em outra pesquisa, o Departamento do Comércio revisou para queda de 2,4% as vendas de casas novas em novembro, projetando um total anual de 464 mil unidades residenciais, mas o número de outubro foi revisto para cima, projetando vendas anuais de 474 mil casas, o ritmo mais forte desde julho de 2008, antes do agravamento da crise.
Esquerda sem rumo
A esquerda latino-americana não discute. Tem certezas. Tem a História na mão? Não, desde a queda do Muro de Berlim e do colapso do comunismo. É uma realidade que a esquerda latino-americana, que apoia Fidel, Chávez e outros caudilhos que a esquerda europeia rejeita, insiste em ignorar.
Enquanto direita e esquerda forem democráticas, tudo bem, mas o socialismo democrático é a social-democracia. O PT e o lulismo são social-democratas, mas o MST não é. Como vivi sob uma ditadura e prezo minha liberdade, não gostaria de viver sob um governo do MST, nem do camarada Kim Jong Un ou dos irmãos Castro.
Como sou contra a tirania, posso me identificar com a blogueira cubana Yoani Sánchez, com os intelectuais e artistas dissidentes chineses, com os sindicalistas que vaiaram o enterro de Lady Thatcher, com os líbios que se livraram de Kadafi com a ajuda da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), com os sírios não fundamentalistas que tentam se livrar de Assad, com os egípcios na Praça da Libertação, com as vítimas da ditadura argentina que denunciaram a omissão do novo papa na época e de todas as ditaduras latino-americanas. Na Guatemala, estão julgando o general Efraín Ríos Montt, ditador de plantão quando passei lá, em 1982, mas o Brasil esquece deliberadamente o guarda de banco que o Lamarca matou. Também foi vítima, também merecia reparação e reconhecimento, a família merecia indenização, mas a Comissão é da Meia-Verdade.
Estou do lado da liberdade individual, da maioria desarmada que não quer se submeter ao poder arbitrário do Estado seja em nome de que ideologia for.
Como o mundo não é preto e branco, só quem é extremista pode ter certezas. Qualquer ideia política que se considere progressista tem de promover a emancipação humana. Para isso, é preciso que as pessoas tenham suas necessidades básicas atendidas e uma educação de qualidade para poder pensar com a própria cabeça e não a do partido.
O marxismo-leninismo se tornou uma doutrina reacionária e autoritária com origem no autoritarismo alemão que pretende falar em nome do povo sem ter delegação para isso. É usada para justificar os mais variados abusos dos direitos humanos e arbitrariedades, corrupção, tortura...
Desde 1989, desde a queda do Muro, as revoluções são feitas para lutar pela liberdade. As pessoas vão para o meio da praça lutar pela liberdade e não gritar slogans socialistas e marxistas, pedir a estatização dos meios de produção, a não ser na América Latina, o continente do atraso, onde as esquerdas são teleguiadas pelo Estado.
Neste sentido, reacionário é quem luta contra as revoluções liberais que fazem parte das últimas ondas de democratização iniciadas pelo fim da Guerra Fria e a queda do Muro de Berlim.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Rússia liberta roqueiras da banda Pussy Riot
Duas roqueiras da banda Pussy Riot condenadas a dois anos de prisão por protestar contra o presidente Vladimir Putin e profanar a Catedral do Cristo Salvador, em Moscou, foram soltas hoje por causa de uma anistia concedida pelo homem-forte da Rússia, mas desafiaram a decisão.
"Se pudesse rejeitar essa anistia, teria rejeitadado", declarou Maria Alekhina, de 25 anos, descrevendo a anistia como uma "vergonha": "Não acredito que seja um gesto humanitário, mas, sim, um golpe de relações públicas".
Ao sair da prisão em Krasnoyarsk, na Sibéria, sob uma temperatura de 25 graus negativos, Nadja Tolokonnikova, repetiu o mantra da oposição: "Rússia sem Putin".
"Se pudesse rejeitar essa anistia, teria rejeitadado", declarou Maria Alekhina, de 25 anos, descrevendo a anistia como uma "vergonha": "Não acredito que seja um gesto humanitário, mas, sim, um golpe de relações públicas".
Ao sair da prisão em Krasnoyarsk, na Sibéria, sob uma temperatura de 25 graus negativos, Nadja Tolokonnikova, repetiu o mantra da oposição: "Rússia sem Putin".
domingo, 22 de dezembro de 2013
Rebeldes tomam capital de estado no Sudão do Sul
O país mais novo do mundo, independente desde 9 de julho de 2011, está à beira de uma guerra civil potencialmente devastadora. As forças rebeldes leais ao vice-presidente Riek Machar tomaram Bentiu, capital do estado petroleirode Unidade. O conflito com as tropas do presidente Salva Kiir Mayardit tem origens tribais.
A missão das Nações Unidas no Sudão do Sul mandou todos os funcionários não essenciais neste momento saírem do Sudão do Sul, enquanto enviados especiais dos Estados Unidos e da Nigéria tentam evitar um agravamento do conflito em que mais de 500 pessoas foram mortas.
A missão das Nações Unidas no Sudão do Sul mandou todos os funcionários não essenciais neste momento saírem do Sudão do Sul, enquanto enviados especiais dos Estados Unidos e da Nigéria tentam evitar um agravamento do conflito em que mais de 500 pessoas foram mortas.
sábado, 21 de dezembro de 2013
Mais da metade dos brasileiros não tem coleta de esgotos
Cerca de 52% da população brasileira vivem em lares sem ligação com a rede de esgotos, 38% dos esgotos coletados não são tratados e 8 milhões ainda defecam ao ar livre, "uma afronta à dignidade humana", na visão da relatora especial das Nações Unidas para o direito a água e saneamento básico, Catarina de Albuquerque.
"Esta situação leva muito a viverem com seus próprios dejetos na porta de casa", lamentou a relatora da ONU no final de uma visita em que esteve em Brasília, no Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Belém de 9 a 19 de dezembro de 2013.
