quinta-feira, 28 de julho de 2016

Obama pede voto a Hillary como proteção contra demagogos

Em mais um discurso eletrizante, o presidente Barack Obama passou uma mensagem otimista, dizendo que o país está muito melhor do que quando foi eleito em 2008. Na terceira noite da convenção nacional do Partido Democrata, ele voltou a descrever a ex-secretária de Estado Hillary Clinton como "a pessoa mais qualificada que já disputou a Presidência dos Estados Unidos". 

Diante de uma audiência que chegou a pedir "mais quatro anos", Obama primeiro tentou desfazer a imagem dos EUA como "uma cena de crime dividida" e defendeu a reaproximação de seu governo com inimigos históricos como Cuba e o Irã, entre outras realizações como a recuperação da economia e a queda no desemprego.

Obama ironizou a alegação do candidato republicano de que será "a voz dos que não têm voz": "Alguém acredita que um cara que passou 70 anos neste mundo sem se preocupar com os trabalhadores vai de repente ser seu campeão?"

Ele criticou a pretensão de Trump de ser um salvador da pátria, lembrando que a força da democracia está no poder que emana do povo: "É por isso que quem ameaça nossos valores, sejam fascistas, comunistas, jihadistas ou demagogos domésticos, vai fracassar no fim", disse Obama, citado pelo jornal The New York Times.

O presidente apresentou Hillary Clinton como uma vida dedicada ao serviço público, apelando aos eleitores do senador Bernie Sanders, mais à esquerda: "Ela esteve lá lutando por nós mesmo quando não notamos e se você é realmente sério a respeito da nossa democracia não pode se dar ao luxo de ficar em casa porque ela não se alinha com você em todas as questões."

No fim, Hillary entrou no palco com um sorriso e abraçou longamente Obama, numa passagem de liderança do partido do atual presidente para a candidata à Casa Branca.

Antes, o vice-presidente Joe Biden, o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg e o candidato a vice de Hillary, Tim Kaine, se revezaram para exaltar Hillary e arrasar Donald Trump.

Kaine, ex-governador da Virgínia, senador de primeiro mandato, se apresentou como fruto da educação numa escola jesuíta que se transformou em advogado defensor dos direitos civis. Ele falou palavras em espanhol para o eleitorado latino e para os brancos sem curso superior que são eleitores de Trump, atacando a imagem do candidato.

O vice de Hillary repetiu várias vezes que o candidato republicano faz promessas extravagantes e não revela sua declaração de renda, diz apenas: "Acreditem em mim", como se isso fosse suficiente." Kaine citou o senador Sanders, mas a ala esquerdista do partido levantou cartazes contra a Parceria TransPacífica (TPP), um acordo comercial repudiado pela esquerda. No Senado, Kaine foi a favor.

Para o ex-secretário da Defesa e ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) Leon Panetta, o pedido de Trump para que a Rússia pirateie o correio eletrônico privado usado por Hillary Clinton quando secretária de Estado o desqualifica para ser presidente e comandante-em-chefe das Forças Armadas dos EUA.

Bloomberg, ex-republicano que foi três vezes prefeito de Nova York (2002-13) e virou independente, é o 6º homem mais rico dos EUA e 8º do mundo, com uma fortuna de US$ 46,7 bilhões. Seu papel foi atacar a imagem de Trump como empresário bem-sucedido: "Donald Trump vai governar os EUA do jeito que administra suas empresas? Deus nos ajude!"

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