Dois dias depois do atentado que acabou com a morte de um padre de 85 anos na pequena cidade de Saint-Etienne-du-Rouvray, as autoridades da França identificaram o segundo terrorista, Abdel Malik Petitjean, de 19 anos. Ele e Adel Kermiche foram mortos pela polícia ao sair da igreja. Ambos juraram lealdade à milícia jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Desde 29 de junho deste ano, Petitjean estava na lista de suspeitos de extremismo muçulmano dos serviços secretos franceses por tentar ir para a Síria através da Turquia. Hoje a polícia prendeu um companheiro dele na viagem ao Oriente Médio.
Os investigadores descobriram o segundo terrorista depois de encontrar uma carteira de identidade dele na casa de Kermiche, que morava com os pais. Petitjean nasceu em Saint-Dié-des-Vosges e usava o sobrenome do ex-companheiro de sua mãe.
Ultimamente, ele morava em Aix-les-Bains, na região da Saboia, no Leste da França, na fronteira com a Itália. A casa da família foi objeto de uma operação de busca e apreensão das 23h de terça-feira às 3h da madrugada de quarta-feira, revelou sua mãe em entrevista a jornalistas franceses.
"Ele é um bom francês. É doce. Conheço meu filho. Ele não está implicado de jeito nenhum. Somos muçulmanos normais", declarou ela à televisão francesa France 2, sem acreditar no destino trágico do filho.
Abdel Malik Petitjean estava na Turquia até 10 de junho tentando entrar na Síria. Sem sucesso, voltou à França. As autoridades turcas só comunicaram isso à Direção Geral de Segurança Interior da França 15 dias depois. Ele passou a ser considerado suspeito.
Há hoje 3,6 mil suspeitos de extremismo e potencialmente de terrorismo na França. O governo não está conseguindo vigiar todos. Kermiche estava em prisão domiciliar com tornozeleira. Tinha o direito de sair de casa algumas horas, de 8h30 às 12h30. Neste horário, invadiu a igreja e matou o padre.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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