Na abertura da reunião de cúpula anual da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, condenou ontem os quatro golpes de Estado do ano passado na África e lembrou que ainda há 2 milhões de de refugiados internos da guerra civil de Darfur, no Sudão.
Ban elogiou a proposta do presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, de que o continente encontre um território para abrigar vítimas do terremoto no Haiti, tendo em vista as relações históricas e culturais do país com a África. O Haiti independente, resultado da única revolução de escravos bem-sucedida da História, foi a primeira república negra do mundo.
Além dos golpes, das guerras no Congo, na Somália e no Sudão, a UE vai discutir os problemas do desenvolvimento econômico da África e o impacto da grande recessão mundial do ano passado sobre as frágeis economias do continente.
O ditador líbio, coronel Muamar Kadafi, queria se reeleger presidente, mas os presidentes africanos preferiram honrar o acordo que prevê a rotação da presidência a cada ano.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 31 de janeiro de 2010
EUA reiniciam ponte aérea humanitária do Haiti
Depois de cinco dias de suspensão, a Casa Branca anunciou hoje o reinício da ponte aérea humanitária para levar haitianos gravamente feridos no terremoto de 12 de janeiro para tramento nos Estados Unidos.
As viagens haviam sido suspensas há cinco dias, quando o governador da Flórida, Charles Crist, reclamou da sobrecarga dos hospitais do estado e perguntou quem iria pagar a conta.
Centenas de haitianos foram levados para os EUA. Eles têm problemas sérios como queimaduras graves, lesões na medula espinhal ou na cabeça e amputações.
As viagens haviam sido suspensas há cinco dias, quando o governador da Flórida, Charles Crist, reclamou da sobrecarga dos hospitais do estado e perguntou quem iria pagar a conta.
Centenas de haitianos foram levados para os EUA. Eles têm problemas sérios como queimaduras graves, lesões na medula espinhal ou na cabeça e amputações.
Paquistão anuncia morte de líder dos Talebã
O governo do Paquistão anuncia a morte de Hakimullah Mehsud, líder dos talebã paquistaneses. O grupo terrorista desmente.
Seu irmão, Baitullah Mehsud, era o líder anterior. Ambos teriam sido mortos pelos EUA, em ataques de aviões não tripulados.
O ataque suicida contra a principal base da CIA (Agência Central de Inteligência), o serviço de espionagem americano, no Afeganistão, próxima da fronteira com o Paquistão, teria sido uma vingança pela morte de Baitullah.
Seu irmão, Baitullah Mehsud, era o líder anterior. Ambos teriam sido mortos pelos EUA, em ataques de aviões não tripulados.
O ataque suicida contra a principal base da CIA (Agência Central de Inteligência), o serviço de espionagem americano, no Afeganistão, próxima da fronteira com o Paquistão, teria sido uma vingança pela morte de Baitullah.
ONU passa a dar comida a mulheres no Haiti
Depois de uma série de brigas nas longas filas de distribuição de comida no Haiti, o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas decidiu entregar os alimentos apenas para mulheres, na expectativa de que elas farão uma divisão mais justa e equitativa.
Um bebê nasceu a bordo de um navio de assalto anfíbio dos Estados Unidos. Mas dez americanos são presos e acusados de tráfico de 33 crianças por saírem do Haiti com menores para adoção sem a documentação necessária.
Eles alegam inocência, dizendo que só queriam ajudar órfãos e vítimas do terremoto a começar uma nova vida.
O ministro da Segurança Pública do Haiti, Aramick Louis, declarou que o país apoia as adoções, mas elas precisam ser feitas de acordo com as leis as internacionais e as do país.
Eles alegam inocência, dizendo que só queriam ajudar órfãos e vítimas do terremoto a começar uma nova vida.
O ministro da Segurança Pública do Haiti, Aramick Louis, declarou que o país apoia as adoções, mas elas precisam ser feitas de acordo com as leis as internacionais e as do país.
sábado, 30 de janeiro de 2010
Cinzas de Gandhi são jogadas no Oceano Índico
Exatamente 62 anos depois de sua morte, as cinzas do Mahatma Gandhi, o herói da independência da Índia, foram jogadas hoje no Oceano Índico em Durban, na África do Sul.
Com o clima de violência, na época, a família de Gandhi preferiu retirar os restos mortais de Mohandas Karamchand Gandhi.
Com o clima de violência, na época, a família de Gandhi preferiu retirar os restos mortais de Mohandas Karamchand Gandhi.
Peru conclui resgate de turistas em Machu Picchu
O governo do Peru encerrou a operação de resgate de turistas que ficaram isolados por uma enchente perto das ruínas da cidade inca de Machu Picchu, na Cordilheira dos Andes.
Ontem, o presidente Alan García sobrevoou o Departamento de Cuzco para ver pessoalmente a dimensão dos danos. Pelo menos sete pessoas morreram, 23 mil perderam tudo e outras 37 mil foram afetadas. Os prejuízos passam de US$ 1 bilhão.
Só na sexta-feira, cerca de 1,4 mil pessoas foram retiradas da região alagada. Desde segunda-feira, foram quase 4 mil, sendo 3,8 mil turistas estrangeiros. Entre eles, havia 270 brasileiros.
Os turistas foram levados à cidade de Ollantaytambo, de onde seguiram por terra para Cuzco, a antiga capital do Império Inca.
Hoje, um avião de transporte da Força Aérea Brasileira seguiu para Cuzco levando 14 toneladas de alimentos para as vítimas peruanas do terremoto. Deve voltar amanhã trazendo 90 turistas brasileiros.
Ontem, o presidente Alan García sobrevoou o Departamento de Cuzco para ver pessoalmente a dimensão dos danos. Pelo menos sete pessoas morreram, 23 mil perderam tudo e outras 37 mil foram afetadas. Os prejuízos passam de US$ 1 bilhão.
Só na sexta-feira, cerca de 1,4 mil pessoas foram retiradas da região alagada. Desde segunda-feira, foram quase 4 mil, sendo 3,8 mil turistas estrangeiros. Entre eles, havia 270 brasileiros.
Os turistas foram levados à cidade de Ollantaytambo, de onde seguiram por terra para Cuzco, a antiga capital do Império Inca.
Hoje, um avião de transporte da Força Aérea Brasileira seguiu para Cuzco levando 14 toneladas de alimentos para as vítimas peruanas do terremoto. Deve voltar amanhã trazendo 90 turistas brasileiros.
Reconstrução do Haiti deve durar décadas
O subsecretário-geral das Nações Unidas para Operações de Paz, Edmond Mulet, novo chefe da missão de paz no Haiti, declarou hoje que talvez sejam necessárias décadas para a reconstrução do país.
Dezoito dias depois do terremoto, aumentam os protestos da população desassistida. Ontem, haitianos desesperados fizeram fila no Ministério da Agricultura em busca de trabalho.
Com a escassez de medicamentos e as longas filas nos hospitais, a população está comprando remédios de vendedores ambulantes, nas ruas de Porto Príncipe, sem qualquer garantia de que não sejam falsificados.
Dezoito dias depois do terremoto, aumentam os protestos da população desassistida. Ontem, haitianos desesperados fizeram fila no Ministério da Agricultura em busca de trabalho.
Com a escassez de medicamentos e as longas filas nos hospitais, a população está comprando remédios de vendedores ambulantes, nas ruas de Porto Príncipe, sem qualquer garantia de que não sejam falsificados.
A ponte aérea para levar feridos para tratamento na Flórida foi suspensa depois que o governador Charlie Crist perguntou ao governo federal dos Estados Unidos quem vai pagar a conta.
Em Gressier e Carrefour, na periferia da capital haitiana, populares revoltados bloquearam ruas e atacaram caminhões que distribuíam comida. Nos cartazes, se lia: "Estamos com fome" e "Estamos morrendo de fome".
Dívida pública é maior ameaça à economia mundial
No encerramento da reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o diretor-geral do Fundo Monetário Internacional alertou que as dívidas públicas serão a próxima ameaça à economia mundial.
O presidente da Comissão de Finanças da Câmara dos EUA, deputado Barney Frank, disse no FEM que a nova legislação para reforçar a fiscalização do sistema financeiro está saindo. Não houve acordo sobre as linhas gerais de uma nova regulamentação financeira. Mas os banqueiros estão avisados.
O presidente da Comissão de Finanças da Câmara dos EUA, deputado Barney Frank, disse no FEM que a nova legislação para reforçar a fiscalização do sistema financeiro está saindo. Não houve acordo sobre as linhas gerais de uma nova regulamentação financeira. Mas os banqueiros estão avisados.
Em outra reunião, ministros do Comércio discutiram a retomada das negociações da Rodada Doha da OMC.
Presidente do BC argentino renuncia
Depois de semanas de queda de braço com a presidente Cristina Kirchner, o presidente do Banco Central da Argentina, Martín Redrado renunciou ontem, surpreendentemente.
Em 22 de dezembro, a presidente argentina pediu ao BC a transferência de US$ 6,6 bilhões das reservas do país para o Fundo Bicentenário, destinado a pagar a dívida externa do país, dentro de uma renegociação dos bônus da dívida caloteada em 2001, quando a dolarização da Era Menem (1989-99) entrou em colapso.
Diante da recusa de Redrado, Cristina o demitiu por decreto em 7 de janeiro, contrariando a lei que garante a independência do BC argentino, que exige que a nomeação ou afastamento de seu presidente passe pelo Congresso.
Nos últimos dias, Redrado vinha perdendo apoio político.
Em 22 de dezembro, a presidente argentina pediu ao BC a transferência de US$ 6,6 bilhões das reservas do país para o Fundo Bicentenário, destinado a pagar a dívida externa do país, dentro de uma renegociação dos bônus da dívida caloteada em 2001, quando a dolarização da Era Menem (1989-99) entrou em colapso.
Diante da recusa de Redrado, Cristina o demitiu por decreto em 7 de janeiro, contrariando a lei que garante a independência do BC argentino, que exige que a nomeação ou afastamento de seu presidente passe pelo Congresso.
Nos últimos dias, Redrado vinha perdendo apoio político.
China protesta contra venda de armas a Taiwan
A China suspende cooperação militar com os Estados Unidos em retaliação pela venda de armas americanas para Taiwan no valor de US$ 6,4 bi, incluindo 60 helocópteros de combate Falcão Negro, 114 mísseis antimísseis Patriota, mísseis antinavio Arpão, navios antiminas e equipamentos de telecomunicações.
“É uma intromissão nos assuntos internos da China, uma ameaça à segurança nacional da China e um obstáculo aos esforços chineses para a reunificação do país”, reagiu o Ministério do Exterior chinês.
O regime comunista chinês considera Taiwan uma província rebelde. Com a vitória da revolução liderada por Mao Tsé-tung, em 1º de outubro de 1949, os nacionalistas do Kuomintang, liderados por Chiang Kai-shek, se refugiaram na ilha.
Hoje os dois países mantém relações econômicas, mas Taiwan vive sob a ameaça permanente de uma invasão chinesa, especialmente se declarar a independência.
Desde o tempo da Guerra Fria, os EUA assumiram o compromisso de garantir a segurança e Taiwan. Isso é um foco de tensão permanente entre Beijim e Washington.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Samsung lidera setor eletroeletrônico
A empresa sul-coreana Samsung superou a Hewlett-Packard e se tornou a maior empresa eletroeletrônica do mundo em valor de vendas no ano passado: US$ 117,8 bilhões contra US$ 114,6 bi da rival americana.
Seus lucros subiram 75%.
Desemprego na Eurozona chega a 10%
O desemprego nos 16 países que usam o euro como moeda, subiu 10% em dezembro, o maior índice desde a introdução da moeda comum europeia. Na Espanha, chegou a 19%.
A inflação anual nos países do euro foi de 1% em janeiro, a maior em 11 meses.
Cai o desemprego no Japão
A produção industrial japonesa aumentou 2,2% em dezembro e o desemprego caiu de 5,2% para 5,1%.
OMS adverte para ameaça de doenças no Haiti
As doenças são a maior ameaça aos sobreviventes do terremoto de 12 de janeiro de 2010 no Haiti. Hoje, a Organização Mundial da Saúde alertou para o aumento da incidência de diarreia, tétano e varíola.
Pelas últimas estimativas, cerca de 170 mil pessoas morreram e pelo menos um milhão estão desabrigados, com dificuldade para conseguir água, comida e tratamento médico.
Antes do grande terremoto, só 58% das crianças haitianas estavam vacinadas. Na próxima semana, as Nações Unidas pretendem lançar uma grande campanha de vacinação. No momento, só a metade da população, de 9 milhões de habitantes, tem acesso a água limpa e apenas 19% tem ligação com a rede de esgotos.
Ainda falta suprimentos médicos em Porto Príncipe. Alguns hospitais improvisados fazem até cem amputações por dia sem anestesia nem antibióticos para o pós-operatório.
Hoje, chegaram novas equipes médicas da Itália e do Brasil.
A Marinha dos Estados Unidos quer montar um hospital de campanha com 3 a 5 mil leitos para aliviar a sobrecarga do navio-hospital Comfort, que está operando na sua capacidade máxima.
Ontem, 16 dias depois do terremoto, uma fábrica de tecidos voltou a funcionar na capital haitiana. Os bancos reabriram, mas as filas imensas aumentam a frustração de um país arrasado pela tragédia. A polícia conseguiu recapturar dezenas de presos que fugiram da cadeia depois do terremoto, mas milhares continuam soltos.
A identidade culturam também está ameaçada. O pequeno Museu de Arte que abriga as principais obras de artistas haitianos foi abalado e o diretor teme entrar no prédio para resgatar quadros e esculturas.
Pelas últimas estimativas, cerca de 170 mil pessoas morreram e pelo menos um milhão estão desabrigados, com dificuldade para conseguir água, comida e tratamento médico.
Antes do grande terremoto, só 58% das crianças haitianas estavam vacinadas. Na próxima semana, as Nações Unidas pretendem lançar uma grande campanha de vacinação. No momento, só a metade da população, de 9 milhões de habitantes, tem acesso a água limpa e apenas 19% tem ligação com a rede de esgotos.
Ainda falta suprimentos médicos em Porto Príncipe. Alguns hospitais improvisados fazem até cem amputações por dia sem anestesia nem antibióticos para o pós-operatório.
Hoje, chegaram novas equipes médicas da Itália e do Brasil.
A Marinha dos Estados Unidos quer montar um hospital de campanha com 3 a 5 mil leitos para aliviar a sobrecarga do navio-hospital Comfort, que está operando na sua capacidade máxima.
Ontem, 16 dias depois do terremoto, uma fábrica de tecidos voltou a funcionar na capital haitiana. Os bancos reabriram, mas as filas imensas aumentam a frustração de um país arrasado pela tragédia. A polícia conseguiu recapturar dezenas de presos que fugiram da cadeia depois do terremoto, mas milhares continuam soltos.
A identidade culturam também está ameaçada. O pequeno Museu de Arte que abriga as principais obras de artistas haitianos foi abalado e o diretor teme entrar no prédio para resgatar quadros e esculturas.
Blair defende decisão de invadir o Iraque
O primeiro-ministro Tony Blair acaba de depor na comissão que investiga a legalidade da invasão do Iraque, em 2003.