Mesmo reconhecendo os avanços dos últimos anos, Catarina terminou a viagem "com um sentimento doce e amargo. Doce devido aos progressos realizados. Amargo porque tenho presentes as vozes e caras dos vários brasileiros que conheci e com quem falei para os quais o direito humano a água e sanemaneot ainda constitui uma realidade distante".
Os maiores problemas estão nas favelas e nas zonas rurais.
"Esta situação leva muito a viverem com seus próprios dejetos na porta de casa", lamentou a relatora da ONU no final de uma visita em que esteve em Brasília, no Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Belém de 9 a 19 de dezembro de 2013.
Mesmo reconhecendo os avanços dos últimos anos, Catarina terminou a viagem "com um sentimento doce e amargo. Doce devido aos progressos realizados. Amargo porque tenho presentes as vozes e caras dos vários brasileiros que conheci e com quem falei para os quais o direito humano a água e sanemaneot ainda constitui uma realidade distante".
Os maiores problemas estão nas favelas e nas zonas rurais.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
EUA crescem em ritmo de 4,1% ao ano
A terceira e última revisão do produto interno bruto dos Estados Unidos indicou um crescimento de 4,1% ao ano no terceiro trimestre de 2013, superando os 3,6% do cálculo anterior. Foi a maior taxa em dois anos e a segunda maior desde que o país saiu da recessão, em 2009.
Os novos dados indicam um fortalecimento do consumo pessoal, que representa mais de dois terços do PIB americano.
Os novos dados indicam um fortalecimento do consumo pessoal, que representa mais de dois terços do PIB americano.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
EUA reduzem gradualmente compra de títulos
A partir de janeiro de 2014, a Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, vai reduzir sua compra mensal de títulos de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões, anunciou ontem seu presidente Ben Bernanke. A medida era esperada pelo mercado havia meses.
O programa de "alívio quantitativo" foi lançado para injetar mais dinheiro na economia depois que a taxa básica de juros foi rebaixada a praticamente zero para combater a crise financeiro de 2008-9. Bernanke acrescentou que os juros continuarão neste patamar até que a taxa de desemprego caia para 6,5% ao ano ou a inflação passe da meta informal perseguida pelo Fed, de 2% ao ano.
No mundo inteiro, a moeda americana se valoriza. As bolsas de valores da Ásia, o polo mais dinâmico da economia mundial, operam em alta porque os EUA são um dos maiores mercados para seus produtos industriais, ao lado da Europa e cada vez mais da China.
O programa de "alívio quantitativo" foi lançado para injetar mais dinheiro na economia depois que a taxa básica de juros foi rebaixada a praticamente zero para combater a crise financeiro de 2008-9. Bernanke acrescentou que os juros continuarão neste patamar até que a taxa de desemprego caia para 6,5% ao ano ou a inflação passe da meta informal perseguida pelo Fed, de 2% ao ano.
No mundo inteiro, a moeda americana se valoriza. As bolsas de valores da Ásia, o polo mais dinâmico da economia mundial, operam em alta porque os EUA são um dos maiores mercados para seus produtos industriais, ao lado da Europa e cada vez mais da China.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
EUA ainda mantêm 158 presos em Guantânamo
Com a repatriação na segunda-feira de dois sauditas presos sem julgamento há um ano e de dois sudaneses prevista para hoje, o número de presos na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba, caiu para 158.
O fechamento do centro de detenção ilegal de Guantânamo, criado em 2002 pelo governo George W. Bush para negar aos suspeitos de terrorismo os direitos garantidos pela Convenção de Genebra sobre Prisioneiros de Guerra, foi uma promessa da primeira campanha presidencial de Barack Obama.
No primeiro dia de seu governo, Obama baixou um decreto para iniciar procedimentos visando levar os detidos para julgamento nos EUA ou seus países de origem e acabar. Mas, no único caso semelhante julgado por um tribunal civil americano, o juiz rejeitou 384 provas obtidas ilegalmente sob coação e tortura.
Sob pressão dos republicanos, temendo a absolvição de terroristas perigosos, Obama manteve o centro de detenção. Pode desidratá-lo pouco a pouco, mas não há sinais de um plano para fechá-lo definitivamente.
O fechamento do centro de detenção ilegal de Guantânamo, criado em 2002 pelo governo George W. Bush para negar aos suspeitos de terrorismo os direitos garantidos pela Convenção de Genebra sobre Prisioneiros de Guerra, foi uma promessa da primeira campanha presidencial de Barack Obama.
No primeiro dia de seu governo, Obama baixou um decreto para iniciar procedimentos visando levar os detidos para julgamento nos EUA ou seus países de origem e acabar. Mas, no único caso semelhante julgado por um tribunal civil americano, o juiz rejeitou 384 provas obtidas ilegalmente sob coação e tortura.
Sob pressão dos republicanos, temendo a absolvição de terroristas perigosos, Obama manteve o centro de detenção. Pode desidratá-lo pouco a pouco, mas não há sinais de um plano para fechá-lo definitivamente.
Rússia faz concessões para fechar acordo com a Ucrânia
Depois de rejeitar um acordo de associação proposto pela União Europeia, o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovitch, se encontrou ontem com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para fechar um acordo em que Moscou deu um desconto de 33% no preço do gás natural e prometeu comprar US$ 15 bilhões da dívida pública ucraniana.
Yanukovitch é o mesmo homem de Moscou que seria beneficiário de uma fraude eleitoral impedida pela Revolução Laranja em 2004. Os desentendimentos dentro da coligação laranja o levaram ao poder. Ele tratou de encarcerar a ex-primeira-ministra Yulia Timochenko e a fazer o jogo do Kremlin.
O acordo com a UE não restringiria as relações econômicas entre Rússia e Ucrânia, mas os russos não têm como concorrer com o Ocidente. Por isso, Putin tenta impor um acordo para criar seu próprio bloco comercial, enquanto as multidões nas ruas de Kiev querem fazer parte da Europa e não de um arremedo da extinta União Soviética.
