A República Islâmica do Irã recebeu em maio de 2016 o primeiro lote de sistemas de defesa antimísseis S-300, fabricados na Rússia. Imagens de satélite mostram construção em ritmo intenso numa base aérea próxima a Teerã.
As características da obra indicam que talvez não seja uma base permanente, mas apenas um centro de treinamento, observa a empresa de consultoria e análise estratégica americana Stratfor. Na mesma base, ficavam mísseis antiaéreos soviéticos S-200.
O contrato inicial foi assinado em 2007. Sua implementação foi adiada pela imposição de sanções contra o programa nuclear do Irã, suspeito de desenvolver armas atômicas. Com o acordo da República Islâmica com as cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha para desarmar o programa nuclear iraniano, o negócio foi retomado.
Nos próximos meses, devem começar obras em outras bases militares iranianas para receber os sistemas mísseis antiaéreos russos. A escolha dos locais vai revelar o que o regime fundamentalista do Irã pretende proteger: centros populacionais, a orla do Golfo Pérsico ou palácios, instalações militares e nucleares.
O regime dos aiatolás vive sob a ameaça de um bombardeio de Israel para tentar neutralizar o programa nuclear iraniano. Sem o aval dos EUA, o ataque israelense já era difícil. Com o sistema de defesa antiaéreo da Rússia, o equilíbrio de forças muda.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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