Blair negou ter feito um acordo secreto com o presidente George W. Bush para derrubar Saddam Hussein. Ele argumentou que decidiu ir à guerra por acreditar que Saddam Hussein era um risco ampliado pelo ambiente de insegurança criado pelos atentados de 11 de setembro. Alegou que a Resolução 1441 do Conselho de Segurança da ONU autorizava o uso da força, se Saddam não cumprisse as determinações da ONU. Do lado de fora, os pacifistas protestaram.
Blair negou ter feito um acordo secreto com o presidente George W. Bush para derrubar Saddam Hussein. Ele argumentou que decidiu ir à guerra por acreditar que Saddam Hussein era um risco ampliado pelo ambiente de insegurança criado pelos atentados de 11 de setembro. Alegou que a Resolução 1441 do Conselho de Segurança da ONU autorizava o uso da força, se Saddam não cumprisse as determinações da ONU. Do lado de fora, os pacifistas protestaram.
O ex-primeiro-ministro elogiou Sérgio Vieira de Mello, dizendo que ele teria feito uma tremenda diferença na reconstrução do Iraque mas foi morto por terroristas. Foi uma espécie de justificativa para os problemas do Iraque pós-Saddam. Ele acusou a intromissão de elementos estrangeiros, inclusive do Irã, pelo conflito pós-Saddam.
EUA cresceram 5,7% ao ano no fim de 2009
A economia dos Estados Unidos cresceu num ritmo anual de 5,7% no quarto trimestre, o mais forte em seis anos, mas terminou 2009 com queda de 2,4%, o pior resultado desde 1946, quando o produto interno bruto sentiu o impacto do fim da guerra e caiu 10,9%.
O aumento do consumo pessoal, do investimento das empresas e das exportações impulsionou a maior economia do mundo, superando as previsões dos economistas de uma expansão entre 4,5% e 4,8%.
O aumento do consumo pessoal, do investimento das empresas e das exportações impulsionou a maior economia do mundo, superando as previsões dos economistas de uma expansão entre 4,5% e 4,8%.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Senado dos EUA renova mandato de Bernanke
Por 70 votos contra 30, o Senado dos Estados Unidos manteve o economista Ben Bernanke na presidência da Reserva Federal (Fed), o banco central americanos, por um segundo mandato de quatro anos.
Bernanke, um especialista na Grande Depressão (1929-39) tomou medidas importantes para impedir que a recessão mundial se transformasse numa nova depressão. Mas seus críticos o acusam de não ter percebido o tamanho e o perigo da crise antes que ela explodisse, quando o Fed e o Tesouro dos EUA decidiram não salvar o banco Lehman Brothers, em 14 de setembro de 2008.
No dia seguinte, o mercado começou a desabar. Quando a megasseguradora AIG (American International Group) virou a bola da vez, as autoridades econômicas americanas decidiram abandonar a supremacia do mercado. Decidiram combater os especuladores que apostavam contra empresas em estado pré-falimentar.
A AIG foi considerada grande demais para quebrar. Estava envolvida em todo o tipo de seguro, pessoal, de carro, casa e, a partir daí, também de títulos e dívidas hipotecárias, e todo o tipo de operação financeira.
Ao transformar o Fed em agente ativo da economia dos EUA, Bernanke rompeu com uma certa sacralidade do banco central, usando-o como instrumento de combate à crise.
Neste sentido, na hora mais difícil, ele acertou. Por isso, ganhou o prêmio de Homem do Ano de 2009 da revista Time e foi indicado pelo presidente Barack Obama para ficar mais quatro anos no Fed.
Bernanke, um especialista na Grande Depressão (1929-39) tomou medidas importantes para impedir que a recessão mundial se transformasse numa nova depressão. Mas seus críticos o acusam de não ter percebido o tamanho e o perigo da crise antes que ela explodisse, quando o Fed e o Tesouro dos EUA decidiram não salvar o banco Lehman Brothers, em 14 de setembro de 2008.
No dia seguinte, o mercado começou a desabar. Quando a megasseguradora AIG (American International Group) virou a bola da vez, as autoridades econômicas americanas decidiram abandonar a supremacia do mercado. Decidiram combater os especuladores que apostavam contra empresas em estado pré-falimentar.
A AIG foi considerada grande demais para quebrar. Estava envolvida em todo o tipo de seguro, pessoal, de carro, casa e, a partir daí, também de títulos e dívidas hipotecárias, e todo o tipo de operação financeira.
Ao transformar o Fed em agente ativo da economia dos EUA, Bernanke rompeu com uma certa sacralidade do banco central, usando-o como instrumento de combate à crise.
Neste sentido, na hora mais difícil, ele acertou. Por isso, ganhou o prêmio de Homem do Ano de 2009 da revista Time e foi indicado pelo presidente Barack Obama para ficar mais quatro anos no Fed.
Promessas ao Haiti chegam a US$ 2 bilhões
O total de promessas de ajuda ao Haiti já passa de US$ 2 bilhões. A crise humanitária causada pelo terremoto de 12 de janeiro foi tema de discussão num painel do Fórum Econômico Mundial de que participaram o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, enviado especial das Nações Unidas para a reconstrução do país e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Celso Amorim.
Quinze dias depois do terremoto, contrariando todas as expectativas uma equipe de resgate francesa retirou ontem uma adolescente das ruínas de uma escola destruída em Porto Príncipe. Ela estava muito cansada e desidratada, mas não tinha ferimentos graves.
Perto do aeroporto da capital, o governo haitiano montou mais um acampamento para as centenas de milhares de desabrigados. O país já armou 400 mil barracas e está pedindo mais 200 mil.
Sob a proteção de soldados americanos, máquinas pesadas removeram hoje parte do entulho das ruas da capital haitiana.
A distribuição de comida para a multidão faminta ainda é um problema. Em Cité Soleil, a maior favela de Porto Príncipe, houve tumulto quando haitianos tentaram pegar comida à força. Os soldados argentinos tiveram dificuldades, mas conseguiram manter a ordem sem dar tiros.
No Mar do Caribe, diante do porto ainda não recuperado, o navio-hospital americano Comfort recebe feridos para tratamento de emergência. Com 10 centros cirúrgicos de alta tecnologia, já fez mais operações do que nas duas guerras dos EUA contra o Iraque.
Uma menina haitiana de seis anos chegou hoje a Israel para se submeter a uma operação cardíaca para salvar sua vida.
Quinze dias depois do terremoto, contrariando todas as expectativas uma equipe de resgate francesa retirou ontem uma adolescente das ruínas de uma escola destruída em Porto Príncipe. Ela estava muito cansada e desidratada, mas não tinha ferimentos graves.
Perto do aeroporto da capital, o governo haitiano montou mais um acampamento para as centenas de milhares de desabrigados. O país já armou 400 mil barracas e está pedindo mais 200 mil.
Sob a proteção de soldados americanos, máquinas pesadas removeram hoje parte do entulho das ruas da capital haitiana.
A distribuição de comida para a multidão faminta ainda é um problema. Em Cité Soleil, a maior favela de Porto Príncipe, houve tumulto quando haitianos tentaram pegar comida à força. Os soldados argentinos tiveram dificuldades, mas conseguiram manter a ordem sem dar tiros.
No Mar do Caribe, diante do porto ainda não recuperado, o navio-hospital americano Comfort recebe feridos para tratamento de emergência. Com 10 centros cirúrgicos de alta tecnologia, já fez mais operações do que nas duas guerras dos EUA contra o Iraque.
Uma menina haitiana de seis anos chegou hoje a Israel para se submeter a uma operação cardíaca para salvar sua vida.
Tem melhora no Peru e 800 são resgatados
Mais de 800 turistas foram resgatados hoje da cidade de Águas Calientes, próxima das ruínas de Machu Picchu, na Cordilheira dos Andes, onde estão isolados por uma enchente. Mais de mil pessoas continuam retidas na região, onde os trens só devem voltar a circular daqui a três dias.
Com o tempo bom, dez helicópteros trabalharam hoje na operação de resgate. Os turistas são levados para a cidade de Ollantaytambo, no vale sagrado dos indicas, de onde seguem por terra para Cuzco, a antiga capital do Império Inca.
Um turista mexicano disse que teve de pagar US$ 300 a militares peruanos para conseguir um lugar no voo. Uma brasileira contou que tem muita gente está dormindo nos trens parados porque não tem dinheiro pagar os hotéis que aumentaram os preços.
O embaixador brasileiro em Lima, Jorge d'Escragnole Taunay Filho, viajou ontem a Cuzco e Águas Calientes para acompanhar o resgate e levar dinheiro para garantir a alimentação e a hospedagem de cerca de 200 brasileiros que estavam isolados.
O Itamaraty anunciou o Brasil vai dar 14 toneladas de alimentos para os flagelados pela enchente no Peru.
Com o tempo bom, dez helicópteros trabalharam hoje na operação de resgate. Os turistas são levados para a cidade de Ollantaytambo, no vale sagrado dos indicas, de onde seguem por terra para Cuzco, a antiga capital do Império Inca.
Um turista mexicano disse que teve de pagar US$ 300 a militares peruanos para conseguir um lugar no voo. Uma brasileira contou que tem muita gente está dormindo nos trens parados porque não tem dinheiro pagar os hotéis que aumentaram os preços.
O embaixador brasileiro em Lima, Jorge d'Escragnole Taunay Filho, viajou ontem a Cuzco e Águas Calientes para acompanhar o resgate e levar dinheiro para garantir a alimentação e a hospedagem de cerca de 200 brasileiros que estavam isolados.
O Itamaraty anunciou o Brasil vai dar 14 toneladas de alimentos para os flagelados pela enchente no Peru.
Karzai quer negociar e comprar talebã
Numa conferência internacional de ajuda ao Afeganistão realizada em Londres, o presidente Hamid Karzai propõe negociações aos talebã “que não tiverem ligações com a rede terrorista Al Caeda”, tentando atrair os rebeldes com promessas de dinheiro e integração social se abandonarem a guerrilha.
Karzai previu que o treinamento das forças de segurança afegãs vai levar pelo menos 10 anos.
Em mensagem divulgada na Internet, a milícia fundamentalista dos Talebã rejeitou qualquer possibilidade de negociação. A cúpula da guerrilha exige a retirada das tropas estrangeiras, mas Karzai espera seduzir alguns talebã que teriam sido atraídos para a luta armada para ganhar dinheiro.
Obama dará prioridade ao emprego em 2010
O presidente Barack Obama está fazendo agora o discurso sobre o Estado da União. Há 220 anos, o presidente dos EUA presta contras anualmente ao Congresso e apresenta suas propostas para o próximo ano.
"Quando os soldados americanos desembarcaram em Omaha Beach, na Segunda Guerra Mundial, ou a economia entrou em crise, ninguém tinha certeza da vitória", desafiou Obama.
"Há um ano, quando assumi o poder, o país estava numa situação que, se não agíssemos imediatamente, teríamos uma nova Depressão, o colapso do sistema financeiro e um desemprego muito maior. Agora, a crise passou, mas não o estrago. Dez por cento dos americanos não conseguem emprego", diagnosticou.
"Conheço as ansiedades. Não são novas", ponderou. "Por isso, me candidatei à Presidência. Recebo cartas de crianças perguntando por que tem de sair de suas casas ou por que seus pais não conseguem trabalho. Elas não entendem como Wall St. recebe ajuda, mas não elas, não entendem como Washington fracassou", avaliou Obama.
Para o presidente dos EUA, o povo quer a união dos dois partidos em torno de interesses comuns: "Num dos piores anos de nossas vidas, os americanos trabalharam arduamente, com decência e grande força. Nunca tive mais esperança no futuro dos EUA do que tenho hoje", enfatizou, para aplauso unânime do plenário.
"Apesar dos problemas, nossa União é forte", alegou Obama.
"A tarefa mais urgente quando assumimos foi sustentar aqueles bancos que causaram a crise. Todos nós odiamos o resgate aos bancos", empolgou-se o presidente, para aplausos do Congresso
"Se não tivéssemos salvo o sistema financeiro, a crise teria sido muito pior, muito mais gente estaria desempregada. Mas, no fim das contas, a maioria do dinheiro gastamos com os bancos. Parte foi devolvida. Para recuperar o resto, propus um imposto sobre os bancos. Se eles podem pagar bônus altíssimos a seus altos funcionários, podem pagar uma pequena taxa", provocou.
Além de estabilizar o sistema financeiro, "tentamos recuperar a economia", prosseguiu Obama, listando os cortes de impostos aprovados para beneficar famílias, pequenas empresas, estudantes universitários, "num total de 95% dos americanos. Assim, milhões de americanos tem um dinheiro a mais para gastar", alegou, usando o lógica dos economistas liberais.
"Não aumentamos os impostos um simples décimo de dólar por cidadão", assegurou o presidente, acusado pelos conservadores de tramar aumentos de impostos para financiar gastos públicos. Acrescentou que as isenções estão na Lei de Recuperação Econômica e Reinvestimento, rejeitada pela oposição republicana. "Economistas à direita e à esquerda concordam que o programa de estímulo ajudou a economia e manteve empregos.
"Depois de dois anos de recessão, a economia voltou a crescer. As empresas voltaram a investir e lentamente começam a contratar. Por isso, o emprego deve ser nossa prioridade para 2010. Convoco o Senado nesta noite a aprovar uma lei de geração de empregos", conclamou Obama.
Ele admitiu que os empregos devem ser criados por empresas americanas, cabendo ao governo criar o ambiente de negócios apropriado para os empreendedores, e foi aplaudido por deputados e senadores dos dois partidos.
"Eu proponho pegar US$ 30 bilhões do dinheiro devolvido pelos bancos de Wall St. e emprestá-los a pequenos bancos para financiamento de pequenas empresas", sugeriu. Também anunciou o fim do imposto sobre ganhos de capital para pequenas empresas e outros cortes de impostos para empresas de todos os tamanhos.
Para criar empregos imediatamente, Obama defendeu investimentos de infraestrutura, o que era a promessa da Lei de Recuperação Econômica e Reinvestimento, de US$ 787 bilhões, aprovada em fevereiro do ano passado.
Numa jogada populista, apoiou isenções de impostos para empresas que gerem empregos nos EUA, em contraste com as empresas americanas que transferem suas operações para países de mão-de-obra mais barata. Seria uma medida protecionista contrária ao sistema multilateral de comércio, que Obama prometeu prestigir mais adiante, falando no interesse em uma conclusão positiva da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Mas essas medidas não serão suficientes para recuperar os 7 milhões de empregos perdidos desde o início da recessão, reconheceu. Será preciso lançar as bases para o futuro crescimento econômico.
"A China, a Alemanha e outros países não estão esperando, estão investindo em educação, tecnologia e infraestrutura para serem líderes mundiais. Eu não aceito um segundo lugar para os EUA", alfinetou Obama, confrontando a oposição republicana, sempre tão nacionalista, com o declínio do país causado pela falta de atuação mais efetiva do Estado na promoção do desenvolvimento.