Putin segue em frente com seu projeto de restaurar pelo menos parte do poder imperial da URSS. O sonho deste ex-diretor do serviço secreto pós-KGB que se tornou homem-forte da Rússia é submeter o que os russos chamam de "exterior próximo", as antigas repúblicas que formavam a URSS, o império interior soviético. A Ucrânia era a mais importante, depois da Rússia.
O marco do início da história russa é a adoção do cristianismo como religião oficial pelo príncipe Vladimir, de Kiev, em 988. A Rússia Kievana foi o primeiro estado russo e Kiev hoje é a capital da Ucrânia. Assim, para o nacionalismo russo, a Ucrânia é parte da Rússia.
A união foi formalizada em 1654. Quando a URSS se formou, em 1922, foram criadas repúblicas que em tese teriam o direito de se separar, mas sob o império comunista isso nunca saiu do papel.
Em 1954, para festejar os 300 anos de união, o ucraniano Nikita Kruschev, secretário-geral do Partido Comunista da URSS, entregou a região da Crimeia, onde os russos são maioria de 70%, de presente à Ucrânia, mais uma vez com a certeza de que as repúblicas soviéticas eslavas jamais se separariam.
Quando Rússia, Ucrânia e Bielorrússia decidiram criar a Comunidade de Estados Independentes, no Tratado de Minsk, de 1991, acabaram com a URSS. Putin lamenta o que considera a "maior catástrofe geopolítica do século 20". Gostaria de ser um ditador soviético.
Na separação amigável, o grande problema era a Frota do Mar Negro, uma das principais da URSS, baseada em Sebastopol, na Crimeia, desde o século 18. Depois de prometer não prorrogar o arrendamento da base além de 2017, Yanikovitch aceitou estendê-lo até 2042, com a opção ir até 2047.
Putin vive seu momento de glória. Foi considerado o homem mais poderoso do mundo pela revista Forbes, mas nada pode estar mais distante da realidade. Ele ganhou pontos quando a Rússia se propôs a mediar um acordo para eliminar as armas químicas da Síria, evitando um bombardeio punitivo dos Estados Unidos. Mas também pode, sem querer, ter jogado uma corda de salvação para Obama, que corria o risco de não receber autorização do Congresso para usar a força.
A maioria dos comentaristas internacionais repudia as intervenções militares dos EUA, mas considera fraqueza ameaçar e não atacar. No clássico da estratégia A Arte da Guerra, Sun Tzu afirma que a maior vitória é ganhar a guerra sem disparar um tiro.
Se o objetivo de Obama era eliminar o arsenal químico sírio, mesmo que seja incompleto, se Assad não usar mais armas químicas, foi parcialmente atingido. Ao não bombardear a Síria, os EUA evitaram se envolver diretamente num conflito em que confiam cada vez menos nos rebeldes armados, onde jihadistas ligados à rede terrorista Al Caeda têm um papel cada vez mais preponderante no campo de batalha.
Há pouco mais de um ano, a queda de Assad parecia certa. O aliado de Putin foi salvo. A Rússia voltou a ter alguma influência no Oriente Médio, o que não acontecia desde que Anuar Sadat abancou a URSS e aliou o Egito aos EUA, em 1977, para fazer a paz com Israel e recuperar a Península do Sinai, ocupada na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Mas talvez interesse aos EUA e especialmente a seu aliado Israel a continuação da guerra civil na Síria. Enquanto Assad e extremistas muçulmanos estiverem se matando, a exemplo do que aconteceu na Guerra Irã-Iraque (1980-88), Israel estará mais tranquilo do que com jihadistas ou um Assad vitorioso do outro lado do Mar da Galileia.
O bombardeio a Assad também atrapalharia um objetivo estratégico dos EUA, impedir que o Irã faça a bomba atômica. A Síria é a maior aliada do Irã no mundo árabe. Uma reaproximação EUA-Irã alivia a pressão sobre Assad, para revolta da Arábia Saudita, que pela primeira vez discorda abertamente da política americana para o Oriente Médio por causa da Síria e do Irã.
Enquanto prende ativistas do Greenpeace contrários à exploração de petróleo no Oceano Ártico, persegue gays, ativistas dos direitos humanos, quaisquer oposicionistas e jornalistas, promove a olimpíada mais corrupta da história e fecha a mais antiga agência de notícias do país, substituindo-a por uma agência de propaganda, que influência tem Putin sobre o resto do mundo? Escassa. Pode ameaçar a Ucrânia, que depende do gás russo. Todo inverno ele arruma uma desculpa para fechar o gasoduto.
De resto, o poder da Rússia pode se expandir exponencialmente se o país modernizar sua economia e explorar os recursos naturais sem paralelo de seu vasto território. Mas disso Putin não entende. Prefere sonhar com o renascimento de um stalinismo puro, sem ideologia.
Yanukovitch é o mesmo homem de Moscou que seria beneficiário de uma fraude eleitoral impedida pela Revolução Laranja em 2004. Os desentendimentos dentro da coligação laranja o levaram ao poder. Ele tratou de encarcerar a ex-primeira-ministra Yulia Timochenko e a fazer o jogo do Kremlin.
O acordo com a UE não restringiria as relações econômicas entre Rússia e Ucrânia, mas os russos não têm como concorrer com o Ocidente. Por isso, Putin tenta impor um acordo para criar seu próprio bloco comercial, enquanto as multidões nas ruas de Kiev querem fazer parte da Europa e não de um arremedo da extinta União Soviética.
Putin segue em frente com seu projeto de restaurar pelo menos parte do poder imperial da URSS. O sonho deste ex-diretor do serviço secreto pós-KGB que se tornou homem-forte da Rússia é submeter o que os russos chamam de "exterior próximo", as antigas repúblicas que formavam a URSS, o império interior soviético. A Ucrânia era a mais importante, depois da Rússia.
