Em 1º de janeiro de 2014, a ex-república soviética da Letônia será o 18º país a adotar o euro, a moeda comum da União Europeia, abalada pela crise das dívidas públicas de países da periferia. Leva consigo para a Zona do Euro um sistema financeiro inchado por depósitos suspeitos, especialmente de russos.
Nove meses depois de resgatar a pequena ilha de Chipre, também considerada um centro de lavagem de dinheiro sujo das máfias da Rússia e da antiga União Soviética, a Eurozona enfrenta a possibilidade de entrada de um fluxo ainda maior de recursos de origem suspeita.
"Assim que a Letônia aderir ao euro, deve haver um forte aumento no influxo de dinheiro suspeito", adverte o professor Mark Galeotti, da Universidade de Nova York, um pesquisador especializado no crime organizado na ex-URSS. "A Letônia tem um ambiente político altamente permissivo e montou uma grande infraestrutura para gerenciar os fundos que vêm do Leste."
A Letônia tem um total de 20 bancos, uma média extremamente alta de um banco para cada 100 mil habitantes. Destes, 13 vivem sobretudo de dinheiro vindo do exterior na tentativa das autoridades econômicas da era pós-soviética de criar uma alternativa a centro financeiros como Zurique e Londres. Em vez de emprestar dinheiro, são "bancos de investimentos".
Depois de uma pequena queda nos depósitos de 2008-10 por causa da crise, o volume de depósitos cresceu rapidamente nos últimos dois anos, revela a agência de notícias americana Associated Press.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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