"É hora de levar a sério os problemas que bloqueiam nosso crescimento, a começar pela reforma do sistema financeiro. Mas é preciso ter cuidado com o descaso que derrubou nossa economia. Não podemos aceitar que instituições financeiras que pegam seus depósitos invistam esse dinheiro em operações de alto risco", explicou.
Em segundo lugar, "precisamos estimular a inovação. Nenhuma área está mais madura do que energia limpa, em baterias, painéis solares. Precisamos de uma nova geração de usinas nucleares limpas neste país", uma concessão que desagrada ecologistas mas merece aplauso de conservadores.
A seguir, Obama defendeu o desenvolvimento de carvão limpo e a aprovação de uma nova Lei de Energia que crie uma sociedade baseada em energias limpas, o que é um tanto utópico levando-se em conta a matriz energética dos EUA.
Mesmo admitindo que a ciência sobre aquecimento global esteja errada, concedeu Obama, diante do ceticismo de um Congresso que é um dos maiores obstáculos a metas de cortes de gases de efeito estufa, "o investimento em eficiência enenrgética se justifica e os EUA devem liderar essa luta".
Em terceiro lugar, os EUA precisam "exportar mais bens manufaturados. Nossa meta é dobrar as exportações nos próximos cinco anos, gerando 2 milhões de empregos. Para atingir esta meta, estamos lançando uma Iniciativa Nacional pelas Exportações, procurando novos mercados agressivamente para fortalecer nossa segurança nacional".
Depois de dizer que "os parceiros precisam honrar os acordos comerciais", Obama prometeu lugar por uma conclusão positiva da Rodada Doha.
"Em quarto lugar, precisamos investir em educação e qualificação profissional. No século 21, o melhor programa de combate à pobreza é uma educação de qualidade internacional". Prometeu isenções fiscais para empréstimos educativos.
Para diminuir a crise habitacional que originou a recessão, o presidente vai incentivar o refinanciamento dos contratos de compra da casa própria. Com a crise e a queda de preços, muitos imóveis valem menos do que as dívidas.
Obama defendeu sua reforma de saúde, dizendo que ajuda pacientes sem cobertura, famílias e empresas. Indicou sua mulher para liderar uma força-tarefa de combate à obesidade infantil.
"Quem já tem plano de saúde pode manter o seu. Nossa proposta para a saúde vai reduzir o déficit em mais de US$ 1 trilhão nas próximas duas décadas", assegurou o presidente, diante da uma oposição cética interessada em derrubar a lei e deixar tudo como está.
O presidente dos EUA admitiu: "Quanto mais debatemos, mais dúvidas as pessoas tem. A maioria dos americanos pergunta o que isso significa para mim. Quando eu terminar este discurso, mais americanos terão perdido seus seguros-saúde, mais pequenas empresas não terão condições de segurar seus empregados e tudo isso aumenta o déficit.
"Então, peço a este Congresso que não dê as costas para a reforma da saúde. Vamos fazer alguma coisa."
Mas a reforma de saúde não será suficiente para reduzir o déficit. Ele recordou que, em 2000, quando George W. Bush foi eleito, o governo federal dos EUA tinha um superávit de US$ 200 bilhões.
Quando o atual presidente assumiu, o déficit tinha passado de US$ 1 trilhão, com uma projeção de US$ 8 trilhões para a próxima década. Para pagar pelos trilhões de dólares gastos para salvar a economia, Obama propôs congelar os gastos públicos, com exceção de saúde, defesa, e previdência social, a partir de 2011. Disse ainda já terem sido identificados cortes de gastos no valor de US$ 20 bilhões.
Os cortes de impostos dados por Bush para companhias de petróleo, investidores de Wall Street e quem ganha mais de US$ 250 mil por ano não serão mantidos: "Simplesmente não podemos pagar por eles".
Outro tema foi o profundo déficit de confiança em Washington. Para mudar isso, "é preciso mudar o Executivo e o Legislativo, diminuir a influência dos grupos de interesse. É hora de fazer um controle maior dos lobbies. Na semana passada, a Suprema Corte abriu as portas para o financiamento eleitoral direto, irrestrito e ilimitado, acabando com uma legislação de cem anos. O Congresso deve aprovar uma lei para acabar com essas distorções" e o poder excessivo do dinheiro na política americana.
"Todas as emendas parlamentares devem estar disponíveis num site de Internet para que o povo americano saiba como e onde seu dinheiro está sendo gasto", argumentou o presidente.
Ele reclamou do clima de campanha eleitoral permanente para brigar por manchetes, com a oposição tentando derrubar qualquer medida do governo. "Sei que é um ano eleitoral e que a febre da campanha está na rua. Digo aos democratas que temos a maior maioria em muito tempo. Temos de resolver problemas. Aos republicanos, lembro que nada passa no Senado sem 60 votos, então vocês agora são corresponsáveis pelo governo.
"Quero manter mais encontros com os líderes republicanos e acho que eles estão ansiosos", brincou Obama.
Nada une mais os EUA do que a segurança nacional. Obama defendeu sua política de concentrar a guerra no Afeganistão contra os terroristas responsáveis pelos atentados de 11 de setembro de 2001, tomando medidas para acabar com a guerra no Iraque.
"Haverá dias difíceis à frente, mas estou confiante de que vamos ganhar". Em seguida, garantiu que a Guerra do Iraque está acabando, ainda que o apoio ao governo e ao povo iraquianos seja mantido.
Enquanto os EUA lutam duas guerras, ainda temem a ameaça nuclear. Mais uma vez, o presidente falou na redução e eliminação total das armas atômicas, o que nenhum estrategista sério acredita, mas é um bom slogan e um instrumento de pressão contra a proliferação nuclear.
Mais uma vez, Obama advertiu o Irã que "haverá consequências" se a república islâmica insistir em desenvolver armas atômicas.
Os EUA continuarão ajudando países pobres no combate a aids e outras doenças. No momento, mais de 10 mil soldados americanos estão ajudando o Haiti a suportar as consequencias do terremoto que arrasou Porto Príncipe.
A grande força da política externa americana está nas ideias, argumentou o presidente, criticando a discriminação da mulher e as violações dos direitos humanos.
Ele prometeu trabalhar com o Congresso para acabar com a discriminação aos homossexuais nas Forças Armadas dos EUA e garantir salários iguais para as mulheres, além de atacar o problema da imigração ilegal.
No final, concluiu, é a diversidade cultura dos EUA que se traduz numa riqueza de valores: "Quando um diretor de empresa se remunera pelo fracasso, todos perdemos a fé e a confiança. Por isso, há tanto cinismo e desapontamento por aí. Fiz campanha prometendo mudança. Hoje, muitos americanos duvidam que possamos mudar. A democracia, num país de 300 milhões de pessoas é ruidosa, provoca paixões e controvérsias. Mas é preciso pensar nas futuras gerações e não nas próximas eleições. Estamos aqui porque gerações de americanos fizeram o que era difícil.
"Este governo sofreu derrotas neste primeiro ano, e muitas foram merecidas. Mas isso é nada comparado com as derrotas que tantas famílias americanas sofreram neste ano. No fundo, a decência fundamental que está no íntimo do povo americano sobrevive no empresário honesto, na dona de casa que luta para sustentar a casa, no garoto de oito anos que me mandou dinheiro para o povo do Haiti.
"O espírito que sustenta esse país há mais de 200 anos vive em vocês, o povo americano. Nós não nos rendemos. Vamos continuar lutando e fortalecendo nossa União."
"Quando os soldados americanos desembarcaram em Omaha Beach, na Segunda Guerra Mundial, ou a economia entrou em crise, ninguém tinha certeza da vitória", desafiou Obama.
"Há um ano, quando assumi o poder, o país estava numa situação que, se não agíssemos imediatamente, teríamos uma nova Depressão, o colapso do sistema financeiro e um desemprego muito maior. Agora, a crise passou, mas não o estrago. Dez por cento dos americanos não conseguem emprego", diagnosticou.
"Conheço as ansiedades. Não são novas", ponderou. "Por isso, me candidatei à Presidência. Recebo cartas de crianças perguntando por que tem de sair de suas casas ou por que seus pais não conseguem trabalho. Elas não entendem como Wall St. recebe ajuda, mas não elas, não entendem como Washington fracassou", avaliou Obama.
Para o presidente dos EUA, o povo quer a união dos dois partidos em torno de interesses comuns: "Num dos piores anos de nossas vidas, os americanos trabalharam arduamente, com decência e grande força. Nunca tive mais esperança no futuro dos EUA do que tenho hoje", enfatizou, para aplauso unânime do plenário.
"Apesar dos problemas, nossa União é forte", alegou Obama.
"A tarefa mais urgente quando assumimos foi sustentar aqueles bancos que causaram a crise. Todos nós odiamos o resgate aos bancos", empolgou-se o presidente, para aplausos do Congresso
"Se não tivéssemos salvo o sistema financeiro, a crise teria sido muito pior, muito mais gente estaria desempregada. Mas, no fim das contas, a maioria do dinheiro gastamos com os bancos. Parte foi devolvida. Para recuperar o resto, propus um imposto sobre os bancos. Se eles podem pagar bônus altíssimos a seus altos funcionários, podem pagar uma pequena taxa", provocou.
Além de estabilizar o sistema financeiro, "tentamos recuperar a economia", prosseguiu Obama, listando os cortes de impostos aprovados para beneficar famílias, pequenas empresas, estudantes universitários, "num total de 95% dos americanos. Assim, milhões de americanos tem um dinheiro a mais para gastar", alegou, usando o lógica dos economistas liberais.
"Não aumentamos os impostos um simples décimo de dólar por cidadão", assegurou o presidente, acusado pelos conservadores de tramar aumentos de impostos para financiar gastos públicos. Acrescentou que as isenções estão na Lei de Recuperação Econômica e Reinvestimento, rejeitada pela oposição republicana. "Economistas à direita e à esquerda concordam que o programa de estímulo ajudou a economia e manteve empregos.
"Depois de dois anos de recessão, a economia voltou a crescer. As empresas voltaram a investir e lentamente começam a contratar. Por isso, o emprego deve ser nossa prioridade para 2010. Convoco o Senado nesta noite a aprovar uma lei de geração de empregos", conclamou Obama.
Ele admitiu que os empregos devem ser criados por empresas americanas, cabendo ao governo criar o ambiente de negócios apropriado para os empreendedores, e foi aplaudido por deputados e senadores dos dois partidos.
"Eu proponho pegar US$ 30 bilhões do dinheiro devolvido pelos bancos de Wall St. e emprestá-los a pequenos bancos para financiamento de pequenas empresas", sugeriu. Também anunciou o fim do imposto sobre ganhos de capital para pequenas empresas e outros cortes de impostos para empresas de todos os tamanhos.
Para criar empregos imediatamente, Obama defendeu investimentos de infraestrutura, o que era a promessa da Lei de Recuperação Econômica e Reinvestimento, de US$ 787 bilhões, aprovada em fevereiro do ano passado.
Numa jogada populista, apoiou isenções de impostos para empresas que gerem empregos nos EUA, em contraste com as empresas americanas que transferem suas operações para países de mão-de-obra mais barata. Seria uma medida protecionista contrária ao sistema multilateral de comércio, que Obama prometeu prestigir mais adiante, falando no interesse em uma conclusão positiva da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Mas essas medidas não serão suficientes para recuperar os 7 milhões de empregos perdidos desde o início da recessão, reconheceu. Será preciso lançar as bases para o futuro crescimento econômico.
"A China, a Alemanha e outros países não estão esperando, estão investindo em educação, tecnologia e infraestrutura para serem líderes mundiais. Eu não aceito um segundo lugar para os EUA", alfinetou Obama, confrontando a oposição republicana, sempre tão nacionalista, com o declínio do país causado pela falta de atuação mais efetiva do Estado na promoção do desenvolvimento.
"É hora de levar a sério os problemas que bloqueiam nosso crescimento, a começar pela reforma do sistema financeiro. Mas é preciso ter cuidado com o descaso que derrubou nossa economia. Não podemos aceitar que instituições financeiras que pegam seus depósitos invistam esse dinheiro em operações de alto risco", explicou.
Em segundo lugar, "precisamos estimular a inovação. Nenhuma área está mais madura do que energia limpa, em baterias, painéis solares. Precisamos de uma nova geração de usinas nucleares limpas neste país", uma concessão que desagrada ecologistas mas merece aplauso de conservadores.
A seguir, Obama defendeu o desenvolvimento de carvão limpo e a aprovação de uma nova Lei de Energia que crie uma sociedade baseada em energias limpas, o que é um tanto utópico levando-se em conta a matriz energética dos EUA.
Mesmo admitindo que a ciência sobre aquecimento global esteja errada, concedeu Obama, diante do ceticismo de um Congresso que é um dos maiores obstáculos a metas de cortes de gases de efeito estufa, "o investimento em eficiência enenrgética se justifica e os EUA devem liderar essa luta".
Em terceiro lugar, os EUA precisam "exportar mais bens manufaturados. Nossa meta é dobrar as exportações nos próximos cinco anos, gerando 2 milhões de empregos. Para atingir esta meta, estamos lançando uma Iniciativa Nacional pelas Exportações, procurando novos mercados agressivamente para fortalecer nossa segurança nacional".
Depois de dizer que "os parceiros precisam honrar os acordos comerciais", Obama prometeu lugar por uma conclusão positiva da Rodada Doha.
"Em quarto lugar, precisamos investir em educação e qualificação profissional. No século 21, o melhor programa de combate à pobreza é uma educação de qualidade internacional". Prometeu isenções fiscais para empréstimos educativos.
Para diminuir a crise habitacional que originou a recessão, o presidente vai incentivar o refinanciamento dos contratos de compra da casa própria. Com a crise e a queda de preços, muitos imóveis valem menos do que as dívidas.
Obama defendeu sua reforma de saúde, dizendo que ajuda pacientes sem cobertura, famílias e empresas. Indicou sua mulher para liderar uma força-tarefa de combate à obesidade infantil.
"Quem já tem plano de saúde pode manter o seu. Nossa proposta para a saúde vai reduzir o déficit em mais de US$ 1 trilhão nas próximas duas décadas", assegurou o presidente, diante da uma oposição cética interessada em derrubar a lei e deixar tudo como está.
O presidente dos EUA admitiu: "Quanto mais debatemos, mais dúvidas as pessoas tem. A maioria dos americanos pergunta o que isso significa para mim. Quando eu terminar este discurso, mais americanos terão perdido seus seguros-saúde, mais pequenas empresas não terão condições de segurar seus empregados e tudo isso aumenta o déficit.
"Então, peço a este Congresso que não dê as costas para a reforma da saúde. Vamos fazer alguma coisa."
Mas a reforma de saúde não será suficiente para reduzir o déficit. Ele recordou que, em 2000, quando George W. Bush foi eleito, o governo federal dos EUA tinha um superávit de US$ 200 bilhões.
Quando o atual presidente assumiu, o déficit tinha passado de US$ 1 trilhão, com uma projeção de US$ 8 trilhões para a próxima década. Para pagar pelos trilhões de dólares gastos para salvar a economia, Obama propôs congelar os gastos públicos, com exceção de saúde, defesa, e previdência social, a partir de 2011. Disse ainda já terem sido identificados cortes de gastos no valor de US$ 20 bilhões.