O marco do início da história russa é a adoção do cristianismo como religião oficial pelo príncipe Vladimir, de Kiev, em 988. A Rússia Kievana foi o primeiro estado russo e Kiev hoje é a capital da Ucrânia. Assim, para o nacionalismo russo, a Ucrânia é parte da Rússia.
A união foi formalizada em 1654. Quando a URSS se formou, em 1922, foram criadas repúblicas que em tese teriam o direito de se separar, mas sob o império comunista isso nunca saiu do papel.
Em 1954, para festejar os 300 anos de união, o ucraniano Nikita Kruschev, secretário-geral do Partido Comunista da URSS, entregou a região da Crimeia, onde os russos são maioria de 70%, de presente à Ucrânia, mais uma vez com a certeza de que as repúblicas soviéticas eslavas jamais se separariam.
Quando Rússia, Ucrânia e Bielorrússia decidiram criar a Comunidade de Estados Independentes, no Tratado de Minsk, de 1991, acabaram com a URSS. Putin lamenta o que considera a "maior catástrofe geopolítica do século 20". Gostaria de ser um ditador soviético.
Na separação amigável, o grande problema era a Frota do Mar Negro, uma das principais da URSS, baseada em Sebastopol, na Crimeia, desde o século 18. Depois de prometer não prorrogar o arrendamento da base além de 2017, Yanikovitch aceitou estendê-lo até 2042, com a opção ir até 2047.
Putin vive seu momento de glória. Foi considerado o homem mais poderoso do mundo pela revista Forbes, mas nada pode estar mais distante da realidade. Ele ganhou pontos quando a Rússia se propôs a mediar um acordo para eliminar as armas químicas da Síria, evitando um bombardeio punitivo dos Estados Unidos. Mas também pode, sem querer, ter jogado uma corda de salvação para Obama, que corria o risco de não receber autorização do Congresso para usar a força.
A maioria dos comentaristas internacionais repudia as intervenções militares dos EUA, mas considera fraqueza ameaçar e não atacar. No clássico da estratégia A Arte da Guerra, Sun Tzu afirma que a maior vitória é ganhar a guerra sem disparar um tiro.
Se o objetivo de Obama era eliminar o arsenal químico sírio, mesmo que seja incompleto, se Assad não usar mais armas químicas, foi parcialmente atingido. Ao não bombardear a Síria, os EUA evitaram se envolver diretamente num conflito em que confiam cada vez menos nos rebeldes armados, onde jihadistas ligados à rede terrorista Al Caeda têm um papel cada vez mais preponderante no campo de batalha.
Há pouco mais de um ano, a queda de Assad parecia certa. O aliado de Putin foi salvo. A Rússia voltou a ter alguma influência no Oriente Médio, o que não acontecia desde que Anuar Sadat abancou a URSS e aliou o Egito aos EUA, em 1977, para fazer a paz com Israel e recuperar a Península do Sinai, ocupada na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Mas talvez interesse aos EUA e especialmente a seu aliado Israel a continuação da guerra civil na Síria. Enquanto Assad e extremistas muçulmanos estiverem se matando, a exemplo do que aconteceu na Guerra Irã-Iraque (1980-88), Israel estará mais tranquilo do que com jihadistas ou um Assad vitorioso do outro lado do Mar da Galileia.
O bombardeio a Assad também atrapalharia um objetivo estratégico dos EUA, impedir que o Irã faça a bomba atômica. A Síria é a maior aliada do Irã no mundo árabe. Uma reaproximação EUA-Irã alivia a pressão sobre Assad, para revolta da Arábia Saudita, que pela primeira vez discorda abertamente da política americana para o Oriente Médio por causa da Síria e do Irã.
Enquanto prende ativistas do Greenpeace contrários à exploração de petróleo no Oceano Ártico, persegue gays, ativistas dos direitos humanos, quaisquer oposicionistas e jornalistas, promove a olimpíada mais corrupta da história e fecha a mais antiga agência de notícias do país, substituindo-a por uma agência de propaganda, que influência tem Putin sobre o resto do mundo? Escassa. Pode ameaçar a Ucrânia, que depende do gás russo. Todo inverno ele arruma uma desculpa para fechar o gasoduto.
De resto, o poder da Rússia pode se expandir exponencialmente se o país modernizar sua economia e explorar os recursos naturais sem paralelo de seu vasto território. Mas disso Putin não entende. Prefere sonhar com o renascimento de um stalinismo puro, sem ideologia.
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Rochas da Antártida podem conter diamantes
Cientistas australianos descobriram rochas na Antártida do tipo que costuma ter diamantes. A exploração mineral do continente gelado está protegida por tratados internacionais e os desafios para perfurar grossas camadas de gelo para extrair as pedras preciosas seria um gigantesco desafio.
O Tratado Antártico proíbe a mineração até 2048 e presume que será estendida indefinidamente.
O Tratado Antártico proíbe a mineração até 2048 e presume que será estendida indefinidamente.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Violência política mata mais 16 pessoas em Xinjiang
Mais 16 pessoas foram mortas na província de Xinjiang, no Noroeste da China, onde os muçulmanos uigures lutam contra as política de assimilação cultural da "sinificação", informou o governo regional.
A província é base do Movimento pela Libertação do Turquestão Oriental, o nome muçulmano da região. O atentado terrorista recente na Praça da Paz Celestial, em Beijim, foi atribuído a militantes uigures.
A província é base do Movimento pela Libertação do Turquestão Oriental, o nome muçulmano da região. O atentado terrorista recente na Praça da Paz Celestial, em Beijim, foi atribuído a militantes uigures.
Papa não se preocupa com acusação de marxismo
Desde que atacou o sistema capitalista, o papa Francisco foi acusado de ser marxista e de ter ressuscitado a Teologia da Libertação, que misturava as ideias de Karl Marx, o pai do comunismo, com a doutrina social da Igreja Católica. Mas não está preocupado.
