Em discurso grandiloquente mas previsível, sem fazer propostas detalhadas, o magnata imobiliário Donald Trump faz neste momento o discurso de aceitação de sua candidatura à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano se apresentando como o grande xerife que vai garantir a segurança interna, esmagar os inimigos do país, trazer de volta as indústrias que fabricam em países de custo mais baixo e acabar com um déficit comercial de US$ 800 bilhões.
Trump citou vários casas para alegar que a criminalidade e o índice de homicídios estão aumentando nos EUA e a culpa é o presidente Barack Obama, que acusou de agravar os problemas sociais e raciais do país.
Sua adversária do Partido Democrata, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton foi acusada de crime contra a segurança nacional por usar e-mail pessoal e por todos os problemas do Grande Oriente Médio, do caos na Líbia, Síria e Iraque à ameaça nuclear do Irã. Trump continua falando, agora ataque os imigrantes ilegais, outro de seus temas preferidos. Afinal, ele anunciou na campanha a construção de um muro para isolar o México.
"Vamos ter uma sistema de imigração que funcione, mas funcione para o povo americano", declarou Trump. "Na segunda-feira, ouvimos três famílias que tiveram filhos mortos por imigrantes ilegais. São representantes de milhares que sofreram tanto. Em minhas viagens pelo país, nada me chocou mais do que os encontros com pais e mães atingidos por violência que atravessa nossas fronteiras que podemos evitar."
Esses são os cidadãos comuns que o bilionário jura representar, tentando fazer um contraste com Hillary, que viveria em gabinetes de advogados, empresários e lobistas.
"Vamos construir um grande muro na fronteira para impedir imigrantes ilegais e drogas de invadir nossas comunidades", acrescentou o candidato bufônico. "Vamos acabar com o ciclo de contrabando e da imigração. Não vai haver mais imigração ilegal, acreditem. A paz será restaurada. Nossas leis finalmente receberão o respeito que merecem."
Quando ele tomar posse, prometeu, "finalmente, as leis dos EUA serão aplicadas. Teremos compaixão com todos, mas nossa maior compaixão será dedicada a nossos cidadãos em dificuldades."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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