A ex-secretária de Estado Hillary Clinton tem 80% de chance de ser eleita a primeira mulher a presidir os Estados Unidos em 8 de novembro de 2016, previu o matemático Nate Silver, que acertou o resultado das duas últimas eleições presidenciais americanas. Restam 20% para o bilionário Donald Trump.
Silver é um mestre do jornalismo de dados. Ele pegou todos os dados disponíveis de diferentes pesquisas desde 1972 e criou seu próprio modelo. Desafiou os analistas políticos e acertou com precisão das duas eleições de Barack Obama. Agora, acertou os resultados 53 de 58 eleições primárias e convenções estaduais. Silver espera uma vantagem de pontos de Clinton em novembro.
No momento, Clinton, do Partido Democrata, tem uma vantagem de 6,7 pontos percentuais sobre Trump, do Partido Republicano, na pesquisa das pesquisas feita pelo sítio FiveThirtyEight.com. Seu nome vem de 538, o número de delegados do Colégio Eleitoral que elege o presidente dos EUA com base na votação por estado. Quem ganha num estado leva todos os votos eleitorais daquele estado.
Assim, os estados-chaves que decidem as eleições para a Casa Branca são aqueles que podem ser vencidos por qualquer um dos grandes partidos. Nestes, Clinton lidera com vantagem de 5,7 pontos na Flórida, 4,8 em Ohio, 3,9 em Iowa e 2 pontos no Colorado.
A se confirmar nas urnas, o resultado da Flórida seria o pior para o Partido Republicano desde 1948.
O matemático promete atualizar sua pesquisa das pesquisas à medida que a eleição se aproxima. Pelos números atuais, Hillary teria 347 votos no Colégio Eleitoral, menos do Obama em 2008, mas mais do que na reeleição do atual presidente, em 2012.
Outro modelo, que leva em conta as condições econômicas, dá uma chance de 26% a Trump.
A tendência é que a disputa fique mais apertada na reta final, se não houver uma crise séria que afete o partido no poder, considerando que os dois grandes partidos têm recursos mais ou menos semelhantes.
Desta vez, Hillary está arrecadando mais contribuições de campanha e tem uma infraestrutura partidária superior. Trump está em guerra aberta com parte de seu próprio partido.
Como na pesquisa das pesquisas Hillary tem 43% das preferências contra 36% para Trump, os 21% indecisos aumentam a incerteza e a volatilidade das pesquisas. Para ser eleito, Trump não precisa roubar votos de Hillary. Basta convencer os indecisos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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