Em entrevista ao jornal La Stampa, de Turim, Francisco declarou que "a ideologia marxista está errada", mas "conheço muitos marxistas que são gente boa e por isso não me sinto ofendido".
Em entrevista ao jornal La Stampa, de Turim, Francisco declarou que "a ideologia marxista está errada", mas "conheço muitos marxistas que são gente boa e por isso não me sinto ofendido".
domingo, 15 de dezembro de 2013
Bachelet é eleita presidente do Chile pela segunda vez
Com 62% dos votos válidos depois de apuradas 90% das urnas, a ex-presidente socialista Michelle Bachelet foi eleita presidente do Chile pela segunda vez, derrotando a direitista Evelyn Matthei no segundo turno, disputado hoje.
Durante a campanha, Bachelet prometeu aumentar os impostos sobre empresas para aumentar o investimento público em educação. A privatização do ensino, uma herança da ditadura do general Augusto Pinochet (1973-90), revigorou o movimento estudantil nos últimos anos.
Bachelet também está sob pressão para reformar a Constituição para livrá-la dos resquícios da ditadura militar.
Durante a campanha, Bachelet prometeu aumentar os impostos sobre empresas para aumentar o investimento público em educação. A privatização do ensino, uma herança da ditadura do general Augusto Pinochet (1973-90), revigorou o movimento estudantil nos últimos anos.
Bachelet também está sob pressão para reformar a Constituição para livrá-la dos resquícios da ditadura militar.
sábado, 14 de dezembro de 2013
SPD aprova grande coligação com Merkel
O Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), de centro-esquerda, aprovou hoje a formação de uma grande aliança com a União Democrata-Cristã (CDU), liderada pela chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel.
Merkel governou com o SPD no seu primeiro mandato, de 2005-9. Em 2009, fez aliança com o Partido Liberal-Democrata (FDU). Nas últimas eleições, em setembro de 2013, seu parceiro preferido para se coligar não obteve a votação de 5% dos votos, o limite mínimo para entrar no Reichstag, a Câmara do Parlamento da Alemanha.
Merkel governou com o SPD no seu primeiro mandato, de 2005-9. Em 2009, fez aliança com o Partido Liberal-Democrata (FDU). Nas últimas eleições, em setembro de 2013, seu parceiro preferido para se coligar não obteve a votação de 5% dos votos, o limite mínimo para entrar no Reichstag, a Câmara do Parlamento da Alemanha.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Execução de tio de Kim suscita dúvidas sobre Coreia do Norte
A execução do tio e mentor do ditador Kim Jong Un no processo de transição na Coreia do Norte levanta várias dúvidas sobre a luta interna pelo poder na ditadura comunista de Pionguiangue. Jang Song Taek era considerado o segundo homem mais poderoso do país. Foi condenado e executado sob acusações de corrupção e traição.
Na versão oficial do regime stalinista norte-coreano, Jang aproveitou a morte do ditador Kim Jong Il, pai do atual líder, em dezembro de 2011, para tentar usurpar o poder. O processo forjado e a execução sumária têm todas as característcias dos julgamentos da ditadura de Josef Stalin na URSS.
Uma possibilidade é que o próprio Kim esteja afirmando sua autoridade eliminando o número dois do regime, o que é mais provável, já que numa ditadura o segundo é sempre uma ameaça.
Mas, como o regime comunista é colegiado, outros autocratas podem querer deixar claro para Kim os limites de sua autoridade.
Na versão oficial do regime stalinista norte-coreano, Jang aproveitou a morte do ditador Kim Jong Il, pai do atual líder, em dezembro de 2011, para tentar usurpar o poder. O processo forjado e a execução sumária têm todas as característcias dos julgamentos da ditadura de Josef Stalin na URSS.
Uma possibilidade é que o próprio Kim esteja afirmando sua autoridade eliminando o número dois do regime, o que é mais provável, já que numa ditadura o segundo é sempre uma ameaça.
Mas, como o regime comunista é colegiado, outros autocratas podem querer deixar claro para Kim os limites de sua autoridade.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Hollande quer reforçar parceria estratégica com o Brasil
O presidente François Hollande era esperado hoje em Brasília, onde tem encontros marcados hoje com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para "reforçar a parceria estratégica" bilateral com a França, anunciou em Paris o Palácio do Eliseu.
Tanto o comércio quanto os investimentos bilaterais cresceram nos últimos anos. A França é o quinto país com mais investimentos estrangeiros no Brasil.
Vários contratos serão assinados durante a visita, entre eles o relativo à participação da empresa francesa Total no consórcio que vai operar o campo petrolífero de Libra.
O Brasil deve fechar a compra de um satélite de telecomunicações de uso civil e militar das empresas Thalès e Arianespace no valor de 400 milhões de euros.
Um terceiro negócio, de mais de 1 bilhão de euros, seria a construção de uma usina nuclear em Angra dos Reis pelo grupo francês Areva.
Amanhã, o presidente da França vai a São Paulo para um encontro com empresários.
A visita também aproveita o atual esfriamento nas relações bilaterais entre os Estados Unidos e o Brasil por causa da espionagem americana.
Tanto o comércio quanto os investimentos bilaterais cresceram nos últimos anos. A França é o quinto país com mais investimentos estrangeiros no Brasil.
Vários contratos serão assinados durante a visita, entre eles o relativo à participação da empresa francesa Total no consórcio que vai operar o campo petrolífero de Libra.
O Brasil deve fechar a compra de um satélite de telecomunicações de uso civil e militar das empresas Thalès e Arianespace no valor de 400 milhões de euros.
Um terceiro negócio, de mais de 1 bilhão de euros, seria a construção de uma usina nuclear em Angra dos Reis pelo grupo francês Areva.
Amanhã, o presidente da França vai a São Paulo para um encontro com empresários.
A visita também aproveita o atual esfriamento nas relações bilaterais entre os Estados Unidos e o Brasil por causa da espionagem americana.
