A decisão, baseada em denúncias de irregularidades na apuração em várias seções eleitorais, lança uma nova incerteza na tumultuada política austríaca. Van der Bellen deveria tomar posse em 8 de julho. Ele foi a solução para evitar o ascensão da extrema direita à Presidência de um país da União Europeia.
"As eleições são o fundamento da nossa democracia", justificou o presidente do supremo tribunal austríaco, Gerhart Holzinger. "A garantia deste fundamento é nosso dever. (...) Não há perdedores nem ganhadores. Nossa decisão não deve servir que a um objetivo: reforçar a confiança no Estado de Direito e em nossa democracia."
Nenhuma fraude nem manipulação dos resultados foi detectada. O tribunal constatou negligência na apuração em algumas zonas eleitorais e nos votos enviados pelo correio.
Com a onda de refugiados da África e do Grande Oriente Médio em busca de uma vida nova na Europa, 90 mil pediram asilo à Áustria no ano passado. O discurso anti-imigração da ultradireita ajudou a derrotar os partidos tradicionais, o Partido Social-Democrata (centro-esquerda) e o Partido Popular (centro-direita) no primeiro turno, em 24 de abril.
Em 9 de maio, o chanceler (primeiro-ministro) social-democrata Werner Faymann pediu demissão, sendo substituído por Christian Kern, do mesmo partido.
Apesar da pequena margem, a vitória de Van der Bellen no segundo turno era vista como uma vitória da Europa e da tolerância com os refugiados. Mesmo assim, o neofascista Partido da Liberdade firmava-se como maior partido da Áustria. Agora, terá uma segunda chance de conquistar a Presidência de um país da UE.
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