Os cortes de impostos dados por Bush para companhias de petróleo, investidores de Wall Street e quem ganha mais de US$ 250 mil por ano não serão mantidos: "Simplesmente não podemos pagar por eles".
Outro tema foi o profundo déficit de confiança em Washington. Para mudar isso, "é preciso mudar o Executivo e o Legislativo, diminuir a influência dos grupos de interesse. É hora de fazer um controle maior dos lobbies. Na semana passada, a Suprema Corte abriu as portas para o financiamento eleitoral direto, irrestrito e ilimitado, acabando com uma legislação de cem anos. O Congresso deve aprovar uma lei para acabar com essas distorções" e o poder excessivo do dinheiro na política americana.
"Todas as emendas parlamentares devem estar disponíveis num site de Internet para que o povo americano saiba como e onde seu dinheiro está sendo gasto", argumentou o presidente.
Ele reclamou do clima de campanha eleitoral permanente para brigar por manchetes, com a oposição tentando derrubar qualquer medida do governo. "Sei que é um ano eleitoral e que a febre da campanha está na rua. Digo aos democratas que temos a maior maioria em muito tempo. Temos de resolver problemas. Aos republicanos, lembro que nada passa no Senado sem 60 votos, então vocês agora são corresponsáveis pelo governo.
"Quero manter mais encontros com os líderes republicanos e acho que eles estão ansiosos", brincou Obama.
Nada une mais os EUA do que a segurança nacional. Obama defendeu sua política de concentrar a guerra no Afeganistão contra os terroristas responsáveis pelos atentados de 11 de setembro de 2001, tomando medidas para acabar com a guerra no Iraque.
"Haverá dias difíceis à frente, mas estou confiante de que vamos ganhar". Em seguida, garantiu que a Guerra do Iraque está acabando, ainda que o apoio ao governo e ao povo iraquianos seja mantido.
Enquanto os EUA lutam duas guerras, ainda temem a ameaça nuclear. Mais uma vez, o presidente falou na redução e eliminação total das armas atômicas, o que nenhum estrategista sério acredita, mas é um bom slogan e um instrumento de pressão contra a proliferação nuclear.
Mais uma vez, Obama advertiu o Irã que "haverá consequências" se a república islâmica insistir em desenvolver armas atômicas.
Os EUA continuarão ajudando países pobres no combate a aids e outras doenças. No momento, mais de 10 mil soldados americanos estão ajudando o Haiti a suportar as consequencias do terremoto que arrasou Porto Príncipe.
A grande força da política externa americana está nas ideias, argumentou o presidente, criticando a discriminação da mulher e as violações dos direitos humanos.
Ele prometeu trabalhar com o Congresso para acabar com a discriminação aos homossexuais nas Forças Armadas dos EUA e garantir salários iguais para as mulheres, além de atacar o problema da imigração ilegal.
No final, concluiu, é a diversidade cultura dos EUA que se traduz numa riqueza de valores: "Quando um diretor de empresa se remunera pelo fracasso, todos perdemos a fé e a confiança. Por isso, há tanto cinismo e desapontamento por aí. Fiz campanha prometendo mudança. Hoje, muitos americanos duvidam que possamos mudar. A democracia, num país de 300 milhões de pessoas é ruidosa, provoca paixões e controvérsias. Mas é preciso pensar nas futuras gerações e não nas próximas eleições. Estamos aqui porque gerações de americanos fizeram o que era difícil.
"Este governo sofreu derrotas neste primeiro ano, e muitas foram merecidas. Mas isso é nada comparado com as derrotas que tantas famílias americanas sofreram neste ano. No fundo, a decência fundamental que está no íntimo do povo americano sobrevive no empresário honesto, na dona de casa que luta para sustentar a casa, no garoto de oito anos que me mandou dinheiro para o povo do Haiti.
"O espírito que sustenta esse país há mais de 200 anos vive em vocês, o povo americano. Nós não nos rendemos. Vamos continuar lutando e fortalecendo nossa União."
Judeus festejam 65 anos da libertação de Auschwitz
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursou ontem no Memorial de Auschwitz, na Polônia, no aniversário da libertação pelo Exército Vermelho, em 27 de janeiro de 1945, do mais notório campo de concentração e centro de extermínio nazista, Auschwitz-Birkenau.
Em outra solenidade, o presidente Shimon Peres aproveitou para atacar o Irã.
Haiti adia eleições parlamentares
Por causa do terremoto de 12 de janeiro, o presidente René Préval anunciou ontem o adiamento por prazo indeterminado das eleições parlamentares marcadas para 28 de fevereiro de 2010 no Haiti.
Também declarou que não será candidato à reeleição em 2011.
Também declarou que não será candidato à reeleição em 2011.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Toyota recolhe milhões de carros
A fábrica de automóveis japonesa Toyota suspendeu a venda de oito modelos populares nos Estados Unidos e no Canadá, e ordenou o recolhimento (recall) de milhões de carros para resolver um problema no acelerador.
É um duro golpe para uma empresa que construiu seu prestígio com base num programa de qualidade total. O toyotismo é considerado o modelo de negócios do mundo globalizado.
Com o declínio da General Motors, que foi a maior fabricante de automóveis do mundo durante 77 anos, a Toyota se tornou a número um do setor automobilístico. Na ânsia de vender mais para chegar lá, teria dado menos atenção ao controle de qualidade.
Venda de casas novas cai 7,6% nos EUA
A venda de casas novas caiu 7,6% nos EUA em dezembro, projetando a venda de 342 mil casas num ano.
É um sinal de que o impulso econômico dado pelo plano de incentivo do governo pode estar chegando ao fim.
É um sinal de que o impulso econômico dado pelo plano de incentivo do governo pode estar chegando ao fim.
Exportações do Japão tem crescimento anual
As exportações do Japão registraram em dezembro a primeira alta na comparação anual desde outubro de 2008, subindo 12,1% para chegar a US$ 60 bilhões.
Em fevereiro do ano passado, no auge da crise, a pior para o país depois da Segunda Guerra Mundial, a queda chegou a 49,4%.
Comércio mundial cresce meses seguidos
O volume do comércio internacional cresceu 1,1% em novembro. Foi o terceiro mês seguido de alta, indicando uma recuperação num setor muito abalado pela crise.
Com a recessão, o comércio internacional sofreu uma queda de 12%, a maior depois do fim da Segunda Guerra Mundial.
Zelaya deixa Embaixada do Brasil em Honduras
Depois de perder todas as batalhas políticas e institucionais para voltar ao cargo, o presidente deposto de Honduras, José Manuel Zelaya, deixou hoje a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde estava desde asilado desde 21 de setembro, e foi para a República Dominicana.
Lobo toma posse em país com instabilidade crônica
Sete meses depois do golpe que depôs o presidente José Manuel Zelaya, o conservador Porfirio Lobo Sosa, do Partido Nacional, toma posse hoje na presidência de Honduras, um dos países mais pobres da América, com uma história marcada por uma instabilidade política crônica.
Lobo foi eleito em 29 de novembro de 2009, mas poucos países reconheceram o resultado, já que a sociedade internacional exigia a recondução de Zelaya ao cargo.
Em mais uma vitória para os golpistas, Zelaya deve sair hoje da Embaixada do Brasil, onde está asilado desde 21 de setembro, e viajar para a República Dominicana.
Lobo foi eleito em 29 de novembro de 2009, mas poucos países reconheceram o resultado, já que a sociedade internacional exigia a recondução de Zelaya ao cargo.
Em mais uma vitória para os golpistas, Zelaya deve sair hoje da Embaixada do Brasil, onde está asilado desde 21 de setembro, e viajar para a República Dominicana.
Como mostram os acontecimentos dos últimos meses, é a clássica república de bananas, um país pequeno e pobre, segundo ou terceiro mais pobre do continente, disputando com Guiana e Nicarágua pra ver quem é mais miserável depois do Haiti.
Com montanhas e vales escarpados, o país enfrenta problemas de integração física e tem duas cidades importantes. A capital fica perto da costa do Oceano Pacífico e San Pedro Sula no Norte, mais perto do Mar do Caribe, onde se desenvolveu a cultura da banana.
A partir de 1870, consolidada a independência política, a Guatemala, a Costa Rica e a Nicarágua investem na produção de café. Era difícil para Honduras por causa dos problemas de transportes.
O governo hondurenho apostou na mineração (ouro e prata). Só um país da América Latina se desenvolveu com a mineração, o Chile, como ensinaram Celso Furtado e Fernando Henrique Cardoso, taxando e usando a arrecadação de impostos para desenvolver outros setores da economia.
Mas Honduras estava fora do mercado internacional nos 1870s. A falência de um projeto de construção de uma ferrovia interoceânica terminara em escândalo financeiro e uma dívida de 30 milhões de libras esterlinas, uma das maiores dívidas per capita do mundo na época.
Então a New York & Honduras Rosario Mining Co. tomou conta do negócio até o fim do século.
A partir de 1898, chegaram as companhias bananeiras, primeiro a Standard Fruit, depois a Cuyamel Fruit, em 1911, e a United Fruit, em 1912. Essas três empresas foram responsáveis por uma expansão econômica que levou Honduras a se tornar o maior exportador mundial de bananas, em 1928, um ano antes da Grande Depressão.
Nas primeiras décadas do século passado, os candidatos presidenciais eram apoiados por companhias bananeiras diferentes, que assim dominavam a política e a economia do país, peitando até o Departamento de Estado americano.
Não houve industrialização do país, a não ser algumas tentativas de diversificar a produção das companhias bananeiras.
Em 1923, no período de crescimento, uma eleição presidencial com três candidatos fortes provocou uma guerra civil com intervenção americana em março de 1924 (época em que os EUA ocupavam o Haiti).
Os fuzileiros navais foram embora depois da assinatura do Pacto de Amapala, em maio de 1924. Desde aquela época, os partidos Liberal, criado no século 19, e Nacional, fundado em 1923, dominam a política hondurenha.
Na verdade, esses são partidos da elite. Ao aderir à Alba (Alternativa Bolivarista para a América), Zelaya deu uma guinada à esquerda para a qual não tinha apoio político nem institucional. Deve criar um partido ou movimento para ocupar a esquerda do espectro político hondurenho.
Se o golpe serviu para algo, foi para institucionalizar essa força política de esquerda.
Durante a Grande Depressão, Honduras foi um dos poucos países latino-americanos que não caloteou sua dívida externa. Desde 1929, restavam duas grandes empresas bananeiras: a United Fruit e a Standard Fruit.
As bananas eram 90% das exportações e um terço do PIB de Honduras. Como em toda monocultura, as flutuações no preço da banana embalavam ou freavam a economia hondurenha.
Em 1932, quando a Depressão chegou a Honduras, as empresas tentaram reduzir salários e enfrentaram uma greve informal. Os sindicatos eram proibidos em Honduras até meados dos anos 50.
O período democrático foi curto: 1924-32.
Em 1933, em plena crise e em meio a uma revolta de líderes da oposição liberal, assume Tiburcio Carías, do Partido Nacional, que usa o estado de sítio para mandar os inimigos para o exílio, reduzir os poderes do Congresso e dos governos municipais.
Um ano antes das eleições de 1936, o Congresso se transformou em Assembleia Constituinte e prorrogou o mandato de Carías até 1942. Em 1939, o Congresso prorrogou o mandato de Carías até 1948. Isso explica, em parte, a reação da elite dominante à tentativa de Zelaya de convocar um plebiscito sobre uma Constituinte que reescreveria a Constituição.
O Cariato rompeu a tradição hondurenha de governos fracos, guerras civis e rápida troca de presidentes às custas da incipiente democracia que houve no país entre 1924 e 1932.
Carías criou o Ministério da Guerra, introduziu o serviço militar obrigatório em 1935 e começou a mandar oficiais para treinamento nos EUA (ou na Escola das Américas, que funcionava no Canal do Panamá).
Quando os EUA entraram na Segunda Guerra Mundial, Honduras foi junto (e o Brasil também).
O Cariato foi o mais longo período de estabilidade política da História de Honduras, mas não reverteu o declínio econômico do país.
Em 1933, o país tinha a segunda maior renda per capita da América Central, atrás apenas da Costa Rica. Em 1942, era o país mais pobre de todo o continente americano, atrás apenas do Haiti, que é uma ilha. Em 1943, a renda per capita era 36% do pico de 1930.
Um relatório feito por uma missão americana em 1943 apontou como problemas a debilidade do setor bancário, o descaso com a agricultura, o alto custo do crédito e a anarquia na emissão de moeda, já que Honduras não tinha banco central.
Durante a guerra, as companhias bananeiras chegaram a plantar borracha para ajudar no esforço de guerra.
Com a queda nas exportações de banana por causa da Depressão, Honduras diversificou a produção incluindo madeira, algodão e açúcar na pauta da exportações. Zelaya é fazendeiro e exportador de madeira.
A guerra trouxe como bônus a PanAmerican Highway e o Acordo Pan-Americano do Café. No final do Cariato, a produção de café tinha dobrado.
Carías indicou o successor em 1948, Juan Manuel Gálvez (1949-55), mas foi derrotado quando se candidatou em 1954 e não apelou para a guerra civil.
No mesmo ano, a United Fruit e a CIA patrocinavam o primeiro golpe de Estado da Guerra Fria na América Latina, na Guatemala, contra o presidente Jacobo Árbenz.
Ex-advogado da United Fruit e ex-ministro da Guerra de Carías, Gálvez não parecia um reformista. Mas introduziu o imposto de renda, obrigando as bananeiras a pagar 15% do lucro, criou um banco de desenvolvimento e um banco central, em 1950, e lançou as bases de mais um período considerado democrático, que vai até 1963, quando os militares tomam o poder.
Gálvez acabou com a repressão da ditadura de Carías. Os presos políticos foram soltos e o Partido Liberal pode agir livremente, mas pequenos grupos marxistas foram perseguidos e banidos. O governo de Honduras apoiou o golpe contra Árbenz na Guetamala.
Nesta época, também houve grande construção de estradas de ferro e de rodagem, que finalmente integraram o país.
Em 1954, as bananas representavam 50% das exportações hondurenhas.
O governo reagiu com dureza a uma greve no setor bananeiro no momento em que o exército golpista de Carlos Castillo Armas esperava o sinal para invadir a Guatemala. Toda a comissão de greve foi presa.
Sob pressão da central sindical americana AFL-CIO, as bananeiras acabaram negociando aumentos de 10% a 15%. Nos próximos cinco anos, demitiram metade dos trabalhadores hondurenhos por problemas na produção e a concorrência do Equador, um dos grandes exportadores mundiais.
Também em 1954, os EUA assinaram um acordo militar com Honduras que vigora até hoje. Desde 1983, os americanos ocupam a base militar de Palmerola, centro de operações na luta contra o governo sandinista na Nicarágua e a guerrilha salvadorenha.
Com o resultado das eleições indefinido entre três candidatos, Julio Lozano, que substituíra Gálvez por motivo de doença, declarou a si mesmo presidente em exercício.