Monarquias árabes querem estrangeiros fora da Síria
O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, uma organização internacional que une as monarquias petroleiras do Oriente Médio sob a liderança da Arábia Saudita, pediu ontem a retirada de todas as forças estrangeiras da guerra civil na Síria.
Numa declaração, o CCG acusou o ditador sírio, Bachar Assad, de cometer genocídio, usar armas pesadas e armas químicas. A milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e a milícia Bassij, da Guarda Revolucionária do Irã lutam na Síria ao lado de Assad.
Numa declaração, o CCG acusou o ditador sírio, Bachar Assad, de cometer genocídio, usar armas pesadas e armas químicas. A milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e a milícia Bassij, da Guarda Revolucionária do Irã lutam na Síria ao lado de Assad.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
EUA e UE param de apoiar o Exército da Síria Livre
Os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram hoje que só darão ajuda não letal ao Exército da Síria Livre, que teria sido infiltrado por extremistas muçulmanos.
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Obama: "Mandela libertou prisioneiros e carcereiros"
Ao participar hoje do funeral do herói negro sul-africano Nelson Mandela junto com a presidente Dilma Rousseff e chefes de Estado e de governo do mundo inteiro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi muito aplaudido ao destacar que "Mandela libertou não só os prisioneiros, mas também os carcereiros".
Obama cumprimentou o ditador de Cuba, Raúl Castro. Foi a primeira vez desde a revolução de 1959 que um presidente dos EUA cumprimentou um dirigente supremo de Cuba em público.
Obama cumprimentou o ditador de Cuba, Raúl Castro. Foi a primeira vez desde a revolução de 1959 que um presidente dos EUA cumprimentou um dirigente supremo de Cuba em público.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Tailândia dissolve Parlamento e convoca eleições
Diante da pressão das ruas, a primeira-ministra Yingluck Shinawatra anunciou há pouco a decisao de dissolver o Parlamento da Tailândia e convocar eleições antecipadas dentro de 60 dias.
Yingluck Shinawatra está sob intensa pressão do movimento amarelo, que a acusa de ser um fantoche do irmão, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto e exilado em 2006 sob acusação de corrupção.
Yingluck Shinawatra está sob intensa pressão do movimento amarelo, que a acusa de ser um fantoche do irmão, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto e exilado em 2006 sob acusação de corrupção.
sábado, 7 de dezembro de 2013
Diretor-geral brasileiro consegue aprovar acordo na OMC
Como resultado do esforço e do talento diplomático do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo, novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, a OMC chegou na madrugada de hoje, em Báli, na Indonésia, um acordo de "facilitação de comércio" capaz de resultar em novos negócios no total de US$ 1 trilhão em uma década.
A grande dificuldade foi convencer a Índia, que resistia a uma liberalização do setor agrícola, de grande interesse para o Brasil, temendo comprometer o programa de segurança alimentar que usa para combater a fome. O governo brasileiro não se empenhou a fundo nas negociações.
No último momento, a Alternativa Bolivarista para as Américas (Alba), liderada pela Venezuela, tentou incluir uma cláusula exigindo o fim do boicote comercial dos EUA a Cuba. Como a OMC opera por consenso, o acordo esteve prestes a ser abandonado. Mas esses países menores e sem uma agenda positiva desistiram.
Por "facilitação de comércio", entendem-se medidas para acelerar a tramitação dos processos de importação, que variam de 5 dias, em média, na União Europeia até 100 dias no Chade.
A grande dificuldade foi convencer a Índia, que resistia a uma liberalização do setor agrícola, de grande interesse para o Brasil, temendo comprometer o programa de segurança alimentar que usa para combater a fome. O governo brasileiro não se empenhou a fundo nas negociações.
No último momento, a Alternativa Bolivarista para as Américas (Alba), liderada pela Venezuela, tentou incluir uma cláusula exigindo o fim do boicote comercial dos EUA a Cuba. Como a OMC opera por consenso, o acordo esteve prestes a ser abandonado. Mas esses países menores e sem uma agenda positiva desistiram.
Por "facilitação de comércio", entendem-se medidas para acelerar a tramitação dos processos de importação, que variam de 5 dias, em média, na União Europeia até 100 dias no Chade.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Economia dos EUA gerou 203 mil empregos em novembro
Em mais um sinal de recuperação, a economia dos Estados Unidos criou 203 mil empregos a mais do que fechou em novembro de 2013, superando a expectativa dos economistas, que era de 185 mil vagas, anunciou hoje o Departamento do Trabalho.
O desemprego, medido em outra pesquisa, que avalia quem procurou trabalho e não conseguiu, caiu de 7,3% para 7%, o menor nível em cinco anos. Aproxima-se dos 6,5% indicados pelo presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, Ben Bernanke, como marco de volta à normalidade quando prometeu manter o programa de compra de títuloss para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação.
O desemprego, medido em outra pesquisa, que avalia quem procurou trabalho e não conseguiu, caiu de 7,3% para 7%, o menor nível em cinco anos. Aproxima-se dos 6,5% indicados pelo presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, Ben Bernanke, como marco de volta à normalidade quando prometeu manter o programa de compra de títuloss para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Morre Nelson Mandela, último grande estadista desta era
O líder negro Nelson Mandela, maior responsável pela transição pacífica da África do Sul do regime segragacionista do apartheid, um dos regimes mais odiosos do mundo contemporâneo, para a democracia, morreu hoje aos 95 anos em Pretória, a capital do país, anunciou agora há pouco o presidente sul-africano Jacob Zuma.
"A nação perdeu seu melhor filho; o povo perdeu seu pai", declarou Zuma.
Mandela passou 27 anos preso até ser libertado em 11 de fevereiro de 1990 para negociar com o regime que o encarcerou. Até sua imagem era proibida no país. A pneumonia que o matou hoje foi resultado das condições desumanas na prisão da ilha de Robben, onde ficou 16 anos.
