A milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante derrubou hoje um avião de guerra da Síria perto da cidade de Deir el-Zur, noticiou a agência Reuters citando como fontes o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que monitora a guerra civil no país, e a agência de notícias dos jihadistas.
O avião foi abatido a cerca de cinco quilômetros do aeroporto militar de Deir el-Zur. Um vídeo da Amaq, a agência de notícias do Estado Islâmico na Internet mostra os destroços de um avião pegando fogo e um cadáver que seria do piloto.
Ainda não se sabe como o avião foi derrubado. O Estado Islâmico controla a maioria da província de Deir el-Zur. Embora esteja perdendo territórios na Síria e no Iraque, a milícia ainda é muito perigosa.
Em três anos, o Estado Islâmico passou de braço da rede Al Caeda na guerra civil do Iraque à maior organização terrorista não estatal da história. Depois de tomar Mossul, a segunda maior cidade iraquiana, em 10 de junho de 2014, seu líder Abu Baker al-Baghdadi proclamou um califado de jurisdição universal em 29 de junho daquele ano.
Naquela época, o califado tinha uma área do tamanho da Grã-Bretanha onde viviam cerca de 8 milhões de pessoas. Ia da província de Diala, no Leste do Iraque, à província de de Alepo, no Norte da Síria, ignorando as fronteiras estabelecidas pelas potências ocidentais no Oriente Médio depois da derrocada do Império Otomano (turco) no fim da Primeira Guerra Mundial.
Essa rápida expansão, a perseguição às minorias e as execuções de reféns ocidentais diante das câmeras, logo divulgadas pela Internet, levaram a uma nova intervenção militar dos Estados Unidos e seus aliados ocidentais e árabes no Iraque e depois na Síria.
Desde 30 de setembro do ano passado, a Rússia intervém militarmente na guerra civil síria a pretexto de combater o Estado Islâmico, embora na prática ataque muito mais os grupos rebeldes apoiados pelo Ocidente.
A Turquia também entrou na guerra contra o Estado Islâmico por ser alvo de vários atentados terroristas depois de ser tolerante a conivente com o tráfico de armas, a passagem de voluntários e o contrabando de petróleo através de sua fronteira.
Hoje o Estado Islâmico controla apenas enclaves isolados na Síria, na província de Alepo, em Deir el-Zur e em Rakka, considerada a capital do califado, e áreas desérticas. Sem condições de sustentar os territórios conquistas, recorre cada vez mais a táticas de guerrilha e ao terrorismo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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