Pelo menos cinco membros da Irmandade Muçulmana, o maior movimento político do Egito, que foi declarado terrorista pelo governo, foram mortos em confrontos com as forças de segurança do país e 265 foram presos. Três policiais morreram, inclusive um chefe de polícia.
A Irmandade Muçulmana é um movimento fundamentalista muçulmano fundado pelo egípcio Hassan al-Bana em 1928 para reislamizar os muçulmanos depois de mais de um século de colonialismo ocidental. Não liderou as manifestações de massa que derrubaram o ditador Hosni Mubarak (1981-2011), mas foi a maior beneficiária.
Como única organização oposicionista organizada, a Irmandade e seu partido político conquistaram a maioria dos votos nas eleições parlamentares pós-revolução e elegeram Mohamed Mursi como primeiro presidente escolhido democraticamente da História do Egito.
Depois de um ano de governo autoritário, Mursi foi derrubado por um golpe militar em 3 de julho de 2013. Desde então, há um clima de permanente tensão entre o regime militar e os irmãos muçulmanos, que se consideram os representantes legítimos do povo egípcio.
Ao deslegitimar a Irmandade Muçulmana como um grupo terrorista, o governo militar sabe que não tem como suprimir uma corrente de opinião tão forte no país.
O problema é que os militares, que mandam no Egito desde que a Revolução dos Coronéis depôs o rei Faruk, em 1952, e levou Gamal Abdel Nasser ao poder, têm interesses políticos e econômicos. Marcam posição para defender os seus feudos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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