Influenciado pelas ideias do líder pacifista da independência da Índia, o Mahatma Gandhi, baseadas na resistência pacífica e na desobediência civil do naturalista norte-americano Henry David Thoreau, nos anos 1940, Mandela entrou para a Liga Jovem do Congresso Nacional Africano (CNA). Depois da morte de 69 negros no Massacre de Sharpeville, em 1960, o CNA entrou para a luta armada.
Nelson Mandela era o líder do braço armado do CNA, Umkhonto we Sizwe, a Lança da Nação. Quando voltava de treinamento militar no exterior, foi preso, em 1962, e condenado à morte em 1964. A sentença depois foi reformada para prisão perpétua. Durante o julgamento, ele disse que estava lutando contra a ditadura da minoria branca e prometeu lutar contra uma ditadura da maioria negra.
Nos momentos mais violentos da guerra civil não declarada da África do Sul, o regime racista apelou a Mandela, que sempre insistiu que presos não podem negociar.
Diante da grande pressão internacional, do boicote internacional à economia sul-africana e do fim da Guerra Fria, ao tomar posse, em 1989, o presidente branco Frederik de Klerk anunciou a intenção de libertar Mandela e negociar o fim do apartheid. Ambos ganharam o Prêmio Nobel da Paz em 1993.
Depois de negociações tensas e difíceis, em 27 de abril de 1994, Mandela assumia como o primeiro presidente eleito democraticamente da África do Sul. Convidou para a posse um de seus carcereiros. Fiel à democracia, ao contrário da maioria dos líderes africanos, deixou o governo depois do primeiro mandato.
Não resta no mundo nenhum líder que tenha nem de longe o status de Mandela. Talvez só Mikhail Gorbachev tenha dado uma contribuição maior à história da humanidade, mas perdeu a autoridade moral pela maneira como foi expulso do Kremlin e do poder por Boris Yeltsin e pelo colapso da União Soviética. Mas a África do Sul pós-Mandela enfrenta sérios problemas de deterioração política como os escândalos envolvendo o presidente Zuma.
O legado de Mandela está sendo mal cuidado. Diante do silêncio face às arbitrariedades da ditadura de Robert Mugabe no vizinho Zimbábue, comenta-se em tom de blague na África do Sul: "Se ainda estivéssemos lutando contra o apartheid, esse governo aí não nos apoiaria."
A data de nascimento de Nelson Mandela, 18 de julho, foi transformada pela ONU em Dia Internacional Nelson Mandela pela liberdade, justiça e democracia.
EUA crescem em ritmo de 3,6% ao ano
A economia dos Estados Unidos cresceu no terceiro trimestre de 2013 no ritmo mais forte desde o início de 2012, anunciou hoje o Departamento do Comércio, revisando para cima a estimativa inicial, de 2,8%. O principal motivo foi a formação de estoques pelas empresas, a maior desde o início de 1998, o que implica uma expansão menor do quarto trimestre.
O lucro das empresas subiu 2,8,%. O índice de preços ao consumidor ficou em 2% ao ano, a meta informal perseguida pelo Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central americano.
Maior economia do mundo, com produto interno bruto de mais de US$ 16 trilhões, os EUA crescem desde o primeiro trimestre de 2011, quando houve contração.
O lucro das empresas subiu 2,8,%. O índice de preços ao consumidor ficou em 2% ao ano, a meta informal perseguida pelo Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central americano.
Maior economia do mundo, com produto interno bruto de mais de US$ 16 trilhões, os EUA crescem desde o primeiro trimestre de 2011, quando houve contração.
ONU autoriza intervenção na República Centro-Africana
O Conselho de Segurança das Nações Unidas acaba de autorizar o envio de uma força de 3,5 mil soldados para intervir militarmente na República Centro-Africana, onde a ação de milícias ameaça causar um genodício. A missão deve ser formada por tropas da França e de países africanos.
A meta é proteger civis contra o grupo Séléka (União, na língua songo), uma aliança de milícias cristãs que derrubou o presidente François Bozizé em 24 de março de 2013, e os rebeldes que lutam contra a Séléka.
A meta é proteger civis contra o grupo Séléka (União, na língua songo), uma aliança de milícias cristãs que derrubou o presidente François Bozizé em 24 de março de 2013, e os rebeldes que lutam contra a Séléka.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Chefe de armas do Hesbolá é morto em Beirute
Um comandante militar da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) que lutou na guerra civil da Síria ao lado da ditadura de Bachar Assad foi morto na frente de sua casa em Beiture nesta quarta-feira, anunciou a TV Al Manah, citada pela agência de notícias Reuters. O grupo extremista muçulmano acusou Israel, que negou qualquer responsabilidade pela morte.
Hassan al-Lakkis era apontado como responsável pelas armas do Hesbolá, que em julho e agosto de 2006 travou uma guerra de 34 dias contra Israel. Foi baleado à queima roupa com quatro tiros disparados por uma arma com silenciador na manhã de hoje e será enterrado hoje na cidade de Baalbek, no Vale do Becá, um dos principais redutos do movimento armado xiita.
Em mensagem no Twitter, um grupo desconhecido, a Brigada Ahrar al-Sunna de Baalbek reivindicou a autoria do atentado. Ao que tudo indica, foi um grupo muçulmano xiita. O assassinato pode ter sido para vingar a discriminação aos sunitas no vale ou estar ligado à guerra civil síria, onde jihadistas ligados à rede terrorista Al Caeda lutam contra o regime da minoria alauíta, uma variante do xiismo.
Hassan al-Lakkis era apontado como responsável pelas armas do Hesbolá, que em julho e agosto de 2006 travou uma guerra de 34 dias contra Israel. Foi baleado à queima roupa com quatro tiros disparados por uma arma com silenciador na manhã de hoje e será enterrado hoje na cidade de Baalbek, no Vale do Becá, um dos principais redutos do movimento armado xiita.
