quarta-feira, 13 de julho de 2016

EUA reforçam embaixada no Sudão do Sul

Os Estados Unidos enviaram ontem mais 47 soldados para reforçar a segurança da embaixada do país em Juba, a capital do Sudão do Sul, anunciou hoje o presidente Barack Obama em carta ao Congresso, informou a agência Associated Press (AP).

Mais de 300 pessoas foram mortas no fim de semana em Juba em confrontos entre facções rivais ligadas ao presidente Salva Kiir Mayardit e ao vice-presidente Riek Machar, reiniciando a guerra civil que divide o país mais novo do mundo desde 15 de dezembro de 2013.

As tropas americanas estão equipadas para o combate e vão ficar no Sudão do Sul até as condições de segurança melhorem, informou Obama. Outros 130 soldados dos EUA estão de prontidão no vizinho Djibúti para intervir no Sudão do Sul se for necessário.

No momento, a trégua iniciada em 26 de agosto de 2015 foi reinstaurada, mas a paz ainda é um sonho distante. Entre 50 e 300 mil pessoas morreram em combate, de fome ou doenças provocadas pela guerra civil sul-sudanesa.

Um dos pontos centrais da discórdia é a iniciativa do governo para criar 28 novos estados, uma manobra denunciada pela oposição como uma tentativa de dividir e enfraquecer suas bases de poder.

Os dois líderes são reféns de suas origens e a lealdades tribos. As disputas internas dentro das duas facções impedem Kiir e Machar de adotar qualquer posição contrária a suas bases étnicas. A radicalização exacerbada pela guerra civil conspira contra a paz.

A maior preocupação dos aliados de Machar é que um acordo para reconduzi-lo à vice-presidência leve à divisão de suas terras e seus povos, que seriam governados por partidários de Kiir. Uma oposição enfraquecida seria incapaz de cumprir seu papel.

Com o país arrasado e empobrecido ainda mais pela queda nos preços internacionais do petróleo, nenhum dos dois lados tem interesse no recomeço da guerra civil.

Obrigado a pagar altas taxas de trânsito pelos oleodutos do Sudão, Kiir está sem dinheiro. Os funcionários públicos civis não recebem há meses. O Exército falta de equipamentos e suprimentos.

O presidente chegou a pedir ajuda ao ditador de Uganda, Yoweri Museveni, para defender a capital.

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