Milhares de pessoas acompanharam hoje em Phnon Penh a procissão do funeral de Kem Ley, um proeminente crítico do regime comunista do Camboja, um país do Sudeste Asiático, noticiou a agência Reuters. Kem Ley, ativista e pesquisador de saúde na área de aids, foi baleado em 10 de julho de 2016 numa loja da capital cambojana. Há fortes suspeitas de que tenha sido um assassinato político.
Sua morte aumenta a tensão entre a oposição e o primeiro-ministro Hun Sen, chefe de governo desde 1985, depois de se tornar ministro do Exterior, em 1979, quando uma invasão do vizinho Vietnã com o apoio da União Soviética derrubou a ditadura genocida do Khmer Vermelho, responsável pela morte de 2 a 3 milhões de pessoas.
Hun Sen, de 63 anos, foi batizado Hun Bunal. Mudou de nome para Hun Sen em 1972, dois anos depois de aderir ao Khmer Vermelho, que chegou ao poder em 16 de abril de 1975, no fim da Guerra do Vietnã, e impôs uma ditadura sanguinária sob a liderança de Pol Pot.
Durante um expurgo do regime do Khmer Vermelho, em 1977, fugiu para o Vietnã. Invadiu o Camboja como parte do Exército vietnamita, no Natal de 1978, e foi nomeado vice-primeiro-ministro e ministro do Interior do novo governo. O Príncipe Vermelho Norodom Sihanouk, rei do Camboja de 1941 a 1955 e de 1993 a 2004, o chamava na época de "lacaio do Vietnã".
Em 1985, aos 32 anos, Hun Sen tornou-se o mais jovem primeiro-ministro do mundo na época. A oposição espera aposentá-lo depois das eleições municipais de 2017 e das eleições nacionais de 2018.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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