Em mensagem no Twitter, um grupo desconhecido, a Brigada Ahrar al-Sunna de Baalbek reivindicou a autoria do atentado. Ao que tudo indica, foi um grupo muçulmano xiita. O assassinato pode ter sido para vingar a discriminação aos sunitas no vale ou estar ligado à guerra civil síria, onde jihadistas ligados à rede terrorista Al Caeda lutam contra o regime da minoria alauíta, uma variante do xiismo.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
Venezuela tem apagão e governo culpa "sabotadores"
A cinco dias das eleições municipais, o sistema elétrico da Venezuela sofreu ontem o segundo grande apagão do ano. Desta vez, foram atingidos 19 dos 23 estados e a capital, Caracas. Como de costume, o governo chavista de Nicolás Maduro culpou "sabotadores" por sua própria incompetência.
Diante do virtual colapso da economia da Venezuela, país com as segundas maiores reservas mundiais de petróleo, o regime chavista atropela a lógica e o que resta de democracia no país. Durante a campanha, Maduro bateu os recordes de abuso de poder.
O governo proibiu voos do avião particular do líder da oposição, Henrique Capriles. Quando a oposição marca um comício, o governo faz liquidação de preços em mercados governamentais na cidade. Os carros oficiais e o funcionalismo público são usados na campanha.
Há mais de 500 denúncias de uso indevido de dinheiro público para favorecer candidatos chavistas. O empresário e deputado oposicionista Miguel Cocchiola, favorito na cidade de Valência, foi afastado sob acusação de especulação. Para seduzir os eleitores mais pobres, Maduro congelou preços e limitou lucros de empresários e aluguéis.
As cinco televisões do governo passam 90% do tempo fazendo propaganda. E o dia da eleição foi declarado Dia da Lealdade e do Amor a Chávez. Em 8 de dezembro de 2012, Hugo Chávez anunciou na TV que iria para Cuba porque era "absolutamente imprescindível" se submeter a uma nova cirurgia e pediu aos venezuelanos que elegessem Maduro se ele não voltasse à Presidência.
Maduro venceu Capriles na eleição presidencial extra realizada em abril de 2013 por 1,5% dos votos válidos, gerando uma onda de denúncias de fraude nunca investigadas. Sem legitimidade, precisa da vitória para afirmar seu poder até mesmo dentro do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Com inflação anual de 54%, desabastecimento de leite, carne e papel higiênico, falta de dólares e escassez de energia num governo que nada em petróleo, a economia venezuela está à beira do colapso por causa das políticas delirantes do "socialismo do século 21", a utopia chavista. E o discurso oficial não indica qualquer mudança rumo à racionalidade.
Diante do virtual colapso da economia da Venezuela, país com as segundas maiores reservas mundiais de petróleo, o regime chavista atropela a lógica e o que resta de democracia no país. Durante a campanha, Maduro bateu os recordes de abuso de poder.
O governo proibiu voos do avião particular do líder da oposição, Henrique Capriles. Quando a oposição marca um comício, o governo faz liquidação de preços em mercados governamentais na cidade. Os carros oficiais e o funcionalismo público são usados na campanha.
Há mais de 500 denúncias de uso indevido de dinheiro público para favorecer candidatos chavistas. O empresário e deputado oposicionista Miguel Cocchiola, favorito na cidade de Valência, foi afastado sob acusação de especulação. Para seduzir os eleitores mais pobres, Maduro congelou preços e limitou lucros de empresários e aluguéis.
As cinco televisões do governo passam 90% do tempo fazendo propaganda. E o dia da eleição foi declarado Dia da Lealdade e do Amor a Chávez. Em 8 de dezembro de 2012, Hugo Chávez anunciou na TV que iria para Cuba porque era "absolutamente imprescindível" se submeter a uma nova cirurgia e pediu aos venezuelanos que elegessem Maduro se ele não voltasse à Presidência.
Maduro venceu Capriles na eleição presidencial extra realizada em abril de 2013 por 1,5% dos votos válidos, gerando uma onda de denúncias de fraude nunca investigadas. Sem legitimidade, precisa da vitória para afirmar seu poder até mesmo dentro do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Com inflação anual de 54%, desabastecimento de leite, carne e papel higiênico, falta de dólares e escassez de energia num governo que nada em petróleo, a economia venezuela está à beira do colapso por causa das políticas delirantes do "socialismo do século 21", a utopia chavista. E o discurso oficial não indica qualquer mudança rumo à racionalidade.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Croácia rejeita o casamento gay
A Croácia aprovou ontem em referendo uma reforma na Constituição para afirmar que o casamento é "a união de hum homem e uma mulher", rejeitando o casamento de pessoas do mesmo sexo, na contramão do que acontece na Europa e na América. É um país extremamente católico e conservador.
Milhares de ucranianos exigem queda do governo
Depois de uma grande manifestação com cerca de 100 mil pessoas no domingo, milhares de pessoas bloqueiam hoje o acesso aos principais prédios públicos de Kiev, a capital da Ucrânia, em protesto porque o presidente Viktor Yanukovitch cedeu à pressão da Rússia e rejeitou na semana passada um acordo de associação proposto pela União Europeia.
Nas ruas da capital ucraniana, alguns manifestantes declararam que o movimento não é contra a Rússia porque a Ucrânia precisa se relacionar com ambas. O país é vítima das manobras do presidente russo, Vladimir Putin, para tentar restaurar pelo menos parte do poder imperial da extinta União Soviética.
Assim, as ex-repúblicas soviéticas, especialmente as eslavas, são vistas como área de influência da Rússia, que luta para evitar que se aproximem do Ocidente.
domingo, 1 de dezembro de 2013
Acidente de trem mata quatro em Nova York
Um trem em alta velocidade saiu dos trilhos hoje de manhã no bairro do Bronx, em Nova York, matando pelo menos quatro pessoas. Outras 63 saíram feridas.
Testemunham disseram que o trem entrou em alta velocidade numa curva e oito vagões descarrilaram. As causas ainda estão sendo investigadas.
Testemunham disseram que o trem entrou em alta velocidade numa curva e oito vagões descarrilaram. As causas ainda estão sendo investigadas.
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