Para evitar mais uma guerra civil, os partidos acabaram concordando. Em troca, em 1955, as mulheres ganharam direito a voto e foi introduzida a Carta Fundamental dos Direitos Trabalhistas, cobrindo todos os aspectos legais, do salário mínimo à negociação coletiva.
Diante da debilidade do regime, na Constituição de 1957, os militares conquistaram o direito de intervir em futures crises constitucionais. Isso ajuda a entender por que eles detonaram Zelaya sem explicações.
As eleições de 1957 deram ampla vitória aos liberais na Constituinte. Três anos depois de ser o mais votado mas não levar, o Dr. Ramón Villeda Morales (1957-63) assumiu a presidência.
Villeda se apresentava como um social-democrata. Não fugiu ao personalismo caudilhista que marca até hoje a política hondurenha.
Como hoje, na era de Zelaya e Micheletti, o Partido Liberal era um amálgama de diferentes caciques. A obsessão anticomunista acirrada pela Revolução Cubana criou um clima reacionário e um tratamento completamente diferente do dispensado às ditaduras na Nicarágua, em El Salvador e na Guatemala.
A indústria da banana nunca se recuperou. O desemprego no campo provocou agitação social, com a formação da Federação Nacional dos Camponeses Hondurenhos para lutar pela reforma agrária.
A reforma agrária nunca foi radical e contou com a oposição das múltis bananeiras. Villeda temia o inimigo externo, o comunismo, mas foi derrubado pelos militares. Desde 1959, houve uma série de revoltas da Guarda Civil, que entrou em choque com as Forças Armadas.
Dez dias antes das eleições de 1963, em que os liberais lançaram o anti-imperalislta Modesto Rodas Alvarado, os militares, liderados pelo coronel brigadeiro Osváldo López Arellano, derrubaram Villeda, iniciando uma sucessão de governos militares que iria até 1982, quando foi aprovada a atual Constituição, que Zelaya queria reformar.
Kennedy não reconheceu o governo golpista, mas Lyndon Johnson gostou do anticomunismo da ditadura numa região crítica da Guerra Fria (morreu muito mais gente na América Central, na Guatemala, na Nicarágua e em El Salvador, do que na América do Sul). Johnson reforçou a aliança militar com Honduras.
As ditaduras militares centro-americanas fizeram pactos anticomunistas abençoados por Washington, o que não impediu a chamada Guerra do Futebol, em 1969, provocada por uma confusão de uma eliminatória da Copa de 1970.
Na verdade, havia uma série de problemas de imigração de salvadorenhos pobres que iam tentar a vida em Honduras, que ten uma densidade populacional menor mas não tinha condições econômicas de absorver migrantes. Problemas de fronteira e acesso a terra causaram o conflito.
Quando Honduras decidiu expulsar os salvadorenhos, o Exército de El Salvador invadiu, em 14 de julho de 1969.
A guerra não deu glória a nenhum dos lados, e a OEA se apressou em evitar um vexame maior do Exército de Honduras.
Durante os anos 70 e 80, especialmente depois da vitória da Revolução Sandinista na Nicarágua, Honduras se tornou o porta-aviões dos EUA.
Foi a base onde foram armados e treinados os contrarrevolucionários que lutaram contra o sandinismo.
Foi também o centro de apoio às Forças Armadas de El Salvador na luta contra a Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional e da Guatemala contra a União Revolucionária Nacional Guatemalteca. Em 1980, quando começa a guerra civil salvadorenha, sob pressão dos EUA, foi assinado um acordo de paz com El Salvador para permitir ações conjuntas contra guerrilheiros.
A transição do início dos anos 80 foi negociada com os militares. Em 1981, Roberto Suazo Córdova, da ala rodista (anti-imperialista) do Partido Liberal, foi eleito presidente.
Depois disso, o general Gustavo Álvarez Martínez, expoente da ditadura e um dos favoritos de Ronald Reagan, foi nomeado comandante das Forças Armadas. Em 1984, foi afastado por querer provocar uma guerra contra a Nicarágua.
No fim do governo Reagan, com o escândalo Irã-Contras, diminuiu a pressão americana para que Honduras fosse a principal base dos contras.
Em 1989, tardiamente, Honduras aderiu aos grupos de Contadora e Apoio a Contadora, que evoluíram para o Grupo do Rio, na busca de soluções negociadas para a paz na América Central. Seu governo pediu a desmobilização dos contras.
A Guerra Fria chegava ao fim. Uma série de acordos de paz foi negociada a partir da aproximação Reagan-Gorbachev, levando a paz à América Central, ao Vietnã, ao Camboja, ao Sul da África e tantas outras regiões do mundo onde conflitos locais haviam sido enquadrados e exacerbados pela lógica da Guerra Fria.
O governo civil, a partir de 1982, coincidiu com uma recessão mundial causada pelo segundo choque do petróleo, depois da Revolução Iraniana de 1979, com queda nos preços dos produtos primários e aumento dos juros para enfrentar a inflação nos países ricos.
Com a crise da dívida externa na América Latina, Honduras recorreu ao FMI.
As leis sociais e trabalhistas, a reforma agrária e o esforço pelo equilíbrio das contas públicas ajudaram a evitar guerras civis trágicas como nos países vizinhos.
São frutos de um reformismo pela metade, marca do poder de uma oligarquia no passado não conseguia enfrentar as transnacionais bananeiras e até hoje, duas décadas depois do fim da Guerra Fria, ainda não conseguiu acabar com a influência dos militares na política.
Essa hipertrofia dos militares hondurenhos, supertreinados e armados como última barreira contra o comunismo se Guatemala e El Salvador caíssem, é mais um dos detritos da Guerra Fria.
O novo presidente, Porfirio Lobo, fez um pacto de governabilidade com outros candidatos antes da eleição, prometendo um plano de investimentos sociais de uma década. É uma tentativa de neutralizar o discurso esquerdista de Zelaya.
Obama aposta em educação e empregos
Num momento difícil de seu mandato, com desemprego elevado depois de um ano de governo, o presidente Barack Obama vai propor hoje à noite, no seu segundo discurso sobre o Estado da União, diante de uma sessão conjunta do Congresso dos Estados Unidos, o aumento dos gastos federais com educação e a criação de um programa de geração de empregos.
A popularidade do presidente caiu para cerca de 50%, e a derrota na disputa pela vaga aberta com a morte do senador Ted Kennedy tirou a supermaioria de 60 votos do Partido Democrata no Senado, necessária para impedir a obstrução da oposição republicana.
Obama entendeu o recado: a classe média está descontente com a fraca recuperação da economia, o desemprego e o alto endividamento público, que significa impostos mais altos amanhã.
Na contraofensiva para retomar a iniciativa política, o presidente dos EUA propôs uma nova regulamentação para limitar o tamanho e as atividades dos bancos e anunciou uma série de medidas para beneficiar a classe média.
Hoje à noite, deve dar ênfase à educação e ao emprego, com cortes de impostos para estimular pequenas e médias empresas a contratar.
A popularidade do presidente caiu para cerca de 50%, e a derrota na disputa pela vaga aberta com a morte do senador Ted Kennedy tirou a supermaioria de 60 votos do Partido Democrata no Senado, necessária para impedir a obstrução da oposição republicana.
Obama entendeu o recado: a classe média está descontente com a fraca recuperação da economia, o desemprego e o alto endividamento público, que significa impostos mais altos amanhã.
Na contraofensiva para retomar a iniciativa política, o presidente dos EUA propôs uma nova regulamentação para limitar o tamanho e as atividades dos bancos e anunciou uma série de medidas para beneficiar a classe média.
Hoje à noite, deve dar ênfase à educação e ao emprego, com cortes de impostos para estimular pequenas e médias empresas a contratar.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Dois estudantes morrem em protesto na Venezuela
Pelo menos dois estudantes morreram baleados na cidade de Mérida, na Venezuela, em confrontos de rua entre partidários e opositores do presidente Hugo Chávez e a polícia. Outros 16 jovens saíram feridos.
O Ministério Público da Venezuela indicou quatro promotores para investigaram as mortes de um adolescente de 16 anos e um universário de 28.
As manifestações começaram no domingo, quando o governo Chávez suspendeu a transmissão de seis canais de televisão a cabo críticos do regime, sob a alegação de não terem transmitido um discurso feito no sábado pelo presidente.
Hoje, estudantes foram até a sede da televisão estatal Venezolana TV para pedir que pare com o discurso oficial agressivo que, na opinião deles, divide o país.
Ontem, o vice-presidente e ministro da Defesa, Ramon Carrizáles, renunciou ao cargo. Hoje, foi o presidente do Banco da Venezuela.
O Ministério Público da Venezuela indicou quatro promotores para investigaram as mortes de um adolescente de 16 anos e um universário de 28.
As manifestações começaram no domingo, quando o governo Chávez suspendeu a transmissão de seis canais de televisão a cabo críticos do regime, sob a alegação de não terem transmitido um discurso feito no sábado pelo presidente.
Hoje, estudantes foram até a sede da televisão estatal Venezolana TV para pedir que pare com o discurso oficial agressivo que, na opinião deles, divide o país.
Ontem, o vice-presidente e ministro da Defesa, Ramon Carrizáles, renunciou ao cargo. Hoje, foi o presidente do Banco da Venezuela.
FMI melhora previsões de crescimento
O Fundo Monetário Internacional apresentou hoje uma revisão de sua Perspectiva Econômica Mundial, melhorando as previsões feitas em outubro, mas advertiu que a recuperação mundial ainda depende do apoio dos governos.
Na previsão anterior, o FMI esperava um avanço de 3,1% para a economia mundial em 2010. Agora, depois de registrar uma recessão de 0,8% em 2009, espera um crescimento mundial de 3,9% neste ano e de 4,3% no próximo.
Os Estados Unidos devem avançar 2,7% em 2010 e 2,4% em 2011. Para a China, a expectativa é de expansão de 10% neste ano e de 9,7% no próximo, enquanto o Brasil deve crescer 4,7% em 2010 e 3,7% em 2011.
Na previsão anterior, o FMI esperava um avanço de 3,1% para a economia mundial em 2010. Agora, depois de registrar uma recessão de 0,8% em 2009, espera um crescimento mundial de 3,9% neste ano e de 4,3% no próximo.
Os Estados Unidos devem avançar 2,7% em 2010 e 2,4% em 2011. Para a China, a expectativa é de expansão de 10% neste ano e de 9,7% no próximo, enquanto o Brasil deve crescer 4,7% em 2010 e 3,7% em 2011.
Crescimento da Coreia do Sul decepciona
A Coreia do Sul cresceu apenas 0,2% no quatro trimestre de 2009, desapontando o mercado.
Déficit dos EUA deve cair em 2010
Com a redução dos gastos com o saneamento dos bancos e a retomada do crescimento, o déficit público federal dos EUA deve cair de US$ 1,4 trilhões para US$ 1,35 trilhões em 2010.
O presidente Barack Obama propôs o congelamento dos gastos de uma série de programas por três anos e a formação de uma comissão bipartidária para estudar formas de cortar o déficit.
O presidente Barack Obama propôs o congelamento dos gastos de uma série de programas por três anos e a formação de uma comissão bipartidária para estudar formas de cortar o déficit.
Reino Unido mal escapa da recessão
O Reino Unido saiu da recessão por um triz, crescendo 0,1% no último trimestre de 2009 em relação ao trimestre anterior.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Obama congela gastos por três anos
Para sinalizar a intenção de equilibrar as contas públicas, uma das maiores preocupações dos eleitores independentes, o presidente Barack Obama determinou um congelamento nos gastos de uma série de programas do governo federal dos Estados Unidos.
A partir de agora, os aumentos de gastos não poderão superar a inflação.
Obama manifestou ainda a intenção de criar uma comissão bipartidária para estudar formas de reduzir o déficit orçamentário, que chegou a US$ 1,4 trilhão no último ano fiscal, e a dívida pública, que passou de US$ 12 trilhões, cerca de 80% do produto interno bruto dos EUA (soma de tudo o que o país produz num ano menos as importações.
A partir de agora, os aumentos de gastos não poderão superar a inflação.
Obama manifestou ainda a intenção de criar uma comissão bipartidária para estudar formas de reduzir o déficit orçamentário, que chegou a US$ 1,4 trilhão no último ano fiscal, e a dívida pública, que passou de US$ 12 trilhões, cerca de 80% do produto interno bruto dos EUA (soma de tudo o que o país produz num ano menos as importações.
Revenda de casas cai 16,7% nos EUA
Em mais um sinal de que a recuperação ainda não chegou ao setor habitacional, onde começou a pior crise econômica desde a Grande Depressão (1929-39), a venda de imóveis residenciais usados caiu 16,7% em dezembro nos Estados Unidos.
Este ritmo projeto vendas de 5,45 milhões de imóveis residenciais usados por ano.
Este ritmo projeto vendas de 5,45 milhões de imóveis residenciais usados por ano.
China prevê crescimento de 9,5% em 2010
Um pesquisador do Centro de Pesquisas de Desenvolvimento prevê um crescimento de 9,5% para a China neste ano.
Três explosões coordenadas atingem Bagdá
Três atentados a bomba contra hotéis mataram pelo menos 38 pessoas e feriram outras 70 hoje na capital do Iraque.
Os ataques aconteceram após a execução do ex-ministro da Defesa Ali Hassan al-Majid, também conhecido como Ali Químico, assessor direto do ditador Saddam Hussein acusado por massacres de curdos e xiitas.
Os ataques aconteceram após a execução do ex-ministro da Defesa Ali Hassan al-Majid, também conhecido como Ali Químico, assessor direto do ditador Saddam Hussein acusado por massacres de curdos e xiitas.
Avião da Etiópia cai no Mediterrâneo
Um Boeing da Ethiopian Airways caiu no Leste do Mar Mediterrâneo hoje em meio a forte tempestade pouco depois de sair de Beirute, no Líbano rumo a Adis Abeba, na Etiópia, com 82 passageiros e oito tripulantes a bordo.
Não há sinais de sobreviventes. Pelo menos 34 corpos foram localizados.
O presidente do Líbano descartou a possibilidade de um ataque terrorista. A queda teria sido causada pelo mau tempo.
Não há sinais de sobreviventes. Pelo menos 34 corpos foram localizados.
O presidente do Líbano descartou a possibilidade de um ataque terrorista. A queda teria sido causada pelo mau tempo.
Vice-presidente e ministro da Venezuela cai
O vice-presidente e ministro da Defesa da Venezuela, Ramón Carrizález, renunciou aos cargos hoje alegando problemas pessoais, em meio a uma crise política provocada pela suspensão das transmissões de seis televisões a cabo. A mulher do vice, Yuribí Ortega, pediu demissão do cargo da ministra do Meio Ambiente.
A renúncia ocorre em meio a uma crise política causada pela decisão do governo venezuela de suspender as transmissões de seis canais de televisão a cabo, sob a acusação de não cumprir a Lei de Telerradiodifusão por não transmitirem na íntegra um pronunciamento do presidente Hugo Chávez no sábado passado.
Entre os canais suspensos, está a Radio Caracas Televisión (RCTV), que era a emissora de TV de maior audiência na Venezuela até 2007, quando sua concessão não foi renovada sob o argumento de que o canal incentivou a tentativa de golpe de abril de 2002.
