sábado, 2 de julho de 2016

Morre Elie Wiesel, sobrevivente do Holocausto e Nobel de Paz

O escritor judeu Elie Wiesel, um sobrevivente de campos de concentração que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1986, morreu hoje aos 87 anos, informou em Jerusalém o Yad Vashem, o Memorial do Holocausto.

Wiesel nasceu em 30 de setembro de 1928 em Sighet, na Transilvânia, hoje parte da Romênia. Ao 15 anos, foi deportado para o campo de concentração e centro de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau. Sua mãe e sua irmã mais nova foram mortos no campo. Elie e o pai foram transferidos para Buchenwald, onde seu pai morreu meses antes do fim da Segunda Guerra Mundial.

Depois da guerra, ele foi acolhido na França pela Obra Judaica de Socorro às Crianças, que cuidava dos órfãos do Holocausto. Wiesel se formou em filosofia da Universidade da Sorbonne, em Paris, e começou a trabalhar como escritor e jornalista. Seu primeiro romance, A Noite, descreve a sensação de chegar a um campo de concentração. Ele escreveu mais 15 livros, três peças de teatro e inúmeros ensaios.

Elie Wiesel era um grande crítico da indiferença das potências aliadas diante do genocídio dos judeus, do primeiro-ministro britânico Winston Churchill e do presidente americano Franklin Roosevelt, especialmente depois que o presidente americano Jimmy Carter lhe mostrou fotos de 1942 revelando a existência dos campos de concentração.

Defensor dos direitos humanos, dizia que, "enquanto um ser humano for perseguido, não me calarei."

Em 1963, Wiesel se tornou cidadão americano. Era professor de ciências humanas na Universidade de Boston. Em 2006, recusou a Presidência do Estado de Israel alegando ser "apenas um escritor".

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