Logo após o anúncio da medida, opositores do governo Chávez se concentraram diante da sede da RCTV para manifestar apoio.
Hoje, houve manifestações em Caracas contra e a favor de Chávez. A polícia usou cassetetes e gás lacrimogênio para dispersar estudantes que denunciavam a censura do regime socialista venezuelano.
A renúncia ocorre em meio a uma crise política causada pela decisão do governo venezuela de suspender as transmissões de seis canais de televisão a cabo, sob a acusação de não cumprir a Lei de Telerradiodifusão por não transmitirem na íntegra um pronunciamento do presidente Hugo Chávez no sábado passado.
Entre os canais suspensos, está a Radio Caracas Televisión (RCTV), que era a emissora de TV de maior audiência na Venezuela até 2007, quando sua concessão não foi renovada sob o argumento de que o canal incentivou a tentativa de golpe de abril de 2002.
Logo após o anúncio da medida, opositores do governo Chávez se concentraram diante da sede da RCTV para manifestar apoio.
Hoje, houve manifestações em Caracas contra e a favor de Chávez. A polícia usou cassetetes e gás lacrimogênio para dispersar estudantes que denunciavam a censura do regime socialista venezuelano.
Iraque enforca Ali Químico
O ex-ministro da de Defesa do Iraque Ali Hassan al-Majid, primo e assessor do ditado Saddam Hussein mais conhecido como Ali Químico, foi enforcado hoje, uma semana depois de ser condenado pela morte pela quarta vez na semana passada, pelo massacre de 6 mil pessoas com armas químicas em Halabja, a Hiroxima curda, em março de 1988.
Ali Químico também foi condenado à morte pelo genocídio de 180 mil curdos na Operação Anfal, nos anos 80, e por matanças de xiitas em 1991 e 1999.
Ali Químico também foi condenado à morte pelo genocídio de 180 mil curdos na Operação Anfal, nos anos 80, e por matanças de xiitas em 1991 e 1999.
domingo, 24 de janeiro de 2010
Wal-Mart vai demitir 11,2 mil empregados
A maior rede varejista do mundo, Wal-Mart, avisou hoje a seus funcionários que vai demitir 11,2 mil empregados de suas lojas Sam's Club, que representam 12% do faturamento anual da empresa americana, de US$ 400 bilhões.
Todos os serviços de apresentação de produtos serão terceirizados.
Governo afegão proíbe nitrato de amônia
O governo do Afeganistão proibiu a venda e o uso no país de nitrato de amônia, um fertilizante utilizado na fabricação de bombas caseiras que fizeram de 2009 o pior de todos os anos em número de mortos desde a invasão do país pelos Estados Unidos, em outubro de 2001.
Desde o verão do ano passado no Hemisfério Norte, as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estão apreendendo o fertilizante, considerado o explosivo favorito da milícia fundamentalista dos Talebã.
Desde o verão do ano passado no Hemisfério Norte, as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estão apreendendo o fertilizante, considerado o explosivo favorito da milícia fundamentalista dos Talebã.
Casa Branca pressiona Senado a manter Bernanke
Diante da rebeldia de alguns senadores do Partido Democrata, a Casa Branca resolveu pressionar o Senado para garantir a manutenção de Ben Bernanke na presidência da Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos.
O mandato de Bernanke expira em 31 de janeiro. Depois da derrota de Martha Coakley na luta pela cadeira no Senado do estado de Massachusetts deixada vaga com a morte do senador Ted Kennedy, em 19 de janeiro, Barbara Boxer e Russ Feingold, que concorrem à reeleição em novembro, anunciaram a intenção de não votar em Bernanke.
Economista especializado na Grande Depressão (1929-39), Bernanke levou crédito por ter evitado uma nova depressão. A revista Time o escolheu como Homem do Ano em 2009. Mas é criticado por não prevenido nem avaliado corretamente a dimensão da crise.
Mesmo que haja defecções na bancada democrata, a expectativa é que senadores republicanos deem os votos necessários para manter Bernanke no Fed.
O mandato de Bernanke expira em 31 de janeiro. Depois da derrota de Martha Coakley na luta pela cadeira no Senado do estado de Massachusetts deixada vaga com a morte do senador Ted Kennedy, em 19 de janeiro, Barbara Boxer e Russ Feingold, que concorrem à reeleição em novembro, anunciaram a intenção de não votar em Bernanke.
Economista especializado na Grande Depressão (1929-39), Bernanke levou crédito por ter evitado uma nova depressão. A revista Time o escolheu como Homem do Ano em 2009. Mas é criticado por não prevenido nem avaliado corretamente a dimensão da crise.
Mesmo que haja defecções na bancada democrata, a expectativa é que senadores republicanos deem os votos necessários para manter Bernanke no Fed.
Chávez corta transmissão a cabo da RCTV
A Venezuela suspendeu as transmissões via cabo da Radio Caracas Televisión (RCTV), tirada do ar em sinal aberto em 2007, e de outras cinco emissoras, alegando que descumpriram a lei que obriga a transmitir os pronunciamentos do presidente Hugo Chávez.
Quando não teve a concessão renovada, sob a acusação de ter apoiado o golpe de abril de 2002, a RCTV era a emissora de maior audiência da televisão venezuelana.
O novo bloqueio às operações da RCTV provocou um panelaço em bairros da classe média da capital onde a maioria é oposicionista.
Se é inegável o apoio dos barões da mídia venezuelana ao golpe de abril, a não revovação da licença da RCTV não foi precedida do devido processo administrativo, nem houve um processo criminal para apurar responsabilidade pela cobertura distorcida dos conflitos de rua com 15 mortos que levaram ao golpe.
Quando não teve a concessão renovada, sob a acusação de ter apoiado o golpe de abril de 2002, a RCTV era a emissora de maior audiência da televisão venezuelana.
O novo bloqueio às operações da RCTV provocou um panelaço em bairros da classe média da capital onde a maioria é oposicionista.
Se é inegável o apoio dos barões da mídia venezuelana ao golpe de abril, a não revovação da licença da RCTV não foi precedida do devido processo administrativo, nem houve um processo criminal para apurar responsabilidade pela cobertura distorcida dos conflitos de rua com 15 mortos que levaram ao golpe.
Ben Laden reivindica autoria de atentado do Natal
Em mensagem gravada enviada à televisão árabe Al Jazira, o líder da rede terrorista Al Caeda, Ossama ben Laden, reivindicou a autoria da tentativa de derrubar um avião americano no Natal.
"Nossos ataques continuarão enquanto continuar o apoio americano a Israel", afirmou Ben Laden.
Foi a primeira declaração do líder terrorista responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001 desde 25 de setembro de 2009, quando ele pediu a retirada das tropas europeias do Afeganistão.
O voo 253 da Northwest Airlines (Amsterdã-Detroit) estava chegando a seu destino quando o estudante nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab tentou tocar fogo em explosivos que trazia escondidos dentro da cueca, quando foi dominado por passageiros e tripulantes.
Farouk foi preso e está respondendo a processo por tentativa de assassinato de 289 pessoas, terrorismo e uso de arma de destruição em massa.
"Nossos ataques continuarão enquanto continuar o apoio americano a Israel", afirmou Ben Laden.
Foi a primeira declaração do líder terrorista responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001 desde 25 de setembro de 2009, quando ele pediu a retirada das tropas europeias do Afeganistão.
O voo 253 da Northwest Airlines (Amsterdã-Detroit) estava chegando a seu destino quando o estudante nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab tentou tocar fogo em explosivos que trazia escondidos dentro da cueca, quando foi dominado por passageiros e tripulantes.
Farouk foi preso e está respondendo a processo por tentativa de assassinato de 289 pessoas, terrorismo e uso de arma de destruição em massa.
sábado, 23 de janeiro de 2010
Obama critica liberação de gastos em campanhas
No seu programa semanal de rádio transmitido via Internet, o presidente Barack Obama criticou hoje a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que acabou com limites para as contribuições de corporações a campanha eleitorais, considerando-a "devastadora".
A partir de agora, empresas e sindicatos podem financiar diretamente campanhas contra e a favor de candidatos. Antes, o dinheiro era entregue aos partidos, que faziam a distribuição.
Obama declarou que não consegue "pensar em nada mais devastador para o interesse público".
"Esta medida abre as comportas para que grupos de interesse gastem quantidade ilimitadas de dinheiro para influenciar nossa democracia", lamentou o presidente. "Dá aos lobistas novos instrumentos para gastar milhões em propaganda para convencer funcionários governamentais eleitos a votar de acordo com seus interesses e a puni-los se não votarem como eles querem."
A partir de agora, empresas e sindicatos podem financiar diretamente campanhas contra e a favor de candidatos. Antes, o dinheiro era entregue aos partidos, que faziam a distribuição.
Obama declarou que não consegue "pensar em nada mais devastador para o interesse público".
"Esta medida abre as comportas para que grupos de interesse gastem quantidade ilimitadas de dinheiro para influenciar nossa democracia", lamentou o presidente. "Dá aos lobistas novos instrumentos para gastar milhões em propaganda para convencer funcionários governamentais eleitos a votar de acordo com seus interesses e a puni-los se não votarem como eles querem."
Americanos desconfiam de preparo para terremoto
Diante da confusão reinante na ajuda internacional ao Haiti depois do terremoto de 12 de janeiro, só um terço dos americanos acreditam que o governo federal dos Estados Unidos esteja preparado para enfrentar uma catástrofe da mesma magnitude em seu território. É o que indica uma pesquisa da rede de televisão CBS.
A maioria dos americanos acredita que o país será abalado por um forte terremoto nos próximos 20 anos. Na Califórnia, há falhas geológicas importantes que já causaram grandes terremotos em Los Angeles e São Francisco.
Ainda como senador, o atual presidente Barack Obama se envolveu pessoalmente na operação de socorro às vítimas do furacão Katrina, em Nova Orleans e arredores, em 2005. Queria aproveitar a tragédia no Haiti para mostrar prontidão e eficiência da ajuda humanitária de seu governo. Até agora, o resultado não satisfez o povo americano.
A maioria dos americanos acredita que o país será abalado por um forte terremoto nos próximos 20 anos. Na Califórnia, há falhas geológicas importantes que já causaram grandes terremotos em Los Angeles e São Francisco.
Ainda como senador, o atual presidente Barack Obama se envolveu pessoalmente na operação de socorro às vítimas do furacão Katrina, em Nova Orleans e arredores, em 2005. Queria aproveitar a tragédia no Haiti para mostrar prontidão e eficiência da ajuda humanitária de seu governo. Até agora, o resultado não satisfez o povo americano.
Israel indeniza ONU por danos na Faixa de Gaza
O governo de Israel pagou US$ 10,5 milhões às Nações Unidas para compensar danos a instalações da ONU, inclusive duas escolas e um armazém, durante a ofensiva contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), na Faixa de Gaza, no final de 2008 e início de 2009.
Uma investigação realizada pela ONU sob a presidência do juiz sul-africano Richard Goldstone concluiu que os dois lados cometeram crimes de guerra.
Israel foi acusado de uso excessivo da força, emprego de armas proibidas como bombas de fósforo, atacar instalações civis e não proteger civis inocentes. O Hamas foi acusado de atacar civis indiscrimindamente com foguetes disparados de Gaza e de usar a população palestina como escudo humano.
Cerca de 1,1 mil palestinos e 13 israelenses morreram durante a ofensiva.
Uma investigação realizada pela ONU sob a presidência do juiz sul-africano Richard Goldstone concluiu que os dois lados cometeram crimes de guerra.
Israel foi acusado de uso excessivo da força, emprego de armas proibidas como bombas de fósforo, atacar instalações civis e não proteger civis inocentes. O Hamas foi acusado de atacar civis indiscrimindamente com foguetes disparados de Gaza e de usar a população palestina como escudo humano.
Cerca de 1,1 mil palestinos e 13 israelenses morreram durante a ofensiva.
Sindicalização cai 10% nos EUA
Os sindicatos de trabalhadores dos Estados Unidos perderam 10% de seus filiados em 2009. Foi a maior queda em 25 anos.
Esse esvaziamento reduz o poder dos sindicatos de barganhar melhores salários e condições de trabalho, influir no resultado de eleições, na formulação de políticas e na aprovação de leis, justamente no momento em que a Suprema Corte eliminou os limites de contribuições de corporações para campanhas políticas.
A partir de agora, as empresas e os sindicatos poderão usar todo o seu poderio econômico em eleições. Mas os sindicatos saem enfraquecidos pelo aumento do desemprego e a queda no número de trabalhadores sindicalizados.
Esse esvaziamento reduz o poder dos sindicatos de barganhar melhores salários e condições de trabalho, influir no resultado de eleições, na formulação de políticas e na aprovação de leis, justamente no momento em que a Suprema Corte eliminou os limites de contribuições de corporações para campanhas políticas.
A partir de agora, as empresas e os sindicatos poderão usar todo o seu poderio econômico em eleições. Mas os sindicatos saem enfraquecidos pelo aumento do desemprego e a queda no número de trabalhadores sindicalizados.
Mais cinco bancos quebram nos EUA
As autoridades reguladoras dos Estados Unidos assumiram o controle de cinco bancos dos estados da Flórida, Missouri, Novo México, Oregon e Washington, elevando para nove o total de bancos que quebraram neste início de ano.
Apesar da retomada do crescimento, as pequenas instituições financeiras, que não receberam ajuda do governo, enfrentam problemas com a fragilidade da economia e os empréstimos caloteados.
A Corporação Federal da Garantia de Depósitos calcula que a operação vai custar US$ 531,7 milhões.
Desde 2008, os reguladores já fecharam 174 bancos nos EUA.
Apesar da retomada do crescimento, as pequenas instituições financeiras, que não receberam ajuda do governo, enfrentam problemas com a fragilidade da economia e os empréstimos caloteados.
A Corporação Federal da Garantia de Depósitos calcula que a operação vai custar US$ 531,7 milhões.
Desde 2008, os reguladores já fecharam 174 bancos nos EUA.
GM confia em alta de vendas na China
A General Motors, ainda se recuperando da concordata pedida no ano passado, confia em vender mais de 2 milhões de veículos em 2010 na China, um aumento de 10% a 15% relação ao ano passado.
Em 2009, as vendas da GM na China cresceram 67%, chegando a 1,83 milhão de veículos.
Em 2009, as vendas da GM na China cresceram 67%, chegando a 1,83 milhão de veículos.
ONU diz que 111 mil morreram no Haiti
As Nações Unidas informaram ontem que o total de mortos pelo terremoto de 12 de janeiro no Haiti deve estar em cerca de 111 mil.
Hoje a ONU anunciou em Genebra que as operações de busca e salvamento de soterrados estão encerradas. Mas o governo haitiano desmentiu a notícia. Pelo menos mais uma pessoa foi resgatada hoje, onze dias depois do terremoto.
Hoje a ONU anunciou em Genebra que as operações de busca e salvamento de soterrados estão encerradas. Mas o governo haitiano desmentiu a notícia. Pelo menos mais uma pessoa foi resgatada hoje, onze dias depois do terremoto.
Morales inaugura Estado plurinacional na Bolívia
Ao tomar posse para um novo mandato, o presidente Evo Morales deu ontem por inaugurado o "Estado plurinacional da Bolívia".
Morales foi reeleito em 6 de dezembro de 2009, com 64% dos votos. "Desde sua chegada ao poder, um Estado integral e socialista substituiu na Bolívia uma república colonialista, liberal e racista", declarou o vice-presidente Álvaro García Linera.
Estavam presentes os presidentes do Chile, do Equador, do Paraguai e da Venezuela, o príncipe Felipe da Espanha e os vice-presidentes de Cuba e da Colômbia.
Morales foi reeleito em 6 de dezembro de 2009, com 64% dos votos. "Desde sua chegada ao poder, um Estado integral e socialista substituiu na Bolívia uma república colonialista, liberal e racista", declarou o vice-presidente Álvaro García Linera.
Estavam presentes os presidentes do Chile, do Equador, do Paraguai e da Venezuela, o príncipe Felipe da Espanha e os vice-presidentes de Cuba e da Colômbia.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Japão desenvolve reconhecimento pelo rosto
A identidade está na cara. No Japão, uma empresa desenvolve uma tecnologia de reconhecimento através das características faciais.
O novo software da Omron já pode ser usado em portarias. Só dá acesso a pessoas reconhecidas visualmente. Isso acaba com a necessidade de senhas, cartões magnéticos ou impressões digitais.
Depois de captar uma imagem bidimensional do rosto, o sistema a transforma numa imagem trimendisional e examina os detalhes. Um funcionário da empresa explica que o equipamento analisa detalhes do rosto como a posição do nariz, dos olhos e da boca, e os compara com registros anteriores, identificando ou não a pessoa.
Outra possibilidade é escanear sorrisos.
A Omron trabalha com tecnologias de reconhecimento há 15 anos. Já pensou em adaptá-la para carros, que ajustariam o banco e os espelhos de acordo com a cara do motorista.
Mesmo que as pessoas mudem a maquiagem e o penteado, usem chapéus ou óculos diferentes, o sistema tem condições de reconhecê-las. Mas não pega os criminosos que fizerem operações plásticas.
O novo software da Omron já pode ser usado em portarias. Só dá acesso a pessoas reconhecidas visualmente. Isso acaba com a necessidade de senhas, cartões magnéticos ou impressões digitais.
Depois de captar uma imagem bidimensional do rosto, o sistema a transforma numa imagem trimendisional e examina os detalhes. Um funcionário da empresa explica que o equipamento analisa detalhes do rosto como a posição do nariz, dos olhos e da boca, e os compara com registros anteriores, identificando ou não a pessoa.
Outra possibilidade é escanear sorrisos.
A Omron trabalha com tecnologias de reconhecimento há 15 anos. Já pensou em adaptá-la para carros, que ajustariam o banco e os espelhos de acordo com a cara do motorista.
Mesmo que as pessoas mudem a maquiagem e o penteado, usem chapéus ou óculos diferentes, o sistema tem condições de reconhecê-las. Mas não pega os criminosos que fizerem operações plásticas.
França deve crescer 1,4% em 2010
A recuperação econômica da França será lenta e frágil, advertiu ontem o presidente do Banco da França, Christian Noyer.
O crescimento deste ano deve ficar em torno de 1,4%.
O crescimento deste ano deve ficar em torno de 1,4%.
Índice aponta forte recuperação nos EUA
O índice dos principais indicadores econômicos subiu 1,1% em dezembro nos EUA, no nono mês seguido de alta. Com avanço de 8,8% desde março, é a recuperação mais forte dos últimos 25 anos.
América Latina deve crescer 3,4% em 2010
A América Latina deve crescer em média 3,4% em 2010, depois de uma recessão estimada em 2,1% em 2009.
2009 foi o segundo ano mais quente da História
2009 foi o segundo ano mais quente desde que os registros começaram, revelou ontem a NASA, Agência Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos. O ano mais quente foi 2005.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Itamaraty abre conta para doações ao Haiti
Como parte dos esforços do governo brasileiro para prestar ajuda humanitária ao Haiti, o Ministério das Relações Exteriores abriu uma conta corrente para o recebimento de doações. Os valores coletados serão transferidos às agências especializadas das Nações Unidas.
Os dados da conta bancária são os seguintes:
Banco do Brasil (001)
Agência Itamaraty (1503-2)
Conta 85.000-4
Titular: Ministério das Relações Exteriores - Ajuda Humanitária ao Haiti
Os dados da conta bancária são os seguintes:
Banco do Brasil (001)
Agência Itamaraty (1503-2)
Conta 85.000-4
Titular: Ministério das Relações Exteriores - Ajuda Humanitária ao Haiti
Suprema Corte libera gastos eleitorais
Por 5 a 4, a Suprema Corte dos Estados Unidos acaba com o limite para gastos de corporações em campanhas eleitorais.
O presidente Barack Obama criticou a decisão alegando que ela aumenta o poder do dinheiro nas eleições.
A partir de agora, grandes empresas e sindicatos podem apoiar diretamente os candidatos ou lutar contra eles. Antes, o dinheiro era entregue aos partidos.
O presidente Barack Obama criticou a decisão alegando que ela aumenta o poder do dinheiro nas eleições.
A partir de agora, grandes empresas e sindicatos podem apoiar diretamente os candidatos ou lutar contra eles. Antes, o dinheiro era entregue aos partidos.
Cientistas descobrem fármacos anti-hepatite C
Cientistas dos Estados Unidos identificaram novos tipos de fármacos capazes de impedir a reprodução do vírus da Hepatite C, dando esperança de surgimento de uma nova geração de medicamentos para combater a doença crônica, que mata silenciosamente, causando cirrose hepática e câncer no fígado.
Menos sal pode salvar 92 mil por ano nos EUA
Um corte de 3 gramas por dia no consumo de sal pode evitar 92 mil mortes por ano nos EUA.
Presidente do Iraque questiona vetos eleitorais
O presidente do Iraque, o curdo Jalal Talabani, questiona a decisão das autoridades eleitorais de vetar 500 candidatos por ligações com o partido Baath durante a ditadura de Saddam Hussein.
Talabani alega que a legitimidade das eleições parlamentares de 7 de março está ameaçada. O governo iraquiano é dominado pela maioria xiita, que tem uma rixa histórica com os baathistas, que são sunitas.
Promessas de ajuda ao Haiti somam US$ 1 bilhão
As promessas de ajuda ao Haiti já chegam a US$ 1 bilhão, informa a agência de notícias Associated Press.
No nono dia depois da tragédia, os haitianos ainda lutam pela sobrevivência roubando lojas em ruínas, e esperando água, comida e mantimentos que chegam ao aeroporto de Porto Príncipe em 180 voos por dia.
O governo quer enterrar mais 10 ml em covas rasas para evitar epidemias. Três mil estudantes pode estar soterrados sob os escombros da universidade.
Mais de 2 milhões ficaram sem casa. Cerca de 15 mil estão acampados num campo de golfe. O atendimento médico ainda é precário.
Milhares de haitianos montaram acampamento perto do porto, indicando uma intenção de fugir do país. Isso preocupa os EUA, que temem uma migração em massa. Uma rádio militar americana que indica onde os haitianos podem receber ajuda adverte que quem tentar ir ilegalmente para os EUA será preso e devolvido ao Haiti.
Com a escassez, os preços dos alimentos disparam. A diretora do Programa Mundial de Alimentos da ONU deve chegar ao país hoje para coordenar a distribuição. A meta é alimentar 1 milhão nesta semana e 2 milhões na próxima. Na primeira semana após a tragédia, 200 mil receberam comida.
Ontem à noite, um bebê nasceu ontem num hospital a céu aberto.
Fuzileiros navais americanos desembarcaram em massa com equipamento pesado numa praia do Haiti. Os EUA estão enviado mais 6 mil soldados, elevando o total de tropas americanas para 16 mil.
Para os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, há uma “ocupação militar” do Haiti. Chávez acusou os soldados americanos de atirarem nos haitianos.
Obama impõe limites a grandes bancos
O presidente Barack Obama quer impor limites ao risco dos bancos dentro da reforma da regulamentação do setor financeiro dos Estados Unidos.
Obama anunciou agora há pouco as propostas, que restringem o volume e as atividades dos grandes bancos, separando mais uma vez bancos de investimentos, que podem fazer apostas arrojadas, dos grandes bancos comerciais com depósitos populares cobertos por seguro federal.
Os grandes bancos comerciais não poderão mais criar, patrocinar e investir em fundos de hedge, que serve para proteger empresas de variações cambiais ou de taxas de juros, e fundos de private equity, que só aplicam em empresas fechadas e são uma importante fonte de recursos para novas empresas.
Um dos objetivos é acabar com empresas consideradas grandes demais para falir porque poderiam arrastar junto o resto da economia.
Ao lançar a proposta, o presidente declarou guerra aos especuladores de Wall Street, o centro financeiro de Nova York. Ele disse estar pronto para enfrentar os lobbies que estariam aumentando a pressão sobre o Congresso em Washington para deixar tudo como está.
Com o banco Goldman Sachs anunciando lucro de US$ 4,95 no quatro trimestre do ano passado e de US$ 13,4 bilhões em 2009 como um todo, e reservando bilhões para pagar bônus a seus funcionários, Obama lançou sua proposta de regulamentação financeira, sob a orientação do ex-presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, Paul Volcker, que estava atrás dele no anúncio.
A batalha agora é fazer o Congresso transformar o projeto em lei.
Obama anunciou agora há pouco as propostas, que restringem o volume e as atividades dos grandes bancos, separando mais uma vez bancos de investimentos, que podem fazer apostas arrojadas, dos grandes bancos comerciais com depósitos populares cobertos por seguro federal.
Os grandes bancos comerciais não poderão mais criar, patrocinar e investir em fundos de hedge, que serve para proteger empresas de variações cambiais ou de taxas de juros, e fundos de private equity, que só aplicam em empresas fechadas e são uma importante fonte de recursos para novas empresas.
Um dos objetivos é acabar com empresas consideradas grandes demais para falir porque poderiam arrastar junto o resto da economia.
Ao lançar a proposta, o presidente declarou guerra aos especuladores de Wall Street, o centro financeiro de Nova York. Ele disse estar pronto para enfrentar os lobbies que estariam aumentando a pressão sobre o Congresso em Washington para deixar tudo como está.
Com o banco Goldman Sachs anunciando lucro de US$ 4,95 no quatro trimestre do ano passado e de US$ 13,4 bilhões em 2009 como um todo, e reservando bilhões para pagar bônus a seus funcionários, Obama lançou sua proposta de regulamentação financeira, sob a orientação do ex-presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, Paul Volcker, que estava atrás dele no anúncio.
A batalha agora é fazer o Congresso transformar o projeto em lei.
China volta a crescer acima de 10% ao ano
A China anunciou hoje oficialmente que o país cresceu num ritmo anual de 10,7% no 4º trimestre do ano passado e 8,7% em 2009 como um todo.
O produto interno bruto chinês, a soma de tudo o que o país produz menos as importações, chegou a US$ 4,9 trilhões. Marcha para superar o Japão e se tornar o segundo maior do mundo.
Netanyahu quer parte da Cisjordânia
Na véspera da chegada a Israel do enviado especial dos Estados Unidos, ex-senador George Mitchell, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu minou mais uma vez a tentativa do governo Barack Obama de reiniciar as negociações de paz entre israeleses e palestinos, declarando que o país vai precisar manter uma presença na Cisjordânia para garantir sua segurança.
Netanyahu citou como exemplos da ameaça os recentes ataques de foguetes lançados do Líbano e da Faixa de Gaza para defender a presença militar israelense além de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente.
Netanyahu citou como exemplos da ameaça os recentes ataques de foguetes lançados do Líbano e da Faixa de Gaza para defender a presença militar israelense além de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente.
MSF acusam EUA de privilegiar militares
A organização não governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusou ontem os Estados Unidos de darem prioridade aos suprimentos militares para as forças americanas e não às necessidades urgentes de saúde dos haitianos feridos no terremoto. Dois aviões da ONG teriam sido desviados para a vizinha República Dominicana.
O comandante militar americano, general Ken Keen, dá prioridade à segurança. Como os EUA controlam o aeroporto de Porto Príncipe, entram em atrito com as organizações de ajuda humanitária.
Num hospital improvisado ao ar livre, o anestesista Stephen Bewaele não escondeu sua frustração: "Só estamos fazendo as cirurgias mais simples. Podemos dar mais alguns dias de vida aos feridos amputando um braço ou uma perna. Evitamos infecções capazes de matá-los. Mas eles precisam de mais operações e nós precisamos de uma sala de cirurgia esterilizada. O tratamento vai muito além do que podemos fazer agora."
Em Paris, a diretora do departamento jurídico dos MSF, Françoise Saulnier, declarou que "é uma questão de coordenação e de estabelecer prioridades. Fazer cirurgias é uma prioridade urgente neste tipo de catástrofe".
Nos primeiros três dias, explicou Françoise, a prioridade é tirar sobreviventes de baixo dos escombros.
"Nos três dias seguintes", acrescentou, "a prioridade é fazer operações de emergência. O resto - comida, água e abrigo - vem depois. Agora, está tudo misturado e a atenção vital à sobrevivência de pessoas foi adiada para dar passagem à logística militar, que é essencial, mas não no momento inicial."
Com essa confusão, "perdemos três dias. Esses três dias criaram um enorme problema, com infecções, gangrenas, com a necessidade de amputações que poderiam ter sido evitadas. Até hoje, as equipes cirúrgicas estão operando em condições precaríssimas. Não há morfina. Não há antibióticos. Eles não tem instrumentos cirúrgicos nem para amputar. Precisam comprar nas lojas. É apocalíptico, e está piorando."
Agora à noite, a Casa Branca admitiu estar preocupado com a lentidão da chegada de equipamentos e suprimentos médicos aos flagelados de Porto Príncipe.
O comandante militar americano, general Ken Keen, dá prioridade à segurança. Como os EUA controlam o aeroporto de Porto Príncipe, entram em atrito com as organizações de ajuda humanitária.
Num hospital improvisado ao ar livre, o anestesista Stephen Bewaele não escondeu sua frustração: "Só estamos fazendo as cirurgias mais simples. Podemos dar mais alguns dias de vida aos feridos amputando um braço ou uma perna. Evitamos infecções capazes de matá-los. Mas eles precisam de mais operações e nós precisamos de uma sala de cirurgia esterilizada. O tratamento vai muito além do que podemos fazer agora."
Em Paris, a diretora do departamento jurídico dos MSF, Françoise Saulnier, declarou que "é uma questão de coordenação e de estabelecer prioridades. Fazer cirurgias é uma prioridade urgente neste tipo de catástrofe".
Nos primeiros três dias, explicou Françoise, a prioridade é tirar sobreviventes de baixo dos escombros.
"Nos três dias seguintes", acrescentou, "a prioridade é fazer operações de emergência. O resto - comida, água e abrigo - vem depois. Agora, está tudo misturado e a atenção vital à sobrevivência de pessoas foi adiada para dar passagem à logística militar, que é essencial, mas não no momento inicial."
Com essa confusão, "perdemos três dias. Esses três dias criaram um enorme problema, com infecções, gangrenas, com a necessidade de amputações que poderiam ter sido evitadas. Até hoje, as equipes cirúrgicas estão operando em condições precaríssimas. Não há morfina. Não há antibióticos. Eles não tem instrumentos cirúrgicos nem para amputar. Precisam comprar nas lojas. É apocalíptico, e está piorando."
Agora à noite, a Casa Branca admitiu estar preocupado com a lentidão da chegada de equipamentos e suprimentos médicos aos flagelados de Porto Príncipe.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Diretor do FMI quer Plano Marshall para o Haiti
A sociedade internacional deve articular um Plano Marshall para reconstruir o Haiti, defendeu hoje o diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn.
Em entrevista à rede de televisão americana CNN, Strauss-Kahn acredita que "o Haiti, que foi atingido por muitos problemas diferentes - a crise de alimentos, os furacões e agora o terremoto -, precisa de algo grande, não de uma solução imediata, algo muito maior para reconstruir o país, alguma coisa como um Plano Marshall".
O Plano Marshall foi um programa de reconstrução da Europa proposto em 1948 pelo então secretário de Estado americano, general George Marshall, no valor de US$ 13 bilhões na época. Pelos valores corrigidos pela inflação e a desvalorização do dólar, seriam mais de US$ 100 bilhões hoje.
"A prioridade agora é salvar pessoas", afirmou o diretor do FMI. "Amanhã, será reconstruir o país. O FMI já está trabalhando com os credores para perdoar todas as dívidas do Haiti, inclusive do nosso último empréstimo, de US$ 100 milhões. Se conseguirmos isso, e tenho certeza de que vamos conseguir, será muito importante para o Haiti."
Em entrevista à rede de televisão americana CNN, Strauss-Kahn acredita que "o Haiti, que foi atingido por muitos problemas diferentes - a crise de alimentos, os furacões e agora o terremoto -, precisa de algo grande, não de uma solução imediata, algo muito maior para reconstruir o país, alguma coisa como um Plano Marshall".
O Plano Marshall foi um programa de reconstrução da Europa proposto em 1948 pelo então secretário de Estado americano, general George Marshall, no valor de US$ 13 bilhões na época. Pelos valores corrigidos pela inflação e a desvalorização do dólar, seriam mais de US$ 100 bilhões hoje.
"A prioridade agora é salvar pessoas", afirmou o diretor do FMI. "Amanhã, será reconstruir o país. O FMI já está trabalhando com os credores para perdoar todas as dívidas do Haiti, inclusive do nosso último empréstimo, de US$ 100 milhões. Se conseguirmos isso, e tenho certeza de que vamos conseguir, será muito importante para o Haiti."
Tremor secundário de 6,1 graus abala Haiti
Um tremor secundário de 6,1 graus sacudiu hoje a capital do Haiti, oito dias do grande terremoto de 7 graus, em 12 de janeiro de 2010, provocando pânico entre a população.
Eram seis horas da madrugada quando a terra tremeu. Apavorados, os haitianos correram para a rua, temendo que as construções já abaladas viessem abaixo. Quem mais sofreu são os larápios que tentam encontrar qualquer coisa nas lojas em ruínas.
Mais de uma semana depois, finalmente a ajuda chegou a Jacmel, uma cidade da costa sul próxima do epicentro do grande terremoto. Hoje, helicópteros do Exército dos EUA aterrissaram na cidade para distribuir caixas de mantimentos.
Léogane, a cidade mais devastada, com 80% a 90% das construções destruídas, é socorrida desde domingo, mas a paisagem é de terra arrasada. A cidade em ruínas fede pela decomposição de seus filhos mortos.
Eram seis horas da madrugada quando a terra tremeu. Apavorados, os haitianos correram para a rua, temendo que as construções já abaladas viessem abaixo. Quem mais sofreu são os larápios que tentam encontrar qualquer coisa nas lojas em ruínas.
Mais de uma semana depois, finalmente a ajuda chegou a Jacmel, uma cidade da costa sul próxima do epicentro do grande terremoto. Hoje, helicópteros do Exército dos EUA aterrissaram na cidade para distribuir caixas de mantimentos.
Léogane, a cidade mais devastada, com 80% a 90% das construções destruídas, é socorrida desde domingo, mas a paisagem é de terra arrasada. A cidade em ruínas fede pela decomposição de seus filhos mortos.
Investimento direto caiu 39% em 2009
O investimento externo direto caiu 39% no mundo no ano passado, para pouco mais de US$ 1 trilhão, depois de somar US$ 1,7 trilhão em 2008, revelou hoje a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
Para 2010, a expectativa é de uma pequena recuperação.
Para 2010, a expectativa é de uma pequena recuperação.
A maior queda foi no Reino Unido, 93%. Nos Estados Unidos, foi de 57%; no Brasil, de 49,5%; na Rússia, de 41%; e na Índia, de 19%.
A menor queda foi na China, de apenas 2,6%.
A menor queda foi na China, de apenas 2,6%.
ONU espera crescimento de 2,4% em 2010
As Nações Unidos preveem um crescimento mundial de 2,4% neste ano, revela um relatório divulgado hoje.
"Os principais desafios são evitar a retirada prematura dos programas de estímulo econômico e a queda do dólar", conclui a pesquisa Situação e Perspectivas Globais para 2010, do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU.
"Os principais desafios são evitar a retirada prematura dos programas de estímulo econômico e a queda do dólar", conclui a pesquisa Situação e Perspectivas Globais para 2010, do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU.
Derrota é presente amargo para Obama
A vitória do senador estadual Scott Brown sobre a procuradora-geral Martha Coakley na disputa pela vaga aberta com a morte do senador Ted Kennedy azedou a festa do primeiro aniversário do governo Barack Obama neste 20 de janeiro de 2010.
O presente amargo veio do estado de Massachusetts, tradicional reduto do Partido Democrata. Com a vitória de Brown, os democratas perderam a supermaioria de 60 votos que permitia impedir a obstrução sistemática da oposição republicana no Senado.
Sem essa maioria, a própria reforma da saúde para garantir cobertura para todos os americanos, uma das bandeiras de Ted Kennedy e a maior prioridade interna para Obama no primeiro ano. Também será mais difícil endurecer a regulamentação do sistema e metas de combate ao aquecimento global.
Obama festeja um ano com o apoio em queda. Em uma pesquisa da rede de televisão CNN, tem o apoio de apenas 51% do eleitorado. Na pesquisa da rede de televisão CBS e do jornal The New York Times, ficou com 50%.
O primeiro negro a presidir os EUA ganhou o Prêmio Nobel da Paz mais por mudar o discurso de política externa dos governos George W. Bush, colocando a diplomacia à frente do uso da força. Ele retirou as tropas americanas de combate no Iraque, onde o número de mortos foi o menor desde a invasão de 2003, tanto de militares americanos quanto de civis iraquianos.
Enquanto prepara a retirada do Iraque, o presidente aumentou para quase 100 mil o total de soldados americanos no Afeganistão.
Ele não conseguiu cumprir a promessa de fechar em um ano o centro de detenção de suspeitos de terrorismo instalado na base naval de Guantânamo, em Cuba. Vai precisar de mais tempo e enfrentar forte oposição republicana, depois da tentativa de um nigeriano supostamente treinado pela rede terrorista Al Caeda no Iêmen de explodir um avião americano no Natal.
Vários ex-detentos de Guantânamo teriam aderido a Al Caeda na Península Arábia, que reúne extremistas muçulmanos iemenitas e sauditas que fugiram da repressão em seu país.
A economia dos EUA voltou a crescer com o programa de incentivo de US$ 787 bilhões aprovado em fevereiro do ano passado, mas ainda depende de gastos públicos.
O índice de desemprego está em 10%, com 15 milhões de americanos fora do mercado de trabalho. Esse é o maior problema de Obama para as eleições de meio de mandato, em novembro deste ano, quando será renovada toda a Câmara e um terço do Senado.
Obama conseguiu evitar o fracasso total da Conferência de Copenhague. Mas o acordo obtido é frágil e depende de negociações concretas sobre metas de cortes de emissões de gases de efeito estufa.
Com a vitória de Scott Brown, ficará difícil aprovar até mesmo o que o presidente ofereceu em Copenhague. Pior ainda para os democratas, pode ser um prenúncia de mais derrotas nas eleições parlamentares de novembro deste ano, que podem tirar ou reduzir muito a maioria do governo na Câmara e no Senado, complicando os dois últimos anos do primeiro governo Obama.
O presente amargo veio do estado de Massachusetts, tradicional reduto do Partido Democrata. Com a vitória de Brown, os democratas perderam a supermaioria de 60 votos que permitia impedir a obstrução sistemática da oposição republicana no Senado.
Sem essa maioria, a própria reforma da saúde para garantir cobertura para todos os americanos, uma das bandeiras de Ted Kennedy e a maior prioridade interna para Obama no primeiro ano. Também será mais difícil endurecer a regulamentação do sistema e metas de combate ao aquecimento global.
Obama festeja um ano com o apoio em queda. Em uma pesquisa da rede de televisão CNN, tem o apoio de apenas 51% do eleitorado. Na pesquisa da rede de televisão CBS e do jornal The New York Times, ficou com 50%.
O primeiro negro a presidir os EUA ganhou o Prêmio Nobel da Paz mais por mudar o discurso de política externa dos governos George W. Bush, colocando a diplomacia à frente do uso da força. Ele retirou as tropas americanas de combate no Iraque, onde o número de mortos foi o menor desde a invasão de 2003, tanto de militares americanos quanto de civis iraquianos.
Enquanto prepara a retirada do Iraque, o presidente aumentou para quase 100 mil o total de soldados americanos no Afeganistão.
Ele não conseguiu cumprir a promessa de fechar em um ano o centro de detenção de suspeitos de terrorismo instalado na base naval de Guantânamo, em Cuba. Vai precisar de mais tempo e enfrentar forte oposição republicana, depois da tentativa de um nigeriano supostamente treinado pela rede terrorista Al Caeda no Iêmen de explodir um avião americano no Natal.
Vários ex-detentos de Guantânamo teriam aderido a Al Caeda na Península Arábia, que reúne extremistas muçulmanos iemenitas e sauditas que fugiram da repressão em seu país.
A economia dos EUA voltou a crescer com o programa de incentivo de US$ 787 bilhões aprovado em fevereiro do ano passado, mas ainda depende de gastos públicos.
O índice de desemprego está em 10%, com 15 milhões de americanos fora do mercado de trabalho. Esse é o maior problema de Obama para as eleições de meio de mandato, em novembro deste ano, quando será renovada toda a Câmara e um terço do Senado.
Obama conseguiu evitar o fracasso total da Conferência de Copenhague. Mas o acordo obtido é frágil e depende de negociações concretas sobre metas de cortes de emissões de gases de efeito estufa.
Com a vitória de Scott Brown, ficará difícil aprovar até mesmo o que o presidente ofereceu em Copenhague. Pior ainda para os democratas, pode ser um prenúncia de mais derrotas nas eleições parlamentares de novembro deste ano, que podem tirar ou reduzir muito a maioria do governo na Câmara e no Senado, complicando os dois últimos anos do primeiro governo Obama.
Obama perde supermaioria no Senado
A vitória do senador estadual republicano Scott Brown sobre a candidata democrata, a procuradora-geral Martha Coakley, na disputa pela cadeira do estado de Massachusetts que era de Ted Kennedy tirou a supermaioria de 60 senadores que o governo Barack Obama tinha no Congresso dos Estados Unidos.
Com 60 votos no Senado, a maioria democrata poderia impedir a obstrução sistemática da oposição republicana. Ela deve começar pela reforma da saúde, um dos temas favoritos de Ted Kennedy, que morreu de câncer no cérebro no ano passado depois de lutar durante toda sua vida política pela cobertura universal de saúde.
No discurso da vitória, Brown foi generoso e citou Ted Kennedy, mas disse que "a cadeira é do povo de Massachusetts". Como o estado é tradicionalmente liberal e democrata, é o berço dos Kennedy, talvez a família política mais importante da História dos EUA. Coakley era favorita.
Quando perdeu a liderança nas pesquisas, partiu para uma campanha mais agressiva. Não adiantou. Scott Brown venceu-a por 52% a 47%.
O resultado é um alerta para o Partido Democrata. Em novembro, haverá eleições de meio de mandato para toda a Câmara e um terço do Senado.
Se a situação econômica não melhorar e o desemprego não diminuir, Obama pode perder a maioria na Câmara e no Senado. Isso complicaria muito o fim do governo e as chances de reeleição. Os democratas precisam se dar conta do que está acontecendo e reagir logo.
Com 60 votos no Senado, a maioria democrata poderia impedir a obstrução sistemática da oposição republicana. Ela deve começar pela reforma da saúde, um dos temas favoritos de Ted Kennedy, que morreu de câncer no cérebro no ano passado depois de lutar durante toda sua vida política pela cobertura universal de saúde.
No discurso da vitória, Brown foi generoso e citou Ted Kennedy, mas disse que "a cadeira é do povo de Massachusetts". Como o estado é tradicionalmente liberal e democrata, é o berço dos Kennedy, talvez a família política mais importante da História dos EUA. Coakley era favorita.
Quando perdeu a liderança nas pesquisas, partiu para uma campanha mais agressiva. Não adiantou. Scott Brown venceu-a por 52% a 47%.
O resultado é um alerta para o Partido Democrata. Em novembro, haverá eleições de meio de mandato para toda a Câmara e um terço do Senado.
Se a situação econômica não melhorar e o desemprego não diminuir, Obama pode perder a maioria na Câmara e no Senado. Isso complicaria muito o fim do governo e as chances de reeleição. Os democratas precisam se dar conta do que está acontecendo e reagir logo.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Kraft compra Cadbury por US$ 19 bilhões
A fabricante americana de chocolate e guloseimas Kraft comprou hoje a empresa britânica Cadbury, que vende chocolates em máquinas caça-níqueis no metrô de Londres, por US$ 19 bilhões.
O negócio precisa ser aprovado pelos acionistas da Cadbury, que tendem a aceitar a proposta.
Ao comentar a transação, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, manifestou preocupação com a perda de empregos, já que o controle da empresa está saindo do Reino Unido.
Brown tem de se submeter a eleições no primeiro semestre. Precisa desesperadamente de boas notícias. A desnacionalização do chocolate que os ingleses compram no metrô e nas estações de trem não é algo que mobilize positivamente o eleitorado trabalhista.
É mais um tombo na longa via crucis de Gordon Brown.
O negócio precisa ser aprovado pelos acionistas da Cadbury, que tendem a aceitar a proposta.
Ao comentar a transação, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, manifestou preocupação com a perda de empregos, já que o controle da empresa está saindo do Reino Unido.
Brown tem de se submeter a eleições no primeiro semestre. Precisa desesperadamente de boas notícias. A desnacionalização do chocolate que os ingleses compram no metrô e nas estações de trem não é algo que mobilize positivamente o eleitorado trabalhista.
É mais um tombo na longa via crucis de Gordon Brown.
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